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Fundação Florestal
PRESIDENTE
Gerd Sparovek
DIRETORIA EXECUTIVA
Rodrigo Levkovicz
INSTITUTO DE BOTÂNICA
4 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
Mutue Toyota Fujii Pesquisadora Cientifica
Nelson Antonio Leite Maciel Pesquisador Científico
INSTITUTO FLORESTAL
Daniela Fessel Bertani Pesquisadora Cientifica
Marcos Bührer Campolim Pesquisador Científico
INSTITUTO GEOLÓGICO
Celia Regina de Goveia Souza Pesquisadora Cientifica
Com cerca de 450 mil hectares, a APAMLC compreende os municípios (ao Norte) de Bertioga, Guarujá,
Santos, São Vicente, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe (ao Sul), abrangendo praias,
restingas, costões rochosos, manguezais, mata atlântica e ambientes insulares existentes até a isóbata
aproximada de 45 metros (no setor Itaguaçu).
Pela alta importância na proteção e conservação da biodiversidade marinha e estuarina foram também
integradas à gestão do território da APAMLC importantes áreas de manguezal junto aos Rios Itaguaré,
Guaratuba, Itapanhaú e Canal de Bertioga, no município de Bertioga, Rio Itanhaém, no município de
Itanhaém e Rios Preto e Branco, no município de Peruíbe.
A unidade é subdividida em três setores, que cobrem distintas formações, sendo o de Bertioga e Guarujá
(Setor Guaíbe) correspondente a uma costa mais recortada com trechos ainda bastante conservados
ambientalmente, com ilhas próximas como do Arvoredo, das Cabras e da Moela. Outro setor envolve o
arquipélago do Parque Estadual Marinho da Laje de Santos (Setor Itaguaçu) e o terceiro se caracteriza
pela correspondência com a planície sedimentar de Praia Grande até Peruíbe, ocorrendo ilhas mais
próximas à costa, como a Laje da Conceição, ou mais distantes como a Ilha da Queimada Grande (Setor
Carijó). A unidade também conta com três Áreas de Manejo Especial (AMEs) para a proteção da
biodiversidade, o combate de atividades predatórias, o controle da poluição e a sustentação da
produtividade pesqueira. São elas: Ilha da Laje da Conceição (Itanhaém), Ilha da Moela e Ponta da
Armação, que compreende a única porção terrestre da APAMLC.
O contexto regional que envolve o território da APAMLC justifica também a importância de sua existência.
Na região Metropolitana da Baixada Santista são desenvolvidas diversas atividades econômicas e
estruturais de fundamental importância para a roda da economia regional e nacional, com destaque para
as atividades relacionadas ao polo petroquímico de Cubatão e ao Porto de Santos.
A unidade também mantém uma relação direta com as comunidades tradicionais que têm na pesca
artesanal elementos que prevalecem em relação ao seu modo de vida, estabelecidos a partir das relações
territoriais intrínsecas relacionadas à atividade pesqueira.
O Plano de Manejo é, portanto, um instrumento fundamental para o planejamento e execução das ações
de gestão, ao estabelecer normas para o uso da área e o manejo dos recursos naturais, respeitando-se os
objetivos gerais da UC.
Código 540.001
No âmbito Federal:
No âmbito Estadual:
No âmbito Municipal:
CONTATO INSTITUCIONAL
CEP 11325-000
Bairro Japuí.
UF São Paulo.
Site da UC http://fflorestal.sp.gov.br/litoral-centro/home.
E-mail da UC apamlc@fflorestal.sp.gov.br
ATOS LEGAIS
ASPECTOS FUNDIÁRIOS
GESTÃO E INFRAESTRUTURA DA UC
Meio de Transporte em
01 automóvel.
Operação
Estacionamento/atracadouro Inexistente
ATRATIVOS TURÍSTICOS
LINHA DE PESQUISA
O território da Área de Proteção Ambiental Marinha - APAMs tem enorme relevância ecológica. Concentra
uma variedade de ecossistemas que, integrados, abrigam uma rica e diversa biota. Além disso, interagem
com espécies migratórias e de mar aberto, que utilizam o ambiente em alguma fase da vida. Assim, as
APAMs do litoral do Estado de São Paulo têm grande relevância na manutenção da biodiversidade tanto
na esfera local, como nos contextos regional e nacional (MMA, 2010). Toda essa complexidade ecológica
apresenta uma forte interação socioeconômica, por meio de diversos usos e vocações econômicas,
sociais e culturais.
Este Diagnóstico Técnico (DT) tem o objetivo de apresentar, em síntese, um subsídio legal, técnico e
científico para o Planejamento das UCs, no qual seu conteúdo e forma de abordagem serão utilizados
como uma das bases para o Zoneamento e Sistema de Gestão.
2.2. METODOLOGIA
2.2.1. COLETA DE DADOS
O Diagnóstico foi elaborado em duas fases. Para a primeira fase, foi realizado um levantamento de
informações junto aos diferentes segmentos que interagem com o territórios ou com a gestão da APAMLC
(Diagnóstico Participativo, 2014), conforme Relatório do Processo de Consulta Pública e Participação
Social na Elaboração do Plano de Manejo, anexo.
Na segunda fase, o Diagnóstico Técnico foi construído com base em dados secundários, utilizando todos
os instrumentos remotos de busca avançada disponíveis: acessos a referências em plataformas
científicas, bibliotecas digitais de universidades, órgãos de fomento à pesquisa e órgãos governamentais;
estudos ambientais foram consultados, quando de acesso público. Ainda, redes de pesquisa temática e
contatos com pesquisadores e grupos de pesquisa nas universidades e centros de pesquisa na medida do
necessário.
O Diagnóstico Técnico incorporou as contribuições técnicas constantes nos Diagnósticos Participativos,
validados e aprovados em 2014 pela Fundação Florestal, referenciadas como FUNDAÇÃO FLORESTAL
(2014).
O recorte espacial contemplado no Diagnóstico foi aquele definido pelos Decretos de criação das APAMs.
Os ecossistemas costeiros envolvidos são as praias, os costões rochosos, as marismas, os estuários, os
ambientes insulares, os ambientes bentônicos do infralitoral (plataforma interna), e no Bioma Mata
Atlântica, os manguezais, a restinga e a floresta ombrófila densa, além dos ambientes recifais. Merece
destaque o ambiente insular nesse território, ilhas, ilhotes e lajes, representando importante reduto da
biodiversidade costeira.
Considerando que o cenário costeiro das APAMs interage de diferentes formas com a retroárea, em todos
os seus meios (físico, biótico e socioeconômico), o presente diagnóstico incorporou em sua área de
estudo as microbacias hidrográficas incidentes sobre as mesmas, respeitando os limites geopolíticos dos
Municípios componentes das APAMs, e também a plataforma continental adjacente devido sua estreita
relação com as características físicas e com os fenômenos meteorológicos de grande escala que
influenciam a região.
O BDG (Banco de Dados Geográficos) incorporou informações espaciais fornecidas pelos usuários do
território durante o Diagnóstico Participativo e pelos diversos especialistas do Diagnóstico Técnico,
informações em formato shapefile e/ou planilhas produzidas para apoio à espacialização das informações.
Com vistas a atender uma importante demanda do Diagnóstico Técnico, buscou-se uma metodologia que
permitIiu o enquadramento e classificação dos ambientes costeiros das APAMs quanto ao seu grau de
integridade ambiental, entendida como indicador da qualidade ambiental e do equilíbrio do ecossistema,
refletindo as suas respostas ecológicas frente a diferentes pressões antrópicas, inclusive cumulativas.
A APA Marinha Litoral Centro possui regionalmente o Clima Tropical, sem estação seca, com ventos mais
frequentes de N-NE-E na região provenientes das Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), maior pressão
atmosférica no período do inverno. A precipitação na região apresenta sazonalidade bem marcada, com
verões chuvosos e invernos secos. Os meses mais quentes são janeiro e fevereiro, enquanto os meses
mais frios são os de junho e julho. A umidade relativa na região é típica de regiões costeiras, com valores
médios mensais superiores a 80%, não tendo uma sazonalidade definida ao longo do ano.
O regime de ventos na região é fortemente modulado pela presença da ASAS que caracteriza tempo bom,
e pela passagem de frentes frias que transportam massas de ar polares em direção aos trópicos. Com a
passagem de frentes frias este vento é alterado para SW-S-SE e, assim, o outono e inverno são as
estações do ano que possuem maior frequência de ocorrência de ventos proveniente destes quadrantes.
Por sua vez, alterações nas condições de tempo bom estão também relacionadas à passagem de frentes
frias e pelo estabelecimento da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) (Figura 1) que é uma faixa
de nebulosidade contínua que cruza a América do Sul, desde a Amazônia até o litoral do sudeste do
Brasil, e pode causar chuvas intensas e duradouras, principalmente em períodos de verão, gerando
implicações sociais e ambientais. Diversos autores correlacionam a posição da ZCAS com fenômenos
atmosféricos de grande escala, como o El Niño (CASARIN & KOUSKY, 1986), que podem estar alterando
o regime de chuvas em diversos locais, incluindo a região da unidade, embora esta correlação não foi
observada nos dados analisados. Parmezani et al. (1998) mostraram que entre os meses de outubro-
março, com a presença de El-Niño, observam-se anomalías positivas de precipitação sobre o sudeste do
Estado de São Paulo e sudoeste do Oceano Atlântico Sul, provavelmente em função de um deslocamento
para sul da posição média da ZCAS. Durante o período abril-setembro e na presença de El-Niño ocorre
um pequeno aumento na precipitação sobre a região das ZCAS, estando a maior parte desta região
praticamente sobre o regime normal de precipitação. Além disso, na região também é observada a
formação de Complexos Convectivos de Mesoescala, que também provocam chuvas torrenciais, porém
por períodos de tempo mais curto, principalmente durante o final da tarde.
A região costeira da APAMLC apresenta uma linha de costa retilínea ao sul, no setor Carijó, com planícies
costeiras extensas, praias dissipativas às intermediárias e poucas ilhas, e uma linha de costa recortada ao
norte, no setor Guaíbe, com planícies costeiras mais estreitas, baías, enseadas e praias de bolso com
tendências intermediárias a reflexivas e maior presença de ilhas. A região ainda é marcada pela presença
de outras fisionomias conforme demonstrado no quadro a seguir:
Praias arenosas 14 25 11 34 58 28
Costões rochosos;
20 8 45 14 17 19
estruturas artificiais
Manguezais; delta,
barra e margem de 60 60 42 52 25 53
rios; banhados
Planícies de maré 6 7 2 0 0 0
Fonte de dados: Brito et al. (2014).
Sobre a composição do fundo marinho, o teor de areia exibe frações mais grossas próximo à costa. Os
sedimentos dos 3 setores são majoritariamente compostos por areia, acima dos 90% (Figura 3). O setor
Itaguaçu apresenta distribuição espacial ligeiramente mais variada, com teores de areia de 80% em alguns
pontos mais profundos. De maneira geral, os setores da APAMLC não exibem uma contribuição
significativa de lamas (silte e argila). Já os teores de carbonato não ultrapassam 10% (Figura 4).
Com relação aos processos sedimentares, foram identificados quatro pontos ao longo das praias da
APAMLC que apresentam algum tipo de alteração:
− Praia de Peruíbe, entre o Rio Peruíbe e Morro do Paranambuco (Pedra Meia Praia) – pequena
progradação com contribuição de material proveniente do Rio Piaçaguera;
− Morro do Paranambuco–Praia Pocinho – acúmulo de material sedimentar devido a interferência na
deriva litorânea e material proveniente do Rio Itanhaém;
− Plataforma Marítima de Mongaguá – pequenos pontos de assoreamento ao redor dos pilares,
especialmente durante passagem de frentes frias;
− Ponta de Itaipu–divisa entre Praia Grande e São Vicente – ponto de assoreamento devido à deriva
litorânea.
Caracterização Oceanográfica
Com relação às correntes marinhas, a dinâmica na região da APAMLC é regida pelas características da
Plataforma Continental Interna da PCSE. Esse compartimento tem os movimentos regidos,
transversalmente a linha de costa, pelos regimes de maré e, ao longo da linha de costa, pelo regime de
vento e gradientes de densidade. Os setores Carijó e Itaguaçu apresentam correntes preferencialmente
alinhadas com o vento e, desta maneira, possuem correntes predominantes para S-SW. Já o setor Guaíbe
possui correntes predominantemente regidas pelo gradiente de densidade e também pelos ventos, que faz
com que as correntes tenham direção preferencial para NE (na porção norte) e SW (na porção sul). Ao
largo de toda stes setores que têm as correntes influenciadas pelo vento sofrem grande alteração na
dinâmica nos momentos de passagem de frentes frias. Como este fenômeno altera a direção dos ventos
de N-NE para S-SW, as correntes nestas regiões também são alteradas, tendo dessa maneira sentido
oposto aos observados mais frequentemente. No setor Guaíbe, as correntes que fluem para N-NE são
intensificadas em momentos de passagem de frentes frias.
O setor Itaguaçu, por estar mais ao largo, foi o que teve as correntes mais intensas e as maiores
probabilidades de eventos extremos.
Na região da APAMLC foram encontradas três massas de água: a Água Costeira, que é a mistura entre as
águas presentes na PCSE e as águas de descargas continentais, a ACAS, que é a água que ocupa o
fundo da Plataforma Continental a partir da profundidade aproximada de 50 m e é rica em nutrientes, e a
Água Tropical, que é a água transportada pela Corrente do Brasil na borda da PCSE. A AC foi a que
apresentou maior ocorrência e ocupa boa parte da coluna de água da APAMLC. A AT foi observada com
rara frequência. Já a ACAS é observada em profundidades de 25 m por quase toda a extensão de fundo
do setor Itaguaçu e na borda do setor Guaíbe durante a primavera. Foram relatados também episódios de
ressurgência desta água na superfície em períodos de ventos de NE persistentes, porém provenientes de
regiões remotas – ao norte da área, que são transportadas pelas correntes ao longo da costa. Essa massa
de água é rica em nutrientes e quando na superfície, possibilita o aumento da produção primária
estimulando todo o crescimento da cadeia trófica.
Nas regiões costeiras da APAMLC onde ocorre o deságue dos rios, nas desembocaduras ocorre uma
circulação característica, forçada pelo regime de marés e aporte fluvial. Em momentos de maré alta, a
água oceânica adentra os rios, aumentando o nível do mar e a salinidade locais. Já em momentos de
maré vazante, a corrente de maré e a corrente forçada pelo deságue do rio se somam, fazendo com que o
nível do mar abaixe e as salinidades diminuam. Este regime de enchente e vazante e alteração da
salinidade é muito importante para a fixação de algumas espécies animais e vegetais.
A maré na região apresenta variação máxima de aproximadamente entre 1,1 e 1,3 m, com duas marés
altas e baixas por dia, e períodos de sizígia (maior amplitude) e quadratura (menor amplitude) bem
marcados. Aliada a esta variação previsível devido a agentes gravitacionais, o nível do mar na região é
fortemente influenciado pelas variações atmosféricas, popularmente chamadas de ressacas. Foi verificado
que muitas vezes ocorrem variações no nível do mar devido a fenômenos atmosféricos maiores do que as
As águas costeiras, muito utilizadas para recreação de contato primário e secundário, abrigam fauna e
flora importantes no ecossistema marinho. As águas próximas ao litoral são as mais produtivas do oceano,
pois recebem a contribuição de nutrientes carreados pelos rios, sendo também as que sofrem maior
pressão antrópica. Nessa região, encontram-se áreas coincidentes com intensa urbanização, atividades
de pesca, portuária e industrial relevantes, e exploração turística em larga escala. A manutenção da
qualidade dessas águas é imprescindível não só para garantir o lazer da população, mas também para a
preservação da vida aquática e a manutenção da produtividade pesqueira e, para cada uso pretendido,
requer-se um nível de qualidade.
Desde 2010 a CETESB realiza o programa Rede Costeira, com 62 pontos fixos de monitoramento
permanente de águas e sedimentos ao longo da costa do Estado de São Paulo. Além deste programa,
desde 1968 funciona a Rede de Monitoramento de Praias com alta frequência de banhistas ou com a
presença de adensamento urbano próximo que apresente fonte de poluição fecal, com 60 pontos de coleta
de dados localizados no interior da APAMLC. Seguem os mais significativos:
A praia de Itaguaré é considerada a única praia totalmente preservada da região devido à interface que faz
com o Parque Estadual da Restinga de Bertioga (PERB), sendo bastante procurada para a prática de surf.
A foz do Rio Itaguaré, localizado na praia, é utilizada para banhos em suas águas, além de práticas de
canoagem e pesca de arremesso. A praia de aproximadamente 3,5 km de extensão é formada por Mata
Atlântica, e sofre com a pressão da ocupação urbana dos condomínios São Lourenço, ao Sul, e
Guaratuba, ao norte, além de áreas de ocupação ao redor do rio.
Canal de Bertioga
O Canal de Bertioga é o maior canal da Baixada Santista, com 24 km de extensão. Localiza-se entre o
continente e a Ilha de Santo Amaro e possui duas desembocaduras: a desembocadura sul faz a ligação
com o sistema estuarino de Santos e a desembocadura norte faz a ligação com o Oceano Atlântico (região
também conhecida por Barra de Bertioga). Em todo o seu percurso, o canal recebe aporte de vários rios,
sendo o maior deles o Rio Itapanhaú. Outros rios que deságuam no canal são o Rio Crumaú (na Ilha de
Santo Amaro) e o Rio Trindade (na porção Continental), ambos localizados na porção central do canal.
Neste local atinge até 1 km de largura, onde se encontram as correntes de maré divergentes provenientes
das duas desembocaduras, formando um ponto de taxa de sedimentação mais intensa. O ecossistema
predominante no canal é o manguezal, com várias marinas e postos de abastecimento para embarcações.
Canal de Piaçaguera
O Canal de Piaçaguera faz parte do Sistema Estuarino de Santos e São Vicente, com cerca de 5 Km de
extensão e 450m de largura. Recebe influência de vários tipos de efluentes, domésticos, industriais, além
das atividades portuárias. Era um canal natural, aprofundado na década de 60 com a finalidade de servir
de acesso marítimo a terminais portuários em Cubatão. É uma região crítica de poluição, pois recebe
efluentes industriais e passa constantemente por atividades de dragagem de aprofundamento,
ressuspendendo o sedimento potencialmente contaminado.
Canal de Santos
O Canal de São Vicente é, juntamente com o Canal de Santos, destinatário das águas provindas dos rios
da região estuarina como o Cubatão, o Perequê, o Piaçaguera e o Casqueiro. O Canal recebe também as
águas dos rios Santana, Mariana e Piabuçu, todos na margem direita do Canal, que se encontra em
melhor estado de conservação e é composta por manguezais. Já na margem esquerda do canal, a Ilha de
São Vicente é uma região densamente ocupada. O processo de ocupação nessa margem foi, em muitos
locais, desordenado, com a presença de habitações do tipo palafitas, que possuem pouca ou nenhuma
condição de saneamento, incrementando o canal com uma carga considerável de efluentes domésticos.
Nesta mesma margem, encontra-se o Rio dos Bagres, na divisa com o município de Santos, onde
funcionou um lixão. Atualmente, programas de habitação e de plantio de mudas de mangue vêm sendo
realizados na região.
A Baía de Santos tem cerca de 7 km de largura na parte central e 11 km entre as pontas de Itaipu e
Munduba, com profundidade média de 5 a 10 metros. Delimitada pelas praias de Santos e São Vicente,
recebe águas do estuário de Santos e São Vicente pelas desembocaduras do canal de Santos e do canal
dos Barreiros, constituindo-se numa área de mistura da água do mar com as águas salobras vindas do
continente. Além da poluição produzida pelo Porto de Santos e pelas indústrias de Cubatão, recebe ainda
os esgotos domésticos lançados tanto no estuário quanto pelo emissário submarino a 4 km da costa, no
centro da baía, apresentando ambiente bastante impactado.
No município de mesmo nome, o rio Itanhaém é formado pelas águas dos rios Preto e Branco é
considerado um criadouro natural para peixes e aves aquáticas. Com área de manguezais, com
aproximadamente 278 ha, 30% destes encontram-se em área urbana. Por ser navegável, abriga inúmeras
marinas. É um rio ainda bastante preservado em suas margens, contudo, sofre a pressão de áreas de
expansão urbana e recebe o efluente de uma estação de tratamento de esgotos sanitários.
Distante 138 km da capital, Peruíbe é um município tipicamente turístico, com 321 km2 de área de
planície litorânea onde encontram-se as praias e as serras. Há poucas áreas de manguezais no município
e a vegetação predominante é a de Mata Atlântica. Grande parte do município pertence a áreas
protegidas. O rio Preto recebe efluente de estação de tratamento de esgoto sanitário.
A condição dos sistemas de saneamento básico existentes nos municípios costeiros constitui importante
indicativo de qualidade ambiental e é um dos itens importantes para explicar a qualidade das águas
costeiras. Segundo informações CETESB (2016a), no litoral há 31 estações de tratamento de esgoto
(ETEs), cujo efluente é lançado em corpos d’água na região; e 9 estações de pré-condicionamento
(EPCs), cujo efluente é lançado no mar por meio de emissário submarino.
Na Baixada Santista, 73% da população tem seu esgoto coletado e 15% tratado (CETESB, 2016a). Ainda
que existam redes coletoras implementadas, boa parte da população não faz a ligação. Além disso, há um
grande número de pessoas vivendo em áreas irregulares, onde não é possível a instalação de
equipamentos de saneamento básico.
De um modo geral, o IQAC para a Baixada Santista de São Paulo foi negativo, com a grande maioria das
amostras classificadas como Regular, Ruim ou Péssima. Existe um excesso de nutrientes em diversos
pontos, além da notável presença de enterococos, o que está associado a forte presença de efluentes na
região. Todos os pontos mostram alguma porcentagem de Oxigênio Dissolvido não conforme, fator
associado ao nível de eutrofização da região. O Rio Itaguaré foi a única área na Baixada Santista que
apresentou classificação Boa para todos os pontos de amostragem.
No Rio Itaguaré foram verificadas alterações de OD em várias amostras de água o que levou a
classificação de todos os pontos, conforme o IQAC, como Bom. Pela média das duas campanhas este
local se mostra como ambiente em processo de eutrofização, classificado, segundo o IETC, como
Mesotrófico condição similar ao ano anterior.
No Canal de Bertioga, quanto à condição trófica, as concentrações de clorofila a na 1ª campanha
indicaram classificações entre Oligotrófica (ponto 3) a Mesotrófica (pontos 1 e 2) com média para esta
campanha como Mesotrófica para este local. Já na 2ª campanha todos os pontos e a média indicaram
condição Mesotrófica. Pela média anual das duas campanhas este local foi classificado, segundo o IETC,
como Mesotrófico, indicando uma melhora em relação ao ano anterior.
O canal de Piaçaguera, bastante influenciado por atividades industriais presentes na região, apresenta
alterações, em especial no sedimento onde poluente de origem industrial tendem a se acumular. De forma
semelhante, os resultados obtidos nas análises de amostras de água no canal apresentaram diversas não
conformidades em relação à legislação vigente.
Ná área de influência do emissário do Guarujá, as concentrações de clorofila a nas duas campanhas
indicaram condições Mesotróficas, com exceção do ponto 3 na 1ª campanha classificado como Eutrófico.
Assim pela média anual das duas campanhas, o local foi classificado como Mesotrófico, exibindo uma
pequena melhora em relação ao ano anterior.
Na área de influência do Emissário Submarino de Santos foram observadas concentrações elevadas de
nutrientes, em especial de fósforo. Os pontos da área foram classificados, do 1 ao 3 em Regular, Péssimo
e Ruim segundo o IQAC. Quanto ao Índice de Estado Trófico Costeiro, na 1ª campanha todos os três
pontos indicaram condição Supereutrófica. Já na 2ª campanha, os pontos 1 e 2 classificaram-se como
Eutróficos e o ponto 3 como Supereutrófico, e, pela média da campanha, o local foi classificado como
Eutrófico. Pela média anual das duas campanhas, este local exibe indicativos de um ambiente
extremamente eutrofizado classificado, segundo o IETC como Supereutrófico. Comparado ao ano anterior,
foi observada uma piora significativa em relação à eutrofização neste local.
O Canal de São Vicente apresentou concentrações de OD inferiores ao padrão em praticamente todas as
amostras. De acordo com o IQAC, o ponto 1 foi classificado como Ruim e os pontos 2 e 3 foram
Avaliação da balneabilidade
Com exceção da praia da Enseada, as praias de Bertioga apresentam melhora dos índices de qualidade
no ano de 2015 em relação aos anos de 2013 e 2014. Em 2015 as praias de Boracéia, Guaratuba e São
Lourenço não apresentaram classificação Imprópria e todos os pontos recebem classificação anual como
Boa. Guaratuba foi a única praia que teve piora nos índices se comparado com 2014 (somente
classificações Excelentes), entretanto todas as classificações foram Excelentes ou Muito Boas. Na praia
da Enseada ocorreu piora nos índices em todos os pontos amostrados, com máximo de 12% do tempo
Imprópria a localização Enseada - Sesc. Mesmo tendo piora nos índices, a classificação anual não foi
alterada. Esta praia vem apresentando, desde 2013, classificações anuais Regulares.
No Guarujá, as praias de Iporanga e Enseada (Av. Atlântica) apresentaram pioras nos resultados de 2015
em relação aos anos anteriores. Todas as demais localidades analisadas tiveram classificações de
balneabilidade melhores, com destaque para Pitangueiras – Puglisi, Astúrias e Tombo. A praia do Tombo
é a única praia que recebe classificação de bandeira azul do litoral paulista
(http://www.bandeiraazul.org.br/). A praia de Perequê mantém-se com classificações Péssimas, tendo
mais de 90% das classificações impróprias nos três anos avaliados, provavelmente em associação às
embarcações e ao esgoto lançado na praia. Já a Praia da Enseada vem alternando as classificações
como Regular e Ruim, de acordo com os pontos, sendo que em 2015 o ponto pior avaliado foi o da Av.
Atlântica, em 31% do tempo como imprópria. As praias de Astúrias, Tombo e Guaíba, de modo geral,
tiveram melhoras, sendo Guaiuba, Regular, e as demais com classificação anual Boa.
Em Praia Grande, de modo geral, as praias apresentam melhora na qualidade da balneabilidade,
entretanto a qualidade não é satisfatória, indicando contaminação por esgoto de forma generalizada. A
única praia que em 2015 não apresentou classificação anual Ruim ou Péssima foi a do Canto do Forte.
Todas as demais praias tiveram classificação Ruim, e Vila Mirim péssima.
A balneabilidade das praias de Mongaguá no ano de 2014 teve uma ligeira melhora com relação ao ano
de 2013, entretanto, em 2015 as condições voltaram a ser críticas, com todas as praias recebendo
classificação anual Ruim ou Péssima. As duas praias com pior avaliação anual foram Vila São Paulo e
Vera Cruz, com 50% do tempo recebendo classificação Imprópria.
As classificações anuais de balneabilidade das praias de Itanhaém vêm sofrendo discreta melhora ao
longo dos três anos avaliados. Em 2014 e 2015 todas as praias tiveram avaliação anual Regular, diferente
do ano de 2013, onde somente a praia dos Pescadores não teve classificação anual Ruim ou Péssima. A
praia do centro teve a menor quantidade de classificações Excelentes (10%) e recebeu, junto com Suarão
– AFPESP (Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo), maior quantidade de
classificações Impróprias (19%).
Com exceção da praia João Batista, todas as demais praias de Peruíbe tiveram melhora nos índices de
qualidade de água no ano de 2015, em comparação aos anos de 2013 e 2014. As praias de João Batista e
São João foram as praias que receberam a maior quantidade de classificações Impróprias (38% e 33%), e
tiveram classificação anual Ruim. Todas as demais praias tiveram classificação anual Média. A praia com
a maior quantidade de classificações Excelentes foi a do Guaraú, com 54%.
Tabela 3 - Qualidade dos sedimentos nas áreas costeiras da Baixada Santista de São Paulo
monitoradas em 2015 de acordo com as substâncias químicas.
Fonte: CETESB
Qualidade da Água
Figura 5 - Evolução do IQAC médio de 2011 a 2015 na Baixada Santista do Estado de São Paulo.
Fonte: CETESB (2016a).
De um modo geral, o grau de eutrofização da região costeira em 2015 exibiu condições de baixa e média
trofia. Em 32% das amostras de superfície na primeira campanha e do meio da coluna d’água na segunda
campanha foi possível observar indicativos de ambientes já eutrofizados (Eutróficos e Supereutróficos).
Na Baixada Santista com nove áreas monitoradas, em 89% das áreas não foram observadas alterações
significativas, apenas a área de influência do Emissário de Praia Grande 1 exibiu piora significativa, e essa
piora vem ocorrendo desde 2011 quando ainda apresentava a condição Oligotrófica, indicativa de
ambiente de baixa trofia, para Supereutrófico em 2015, ambiente considerado extremamente eutrofizado.
Apesar de não exibir tendência de piora quando considerado os últimos cinco anos, tanto a área de
influência do Emissário de Santos quanto o rio Itanhaém apresentaram piora em relação ao ano anterior
tendo sido classificados como Supereutrófico e Eutrófico, respectivamente, considerados já eutrofizados.
As áreas de influência dos Emissários de Santos e de Praia Grande 1 merecem atenção, pois atingiram
em 2015 a condição Supereutrófica.
A qualidade microbiológica das águas costeiras apresenta um padrão espacial bem definido com
concentrações de coliformes termotolerantes e enterococos crescentes do norte à área de influência do
Emissário Submarino de Praia Grande 1, decrescendo no extremo sul do Estado. Para ambos os
indicadores de contaminação fecal as maiores médias geométricas das concentrações (UFC/100 mL),
considerando os três pontos de amostragem, foram verificadas na área de influência do Emissário
Submarino de Santos, Canal de Santos, Canal de São Vicente e Canal de Piaçaguera.
Com relação a balneabilidade das praias no interior da APAMLC e, de acordo com CETESB (2016b), na
Baixada Santista, constatou-se um aumento de praias Próprias o ano todo de 11% para 13%, comparado
os resultados de 2014 com 2015, contudo, não houve praias ótimas. Também se verificou diminuição das
praias Ruins de 39 para 29%, com aumento das praias Péssimas de 10 para 19%. As praias regulares se
mantiveram em cerca de 40%.
De acordo com CETESB (2016b), com relação a evolução histórica dos índices de Balneabilidade na
Baixada Santista, registrou-se piores condições de balneabilidade de 2011 a 2013 com valores abaixo de
10%, embora com índices melhores que 2006 e 2008. Essa condição melhorou em 2014 e 2015 com
índices de 11 e 13% respectivamente.
Assim, CETESB (2016b), concluiu que, da mesma forma que em 2014, a melhoria das condições das
praias em 2015 de uma forma geral, se deve principalmente à condição de estiagem observada na maior
parte desse ano, embora em menores proporções. Apesar dos programas de investimento visando à
universalização dos serviços de saneamento no litoral, nos últimos anos tem se verificado grande variação
nos índices de balneabilidade. A grande influência das chuvas na qualidade das praias é sempre
evidenciada em aumentos significativos do número de praias impróprias registrados ao longo do ano.
Mesmo com estas interferências anuais que dependem do regime hídrico, ao longo de uma série histórica
de dez anos de classificação da qualidade anual das praias é possível observar que a maioria das praias
que estão inseridas na APAMLC apresentam problemas crônicos de Balneabilidade, principalmente as
localizadas na porção central – Praia Grande e Mongaguá e Santos e São Vicente (estes dois últimos
estão fora da APAMLC mas influenciam diretamente). Destacam-se positivamente as praias de Bertioga e
Guarujá (com exceção da praia do Perequê) e Itanhaém. Esta última vem apresentando qualidade regular
nos últimos dois anos em todo o município.
Qualidade do Sedimento
A classificação dos sedimentos do litoral paulista sem os metais mostrou que mais de 90% das áreas
possui sedimentos de qualidade Ótima ou Boa. Mas dentro desse cenário, o Emissário de Santos
apresentou um pico de concentração de níquel (83,0 mg/kg) que ocasionou a classificação do ponto como
Figura 7 - Mapa com o Índice de Qualidade de Água Costeira 2015 - Baixada Santista (porção sul).
Fonte: CETESB (2016a).
Com relação aos acidentes ambientais, a implantação de medidas de prevenção e controle da poluição
em portos e terminais, exigidas pelo órgão ambiental de são Paulo – CETESB, com os avanços na
legislação ambiental e a crescente mudança de mentalidade das empresas, a frequência de acidentes e
os volumes vazados vêm diminuindo progressivamente, como já o registrou Poffo (2008). Porém, ressalta-
se que existem probabilidades de acidentes na região portuária de Santos e nas diversas marinas que se
36 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
localizam na região da APAMLC, além de acidentes que podem ocorrer em rodovias adjacentes e, devido
à descarga em corpos hídricos chegar ao mar. Outro ponto de atenção com relação a acidentes na região
é o crescimento da atividade de exploração e produção de petróleo em águas profundas e ultraprofundas
da Bacia de Santos. Toda a APAMLC possui probabilidade de toque por óleo por volta de 10% nos setores
Guaíbe e Carijó e 20% no Itaguaçu - em cenário de inverno - a partir de acidentes no conjunto de
empreendimentos do Projeto Etapa 2 – Petrobras no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos.
Caracterização hidrológica
Os principais cursos de água da UGRHI-7 são os rios: Cubatão, Mogi, Quilombo, Jurubatuba, Itapanhaú,
Guaratuba, Mambu, Aguapeú, Preto, Guaraú, Branco (CETESB, 2013; CBH-BS, 2015).
Segundo o relatório de situação do Comitê de Bacias Hidrográficas da Baixada Santista (CBH-BS, 2015),
a disponibilidade de água per capita (Qmédio em relação à população total) é ainda favorável, sendo
considerada Boa. Entretanto, entre 2010 e 2014, a disponibilidade hídrica vem diminuindo em 4%,
registrando em 2014, 2.823 m3/hab.ano.
1 As UGRHIs constituem unidades territoriais ‘com dimensões e características que permitam e justifiquem o gerenciamento descentralizado dos
recursos hídricos’ (Política Estadual de Recursos Hídricos – Lei Estadual 7663/1991 – SÃO PAULO, 1991). Em geral, são formadas por partes de
bacias hidrográficas ou por um conjunto delas, que de forma alguma podem ser consideradas bacias hidrográficas. Por outro lado, deve-se
observar que os estudos devem sempre ter a bacia hidrográfica como unidade de planejamento. No estado de São Paulo há 22 UGRHIs. Ver
também: <http://www.daee.sp.gov.br/acervoepesquisa/perh2204_2207/perh08.pdf>.
Em relação à qualidade de água superficiais – representada pelo Índice de Qualidade de Águas, o IQA –,
que têm forte implicação na dinâmica fluvial e costeira, nos 16 pontos monitorados na UGRHI-7, foi
registrado apenas um ponto Ótimo (6%), 11 pontos Bons (69%), três pontos regulares (19%) e um ponto
Ruim (6%) referente ao ano de 2014 (CBH-BS, 2015). O cálculo do IQA considera variáveis de qualidade
que também indicam o lançamento de esgoto doméstico sem tratamento no corpo d’água.
De acordo com o relatório de águas superficiais do Estado de São Paulo (CETESB, 2016), houve um
aumento na porcentagem do tratamento dos esgotos domésticos no Estado, representando uma redução
de aproximadamente 225 toneladas de DBO2 dia-1 entre 2010 e 2015.
A carga orgânica potencial de cada município é calculada a partir da população e da carga de matéria
orgânica gerada diariamente por habitante, representada pela Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO.
Com a carga potencial gerada pela população do município e as porcentagens de coleta e tratamento,
bem como a eficiência do sistema de tratamento dos esgotos, calcula-se a carga orgânica remanescente,
ou seja, aquela que é lançada nos corpos hídricos receptores.
Em 2015, a somatória da carga remanescente, lançada nos corpos hídricos pelos 645 municípios do
Estado, foi de aproximadamente 1.045 t DBO dia-1, indicando uma redução de 4,9% em relação a 2014.
Apesar da melhoria na coleta e tratamento de esgotos no estado de São Paulo, ainda são observados
problemas frequentes na zona costeira de São Paulo em relação ao lançamento esgotos em corpos
hídricos e diretamente no mar – através de emissários –, como já observado em relatórios de águas
interiores e águas salobras (CETESB, 2007; 2010; 2011; 2012; 2013; 2014; 2015; 2016 a, b). De acordo
com a CETESB (2016b), os dois principais mecanismos de destinação do esgoto sanitário coletado no
litoral de São Paulo são realizados ou pela ETEs (estações de tratamento de esgoto), cujo efluente é
lançado em corpos d’água na região; ou pelas EPCs (estações de pré-condicionamento), cujo efluente é
lançado no mar, por meio de um emissário submarino. Como as cidades localizadas à beira-mar, na
maioria dos casos, não possuem infraestrutura de saneamento suficiente para atender toda sua
população, o aporte de esgotos domésticos para rios e praias é frequente e tem forte implicação sobre a
qualidade dessas águas (CETESB, 2016b).
No caso da Baixada Santista, em 2015, observa-se que a coleta e o tratamento de esgotos constituem
uma situação alarmante em quase todos os nove municípios – ou seja, ou pela baixa proporção de coleta
de esgotos ou nenhum ou pouco tratamento de esgotos –, exceto pelas cidades de Mongaguá e Peruíbe,
em situação razoável de coleta (em torno de 74%-78%) e tratamento (100%) de esgotos, comparando-se
com o perfil dos municípios no Estado de São Paulo.
Faz-se um alerta para esta situação para a região da Baixada Santista, uma vez que há pelo menos
quatro municípios com ICTEM3 (Índice de Coleta e Tratabilidade de Esgotos da População Urbana de
Municípios) abaixo de 2,5: Guarujá, Praia Grande, Santos e São Vicente – Tabela 4.3-1. Além da ausência
de um sistema de esgotamento sanitário pleno (com pelo menos 80% de coleta e tratamento), a Cetesb
(2016b) destaca também um conjunto de fatores que se relacionam ao contexto do saneamento no litoral
2A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), grosso modo, corresponde à quantidade de oxigênio necessária para ocorrer a oxidação da matéria
orgânica biodegradável sob condições aeróbicas. O valor da DBO é usado para estimar a carga orgânica dos efluentes e dos recursos hídricos, e
de acordo com Von Sperling (1996), a DBO média de um esgoto doméstico é de 300 mg/L e a carga per capita, que representa a contribuição de
cada indivíduo por unidade de tempo é de 54 g/hab.dia de DBO.
3O cálculo do ICTEM a CETESB considera nulo o tratamento quando se trata de disposição oceânica, uma vez que os efluentes enviados aos
emissários submarinos não são submetidos a tratamento prévio ao lançamento, ocorrendo apenas o Pré-Condicionamento para remoção de
sólidos, por meio de gradeamento, peneiras e caixa de areia, e eventual cloração (CETESB, 2016a,b).
Este cenário do atual sistema de saneamento na região implica na variação da qualidade de águas
superficiais. Dentre os vários índices construídos e analisados pela CETESB, pode-se tomar como proxy
para avaliar o lançamento de esgotos em corpos hídricos o Índice de Qualidade de Água (IQA). O IQA se
baseia em variáveis de qualidade que indicam principalmente o lançamento de efluentes sanitários para o
corpo d’água, fornecendo uma visão geral sobre as condições de qualidade das águas superficiais. Este
índice pode indicar alguma contribuição de efluentes industriais, desde que sejam de natureza orgânica
biodegradável. O IQA é composto por nove variáveis e seu cálculo é analisado sobre a pontuação na
qualidade (q) que varia de 0 a 100. A qualidade (q) é elevada à ponderação (w) correspondente à
importância da variável. O IQA é obtido multiplicando-se cada componente (qw). As faixas de classificação
Quadro 5– Índice de Qualidade de Água (IQA) nos rios que demandam atenção, com influência
sobre a APAMLC.
IQA IQA IQA IQA IQA IQA IQA IQA
UGHRI Corpo hídrico
2006 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Rio Branco - ANCO02900 - 53 52 51 50 48 49 51
Rio Cubatão - CUBA03900 56 58 58 58 59 61 59 55
Rio Itanhaém - NAEM02900 - 56 56 62 60 61 61 56
7 - Baixada Rio Mogi - MOJI02800 55 55 50 50 53 49 28 41
Santista Rio Piaçaguera - PIAC02700 35 45 39 43 38 41 37 38
Rio Preto - PETO02900 - 48 50 56 57 52 54 46
Rio Santo Amaro -
- - - 26 26 26
MARO21800
Fonte: CETESB
A Figura 9 mostra a distribuição dos pontos de monitoramento para o IQA (2014), apontando para os
pontos mais críticos em:
− Rio Santo Amaro (região central do Guarujá, tendo a foz no estuário de Santos), que apresenta condição
ruim desde o ano de 2013;
− Rio Piaçaguera (na região norte de Cubatão), com forte influência do descarte de esgotos domésticos,
efluentes industriais e interferência da dragagem proveniente de atividades portuárias próximos ao Canal
de Piaçaguera (HORTELLANI et al., 2008; PARREIRA, 2012);
− Rio Mogi (na região nordeste de Cubatão), classificado como regular, e localizado em bacias com áreas
industriais, que recebem alguma contribuição de efluentes industriais de natureza orgânica biodegradável
(CBH-BS, 2015);
− Rio Preto (na região de Peruíbe);
− Rio Branco (na região de Itanhaém, afluente do rio Itanhaém).
Os valores do IQA analisados no período (2006-2015) também alertam para o rio Cubatão (na região de
Cubatão), que embora tenha apresentado no período condições de qualidade de água consideradas boas
(IQA variando entre 55 a 61), é uma região com forte influência industrial que exige monitoramento
contínuo do curso de água; e o rio Itanhaém, também com IQA considerado bom no período entre 2006-
2015, mas com influência do seu afluente rio Branco (que tem apresentado condições de IQA regulares),
além de estar situado em uma das cidades com rápido crescimento populacional nos últimos anos (CBH-
BS, 2015; CARMO et al., 2012), que com frequência não tem acompanhado um crescimento da
infraestrutura urbana básica para atender a demanda populacional.
Os 7 pontos sintetizados no Quadro 5 mostram como o IQA tem variado no tempo (período entre 2006-
2015) e suas causas podem ser atribuídas desde a um sistema de esgotamento sanitário ainda ineficiente
(CETESB, 2010; 2013; 2016), além de um processo de ocupação do território que historicamente não vem
acompanhado de infraestrutura básica para atender a população, sobretudo aquelas mais vulneráveis do
ponto de vista social (ver CARMO et al., 2012; IWAMA et al., 2014; MARANDOLA Jr. et al., 2013).
O litoral paulista é caracterizado por um relevo bastante acidentado, com avanço da escarpa da Serra do
Mar em direção à planície costeira na área correspondente aos municípios do Litoral Norte (São Sebastião
a Ubatuba), contrastando com maior domínio da planície na Baixada Santista e Litoral Sul (AB’SABER,
2003; KOGA-VICENTE & NUNES, 2011).
A Serra do Mar atua como importante fator de intensificação orográfica (SANT’ANNA NETO, 1990;
ROSEGHINI, 2007) que, associada aos fluxos atmosféricos originários do oceano e a uma zona de
encontro de sistemas atmosféricos, propicia uma dinâmica de altos montantes pluviais (NUNES, 1990;
1997). Em períodos de chuvas intensas e prolongadas na região, são frequentes os registros de aumento
de movimentos de massa, como escorregamentos, rolamentos, queda de blocos e corridas (ver TAVARES
et al., 2004; MARCELINO, 2004; KOGA-VICENTE, 2010; KOGA-VICENTE; & NUNES, 2011; LOPES,
2006).
De acordo com os dados de CPRM (2009), na área de estudo são encontrados três grandes grupos de
rochas formadoras do solo: (i) ígneas – cerca de 6,55% do total4 de classes de rochas principais
encontradas na região; (ii) metamórficas – cerca de 51,04 % e (iii) sedimentares, ocupando cerca de
4 Aproximadamente um total de 2.774,04 km2, com base no cálculo dos dados digitais em escala 1:750.000, disponíveis no banco de dados do
Serviço Geológico do Brasil(CPRM, 2009).
Figura 10 - Mapa Geológico e classes das principais rochas na zona costeira da Baixada Santista.
Na área de estudos há pelo menos três grandes grupos de solos: (i) espodossolos; (ii) cambissolos e (iii)
latossolos (Vermelhos-Amarelos)5, sendo a maior parte da área coberta pelos cambissolos (64%),
distribuídos em toda a região de estudo, com destaque para sua ocorrência próxima à Serra do Mar,
enquanto os espodossolos representam 26% e encontram-se próximos à linha de costa, em regiões de
domínios de restinga. As menores ocorrências foram os argissolos (2%), latossolos (4%) e neossolos
(4%).
5(i) Espodossolos, solos muito arenosos desde sua superfície, com acúmulo de compostos de ferro e/ou alumínio e/ou matéria orgânica ao longo
do perfil, geralmente solos pobres e muito ácidos, com altos teores de alumínio, sendo distribuídos de maneira esparsa e nos domínios de
restinga e da costa brasileira (SANTOS et al., 2013); (ii) Cambissolos – distribuem-se por todo o território nacional, caracterizados por solos
pouco desenvolvidos, com horizonte B pouco evoluído (fragmentos de rochas e minerais primários) (SANTOS et al., 2013); (iii) Latossolos
(Vermelhos-Amarelos) – caracterizados por horizonte B latossólico, intemperização intensa dos constituintes minerais, com concentração de
óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio. São solos mais profundos, abrangendo superfícies mais velhas e estáveis de paisagem. Ocupam
aproximadamente 39% do território nacional, sendo os solos mais representativos do país (SANTOS et al., 2013).
No território da APAMLC encontram-se três Áreas de Manejo Especial (AME) que concentram ilhas,
ilhotas e lajes: AME da Ponta da Armação, AME da Ilha da Moela e AME Laje da Conceição.
Diversos estudos têm demonstrado a importância de caracterizar e entender os ambientes insulares no
que diz respeito a sua tipologia e biogeografia para a conservação (ANGELO FURLAN, 1997; VIEITAS,
1995; SARTORELLO, 2010; OLIVEIRA et al., 2011). Estudos elaborados por Angelo Furlan (1989; 1996;
1997) e por Oliveira et al. (2011), indicam que, embora a maior parte das ilhas do estado do Brasil estejam
protegidas por algum tipo de legislação ambiental – tais como unidades de conservação, tombamentos
associados ao conjunto cênico-paisagístico–, as características ligadas à dinâmica biogeográfica e aos
aspectos da tipologia insular ainda são pouco consideradas como relevantes para a conservação das ilhas
brasileiras.
Há pelo menos 135 ilhas, ilhotas e lajes distribuídas no litoral paulista, que são de grande importância para
a biodiversidade marinha (BRITO et al., 2014), e nem todas possuem estudos ou trabalhos com
detalhamento em escalas maiores do 1:10.000.
Do ponto de vista geológico, a AME localiza-se sobre unidades geotectônicas do Domínio Costeiro
(Complexo Costeiro), além das coberturas sedimentares cenozóicas da Planície Costeira. Este domínio
também está intrudido por rochas ígneas granitoides neoproterozóicas a paleozóicas. Na região de
planície litorânea, são reconhecidos os sedimentos arenosos e areno-síltico-argilosos cenozóicos de
origem marinha e continental da Planície Costeira.
6 Carta de susceptibilidade em formato PDF e mapas base na escala 1:25.000, referente a 2015. Disponível na plataforma de dados espaciais da
Secretaria de Meio Ambiente do estado de São Paulo - http://datageo.ambiente.sp.gov.br/,
7 http://www.costanorte.com.br/blog/trilha-que-leva-a-prainha-branca-sofre-deslizamento/
A Laje da Conceição resulta de processo tectônico relacionado a falhamentos com abatimentos próximo à
costa paulista (WALM ENGENHARIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL, 2012). Em relação à geomorfologia
marinha, apresenta a geomorfologia da plataforma continental na Região Sudeste, as feições estruturais
da margem e alguns elementos tectônicos da região intracontinental.
Segundo a Avaliação Ecológica Rápida (AER) da Ilha da Moela (HABTEC, 2014), uma pequena fração de
terreno granítico emerso, com uma área de aproximadamente 260.000 m², encontra-se na extremidade da
plataforma continental da Bacia de Santos, a menos de três quilômetros de distância da margem
continental representada pela linha de costa do litoral paulista no segmento da Baixada Santista.Adjacente
à Ilha da Moela, e geneticamente relacionada a ela, a província costeira é dividida em dois
compartimentos: serrania costeira (Serra do Mar) e baixada litorânea, com terrenos elevados até 70 m
acima do nível médio do mar, estreita faixa balizada pela serra e o Oceano Atlântico.
Iwama et al. (prelo) analisou a distribuição da população em áreas de riscos geotécnicos no litoral paulista.
Na UGRHI-7, cerca de 61% da população se encontra em áreas de Baixo Risco associadas à
subsidência8 do solo, considerando o total de aproximadamente 1,5 milhão de moradores na região da
Baixada Santista. São as áreas mais densamente ocupadas: Santos, São Vicente, Cubatão e Guarujá,
com áreas classificadas como Muito Alta densidade de ocupação. Nos municípios em direção ao sul e ao
norte da região da Baixada Santista: Bertioga, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe, apresentam
áreas classificadas como média a alta densidade de ocupação.
Na Baixada Santista – UGRHI-7 é maior a proporção de riscos de subsidência do solo associados a
inundações e aos efeitos de marés, representando cerca de 26,6%, sobretudo nas áreas densamente
ocupadas, como Santos, São Vicente, Guarujá (IWAMA et al., prelo), além de serem áreas com cenários
de alerta para os efeitos da elevação do nível do mar (ALFREDINI et al., 2008; 2014; BERZIN & RIBEIRO,
2010).
8 Segundo Mendes (2009), recalque/subsidência do solo é o termo utilizado em engenharia civil para designar o fenômeno que ocorre quando
uma edificação sofre um rebaixamento devido ao adensamento do solo sob sua fundação, muitas vezes associado com movimentos de marés
e/ou infiltrações de água no solo.
2
Figura 14 - Distribuição da densidade populacional (hab/km ) na região da APAMLC. Elaborado a
partir de dados do IG/SMA (2014), as Unidades Homogêneas de Cobertura da Terra e do Uso e
Padrão da Ocupação Urbana (UHCT).
Iwama et al. (prelo) analisou a distribuição da população em áreas de riscos geotécnicos, e observou que
na região que abrange a APAMLC vivem cerca de 61% da população da UGRHI-7, considerando o total
de aproximadamente 1,5 milhão de moradores na região da Baixada Santista.
Na região, a maior proporção de riscos de subsidência9 do solo associa-se a inundações e aos efeitos de
marés, representando cerca de 26,6% na UGRHi-7, sobretudo nas áreas densamente ocupadas – caso de
Santos, São Vicente, Guarujá (IWAMA et al., prelo), além de serem áreas com cenários de alerta para os
efeitos da elevação do nível do mar (ALFREDINI et al., 2008; 2014; BERZIN & RIBEIRO, 2010)- Figura 15.
9 Segundo Mendes (2009), recalque/subsidência do solo é o termo utilizado em engenharia civil para designar o fenômeno que ocorre quando
uma edificação sofre um rebaixamento devido ao adensamento do solo sob sua fundação, muitas vezes associado com movimentos de marés
e/ou infiltrações de água no solo.
Os riscos de escorregamento estão também presentes também na região, sobretudo nos municípios de
Santos, Cubatão, São Vicente e Guarujá - Figura 16.
Iwama (2014) mostra a distribuição de setores censitários segundo o Índice de Vulnerabilidade Social
Paulista (IPVS) de 2010, em que as áreas mais próximas de encostas e distantes da linha costeira – que
muitas vezes coincidem com áreas onde estão situados os aglomerados subnormais ou núcleos de
transição entre o urbano e rural – são os setores com indicativos de situação de maior vulnerabilidade
social (Figura 17).
Ameaças aos processos do meio físico terrestre associado a áreas sujeitas à inundação em
vulnerabilidade em áreas urbanas, densidade de ocupação e ecossistemas.
As figuras 19 e 20 apresentam as zonas sujeitas a inundações e riscos geodinâmicos, áreas vulneráveis
em áreas urbanas e densidade de ocupação e ecossistemas – manguezais e costões rochosos.
Figura 19 - Região norte da UGRHI-7, com influência para o Setor Guaíbe da APAMLC: (a)
Distribuição espacial de zonas sujeitas à inundação e riscos geodinâmicos (IG/SMA, 2013; 2014);
(b) áreas vulneráveis em áreas urbanas (IG/SMA, 2014); (c) densidade de ocupação e ecossistemas
– manguezais e costões rochosos.
Figura 20 - Região sul da UGRHI-7, com influência para o Setor Carijó da APAMLC: (a) Distribuição
espacial de zonas sujeitas à inundação e riscos geodinâmicos (IG/SMA, 2013; 2014); (b) áreas
A análise do diagnóstico técnico do meio físico terrestre pode aferir a prioridade de conservação pelos
limites das bacias hidrográficas, com base nos indicadores de ameaças – vulnerabilidade em áreas
urbanas, densidade de ocupação, co-localização de infraestruturas ligadas ao Porto e localização dos
ecossistemas de mangues e costões rochosos. A partir desta análise, são indicados os rios/sub-bacias
hidrográficas segundo a prioridade.
Quadro 7 - Síntese dos fatores de ameaça que indicam prioridade para conservação de bacias
hidrográficas, levando em consideração o grau de alteração e ocupação, bem como as áreas
sujeitas aos riscos geodinâmicos.
Municípios Rios | Sub-bacias da UGRHi-7 Ameaças Criticidade
Características ecológicas
A seguir é apresentada a análise integrada das informações obtidas sobre a ictiofauna na APAMLC10, a
partir dos dados secundários disponíveis. Foram registradas 304 espécies de peixes, além de 11
identificadas em nível de gênero, pertencentes a 84 famílias e 20 ordens. Desse total, 29 espécies são de
Chondrichthyes (9,2%) pertencentes a 10 famílias.
Nas décadas de 1980 e 1990, observa-se o predomínio da frequência de ocorrência da família Scienidae
(Figura 22), resultado tanto da captura de estudos próximos à costa (PAIVA-FILHO & TOSCANO, 1987),
como da captura acidental da pesca do camarão sete-barbas, tão comum na região de Santos (COELHO
et. al., 1987; 1988) e da pesca artesanal (NAMORA et. al., 2009). A família Carcharhinidae aparece com
alta frequência em função do seu registro em uma série temporal longa, entre 1996 e 2002 (MOTTA, 2005;
2007).
10 Referências: Barbanti et. al., (2013); Coelho et. al., (1987; 1988); Craig (1980); Gadig et. al., (2002); Garrone Neto et. al., (2013); Louro (2007);
Luiz-Jr. et. al., (2008;2009); Motta et. al., (2005; 2007); Muriana et. al., (2015); Muto et. al.,(2014); Namora (2009); Paiva-Filho & Toscano
(1987); Projeto MAPEMLS (2016); Rocha & Dias (2015).
Nas décadas 2000 e 2010, apesar da família Scianidae continuar a apresentar alta frequência de
ocorrência, observa-se outro cenário, em que famílias diferentes daquelas em que são comuns em redes
de arrasto. Esse resultado reflete o uso de diversas artes de pesca como as usadas no canal de Bertioga
(BARBANTI, 2013), bem como da pesca artesanal por rede de emalhe (NAMORA, 2009). Nota-se a
grande ocorrência dos Carangidae, peixes pelágicos muito comuns no litoral paulista. Mas o grande
diferencial se refere às famílias tipicamente recifais Serranidae, Pomacentridae, Labridae etc., registradas
principalmente na Laje de Santos (LUIZ-JR. 2004; 2008; 2009).
Do total inventariado, 26 espécies compuseram cerca de 90% de abundância, sendo que apenas cinco
espécies foram responsáveis por um pouco mais de 60% de abundância. São elas: Genidens genidens
(Bagre-branco), Rhizoprionodon lalandii (Cação-frango), Isopisthus parvipinnis (Goete), Stellifer
brasiliensis (Boca-de-rato) e Cathorops spixii (Bagre-amarelo).
I. parvipinnis (Goete) já foi mencionado anteriormente e na APAMLC confirma também sua abundância
nas coletas bem como nos rejeitos da pesca do camarão-sete-barbas. O outro cianídeo, S. brasiliensis
(Boca-de-rato) é uma espécie bastante comum em locais próximos aos estuários, alimentando-se
principalmente de camarão, também comum nessas regiões.
A APAMLC possui grande abundância de bagres (família Ariidae). É uma espécie extremamente bem
adaptada, que está em ascensão em locais como o estuário de Santos e São Vicente. Estudos realizados
na Baía de Santos em 2005 indicaram que cresceu a importância do bagre-amarelo como estruturador da
ictiofauna local, mesmo com taxa de crescimento baixa, cuidado com a prole, fecundidade também baixa,
uma espécie k-estrategista toma importante posição de abundância (ROCHA, 2009).
Nos estuários tropicais, espécies de bagres marinhos podem ser consideradas como o grupo mais
importante de peixes em termos de número de espécies, densidade e biomassa (LOWE-MCCONNELL,
1999; ARAÚJO et. al., 1998; BARLETTA e BLABER, 2007; BARLETTA et. al., 2008; BARLETTA et. al.,
2010). De fato, três espécies de bagre, em especial C. spixii, foram espécies dominantes no canal de
Bertioga (ROCHA, 2009).
Outra espécie bastante abundante, que merece destaque devido a sua importância é R. lalandii (Cação-
frango), tubarão da família Carcharhinidae. Esses registros foram coletados a partir dos desembarques de
tubarões capturados na praia dos Pescadores em Itanhaém numa série temporal de seis anos
consecutivos, entre 1996 e 2002. Um total de 7.730 tubarões dessa espécie foi capturado acidentalmente
em redes de emalhe por pescadores (MOTTA et. al., 2005; 2006).
Tabela 8 – Porcentagem de espécies (%) dos grupos tróficos presentes na APAMLC por década.
Em destaque, a guilda dos piscívoros.
De uma maneira geral, os grupos parecem ser homogêneos durante os anos, porém, chama atenção a
queda do número de táxons dos piscívoros entre as décadas de 1980 e 2010.
Do total de espécies que ocorreram na APAMLC, 57 estão na lista de espécies-alvo de conservação,
sendo 26 espécies pertencentes ao grupo dos elasmobrânquios.
− Na APAMLC foram registradas 304 espécies e 11 em nível de gênero, 84 famílias e 20 ordens. 9,2% do
total são da classe Chondrichthyes (tubarões, cações e raias);
− A família Sciaenidae (pescadas) teve alta frequência de ocorrência, mas representantes da família
Ariidae encontram-se em ascensão na comunidade de peixes;
− Grande captura do tubarão R. lalandii (Cação-frango) por pesca acidental em rede de emalhe;
− Cinco espécies consideradas dominantes, sendo uma, recurso pesqueiro (I. parvipinnis);
− Foram registradas 13 espécies com status CO (colapsada) (SMA, 2009): Carcharias taurus (Mangona),
Rhinobatos horkelii (Cação-frango), Mycteroperca bonaci (Badejo-quadrado), Mycteroperca interstitialis
(Badejo-amarelo), Lutjanus analis (Cioba), Lutjanus cyanopterus (Caranha), Ocyurus chrysurus (Guaiúba),
Rhomboplites aurorubens (Ciobinha), Scarus trispinosus (Budião), S. zelindae (Peixe-papagaio),
Sparisoma amplum (Peixe-papagaio), S. axillare (Peixe-papagaio) e S. frondosum (Peixe-papagaio).
− Ao todo, nove espécies com status CR (Criticamente em perigo) (MMA, 2014) têm registros da
ocorrência na APAMLC: Carcharhinus plumbeus (Cação-galhudo), C. porosus (Cação), C. taurus
(Mangona), Dasyatis centroura (Raia-manteiga), Gymnura altavela (Raia-borboleta), Rhinobatos horkelii
(Cação-viola), Epinephelus itajara (Mero), Sphyrna lewini (Tubarão-martelo) e S. zygaena (Tubarão-
martelo).
− Presença de duas espécies com status CR (Critically Endangered) (Red List): Rhinobatos horkelli (Raia-
viola), e Epinephelus itajara (Mero).
− A raia-viola Rhinobatos horkelli aparece nas três listas de espécies ameaçadas.
− Presença de uma espécie em status RE (Regionalmente Extinta) (SMA, 2009) Mycteroperca venosa, o
badejo-sirigado.
− Constatou-se um aumento da riqueza de espécies na área da APAMLC ao longo das décadas em
função dos estudos em estuários e na Laje de Santos.
− Constatou-se uma diminuição do número de táxons dos piscívoros nas últimas décadas na área da
APAMLC.
− 18,1% das espécies registradas na APAMLC estão na lista de espécies-alvo de conservação.
Espécies ameaçadas são definidas como aquelas sujeitas a um significante risco de extinção no futuro ou
aquelas cujas populações e habitats estão desaparecendo rapidamente, de forma a colocá-las em risco de
tornarem-se extintas (MMA, 2014).
Como definido na metodologia do presente tópico, a lista com as 80 espécies-alvo foi elaborada segundo
o status conservacionista de cada uma e foram levados em consideração diferentes níveis de ameaça,
bem como os locais de ocorrência dessas. Dentre as famílias que constam nessa lista, algumas merecem
considerações.
Família Sciaenidae
Espécie marinha, demersal, costeira, sendo os juvenis abundantes em estuários (Figura 23). Alimenta-se
de camarões e peixes (MENEZES & FIGUEIREDO, 1980; FROESE & PAULY, 2016).
Espécie demersal, encontrada sobre fundos lodosos e areia em águas costeiras e em estuários (Figura
24) Os hábitos alimentares variam de acordo com o desenvolvimento ontogênico e estação: juvenis se
alimentam de crustáceos bentônicos e moluscos sésseis enquanto os adultos, que formam cardumes, são
comedores de invertebrados bentônicos e ocasionalmente capturam peixe (MENEZES & FIGUEIREDO,
1980; FROESE & PAULY, 2016).
Para a corvina, a primeira maturação se inicia aos 28 cm de comprimento no terceiro ano de vida
(VAZZOLER, 1962). Estudos na região de Ubatuba (SP) mostram que a espécie apresenta três desovas
durante o ano: uma no outono (abril-junho), no inverno (agosto-setembro) e outra na primavera-verão
(novembro-fevereiro) (ISAAC-NAHUM, 1983). A desova é parcelada e os óvulos são eliminados em lotes.
A corvina realiza migrações, ao longo da costa sul do Brasil, entre as latitudes 28°S e 33°S. As
concentrações mais densas de corvina encontram-se, no verão, no extremo sul da área de migração e, no
inverno, no extremo norte (VAZZOLER, 1962; 1965).
Família Clupeidae
É uma espécie pelágica, encontrada em águas costeiras, muitas vezes formando cardumes compactos
(Figura 25 e Figura 26).
Figura 26 – Distribuição de Sardinella brasiliensis incluindo toda a costa do Estado de São Paulo.
Fonte: Cergole et. al., (2005).
Alimenta-se de organismos planctônicos (FIGUEIREDO & MENEZES, 1978; FROESE & PAULY, 2016). A
primeira maturação se inicia aos 17 cm, quando se encontra no segundo ano de vida (VAZZOLER, 1962).
Apresenta desova do tipo total; entretanto, as fêmeas desovantes não maturam todas ao mesmo tempo,
ocorrendo maturação e desovas sucessivas de grupos de indivíduos (cardumes), o que determina um
período de desova prolongado (VAZZOLER & ROSSI, 1976). O período de desova ocorre durante a
primavera e verão no hemisfério sul (MATSUURA, 1975).
Além da importância ecológica, a espécie também é importante recurso pesqueiro: S. brasiliensis suporta
uma das mais importantes pescas comerciais no Brasil (FAVERO, 2016). Devido às características de seu
ciclo de vida, a abundância da sardinha-verdadeira sofre influência direta das variações ambientais que,
associadas a intenso esforço de pesca e ao fracasso no processo de gestão do uso sustentável do
recurso, levou a pescaria a uma crise de depleção do estoque, com reflexos sociais e econômicos
importantes, culminando com uma situação sem precedentes na história de sua explotação (CERGOLE &
NETO, 2011).
Família Syngnathidae
Família Pomatomidae
Incluída dentre as espécies-alvo na APAMLC está a enchova, Pomatomus saltatrix, que são peixes
pelágicos vorazes e que vivem em cardumes (Figura 28).
De ocorrência cosmopolita, ocorre em águas oceânicas e costeiras. Eles são mais comuns ao longo das
praias nas zonas de surf e costões rochosos, embora os adultos também possam ser encontrados em
estuários e em águas salobras (FROESE & PAULY, 2016). Peixes pequenos podem ser encontrados em
águas costeiras rasas, em cardumes, perseguindo e atacando pequenos peixes. Alimentam-se de outros
peixes, crustáceos e cefalópodes. Migram para águas mais quentes durante o inverno e a água mais
fresca no verão (FIGUEIREDO & MENEZES, 1980). São comercializados principalmente frescos, mas
também secos ou salgados e congelados. Adultos da enchova têm sido explotados intensivamente e os
Família Scaridae
Budiões, Peixes-papagaio
Os peixes da família Scaridae, conhecidos popularmente por budião ou peixe-papagaio (Figura 29), são
conhecidos pela reversão sexual em algumas espécies onde os machos de grande porte resultam em
fêmeas que inverteram o sexo (MENEZES & FIGUEIREDO, 1985).
Foi estimado para Sparisoma frondosum o tamanho da primeira maturação sexual de 17 cm para as
fêmeas e de 17,7 cm para os machos. Essa proximidade no tamanho de primeira maturação sexual de
machos e fêmeas pode ser consequência de uma maior captura de machos pela pesca, fazendo com que
fêmeas menores maturem e transformem-se em machos precocemente (VÉRAS et. al., 2009)
As espécies protogínicas são mais susceptíveis à sobrepesca, já que devem atingir um tamanho máximo
para trocar de sexo. Essa família também é importante porque apresenta espécies endêmicas do Brasil:
Sparisoma amplum, S. axillare e S. frondosum (VÉRAS et. al., 2009).
Família Sparidae
Pargos
Representantes da família Sparidae ocorrem em águas costeiras tropicais e temperadas (Figura 30).
Geralmente não formam grandes cardumes; os jovens de algumas espécies concentram-se em águas de
pouca profundidade, em praias arenosas e rochosas, mas os adultos vivem mais ou menos isoladamente
ou formam pequenos grupos em águas mais profundas. Quase todas as espécies têm importância
comercial e são utilizadas na alimentação, frescas e congeladas (MENEZES & FIGUEIREDO, 1980).
Pagrus pagrus, que também apresenta reversão sexual, é relativamente comum no litoral brasileiro.
Encontrado geralmente em profundidades entre 10 m e pouco mais de 100 metros, sobre fundos de
pedras, coral e areia (jovens frequentemente encontrados em leitos de algas marinhas e da plataforma
continental), alimenta-se de crustáceos, peixes e moluscos. É amplamente distribuído no Atlântico sendo
pescado comercialmente entre Espírito Santo e Rio Grande do Sul. Esta espécie mostrou ser bastante
vulnerável à sobrepesca no sul do Brasil, intensamente explorada na década de 70, não recuperou níveis
de abundância compatíveis com sua exploração pela frota industrial (HAIMOVICI & KLIPPEL, 2002).
A garoupa-verdadeira (Epinephelus marginatus) é uma das espécies mais procuradas pelos praticantes da
pesca subaquática em costão rochoso no litoral sudeste/sul do Brasil (Figura 31).
A família Serranidae tem vários representantes que revertem o sexo, por exemplo, a garoupa possui
características críticas em sua biologia que a tornam especialmente vulnerável à sobrepesca:
hermafroditismo protogínico; crescimento lento; agregação reprodutiva e maturação tardia
(GERHARDINGER et. al., 2006). A espécie criticamente em perigo E. itajara (Mero) pertence à província
zoogeografica marinha do Caribe, ocorrendo no Brasil, desde a região amazônica até a região sudeste e é
associada a recifes na plataforma interna. Levantamento sobre E. itajara no Brasil indica que, por seu
tamanho e habitat, é muito vulnerável à pesca comercial e amadora, e sua abundância diminuiu na última
década (HAIMOVICI & KLIPPEL, 2002).
Família Centropomidae
Robalos
O robalo é um peixe costeiro, diádromo e eurihalino (Figura 32), encontrados em ambientes salobros ou
mesmo totalmente em água doce, muito acima da foz dos rios e estuários, sendo considerados como
estuarino-dependente (SOUZA, 2013).
Com hábitos nectônicos e demersais, sua reprodução e estágios iniciais de desenvolvimento são
associados a migrações entre água doce e salgada. Alimentam-se basicamente de peixes e crustáceos,
podendo sofrer alterações nas diferentes fases de desenvolvimento sendo consideradas espécies
predadoras de topo de cadeia. São animais que possuem como característica sexual o hermafroditismo
protândrico, característica que dificulta seu manejo, pela predominância de machos, pois sofrem reversão
sexual geralmente no início da idade adulta, após alcançar o tamanho médio de 283 mm e 400 mm,
poucos permanecem machos nos comprimentos acima de 300 mm (C. parallelus e C. undecimalis
respectivamente) (SOUZA, 2013).
Dessa maneira, a reversão sexual é uma das características mais importantes que ameaçam essas
espécies, pelo que o desconhecimento dessa dinâmica compromete seu manejo adequado.
Os elasmobrânquios são, em sua grande maioria, predadores de topo das cadeias tróficas em diversos
ambientes no meio aquático, entretanto, convém ressaltar que a falta de conhecimento sobre a biologia e
comportamento dessas espécies, compromete seu manejo (Figura 33).
Família Carcharhinidae
Galeocerdo Cuvier
Família Sphyrnidae
Família Odontaspididae
Família Lamnidae
Isurus oxyrinchus
Família Rhinobatidae
Zapteryx brevirostris
Família Mobulidae
Características socioeconômicas
A ictiofauna está diretamente associada com a pesca, ao se tratar das características socioeconômicas do
grupo. Sabe-se que a porção da comunidade íctica explorada comercialmente é relevante, especialmente
ao se tratar dos recursos na plataforma continental. Segundo o MPA (2011), São Paulo contribui
fortemente com a produção do sudeste que em 2011 foi de 113.877 toneladas. A produtividade primária
no Sudeste é relativamente elevada, favorecendo o desenvolvimento de elevada biomassa de espécies
pelágicas, principalmente sardinha e anchoita. Robalo, tainha, castanha, pargo, e muitas outras espécies
presentes na APAMLC são essenciais para a pesca. A pesca artesanal é uma atividade relacionada a
importantes interfaces sociais, especialmente envolvendo a cultura caiçara.
A pesca industrial é a atividade pesqueira predominante para a região, porém, a pesca artesanal também
possui o seu espaço, sendo responsável por aproximadamente 40% da produção (VASCONCELOS et. al.,
2007).
A pescaria artesanal de pequena escala vem sendo impactada principalmente pelas atividades portuárias
e industriais, pois os danos ambientais decorrentes dessas atividades têm seus impactos repercutidos no
cotidiano desses pescadores, que dependem da exploração dos recursos naturais. A pesca artesanal é
bastante característica para a região centro-sul do litoral centro do Estado de São Paulo. Para a região
centro-sul, a principal arte de pesca é a rede de emalhe, podendo ser de fundo, superfície e feiticeira.
Dentre as principais espécies capturadas podemos citar os robalos (Centropomus paralleus e C.
undecimalis), o bagre-branco (Genidens barbus), a pescada-foguete (Macrodon ancylodon), a corvina
(Micropogonias furnieri) e a tainha (Mugil liza). Já para os elasmobrânquios, temos como principais
espécies o galha-preta (Carcharhinus brevipinna e C. limbatus), o cação pintado (Rhizoprionodon
porosus), o tubarão martelo (Sphyrna lewini e S. zygaena) e o cação anjo (Squatina spp.) (NAMORA et.
al., 2009).
O turismo de mergulho e a pesca subaquática destacam-se nesse contexto, onde a Ictiofauna de costões
e ilhas costeiras têm especial relevância.
A atividade de pesca é considerada como uma ameaça direta à Ictiofauna como um todo na APAMLC,
sofrendo os impactos da limitada fiscalização ambiental, nas atividades pesqueiras de cunho industrial,
artesanal ou amadora.
Moura (2002), em um levantamento realizado nas Ilhas da ESEC Tupiniquins (Ilha de Peruíbe e I. da
Queimada Pequena) sobre a fauna íctica associada a substratos consolidados, aponta a pesca ilegal
como uma das principais ameaças associadas a estes ecossistemas. Para a APAMLC, podemos
extrapolar tais observações para as ilhas costeiras, como é o caso da AME da Laje da Conceição e a Ilha
da Queimada Grande. A ictiofauna presente nestes ambientes é, predominantemente, composta por
peixes recifais, ou seja, espécies que vivem associados aos costões rochosos que cercam essas ilhas,
ambientes nos quais está presente um número grande de espécies que se encontra categorizada em pelo
menos um nível de ameaça nas listas vermelhas de espécies ameaçadas (Estadual, Federal e
Internacional). Dentre essas espécies podemos citar Epinephelus itajara (mero), E. marginatus (garoupa-
verdadeira, E. morio (garoupa-são-tomé), Hyporthodus niveatus (cherne-pintado), Mycteroperca
acutirostris (badejo-de-areia), M. bonaci (badejo-quadrado), M. interstitialis (badejo-amarelo), M. venenosa
(badejo), Lutjanus cyanopterus (caranha), L. analis (cioba), Scarus trispinosus (budião), S. zaelindae
(peixe-papagaio), Sparisoma amplum (peixe-papagaio), S. axillare (peixe-papagaio), S. frondosum (peixe-
papagaio) entre outras.
Estado de conservação
O presente diagnóstico mostrou que a ictiofauna em toda a região da APAMLC é extremamente rica e
diversa, com o registro de pelo menos 304 espécies. Esta elevada riqueza e biodiversidade íctica está
associada fortemente à enorme variedade de nichos e ambientes que compõem fisicamente a APAMLC,
como já detalhado no diagnóstico do meio físico, com destaque para as ilhas costeiras, costões rochosos,
praias, estuários, manguezais e ambiente bentônico. Os tensores antrópicos citados como ameaça à
Ictiofauna atuam de forma cumulativa alterando o grau de integridade deste grupo.
Nas áreas mais afastadas da costa, como as AMEs e demais ilhas costeiras a condição geral é melhor,
apesar da pesca ilegal existente. As medidas de gestão adotadas na APAMLC bem como os regramentos
legais de restrição à pesca vigentes certamente têm contribuído para a manutenção da Ictiofauna em uma
condição de integridade ecológica. No entanto, para várias espécies a situação é de absoluta depleção e
perturbação.
Chama a atenção de que o indicador de saúde da comunidade íctica, associado à quantidade de espécies
predadoras piscívoras tem mostrado uma queda na sua qualidade.
Considerando a estreita dependência das espécies com os ambientes costeiros, as perturbações nas
praias, costões e especialmente nos manguezais da APAMLC resultam também na perda de integridade
da ictiofauna associada ou que dela dependem em uma fase da vida. De acordo com o Diagnóstico
Participativo, a área que compreende a AME Ponta da Armação, no Setor Guaíbe, foi considerada como
Área Prioritária para Restauração.
Uma das ações prioritárias para planos de manejo e conservação é a identificação e caracterização de
áreas de berçário. Motta (2006) identificou e caracterizou como área de berçário para algumas espécies
de tubarões (e.g. Rhizoprionodon lalandii, R. porosus, Sphyrna lewini, Carcharhinus brevipinna e C.
limbatus) a região do Setor Carijó. Tal área também é apontada no Diagnóstico Participativo como Área de
Relevância Ambiental por se tratar de uma importante região de berçário de tubarões. Essa região
compreende toda a extensão litorânea de Itanhaém indo até o limite da APAMLC na isóbata dos 30
metros.
Outra área que merece especial atenção é o Canal de Bertioga, pois no sistema estuarino da região, é o
que apresenta características ambientais mais preservadas. Mesmo se mostrando preservado, o Canal de
Bertioga se encontra em constante pressão e ameaça. Atualmente, a especulação imobiliária tem exercido
forte pressão sobre esta região, a presença de marinas no interior do canal também representa uma fonte
poluidora em potencial.
Cenários futuros
Uma das características que mais se destacam na APAMLC é a área de berçário de algumas espécies de
tubarões comprovadas pelo estudo de Motta (2006). Como mencionado no item “Contribuição para
planejamento das UCs”, medidas que visem à proibição e/ou limitação do uso de alguns petrechos de
pesca (e.g. pesca de emalhe) durante os meses de primavera e verão podem contribuir significativamente
com o recrutamento de novos indivíduos para a população dessas espécies. Ao contrário, a contínua
captura de indivíduos neonatos e juvenis pode impactar significativamente na manutenção da população
dessas espécies, trazendo impactos de difícil reversão.
Outros locais que merecem especial atenção são as ilhas costeiras, principalmente aquelas que não
possuem nenhum tipo de restrição de pesca. Por serem locais que abrigam espécies de grande
importância ecológica e alvo de pesca (e.g. garoupas e badejos), sem normas de restrição de pesca para
essas espécies a diminuição da população poderá causar a ocorrência cada vez mais rara de indivíduos
Indicadores de monitoramento
2.3.2.1.2. Avifauna
As aves marinhas e costeiras, como usado informalmente, são compostas por uma gama de espécies que
utilizam esses ecossistemas para diversas fases dos seus ciclos de vida. A maior parte frequenta esses
habitats para alimentação, reprodução ou ambos, algumas visitam os ambientes costeiros e estuarinos por
curtos períodos, ou apenas de modo oportuno, outras espécies dependem exclusivamente do mar para
todos os aspectos de sua história natural. Taxonomicamente, estão distribuídas em diferentes ordens da
classe Aves, cujos membros convergiram evolutivamente para explorar os mesmos nichos ecológicos.
As ordens mais representativas agrupam as aves oceânicas como os pinguins (Sphenisciformes), os
albatrozes e petréis (Procellariiformes) e os atobás (Suliformes). Os trinta-réis, gaivotas e maçaricos
(Charadriiformes) predominam ao longo das faixas costeiras e zonas estuarinas e por isso são conhecidas
como aves costeiras e limícolas. Algumas famílias de aves Pelicaniiformes (Ardeidae: garças, socós e
Phalacrocoracidae: biguás) são menos dependentes dos oceanos, tendo a maior parte de sua população
em outros habitats, sendo consideradas como aves aquáticas. Rapinantes (Accipitriformes) também são
frequentemente observados nas faixas costeiras, mas estes casos são considerados usos oportunísticos,
com raras exceções.
Figura 34 – Por possuírem características únicas, os guarás Eudocimus ruber foram por muitos
anos o eixo da história ornitológica da região. Fonte: Carlos Adilson Silva
Muitos pesquisadores e colaboradores se aplicaram ao estudo dos sistemas estuarinos, ilhas costeiras e
do oceano gerando considerável volume de publicações. Expedições realizadas entre 1997 e 2003 pela
Fundação Florestal e colaboradores coordenados por Fausto Pires de Campos (CAMPOS et. al., 2004)
permitiram o monitoramento e identificação de colônias reprodutivas de aves insulares marinhas,
residentes e migratórias, do litoral do Estado de São Paulo. Dentre as formações insulares estudadas
nove ilhas servem de local para colônias de nidificação dentro da área de gestão da APAMLC.
Atualmente, pesquisadores, guias e observadores de aves ainda visitam a região registrando e
monitorando a avifauna e contribuindo para o conhecimento da riqueza de espécies, seus aspectos
biológicos e sua conservação.
Características Ecológicas
Foram encontradas 48 referências para composição da lista de avifauna da região da APAMLC, que
reuniu 140 espécies de aves aquáticas, limícolas, costeiras, oceânicas e terrestres (ameaçadas e/ou
endêmicas e dependentes de ambientes de influência marinha).
Quadro 9 – Lista de espécies e status de conservação das aves reportadas para a APAMLC.
Nome em
Status de Conservação
Comum
Nome do Táxon
São Livro
IUCN CITES MMA Migrante
Paulo Vermelho
(2014) (2014) (2014) Residente
(2014) SP (2009)
ANSERIFORMES
Anatidae
marreca-
Dendrocygna bicolor R
caneleira
Dendrocygna
irerê R
viduata
Dendrocygna marreca-
R
autumnalis cabocla
cisne-de-
Cygnus
pescoço- R
melancoryphus
preto
Amazonetta
ananaí R
brasiliensis
marreca-
Anas bahamensis R
toicinho
marreca-
Anas versicolor R
cricri
marreca-de-
Anas discors VA (N)
asa-azul
Netta
paturi-preta R
erythrophthalm
marreca-
Nomonyx dominicus Qa R
caucau
PODICIPEDIFOR-
MES
Podicipedidae
Tachybaptus mergulhão-
R
dominicus pequeno
Podilymbus mergulhão-
R
podiceps caçador
mergulhão-
Podicephorus major R
grande
PHOENICOPTE-
RIFORMES
Phoenicopteridae
Phoenicopterus flamingo-
NT II VS
chilensis chileno
SPHENISCIFOR-
MES
Spheniscidae
Spheniscus
pinguim NT VS
magellanicus
PROCELLARIIFOR-
MES
Diomedeidae
albatroz-de-
Thalassarche
nariz- EM EN Am VU VS
chlororhynchos
amarelo
Thalassarche albatroz-de-
NT Am VU VS
melanophris sobrancelha
Thalassarche albatroz-de-
EM VA (S)
chrysostoma cabeça-cinza
albatroz-
Diomedea exulans VU CR Am VU VS
errante
Procellariidae
Macronectes
petrel-grande VS
giganteus
Fulmarus pardelão-
VS
glacialoides prateado
pomba-do-
Daption capense VS
cabo
faigão-de-
Pachyptila belcheri VS
bico-fino
Procellaria
pardela-preta VU VU Am VU VS
aequinoctialis
cagarra-
Calonectris borealis VN
grande
pardela-
Puffinus griseus NT VS
escura
pardela-de-
Puffinus gravis VS
barrete
pardela-
Puffinus puffinus VN
sombria
Hydrobatidae
Oceanites alma-de-
VS
oceanicus mestre
CICONIIFORMES
Ciconiidae
SULIFORMES
Fregatidae
Sulidae
Phalacrocoracidae
Nannopterum
biguá R
brasilianus
Anhingidae
PELICANIFORMES
Ardeidae
Cochlearius
arapapá Am R
cochlearius
socoí-
Ixobrychus exilis R
vermelho
Ixobrychus socoí-
R
involucris amarelo
Nycticorax socó-
R
nycticorax dorminhoco
savacu-de-
Nyctanassa violacea Am VU R
coroa
garça-
Bubulcus ibis R
vaqueira
garça-
Egretta thula branca- R
pequena
Threskiornithidae
Mesembrinibis
coró-coró R
cayennensis
Theristicus
curicaca-real R
caerulescens
ACCIPITRIFORMES
Pandionidae
águia-
Pandion haliaetus* VN
pescadora
GRUIFORMES
Aramidae
Rallidae
saracura-
Rallus longirostris Am R
matraca
saracura-do-
Aramides mangle Am R
mangue
saracura-
Aramides cajaneus R
três-potes
saracura-do-
Aramides saracura R
mato
Amaurolimnas
saracura-lisa R
concolor
sanã-
Laterallus viridis R
castanha
Laterallus
sanã-parda R
melanophaius
sanã-do-
Laterallus exilis R
capim
Laterallus sanã-
R
leucopyrrhus vermelha
sanã-
Porzana flaviventer R
amarela
Mustelirallus
sanã-carijó R
albicollis
saracura-
Pardirallus nigricans R
sanã
galinha-
Gallinula galeata R
d'água
Porphyriops galinha-
VU R
melanops d'água-carijó
frango-
Porphyrio martinicus R
d'água-azul
carqueja-de-
Fulica armillata bico- R
manchado
CHARADRIIFOR-
MES
Charadriidae
batuiruçu-de-
Pluvialis squatarola Qa VN
axila-preta
Charadrius batuíra-de-
VN
semipalmatus bando
batuíra-de-
Charadrius collaris R
coleira
Charadrius batuíra-de-
VS
modestus peito-tijolo
Haematopodidae
Haematopus
piru-piru Am VU R
palliatus
Recurvirostridae
pernilongo-
Himantopus
de-costas- R
melanurus
brancas
Scolopacidae
Gallinago
narceja R
paraguaiae
maçarico-de-
Limosa haemastica VN
bico-virado
Numenius maçarico-de-
VN
hudsonicus bico-torto
maçarico-
Numenius phaeopus VA (N)
galego
Bartramia maçarico-do-
Qa VN
longicauda campo
maçarico-
Actitis macularius VN
pintado
maçarico-
Tringa solitária VN
solitário
maçarico-
grande-de-
Tringa melanoleuca VN
perna-
amarela
maçarico-de-
Tringa flavipes perna- VN
amarela
maçarico-de-
Calidris canutus papo- VN
vermelho
maçarico-
Calidris alba VN
branco
maçarico-
Calidris pusilla NT EN VN
rasteirinho
maçarico-de-
Calidris fuscicollis VN
sobre-branco
maçarico-de-
Calidris melanotos VN
colete
maçarico-
Calidris himantopus VN
pernilongo
maçarico-
Calidris subruficollis NT Qa VN
acanelado
Jacanidae
Stercorariidae
mandrião-
Stercorarius skua VN
grande
Stercorarius mandrião-
VS
chilensis chileno
Stercorarius mandrião-do-
VS
maccormicki sul
Stercorarius mandrião-
VS
antarcticus antártico
Stercorarius mandrião-
VN
pomarinus pomarino
Stercorarius mandrião-
VN
parasiticus parasítico
mandrião-de-
Stercorarius
cauda- VN
longicaudus
comprida
Laridae
Chroicocephalus gaivota-
R
maculipennis maria-velha
Chroicocephalus gaivota-de-
R
cirrocephalus cabeça-cinza
Leucophaeus gaivota-de-
VA (N)
pipixcan franklin
Sternidae
trinta-réis-
Anous stolidus R
escuro
Sternula trinta-réis-
Am VU R
superciliaris pequeno
trinta-réis-
Phaetusa simplex Am VU R
grande
trinta-réis-de-
Gelochelidon nilotica R
bico-preto
trinta-réis-
Sterna hirundo VN
boreal
trinta-réis-
Sterna paradisaea VN
ártico
trinta-réis-de-
Sterna hirundinacea bico- VU Qa R
vermelho
trinta-réis-de-
Sterna trudeaui R
coroa-branca
Thalasseus trinta-réis-de-
Am VU R
acuflavidus bando
Thalasseus trinta-réis-
EN Am VU R
maximus real
Rynchopidae
CORACIFORMES
Alcedinidae
martim-
Megaceryle torquata pescador- R
grande
martim-
Chloroceryle
pescador- R
amazona
verde
martim-
Chloroceryle aenea pescador- Qa R
miúdo
Chloroceryle martim- R
americana pescador-
pequeno
martim-
Chloroceryle inda pescador-da- Qa R
mata
PSITTACIFORMES
Psittacidae
Amazona papagaio-de-
VU II Am EN R, E
brasiliensis*** cara-roxa
PASSERIFORMES
Rhynchocyclidae
Phylloscartes maria-da-
VU Am VU R, E
kronei*** restinga
Thraupidae
Conirostrum figurinha-do-
NT Am R
bicolor** mangue
* espécie terrestre que se alimenta apenas em ambientes aquáticos.
**espécie terrestre de hábitos especializados em manguezais.
***espécie terrestre de hábitos especializados em restingas.
Fonte: BIRDLIFE INTERNATIONAL, 2004; BIRDLIFE INTERNATIONAL, 2006; BOKERMANN & GUIX,
1987; BUGONI et. al., 2003; CAMPOS et. al., 2004; CAMPOS et. al., 2016; CESTARI, 2008;
CESTARI, 2008; CESTARI, 2009; CESTARI, 2013; DEMÉTRIO & SANFILIPPO, 2012; DIAS et. al.,
2012; EBIRD, 2012; EFE et. al., 2000; ESTAÇÃO ECOLÓGICA TUPINIQUINS, 2016; GIRÃO et. al.,
2006; GUSSONI, 2016; ICMBIO, 2008; ICMBIO, 2013; KLEIN et. al., 2012; MAPEMLS, 2016; MAREN-
BR, 2013; MARTUSCELLI et. al., 1995; MARTUSCELLI et. al., 1997; MONTANHINI, 2010; NEVES,
1994; NEVES, 1999; OLMOS & SILVA E SILVA, 2001; 2003; OLMOS et. al., 1995; OLMOS et. al.,
2013; OLMOS, 1989; OLMOS, 2016; PETROBRAS, 2012; PETROBRAS, 2014; PMAve-BS, 2016; PMP-
BS, 2016; SANTOS & OLMOS, 2016; SANTOS, 2016a; SANTOS, 2016b; SILVA E SILVA & CAMPOS,
2006; SILVA E SILVA & CAMPOS, 2016; SILVA E SILVA & OLMOS, 2007; TÁXEUS, 2016; WALM
ENGENHARIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL LTDA, 2012; WIKIAVES, 2008; ZIMBACK, 2015; ZINO et.
al., 2011.
Dentre as 140 espécies com ocorrência documentada para a área de gestão da APAMLC, 67
corresponderam a aves aquáticas, que habitam ambientes estuarinos, mas que também apresentam
outras populações em outros ecossistemas; 14 são comumente encontradas em ambientes costeiros; 27
consideradas espécies oceânicas, 28 limícolas e quatro terrestres com hábitos especializados em
manguezais e restingas. Oitenta e oito espécies são consideradas residentes no país e 52 são migratórias,
sendo 32 típicos do Hemisfério Norte e 20 do Hemisfério Sul.
Dada a multiplicidade de espécies de aves presentes na APAMLC foram selecionadas espécies-alvo e
chave em seus respectivos ambientes. Ao longo deste diagnóstico tais espécies foram avaliadas quanto à
sua importância ecológica e socioeconômica, às ameaças e fragilidades a que estão sujeitas, ao estado
de conservação das áreas relevantes para as fases dos ciclos de vida, às áreas críticas em termos de
impacto e degradação, considerando cenários futuros, se não forem aplicados esforços de conservação, e
Características Socioeconômicas
Durante o período de 24/08/2016 à 23/082017, um total de 146 aves foram resgatadas e atendidas pelo
Programa de Monitoramento de Praias da Petrobras, condicionante do licenciamento do pré-sal, nas
praias da Baixada Santista. As espécies com maior número de atendimentos foram Sula leucogaster
(32,9%), seguida por P. puffinus (24,7%), Larus dominicanus (16,4%) e Fregata magnificens (8,2%).
Ressalta-se que das aves que entraram para reabilitação, 109 vieram a óbito durante do tratamento cujos
resultados das necropsias apontaram para: 22,94% trauma, 7,34% problemas respiratórios (fúngicos) e
6,42% parasitismos.
Segundo o mesmo relatório Em relação ao hábito das aves recolhidas para reabilitação, aproximadamente
36% são costeiros, 36% oceânicas e 29% oceânico/costeiro. No tocante a variação espacial de
ocorrência, a cidade de Peruíbe apresentou 25% dos casos, seguida pelas cidades de Guarujá (21%),
Bertioga (19%) e Mongaguá (19%). A sazonalidade de atendimento das aves ocorreu 44% na primavera e
33% no verão.
Perturbação em ninhais
Como anteriormente destacado, a APAMLC contempla diversas áreas de nidificação de aves marinhas.
Foram encontradas sete ilhas com colônias de nidificação no setor Carijó, duas abrigando ninhais de
Thalasseus maximus, espécie ameaçada (Ilhote das Gaivotas e Laje da Conceição). No setor Itaguaçu
ocorre formação de colônias apenas na Laje de Santos, embora Rochedos (Calhaus), situada 2 km
adiante na direção sudeste, apresente potencial para concentração e reprodução de aves marinhas. A
Laje de Santos é a formação insular mais importante de todo o litoral de São Paulo, pois exceto pelos
tesourões Fregata magnificens, todas as outras espécies de aves marinhas que se reproduzem na região
das APAMs formam colônias ali. Entre as quinze formas insulares contidas no setor Guaíbe, apenas na
Ilha Careca foi registrada a nidificação de gaivotões Larus dominicanus. Além das seis espécies chave
selecionadas, outras espécies aquáticas e florestais também se utilizam das formações insulares da
APAMLC como locais de alimentação, dormitório e reprodução.
O distúrbio das colônias reprodutivas por pescadores e marinheiros tem sido reportado na literatura.
Vândalos ainda pilham ovos em outras ilhas e pescadores esportivos simplesmente matam atobás Sula
leucogaster com pauladas na cabeça para recuperar iscas artificiais engolidas (OLMOS et. al., 1995;
CAMPOS et. al., 2004).
Certamente ovos e filhotes de atobás Sula leucogaster e gaivotões Larus dominicanus foram queimados
durante os incêndios provocados por marinheiros na Ilha Queimada Grande, para afastar a tão temida
jararaca-ilhoa Bothrops insularis (Montanhini, 2010). Durante a manutenção dos faróis também ocorrem
perturbações das colônias e o lixo resultante da manutenção nem sempre é recolhido (Figura 38)
conforme apontam os relatórios de monitoramentos (CAMPOS et. al., 2004; MAPEMLS, 2016). Na Laje de
Santos e da Conceição, por exemplo, as colônias são perturbadas pela aproximação inapropriada de
barcos de pesca (com pess. Leo Francini) e pela ação de turistas mais intrépidos que desembarcam para
tomada de fotos ou até acampar.
Partículas plásticas são em geral resistentes à abrasão e uma vez nos oceanos continuam a flutuar por
anos tornando-se um contaminante ambiental, com o potencial de afetar não apenas as aves marinhas.
Partes plásticas ingeridas podem ferir ou bloquear o aparato digestivo. Por absorver substâncias
contaminantes podem funcionar como um veículo de contaminação química. Os próprios componentes
dos plásticos (corantes, impermeabilizantes, antioxidantes) também podem agir como contaminantes,
além de muitos organoclorados que se associam às superfícies plásticas (FURNESS, 1985).
O monitoramento da colônia de nidificação realizado no Parque Estadual Marinho da Laje de Santos
apontou problemas encontrados pela poluição por partículas plásticas junto às aves na colônia. A geração
de resíduos pelo turismo de massa nas praias da APAMLC parece estar diretamente ligada à presença de
partes plásticas nas colônias, uma vez que palitos de sorvete, copos descartáveis e lacres de latas de
bebidas são itens comuns nos ninhos na Laje de Santos (Figura 39). Como a ilha tem pouca vegetação,
os materiais para construção dos ninhos são escassos, e as aves recolhem materiais que flutuam sobre a
superfície do oceano. Há então o risco eminente da ingestão de partículas que possam ser confundidas
com alimentos. Quando enroscados no corpo das aves, podem causar restrições dos movimentos, injúrias
e o óbito do indivíduo (MAPEMLS, 2016).
Não foram encontrados estudos envolvendo os problemas com a ingestão de partículas plásticas
especificamente na área de gestão da APAMLC. Todavia, estudos conduzidos em Ilha Comprida
(BARBIERI, 2009) identificaram problemas envolvendo a ingestão de lixo que certamente estão presentes
na área da APAMLC e em todo o litoral do Sudeste. Os mesmos são brevemente citados a seguir como
base para sustentar a definição da presente ameaça à avifauna da APAMLC.
O estudo realizado através do Instituto de Pesca em Cananéia (BARBIERI, 2009) avaliou o conteúdo de
moelas e proventrículos de dez espécies de aves oceânicas Procellariformes encontradas mortas em
praias de Ilha Comprida, entre janeiro de 2000 e dezembro de 2002. O autor reporta que dentre as 110
aves examinadas, cerca de 65% haviam ingerido partículas plásticas entre 0,5 e 98 mm, de cores
preferencialmente escuras (marrom, bege escuro e cinza). Em todas as dez espécies foram encontradas
partículas plásticas, em proporções variadas, e em seis delas houve maior frequência: petrel-grande
Macronectes giganteus, albatroz-de-sobrancelha Thalassarche melanophris, pardela-sombria Puffinus
puffinus, pardela-de-barrete Puffinus gravis, pomba-do-cabo Daption capense, pardela-escura
Puffinus griseus.Exceto por quatro indivíduos analisados, a quantidade de partículas encontradas seria
insuficiente para bloquear o sistema digestório, levando-os a óbito. E em pardela-sombria Puffinus puffinus
e albatroz-de-sobrancelha Thalassarche melanophris as quantidades encontradas seriam suficientes para
reduzir a capacidade de armazenamento na moela e afetar a assimilação dos nutrientes da dieta.
Segundo o relatório do Programa de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos, 2017-2018, um total de
32% das necropsias de aves evidenciaram interação antrópicas, mesmo se considerando apenas aquelas
com evidências fortes, e em sua maioria as mesmas estavam ligadas a interação com resíduos (lixo)
(25%).
De acordo com Birdlife International (2004), a principal ameaça e causa de declínio populacional de
albatrozes e petréis têm sido interações negativas com a pesca. No Sudeste do Brasil, além da pesca
artesanal, outros métodos são usados por empresas domésticas e internacionais para capturar grandes
quantidades de peixes. As técnicas industriais mais comumente usadas são: redes de arrasto, redes de
malha e pesca com espinhéis pelágicos e de fundo (BUGONI et. al., 2008).
Os métodos de pesca com espinhéis (linhas compridas com milhares de anzóis iscados) têm maior grau
de impacto em aves marinhas. Estas são atraídas tanto pelas iscas quanto pela aglomeração de peixes
capturados vivos. Ao tentar capturar a presa, a ave se prende ao anzol e acaba afogando-se.
Dados do Projeto Albatroz apontam as principais espécies capturadas acidentalmente no Sul e Sudeste do
país: o albatroz-de-sobrancelha Thalassarche melanophris, o albatroz-de-nariz-amarelo Thalassarche
chlororhynchos, a pardela-preta Procellaria aequinoctialis e a pardela-de-óculos Procellaria conspicillata
(NEVES, 2006; NEVES et. al., 2007). Com exceção da última espécie mencionada, todas as outras foram
registradas na área APAMLC.
Análises de estudos conduzidos nas últimas décadas, com dados coletados por pesquisadores a bordo de
barcos de pesca e reportados por pescadores, tem gerado estimativas de taxas de captura que variam
entre: 1.35 aves/1.000 anzóis (VASKE-JR, 1991) e 0.12 aves/1.000 anzóis (NEVES & OLMOS, 1997); 0-
0.542 aves/1000 anzóis (BUGONI et. al., 2008). Bugoni et. al., (2008) reportaram que o albatroz-de-
sobrancelha Thalassarche melanophris e a pardela-preta Procellaria aequinoctialis representaram,
respectivamente, 55 e 26% das capturas entre 2001-2007. A pardela-preta Procellaria aequinoctialis é
classificada como espécie vulnerável e o albatroz-de-sobrancelha Thalassarche melanophris, como quase
ameaçado (IUCN, 2014). Ambas são ameaçadas no Estado de São Paulo e vulneráveis segundo o Livro
Vermelho (BRESSAN et. al., 2009).
83 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
Estima-se que cerca de 300.000 aves marinhas sejam mortas anualmente por espinhéis em todo o
mundo, e cerca de 30% das mortes sejam albatrozes. Os grandes albatrozes têm longos ciclos de vida,
reproduzindo-se após os dez anos de idade em áreas de nidificação concentradas em poucos locais
(BIRDLIFE INTERNATIONAL, 2006). As espécies que começam a reproduzir tarde enfrentam altas taxas
de mortalidade de adultos. Adicionalmente, como o tempo geracional é maior os impactos causados por
acidentes com pesca ou efeitos climáticos podem levar anos para serem percebidos.
O Programa de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos que atua na zona costeira entre Ubatuba-SP
e Laguna-SC, necropsiou 911 aves entre agosto de 2015 e fevereiro de 2016. Destas, 82 apresentaram
sinais de interação com pesca e outras 71 apresentaram interações com resíduos de pesca (PMP-BS,
2016). O baixo percentual em relação ao total de aves mortas por interações com pesca ou resíduos pode
estar subestimado uma vez que os sinais podem ser apenas internos ou terem desaparecido
externamente.
Segundo o relatório do Programa de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos, 2017-2018, um total de
32% das necropsias de aves evidenciou interação antrópicas, mesmo se considerando apenas aquelas
com evidências fortes, 28% apresentaram interação com pesca.
Com a intensificação das atividades petrolíferas iniciadas na década 30, e a necessidade de importar e
exportar o produto, a costa sudeste do Brasil passou a assistir à movimentação de navios petroleiros,
sobretudo nas proximidades dos portos de Santos e São Sebastião (BOERSMA et. al., 2011). Entretanto,
essa região está inserida em rotas migratórias de aves marinhas (BARBIERI & PAES, 2008). Esta
situação é agravada pela crescente implantação das plataformas de petróleo no campo Pré-Sal na Bacia
de Santos. Cenários acidentais envolvendo vazamentos de óleo nestas unidades, diante das dimensões
dos empreendimentos e produtos transportados, têm potencial de causar severos impactos sobre a
avifauna marinha na APAMLC.
A contaminação de aves por produtos derivados do petróleo tem efeitos colaterais negativos. Podem
reduzir a capacidade de flutuação e termorregulação, obstruir vias respiratórias e sensoriais, suprimir o
sistema imunológico, impedir o forrageio e causar afogamento (BOERSMA et. al., 2011; GEEVERGHESE,
2013; MÄDER et. al., 2010; MÄDER, 2011).
Os modos de vida de algumas espécies as deixam mais propensas à contaminação por petróleos do que
outras. Em suas pesquisas, Geeverghese (2013) notou que os pinguins (Sphenisciformes) são
particularmente muito vulneráveis a este tipo de contaminação, pois não voam, mergulham
profundamente, necessitam emergir para respirar e são incapazes de detectar petróleo na água.
O pinguim-de-magalhães não é a única espécie consideravelmente afetada por derramamentos de
petróleo. Entre as outras espécies destacadas na literatura científica estão pardelão-prateado Fulmarus
glacialoides, pardela-sombria Puffinus puffinus, atobá Sula leucogaster, maçarico-branco Calidris alba,
entre outras (KRUL & MORAES, 1998; VOOREN & FERNANDES, 1989). Todas estas espécies são
registradas na área de gestão da APAMLC.
Em junho de 2013, um pinguim foi encontrado na Praia da Baleia, em São Sebastião com manchas de
petróleo que cobriam 25% das penas e estavam espalhadas pelo peito, pescoço e cabeça (AQUÁRIO DE
UBATUBA, 2013). Todos os anos esses animais deslocam-se pela Corrente das Malvinas, também
chamada de Corrente das Falklands em busca de alimento. Esta corrente ascende a partir da costa da
Patagônia Argentina, Ilhas Malvinas para Uruguai e Brasil. Alguns animais marinhos se perdem na
convergência subtropical com a Corrente do Brasil e aparecem em praias do Sul e Sudeste.
O Programa de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos atendeu 5.567 aves entre agosto de 2015 e
fevereiro de 2016. Apenas três indivíduos apresentaram sinais de intoxicação por óleo. As análises dos
compostos oleosos encontrados nas aves (fingerprint) demonstrou que estes não tinham origem na Bacia
de Campos (PMP-BS, 2016), ressaltando o panorama da contaminação crônica dos oceanos.
Estado de Conservação
Apesar das pressões antrópicas diversas detectadas sobre a avifauna na APAMLC, observa-se que a área
sustenta uma grande variedade e riqueza de espécies, tanto residentes como migratórias. Essa variedade
está vinculada à diversidade de ambientes associados à Serra do Mar como floresta ombrófila, restingas e
manguezais, além dos costões rochosos e ilhas costeiras. Considerando que essa biodiversidade está
sendo mantida, apesar das ameaças, observa-se de modo geral que a avifauna encontra-se em bom
Ilhas Costeiras
As formas insulares: Laje da Conceição (AME) (Figura 40), Laje de Santos e Ilhote das Gaivotas (um
rochedo próximo à Ilha Queimada Pequena) constituem três entre seis únicos locais de reprodução do
trinta-réis-real Thalasseus maximus conhecidos no Brasil. A espécie também se alimenta e repousa em
ambientes que têm sido reduzidos e ocupados, como os manguezais de Santos-Cubatão e as praias de
Taniguá e Piaçaguera em Peruíbe/Itanhaém, Paranapuã em São Vicente e Itaguaré, em Bertioga.
Pressões como estas sobre o trinta-réis-real Thalasseus maximus implicaram na inclusão nas listas de
espécies ameaçadas de extinção em nível federal e estadual. Também sofrem distúrbios nos sítios
reprodutivos pela ação de turistas e pescadores (Figura 40). Ao espantarem os pares reprodutivos dos
ninhos, ovos e filhotes ficam sujeitos à predação por gaivotões Larus dominicanus. Como formam colônias
mistas com trinta-réis-de-bando Thalasseus acuflavidus e trinta-réis-de-bico-vermelho Sterna
hirundinacea, as três espécies estão expostas aos mesmos riscos.
Uma solução apontada para este problema é tornar a Laje da Conceição uma unidade de proteção mais
restritiva, com pelo menos uma milha marítima de raio de exclusão. Tais questões foram apontadas pelos
segmentos consultados durante as oficinas para a produção do Diagnóstico Participativo da APAMLC
(FUNDAÇÃO FLORESTAL, 2014) e em artigos científicos (EFE, 2000; BRANCO, 2004; CAMPOS et. al.
2004; CAMPOS et. al., 2007; BRESSAN et. al., 2009).
Manguezais
.
Figura 41 – Agregações de aves aquáticas residentes e migratórias. Marreca-toucinho Anas
bahamensis e pernilongo-de-costas-negras Himantopus mexicanus. Fonte: Patrick Pina®.
Embora este seja um ecossistema que recebe espécies vindas de todos os outros, incluindo o ambiente
marinho, alguns elementos da fauna não ocorrem em nenhum outro local senão no mangue, como o guará
Eudocimus ruber, o figurinha-do-mangue Conirostrum bicolor bicolor e o gavião-caranguejeiro Buteogallus
aequinoctialis. Apenas esta última espécie não possui registros confirmados para a área da APAMLC. O
guará Eudocimus ruber figurou por décadas como a espécie icônica da região atraindo a atenção mundial
e abrindo um grande leque de discussões sobre poluição e conservação da região estuarina dos
manguezais de Santos-Cubatão (OLMOS & SILVA E SILVA, 2003). O figurinha-do-mangue Conirostrum
bicolor bicolor é uma espécie endêmica tão ligada ao mangue, e este ao mar, que constitui a tradicional
exceção passeriforme entre as listas de aves costeiras, limícolas e oceânicas (e.g. VOOREN &
BRUSQUE, 1999).
Devido à pressão de ocupação dos manguezais estas espécies estão classificadas como ameaçadas no
Estado de São Paulo (SÃO PAULO, 2014) e internacionalmente (IUCN, 2014).
Praias arenosas
Grandes variações no clima do Planeta afetam principalmente o sucesso reprodutivo das aves marinhas e
aquáticas. De forma direta, a irregularidade das tempestades desfavorece a nidificação, sobretudo de
espécies migratórias (QUILLFELDT & MASELLO, 2013). Muitas aves marinhas alimentam-se de uma
variedade bastante estreita de níveis tróficos, principalmente consumindo zooplâncton maiores, pequenos
peixes pelágicos e lulas. Grande parte das presas de aves marinhas está fortemente associada às cadeias
tróficas com base no fitoplâncton, que são influenciadas pelo clima (BEHRENFELD et. al., 2006). A
manutenção dos suprimentos de alimentos nas áreas de forrageamento, durante o período reprodutivo,
são decisivos na criação dos filhotes. Campos et. al., (2004) reportaram que intensas ressacas causaram
o impedimento da formação de colônias reprodutivas de aves marinhas, bem como mortandades e
abandono dos locais nos anos de 2001 e 2002 no litoral paulista.
Trinta-réis não conseguiram estabelecer a colônia reprodutiva, em maio de 2001, na Ilha da Prainha,
situada no Canal de São Sebastião. No ano seguinte apenas alguns trinta-réis-de-bico-vermelho Sterna
hirundinacea retornaram ao local. Em julho do ano seguinte ressacas e frio intenso provocaram a
mortalidade de trinta-réis-de-bico-vermelho Sterna hirundinacea e trinta-réis-de-bando Thalasseus
acutiflavidus na Laje de Santos. Após o evento, esta última espécie abandonou o local não retornando
naquela temporada reprodutiva.
Para algumas espécies de aves migratórias que utilizam poucas áreas para nidificação e produzem
poucos ovos por evento, a perda da nidificação em uma colônia pode ter um efeito bastante intenso na
população das espécies ameaçadas (QUILLFELDT & MASELLO, 2013).
Espécies cujas migrações são diretamente relacionadas com o ciclo e disponibilidade de presas
específicas, como o pinguim-de-magalhães Spheniscus magellanicus (que segue a desova de anchoíta
Engraulis anchoita) podem ser afetados similarmente. Notou-se que o verão de 2008 foi
excepcionalmente frio e os pinguins se deslocaram para muito ao Norte do que costumavam ir (próximo à
linha do Equador).
Garcia-Borboroglu et. al., (2006) postularam que este fenômeno ocorreu devido à escassez de presas,
pressionando a espécie a migrar para áreas mais distantes em busca de alimento. Entretanto, o estresse
do enorme esforço empreendido causou sensível debilidade e óbitos no contingente migrante. Esse efeito
pode ser mais determinante para espécies que migram para a nidificação e contam com a coincidência
dos picos de disponibilidade de suas presas (QUILLFELDT & MASELLO, 2013). Este mesmo fenômeno
implica diretamente no aumento do número de encontros de pinguins nas praias das APAMLC e outras
áreas do litoral paulista.
2.3.2.1.3. Herpetofauna
87 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
Quelônios aquáticos (Tartarugas Marinhas)
As tartarugas marinhas são répteis distribuídos por todos os oceanos, existentes ao longo da costa
brasileira principalmente em áreas eleitas para alimentação e desova. Em águas tropicais e temperadas,
quelônios possuem vida longa, crescimento lento e apresentam um complexo ciclo de vida, envolvendo
migrações transoceânicas entre vários habitats que distam milhares de quilômetros entre si (PLOTKIN et
al., 1996). Suas populações têm sofrido reduções drásticas nas últimas décadas devido à ação
antropogênica, que inclui sua predação direta para o consumo de carne, ovos e carapaça, utilizada na
fabricação de diversos artefatos (CAMPBELL, 2003). Do mesmo modo, ameaças indiretas agravam a
situação destes animais, como a perda de habitats costeiro e marinho causada pela poluição e a
degradação ambiental (DERRAIK, 2002). A ocupação das regiões costeiras compromete essas espécies
em decorrência do aumento crescente da atividade pesqueira, que, juntamente com a poluição ambiental
referida acima, representa atualmente a maior ameaça às tartarugas marinhas em todo o globo terrestre
(HAMANN et al., 2010).
Existem registros de ocorrência das cinco espécies de tartarugas marinhas no litoral do Estado de São
Paulo, todos relacionados a áreas de alimentação, descanso, desenvolvimento e corredor migratório
(BONDIOLI, 2009; FERNANDES, 2015; GALLO et al., 2006), visto que não existem áreas de desova
localizadas na costa paulista. Pertencem à ordem Testudines e subordem Cryptodira, subdivididas em
duas famílias: Dermochelyidae (Dermochelys coriacea (tartaruga-de-couro)) e Cheloniidae (Chelonia
mydas (tartaruga-verde), Caretta caretta (tartaruga-cabeçuda), Eretmochelys imbricata (tartaruga-de-
pente), Lepidochelys olivacea (tartaruga-oliva).
Todas essas espécies estão classificadas como ameaçadas (categorias "Vulnerável", "Em Perigo de
Extinção" ou "Criticamente em Perigo de Extinção") na Lista Vermelha da União Internacional para a
Conservação da Natureza (IUCN, 2016).
Características ecológicas
As tartarugas marinhas desempenham papel fundamental na cadeia alimentar, atuando como presas,
consumidoras e competidores de outras espécies, em diferentes etapas do seu ciclo de vida (MUSICK &
LIMPUS, 1997). Além disso, são importantes hospedeiras de parasitas e patógenos, substrato para
epibiontes e como modificadoras da paisagem (BJORNDAL & JACKSON, 2003).
Fundamentais para o equilíbrio do ecossistema marinho costeiro, por se alimentarem dos bancos de
algas, crustáceos, moluscos, peixes, esponjas, águas-vivas entre outros invertebrados marinhos, assim
contribuindo para a manutenção da saúde do ambiente (BJORNDAL, 1997), constitui-se de locais
adequados à reprodução e ao desenvolvimento de muitas espécies (BJORNDAL, 1997). São conhecidas
também como transportadoras de nutrientes (BOUCHARD & BJORNDAL, 2000), pois se alimentam em
determinadas áreas - costeiras ou pelágicas - e vão depositar seus ovos em praias localizadas a centenas
de milhas de distância, de modo a acrescentar boa quantidade de nutrientes para a vegetação do local,
uma vez que as cascas de ovos, os ovos que não eclodem e os filhotes - que por diversos motivos não
saem dos ninhos - representam conteúdo energético significativo para esta vegetação (BOUCHARD &
BJORNDAL, 2000). Cada espécie exibe características próprias de forrageamento, mas na ausência de
seu alimento preferencial, podem alimentar-se de ovos de peixes, animais mortos e de resíduos sólidos de
origem antrópica (TAMAR/IBAMA, 2005) .
Particularmente na APAMLC, tartarugas-verdes atuam como pastadoras, sendo, portanto,
significativamente responsáveis pela manutenção do equilíbrio, diversidade e crescimento do pasto
marinho, composto por espécies de algas e angiospermas, principal alimento deste quelônio e local
valioso para o desenvolvimento de diversas espécies (BECK et al., 2001). A tartaruga-de-pente também
apresenta um papel ecológico de destaque, visto que se utiliza de ambientes recifais (lajes e parcéis)
localizados na APAMLC, especialmente no setor Itaguaçu e no PEMLS, contribuindo para sua
manutenção e conservação.
Em termos de diversidade, a região que compreende a APAMLC é utilizada pelas cinco espécies de
tartarugas marinhas que ocorrem no litoral brasileiro, o que revela a importância de sua preservação para
a manutenção desses animais que estão sob ameaça de extinção. Com relação à riqueza e à abundância,
a APAM recebe a visita de um número significativo de indivíduos juvenis da espécie Chelonia mydas,
embora não existam na literatura estimativas de tais atributos ecológicos para áreas de alimentação.
Como dito, não foram encontrados estudos indicando a existência de sítios de reprodução de tartarugas
marinhas na costa paulista, havendo registros de ninhos em ocorrências isoladas da espécie C.caretta,
possivelmente associadas a distúrbios comportamentais individuais de determinadas fêmeas, que acabam
Reprodução
A maioria dos aspectos reprodutivos é similar entre as cinco espécies de tartarugas marinhas e as
descrições encontradas na literatura, com algumas modificações, se adequam à todas elas (MUSICK &
LIMPUS, 1997). Os filhotes de tartaruga marinha eclodem de seus ovos simultaneamente, apresentando
um comportamento denominado facilitação social (CARR & HIRTH, 1961), em que a atividade de
escavação do ninho ocorre em cadeia. A emergência do ninho geralmente se dá no final da tarde ou à
noite e é controlada pelo gradiente de temperatura da areia experimentado pelo filhote, ao cavar em
direção à superfície (MILLER et al., 2003). Quando o sol se põe, a temperatura da areia cai rapidamente e
os filhotes são estimulados a escavar. Assim, cada filhote estimula a escavação de seu vizinho ao iniciar
este movimento, facilitando o alcance da superfície, de modo que a maioria dos filhotes emerge na praia
ao mesmo tempo, diminuindo com isto, sua suscetibilidade a diversos predadores como caranguejos, aves
e mamíferos (FORMIA, 2002). Durante o percurso ninho-mar, características químicas e físicas da praia
natal são registradas por estes filhotes, fenômeno conhecido como imprinting e, acredita-se que, tais
sinais são responsáveis pelo seu retorno, anos mais tarde, como adultos em idade reprodutiva, para
acasalar e desovar (LOHMANN et al., 1997). Este senso de direção tão refinado, que permite o retorno de
uma tartaruga à mesma praia, cinquenta anos depois de seu nascimento, atribui-se também ao campo
magnético da terra, que exerce grande influência sobre outras espécies migradoras (LOHMANN et al.,
2001).
Ao encontrarem a água, os filhotes nadam freneticamente por até 24 horas a uma velocidade média de
1,57 km por hora, em direção perpendicular às ondas (LOHMANN et al., 1990), alcançando o habitat
oceânico.
Durante a fase de vida oceânica, conhecida como ano perdido (CARR et al., 1978), os filhotes
permanecem boiando passivamente nos maiores sistemas de correntes (giros oceânicos), que servem
como áreas de desenvolvimento em mar aberto e que possuem uma baixa densidade e diversidade de
predadores. Sabe-se muito pouco a respeito dos hábitos alimentares, comportamento e desenvolvimento
destes animais durante esta etapa do ciclo de vida (BOLTEN & BALAZS, 1995; BOWEN et al., 1995;
BOLTEN et al., 1998; LAHANAS et al., 1998). Após este período, são recrutados para áreas neríticas de
desenvolvimento, como juvenis. Nesta fase, dependendo do hábito alimentar, podem ocupar regiões
próximas à costa (C. mydas e E. imbricata) ou mais profundas (C. caretta, L. olivacea e D. coriacea).
Essas regiões recebem juvenis de várias áreas de desova distintas (LAHANAS et al., 1998) e são
conhecidas como estoques mistos, por conter diversidade genética considerável.
Ao atingir a maturidade sexual, que para estes animais se dá em torno de 20 a 50 anos, dependendo da
espécie e da população em questão (FORMIA, 2002), iniciam grandes ciclos migratórios entre áreas de
alimentação e áreas de desova, cruzando zonas oceânicas (LUSCHI et al., 2003). Tais migrações são
realizadas por machos e fêmeas e a velocidade com que viajam varia entre 1,4 e 3,6 km/h (WYNEKEN et
al., 1997).
Durante os intervalos entre os períodos reprodutivos, os adultos geralmente residem em ambiente nerítico
ou pelágico, dependendo do hábito da espécie. O acasalamento ocorre em regiões dispersas ao longo do
oceano, possivelmente localizadas próximas à praia onde a fêmea desova. Após o período de
acasalamento, os machos retornam às áreas de alimentação enquanto as fêmeas se dirigem para as
proximidades das praias de desova onde nasceram e permanecem por um período de tempo, para a
maturação dos ovos (CARR et al., 1978).
Em intervalos de 10 a 15 dias, dependendo da espécie em questão, a fêmea sobe à areia da praia para
colocar seu ninho. Embora existam inúmeros fatores associados à qualidade de uma praia de desova, não
há uma relação direta entre estes fatores e a presença de tartarugas em uma determinada praia de
desova. Os ninhos são escavados pela fêmea, com as nadadeiras traseiras, e são depositados entre 100
e 120 ovos em cada um deles (MILLER, 1997). Após a deposição, a fêmea recobre de areia o ninho e
volta à água, onde deverá permanecer até que os outros ovos amadureçam e ela retorne à areia para a
construção de um novo ninho e assim sucessivamente. O número de ninhos por fêmea a cada temporada
reprodutiva varia entre 3 e 7, dependendo da região e de cada espécie (FORMIA, 2002) e, terminada sua
última postura, este animal se encaminha para sua área de alimentação, permanecendo nesta região ou
alternando entre outras de mesma natureza, até que se inicie uma nova temporada reprodutiva.
Os ovos são incubados pelo calor do sol nas areias durante um período que varia entre 45 a 60 dias
(MILLER, 1997) e a determinação do sexo das crias se dá por esta diferença na temperatura de
89 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
incubação, não havendo cromossomos sexuais que determinem a proporção sexual nestas espécies
(MORREALE et al., 1982). A temperatura limite para a definição do sexo, conhecida como temperatura
pivotal, varia de acordo com a espécie. Para tartarugas verdes, por exemplo, é em torno de 32°C, acima
dos quais, os filhotes serão fêmeas e, abaixo, serão machos (STANDORA & SPOTILA, 1985). Esta
característica sofre influência direta do aquecimento global que acomete o planeta atualmente, podendo
gerar consequências fatais para a manutenção destas espécies, decorrentes do desequilíbrio na razão
sexual, resultante da alteração da temperatura nas praias de desova (WEISHAMPELL et al., 2004;
HAWKES et al., 2007).
Espécies
Chelonia mydas (Linnaeus, 1758), popularmente conhecida como “tartaruga-verde” (Figura 43), apresenta
distribuição circuntropical, habitando todos os oceanos do globo. Alimentam-se de algas verdes,
vermelhas, marrons e angiospermas marinhas de diversas espécies disponíveis em localidades
conhecidas como áreas de alimentação (PRITCHARD, 1997). É por esse motivo que esta espécie
apresenta uma distribuição predominantemente costeira. Atualmente está classificada como em perigo de
extinção (IUCN, 2016; ALMEIDA et al., 2011b).
A Caretta caretta (Linnaeus, 1758) ou “tartaruga-cabeçuda” (Figura 44), é a espécie com maior número de
desovas no litoral brasileiro, com maior concentração na Bahia, ocorrendo também nos Estados de
Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro (MARCOVALDI & MARCOVALDI, 1999). Ninhos esporádicos
foram registrados no litoral paulista (Banco de Dados TAMAR/SITAMAR). Sabe-se, no entanto, que essas
ocorrências isoladas possivelmente estão relacionadas a distúrbios comportamentais individuais das
fêmeas, que desovam equivocadamente. Há estimativas mundiais de uma população de cerca de 60 mil
fêmeas em idade reprodutiva. O Brasil ocupa a terceira posição entre os sítios de desova dessa espécie
no oceano Atlântico (BAPTISTOTTE, 2003).
Classificada como em perigo de extinção (IUCN, 2016), é encontrada em todos os mares e exibe hábito
preferencialmente carnívoro. Alimenta-se de caranguejos, moluscos, mexilhões e outros invertebrados,
triturando-os com ajuda da musculatura robusta da sua mandíbula, capaz de quebrar conchas e
carapaças de outros animais com facilidade (PRITCHARD, 1997).
Devido à natureza altamente migratória das espécies, para que a preservação das tartarugas marinhas e
de seus habitats realmente ocorra, devem ser consideradas e adequadamente geridas vastas áreas de
habitats costeiros e marinhos, ou seja, preservar as tartarugas marinhas é uma forma de proteger estas
áreas que, por sua vez, são instrumentos de proteção para o mundo complexo e interconectado dessas
espécies, totalmente dependentes das sociedades humanas.
Os países do Atlântico Sul Ocidental (ASO) compreendem Argentina, Uruguai e Brasil. Esta região inclui
importantes áreas de alimentação, habitats de desenvolvimento e corredores migratórios para cinco
espécies de tartarugas marinhas que ocorrem em suas águas: C. caretta, C. mydas, D. coriacea, E.
imbricata e L. olivacea. Animais altamente migratórios, os quelônios marinhos necessitam que esforços de
pesquisa e conservação sejam coordenados e realizados em cooperação entre as nações envolvidas,
ultrapassando fronteiras geopolíticas (FALLABRINO et al., 2010; NARO-MACIEL et al., 2012). Muitas
tartarugas que se utilizam de áreas de alimentação uruguaias (Figura 46), por exemplo, nasceram em
praias brasileiras dependendo, deste modo, de esforços conjuntos destes países para que possam ser
91 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
efetivamente protegidas. Ao atingir a idade reprodutiva, esses animais retornarão ao Brasil para construir
seus ninhos e, se porventura sofrerem ameaças nestes locais, os esforços uruguaios para a preservação
desta espécie terão sido de pouca utilidade e vice-versa. Assim, para que a conservação realmente
ocorra, é preciso que estes animais sejam protegidos durante todas as etapas do seu ciclo de vida e em
todos os habitats que ocupam.
Figura 46 – Movimentos migratórios de juvenis de C. mydas marcados em Cananéia, litoral sul (SP)
e recapturados ao norte (RJ) e ao sul (Uruguai), indicando a utilização da costa do Atlântico Sul.
Fonte: Banco de dados do Projeto Tartarugas – IPeC
Em outubro de 2009, o Grupo de Especialistas em Tartarugas Marinhas do Atlântico Sul Ocidental – RED
ASO reuniu-se em Mar del Plata, Argentina, para realizar o primeiro workshop sobre Chelonia mydas e
Áreas Protegidas. Estudos genéticos, de marcação e recaptura e de telemetria indicam que as populações
de C. mydas juvenis são compartilhadas pelos três países (NARO-MACIEL et al., 2007; BONDIOLI, 2009;
CARACCIO, 2008; PROSDOCIMI et al., 2012).
Esforços estão sendo direcionados para o delineamento de medidas que protejam o corredor migratório
utilizado pela espécie Caretta caretta (CARACCIO et al., 2008; BALMELLI, 2013). Segundo este último
autor, filhotes nascidos em diferentes áreas de desova brasileiras, ao entrar em mar aberto, encontram a
corrente quente do Brasil, que leva a maioria dos indivíduos para águas uruguaias, onde se compõe um
estoque misto, nesta área de alimentação. Desse modo, as costas brasileira e uruguaia constituem parte
importante do corredor migratório para as populações brasileiras desta espécie. Neste estudo genético,
Balmelli (2013) aponta as pescarias em águas uruguaias como uma grande ameaça às tartarugas-
cabeçudas, afetando principalmente as populações anidadoras do Brasil, e destaca a importância das
águas uruguaias para a manutenção das populações de C. caretta brasileiras.
Especificamente o litoral paulista compõe parte importante desse corredor migratório, abrigando inúmeras
áreas de alimentação, abrigo e desenvolvimento, principalmente para as espécies C. mydas, C. caretta e
E. imbricata. Necessita, portanto, de proteção integral para a manutenção das populações que, segundo
estudos genéticos, são provenientes de áreas de desova distantes como na costa africana e no Suriname,
recebendo também animais provenientes de áreas de desova brasileiras (NARO MACIEL et al., 2007;
BONDIOLI, 2009). Dados obtidos em um estudo de telemetria por satélite com 10 fêmeas, durante a
temporada reprodutiva em 2005/2006 no norte da Bahia, revelaram a existência de um corredor migratório
de cabeçudas ao longo de toda a costa Nordeste do Brasil, de áreas de alimentação e descanso na costa
Norte, especialmente no Ceará (MARCOVALDI et al., 2009; MARCOVALDI et al., 2010). Sabe-se, no
entanto, que essas cabeçudas marcadas no Nordeste brasileiro são registradas com frequência nas
costas uruguaia e argentina (SANTOS et al., 2011; LAPORTA & LOPEZ, 2003), o que torna imprescindível
92 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
que todo esse corredor migratório, formado pelas costas dos três países acima citados, seja integralmente
protegido.
No litoral centro paulista já foram registrados juvenis de C. mydas e, ainda que mais esporádica, a
ocorrência das outras quatro espécies de quelônios marinhos (MARCOVALDI et al., 2011b; PMP-
BS/PETROBRAS, 2016).
Bertozzi (2002) estudou a captura incidental pela pesca artesanal de Praia Grande de tartarugas-verdes,
cabeçudas, tartarugas-de-pente e tartarugas-de-couro, sendo a primeira espécie aquela que aparece na
maior parte das ocorrências e o inverno a época do ano com maior número de registros. Abessa (2005)
relatou os resultados de um monitoramento na Baía de São Vicente (região próxima à APAMLC) que
registrou 150 animais, observados em três pontos de amostragem. Após esse primeiro levantamento,
dados foram coletados pela equipe nos dois anos seguintes (ABESSA, 2007), indicando a maior
ocorrência de avistagens na Ilha Porchat, seguida da Praia dos Milionários, e registros mais escassos na
Ponte Pênsil, onde foi possível identificar indivíduos de tartaruga-verde e tartaruga-de-pente. Em 2007,
Luchetta & Bondioli, através de observação direta, também registraram indivíduos de tartaruga-verde e
tartaruga-de-pente na praia de Itaquitanduva, em São Vicente.
Registros de 52 encalhes de tartarugas-verdes, tartarugas-de-pente e tartarugas-cabeçudas foram
também realizados em Praia Grande, Guarujá, São Vicente, Bertioga e Mongaguá entre 2010 e 2011,
sendo que a maior parte deles ocorreu durante o inverno (BONDIOLI et al., 2014). Dos animais
necropsiados neste trabalho, 78,5% apresentaram resíduos antrópicos em seu trato digestório, além de
material de origem vegetal (algas e angiospermas) e animal (moluscos e peixes). Da mesma forma,
análises de conteúdos estomacais de tartarugas-verdes encalhadas nas praias de Praia Grande e
Mongaguá foram conduzidas por Carvalho et al. (2008), registrando material vegetal, resíduos antrópicos
e materiais calcários.
Em 2012, Silva et al. avaliaram a distribuição, possíveis causas e consequências dos encalhes de
tartarugas-marinhas encontradas no litoral centro e sul do estado de São Paulo entre 2004 e 2011.
Considerando-se o total de 240 registros analisados, todos os municípios da Baixada Santista
apresentaram ocorrências, sendo que 92% delas corresponderam a juvenis de tartarugas-verdes,
havendo, no entanto, registros raros das outras quatro espécies. Os maiores índices foram registrados
para Santos, Guarujá e Peruíbe e a isso se atribui a predominância de costões rochosos, principalmente
em Guarujá e Santos, além das instituições que contribuíram com os dados para o trabalho estarem
situadas nessas regiões.
Oliveira & Moura (2014) avaliaram os encalhes de tartarugas marinhas nas praias do Mosaico de
Unidades de Conservação Juréia-Itatins, que engloba municípios da APAMLC e do litoral sul, e
encontraram 22 tartarugas-verdes e 5 tartarugas-cabeçudas entre os anos de 2012 e 2013. Esse mesmo
mosaico foi acessado entre os anos de 2012 e 2014 por um estudo mais extenso, realizado por Oliveira &
Schmiegelow (2014), que, além das duas espécies anteriormente descritas para a área, registraram a
ocorrência de um indivíduo de tartaruga-de-pente.
Relatos de tartarugas marinhas encalhadas nas praias dos municípios de Praia Grande, São Vicente e
Santos foram encontrados em grande número de reportagens, incluindo C. mydas, C. caretta e D.
coriacea. Os registros de encalhes nas praias da APAMLC, obtidos entre 2015 e 2016 pela PETROBRAS,
também suportam a presença das cinco espécies (PMP-BS/PETROBRAS, 2016).
Em relação aos manguezais presentes na região, embora não existam trabalhos que descrevam sua
utilização direta pelas tartarugas-verdes, conteúdos estomacais avaliados por alguns autores
apresentavam propágulos e outras partes de plantas de mangue, indicando que estes quelônios marinhos
devem ocupar esse ecossistema, ainda que por períodos de tempo desconhecidos (CARVALHO et al.,
2008; ORLANDI et al., 2015).
Em relação ao PEMLS, em mergulhos realizados pela equipe do Instituto Laje Viva (www.lajeviva.org.br),
indivíduos das espécies C. mydas e E. imbricata foram avistados se alimentando, em deslocamento ou em
descanso. Um registro raro de tartaruga-de-pente se alimentando de Palythoa caribaeorum foi realizado
por Stampar et al. (2007). A partir de 2013 foram realizadas 13 expedições para o PEMLS, cujo objetivo foi
conduzir registros de observação de tartarugas marinhas no Arquipélago e quatro expedição de captura e
marcação, cujo resultado foi a marcação de 14 indivíduos da espécie C. mydas e 4 indivíduos da espécie
E. imbricata, todos os animais amostrados foram classificados como juvenis.
Gallo e colaboradores em 2002 conduziram expedições para coleta de dados sobre os quelônios marinhos
nas ilhas de Alcatrazes, Laje de Santos, Queimada Grande, Queimada Pequena, Castilho, Figueira e os
dados foram complementados com informações provenientes do Banco de Dados Nacional de Registros
Não Reprodutivos do Projeto TAMAR, sobre capturas de tartarugas marinhas em ilhas de Ubatuba.
93 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
Quadro 11 - Número de capturas de C. mydas e E. imbricata em ilhas do Litoral Paulista, nos anos
de 2000 a 2002, segundo Gallo et alii. (2002)
C. mydas E. imbricata
Municípios Ilha
(Capturas) (Capturas)
das Couves 01 02
das Palmas 1 -
Ubatuba
Anchieta 30 03
Mar Virado 01 -
São Sebastião Arquipélago dos Alcatrazes 151 03
Santos Laje de Santos 20 03
Itanhaém Queimada Grande 17 01
Peruíbe Queimada Pequena 02 -
Castilho 01 -
Cananéia
da Figueira 04 -
Características socioeconômicas
Muito pode ser aprendido sobre a condição ambiental do planeta através do estudo das tartarugas
marinhas, uma vez que estes animais existem há mais de 220 milhões de anos (LI et al., 2008). As
tartarugas marinhas foram representadas por numerosas culturas, fornecendo sustento nutricional,
econômico e, muitas vezes, espiritual para os povos de todo o mundo. Assim, estes répteis marinhos são
parte da base cultural de muitas comunidades costeiras (FRAZIER, 2003).
Dentre os principais atores sociais que possuem interações com o grupo podem-se destacar:
− Pescadores Artesanais: encontram-se em contato direto com as espécies de tartarugas marinhas e,
ainda que tais animais não sejam alvo de suas pescarias, acabam por ser prejudicados pela captura
incidental. São encontradas grandes quantidades de tartarugas enredadas em rede de emalhe, pois
algumas redes são armadas muito próximas aos costões rochosos ou estaqueadas próximas a zonas de
arrebentação.
− Pescadores Industriais: Da mesma forma que a pesca artesanal, seu produto-alvo não são as tartarugas
marinhas; no entanto, há registros de capturas incidentais em larga escala na região, sendo que centenas
de animais morrem afogados por ficarem presos em redes de pesca. Equipamentos perdidos durante as
viagens de pesca, conhecidos como “redes-fantasma”, permanecem à deriva no mar, provocando sérios
prejuízos não apenas às tartarugas marinhas, mas à biota marinha de forma geral.
− Proprietários e funcionários de embarcações turísticas: responsáveis pela condução de embarcações
podem causar o atropelamento de tartarugas, além dos dejetos que frequentemente podem despejar em
águas marinhas.
− Mergulhadores: têm contato direto com as tartarugas marinhas, nem sempre demonstrando o cuidado
necessário a não perturbação desses animais e do ambiente que ocupam.
− Turistas: a perturbação do ecossistema marinho provocada pela larga presença de turistas na área
litorânea, sobretudo nos meses de verão, é responsável por um aumento da degradação ambiental, visto
que a quantidade de dejetos produzidos é bastante aumentada. Outro impacto diz respeito a atitudes
diretas, como a perturbação, durante mergulhos, dos animais e de seus habitats de alimentação,
descanso e desenvolvimento, o que resulta em prejuízo para toda a população.
− Comunidade litorânea: muitas vezes desconhecem a presença desses animais em sua região. No
entanto, através de atitudes indiretas acabam por provocar sérios prejuízos aos mesmos, como por
exemplo no descarte de lixo e esgoto no mar, na degradação de porções do leito marinho por
pisoteamento do assoalho marinho, entre outros impactos.
− Profissionais que atuam na zona portuária: embora não estejam em contato direto com estes animais,
podem provocar ameaças a eles através de suas atividades – ex.: atropelamento por embarcações e
despejo de poluentes no ambiente marinho.
Ameaças na APAMLC
Em relação às ameaças sofridas pelas espécies de tartarugas marinhas na região, podem-se destacar a
ampla e desordenada ocupação da Baixada Santista, sua intensa utilização turística e outras atividades
decorrentes da presença e desenvolvimento de centros urbanos, como o despejo de efluentes domésticos
e outros resíduos antropogênicos em águas estuarinas e marinhas (ORLANDI et al., 2015).
Bondioli et al. (2014) registraram grande quantidade de resíduos ingeridos ao conduzirem 52 necropsias
de tartarugas-verdes coletadas na Baixada Santista. Dados similares foram descritos por Carvalho et al.
(2008). Indiretamente, a poluição das praias está intimamente relacionada à destruição de habitats e à
mortalidade de tartarugas marinhas. No mar, os resíduos possuem grande flutuabilidade, sendo
transportados pelo vento, viajando longas distâncias por correntes oceânicas e adentrando diferentes
ambientes, onde são acumulados temporária ou permanentemente (GUEBERT, 2008). A poluição por
efluentes domésticos foi amplamente descrita na região, assim como por petroquímicos e outros
elementos tóxicos, como metais pesados (QUINÁGLIA, 2006; OLIVEIRA et al., 2007; AFONSO, 2006).
Tais contaminantes agravam não somente a condição de saúde dos quelônios marinhos, como também a
de outras espécies vegetais e animais, ameaçando inclusive a saúde das populações humanas.
A intensa movimentação portuária, bem como o tráfego de embarcações na região, representam outra
importante ameaça às tartarugas marinhas que utilizam a região para se alimentar, se desenvolver ou
descansar. Navios cargueiros, petroleiros e toda a imensa gama de embarcações presentes na zona
portuária de Santos induzem intenso estresse e podem causar acidentes por colisão com esses animais,
provocando ferimentos por vezes letais (SÁ, 2016). Relatos de aparecimento de tartarugas marinhas
mortas por atropelamento nas praias dos municípios na Baixada Santista, envolvendo principalmente
juvenis de Chelonia mydas, são frequentes na mídia. Animais encontrados com vida são encaminhados
para reabilitação em instituições como Biopesca, Gremar e Projeto TAMAR de Ubatuba (PMP-
BS/PETROBRAS, 2016), mas nem sempre se recuperam.
De maneira geral, na operação do Porto de Santos, além dos impactos gerados pelas atividades de
transporte marítimo, destacam-se ainda aqueles decorrentes da dragagem e da ocupação humana ilegal
na zona portuária, que contribuem para a degradação da qualidade da água e dos sedimentos marinhos
através da redisponibilização de contaminantes na coluna d’água e do descarte de resíduos e efluentes,
respectivamente.
Outra ameaça que agrava a situação destas espécies na região é a atividade pesqueira (SOUZA, 2012).
Gomes (2015), em seu trabalho, versa sobre os diferentes métodos de pesca utilizados pelos pescadores
artesanais da Baixada Santista e sobre a consciência que estes possuem a respeito da diminuição da
abundância dos recursos pesqueiros provocada pela frota de grande porte. A autora menciona, ainda, ser
frequentemente relatada pelos pescadores a captura incidental de tartarugas marinhas. Responsável pelo
Gremar (Grupo de Resgate de Animais Marinhos), situado no município do Guarujá, a veterinária Andrea
Maranho, em inúmeras reportagens, fala sobre a morte de centenas de tartarugas marinhas na Baixada
Santista, vítimas de afogamento provocado pelo enredamento destes animais em redes de pesca.
A região do litoral paulista onde se localiza a APAMLC, se comparada às regiões norte e sul, é
historicamente aquela que mais sofreu impactos. A intensa colonização, a ocupação desordenada com a
destruição do ecossistema de Mata Atlântica e de manguezal, a implantação e operação do Porto de
Santos, a formação e funcionamento do Pólo Industrial de Cubatão e a consolidação da maior frota
pesqueira comercial do Estado são os destaques dos processos antrópicos, através da geração de
impactos, que contribuíram e ainda contribuem para a deterioração ambiental da região como um todo.
A partir de 1983, foi implantado pela CETESB, em Cubatão, um plano de recuperação ambiental visando o
mapeamento e estudo das causas da poluição nesta cidade litorânea (CETESB, 1983, 1991).
Governantes, industriais e a população passaram a trabalhar em conjunto pela recuperação da saúde
local e 98% dos níveis de poluentes foram controlados. (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO,
2008).
Como áreas críticas dentro da APAMLC merecedoras de medidas para recuperação estão os ambientes
de costão rochoso e praia mais próximos da zona portuária, dos núcleos urbanos e das praias menos
preservadas e mais frequentadas por turistas. Todo o entorno do PEMLS, das Ilhas da Queimada Grande
e Queimada Pequena e demais ilhas, lajes e parcéis presentes na APAMLC são ambientes propícios à
ocorrência de tartarugas marinhas, podendo ser destacadas como prioritárias à conservação.
Herpetofauna Terrestre
O Brasil é considerado o país que possui a maior riqueza de espécies da herpetofauna. São conhecidas
pelo menos 1026 espécies de anfíbios (988 Anura, 33 Gymnophiona e 5 Caudata) e 773 de répteis (731
Squamata – 73 anfisbenas, 266 “lagartos” e 392 serpentes; 36 Testudines e 6 Crocodylia), segundo dados
da Sociedade Brasileira de Herpetologia – SBH (SEGALLA et. al., 2014; COSTA & BÉRNILS, 2015). Os
anfíbios, em especial os anuros que habitam o solo de florestas tropicais, são considerados bioindicadores
de qualidade ambiental, sendo sensíveis às pequenas mudanças e variações do ambiente em que vivem,
tais como altitude, umidade e temperatura (PONTES et. al., 2015; SIQUEIRA & ROCHA, 2013; VAN
SLUYS et. al., 2009).
A herpetofauna do litoral do Estado de São Paulo é formada por espécies que habitam os diferentes
ecossistemas e biótopos da Mata Atlântica e do Cerrado. São conhecidas pelo menos 448 espécies,
sendo 236 de anfíbios (ROSSA-FERES et. al., 2011) e 212 de répteis (ZAHER et. al., 2011). Destas, cerca
de 40% ocorrem na região litorânea de SP, onde está inserida a APAMLC, com espécies endêmicas de
ambientes insulares e ameaçadas de extinção em âmbito internacional, nacional e estadual (IUCN, 2016;
MMA, 2014; 2015; GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2014; BATAUS & REIS, 2011).
Características ecológicas
No presente estudo, foram consideradas como espécies-alvo da herpetofauna terrestre aquelas que
ocorrem na área da APAMLC, em áreas adjacentes e que são tratadas em programas especiais, como o
PAN Sudeste (Bothrops alcatraz, Cycloramphus faustoi e Scinax alcatraz) (MMA, 2015; BATAUS & REIS,
2011). As espécies consideradas como chave são aquelas cujo desaparecimento, devido às suas
características ecológicas, poderá afetar todo o ecossistema que habitam (NUÑEZ & DIMARCO, 2012).
No presente estudo, a fauna de espécies-alvo e chave de anfíbios com ocorrência potencial para a
APAMLC, conta com 13 espécies de anuros. Deste total, quatro figuram como ameaçados em listagens
oficiais em diferentes âmbitos. Para o grupo dos répteis, foi levantada a possível ocorrência de nove
espécies que atendem os critérios de espécies-alvo ou chave, sendo três ameaçadas de extinção.
Considerando a herpetofauna terrestre da área de estudo, quatro espécies são endêmicas, a maioria de
ilhas do litoral centro, portanto, com maior risco de desaparecer. Figuram também com relevante
importância as espécies de anfíbios e répteis dependentes de ambientes úmidos e florestais que são
consideradas bioindicadoras e pouco conhecidas da ciência (e.g. Ischnocnema guentheri, I. parva,
Vitreorana eurygnatha e Crossodactylus díspar) apresentam potencial ocorrência para as florestas
ombrófilas que recobrem a ponta da armação e circunvizinhança da Serra do Guararu. Ainda, na foz do
canal de Bertioga, podem ocorrer espécies de quelônios e crocodilianos ameaçados, como Acantochelys
radiollata e Caiman latirostris (Quadro 12).
Quadro 12 – Lista de espécies-chave (*) e alvo (#) da herpetofauna, baseada em dados secundários,
registradas para a Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral Centro (APAMLC) e entorno
direto, com status de conservação internacional, nacional e estadual (SP).
STATUS DE CONSERVAÇÃO
TÁXON
IUCN MMA SP
Anura FISCHER VON WALDHEIM, 1813
Brachycephalidae GÜNTHER, 1858
Ischnocnema guentheri (Steindachner, 1864)* LC
Ischnocnema parva (Girard, 1853)* LC
Centrolenidae TAYLOR, 1951
Vitreorana eurygnatha (A. Lutz, 1925)* LC
Craugastoridae HEDGES, DUELLMAN & HEINICKE, 2008
Haddadus binotatus (Spix, 1824)* LC
Cycloramphidae BONAPARTE, 1850
Cycloramphus juimirim Haddad & Sazima, 1989* DD
Thoropa miliaris (Spix, 1824)* LC
Odontophrynidae LYNCH, 1969
Proceratophrys boiei (Wied, 1824)* LC
Hylidae RAFINESQUE, 1815
Ololygon peixotoi (Brasileiro, Haddad, Sawaya & Martins, CR CR AM
98 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
STATUS DE CONSERVAÇÃO
TÁXON
IUCN MMA SP
2007)# (Endêmica Ilha da Queimada Grande)
Hylodidae GÜNTHER, 1858
Crossodactylus dispar A. Lutz, 1925# DD AM
Hylodes phyllodes Heyer & Cocroft, 1986* LC
Leptodactylidae WERNER, 1896
Adenomera marmorata Steindachner, 1867* LC
Microhylidae GÜNTHER, 1858
Chiasmocleis lacrimae Peloso, Sturaro, Forlani, Gaucher,
EN
Motta, and Wheeler, 2014*
Stereocyclops parkeri (Wettstein, 1934)# LC AM
Chelidae GRAY, 1825
Acanthochelys radiolata (Mikan, 1820)* LR
Lacertilia GÜNTHER, 1867
Anguidae
Diploglossus fasciatus (Gray, 1831)*
Mabuyidae MITTLEMAN, 1952
Brasiliscincus caissara (Rebouças-Spieker, 1974)# (Endêmicas
EN AM
do litoral e ilhas de SP)
Teiidae DAUDIN 1808
Salvator merianae (Duméril & Bibron, 1839)
Serpentes LINNAEUS, 1758
Tropidophiidae BRONGERSMA, 1951
Tropidophis paucisquamis (Müller, 1901)*
Dipsadidae Bonaparte, 1838
Dipsas albifrons (Sauvage, 1884)* (População da Ilha da
Queimada Grande)
Elapidae LINNAEUS, 1754
Micrurus corallinus (Merrem, 1820)
Boidae Gray, 1825
Corallus cropanii (Hoge, 1953)# EN VU AM
Viperidae LAURENTI, 1768
Bothrops insularis (Amaral, 1922)# (Endêmica Ilha da
CR CR AM
Queimada Grande)
Bothrops aff. jararaca # (Endêmica Ilha da Moela) AM
Bothrops jararaca
Bothrops jararacuçu
Crocodylia GMELIN, 1789
Alligatoridae CUVIER, 1807
Caiman latirostris (DAUDIN, 1802)* LR
Legenda: IUCN – espécies ameaçadas internacionalmente, segundo lista oficial da IUCN
o
(2016-1); MMA – espécies ameaçadas nacionalmente, segundo lista oficial federal, Portaria n .
444/2014 do Ministério do Meio Ambiente. SP – Espécies ameaçadas no estado de São Paulo,
segundo anexo I do Decreto Estadual 60.133/2014.AM – Ameaçada de extinção em SP. LC – Pouco
preocupante.LR – Baixo risco. DD – Dados insuficientes. VU – Vulnerável. EN – Em perigo. CR –
Criticamente ameaçada. CREx – Criticamente ameaçada, provavelmente extinta. EX – Considerada
extinta.
Dentro da esfera internacional, figuram como ameaçadas duas espécies de anuros Ololygon peixotoi (CR)
e Chiasmocleis lacrimae (EN). A primeira espécie figura nesta categoria de ameaça em função,
principalmente, da reduzida área de vida, sendo endêmica da Ilha da Queimada Grande.
O modo de vida das espécies de Ololygon apresenta extrema dependência de campos de bromélias-
tanque (e.g. Alcantarea sp.) para reprodução, alimentação e abrigo, sendo, portanto, bromelígenas. Estas
espécies desempenham importante papel no controle de larvas de insetos além da matéria orgânica
produzida por estas ser fonte de nutriente para as plantas. Ocupam porções com solos rasos, onde
existam grandes bromélias. A perda desta vegetação, geralmente por queimada, coloca em risco a
ocorrência das espécies do gênero Ololygon (BATAUS & REIS 2011; HADDAD et. al., 2013).
As espécies-chave e alvo de anfíbios elencadas para a APAMLC não possuem interesse comercial e
econômico, conforme o Decreto Federal 3.607/2000 - CITES (BRASIL, 2000), ou mesmo para fim de
subsistência de populações tradicionais ou indígenas, já que o comércio e o uso são proibidos para as
espécies incluídas no Anexo I. Entretanto, são exploradas na forma de biopirataria e tráfico, devido seu
alto valor no mercado clandestino (BATAUS & REIS, 2011; MARTINS et. al., 2012). Um exemplo clássico
é o da espécie B. insularis que atinge milhares de dólares, por indivíduo, no mercado europeu.
Pode se citar o uso das espécies reptilianas para fins econômicos ligado às práticas ilegais de caça, como
no caso de C. latirostris, cujos exemplares podem ser vendidos no comércio clandestino para restaurantes
e bares, incluso no Anexo II da CITES, sendo o mesmo explorado comercialmente através de criadouros
em alguns estados brasileiros (VERDADE et. al., 2010). Cabe ressaltar também o tráfico de algumas
espécies de interesse como “pet”, por exemplo, o lagarto Diploglossus fasciatus e algumas espécies de
serpentes ameaçadas de extinção.
Estado de Conservação
O grau de conservação das vegetações de ilhas e costa é importante para a manutenção de sítios
reprodutivos da herpetofauna, especialmente aquelas que possuem comunidades de bromeliáceas;
serapilheira espessa; poças lênticas e lóticas, mesmo que temporárias (HADDAD et. al., 2013). No litoral
Centro os biótopos mais degradados são as restingas arenosas, as matas de baixadas úmidas e
alagados, juntamente com manguezais, inicialmente com a ocupação portuária e industrial, seguida da
imobiliária. Boa parte do litoral perdeu sua cobertura original, com a construção residencial e de apoio ao
turismo, além da introdução de espécies botânicas exóticas, muitas com capacidade invasora. No entanto,
a região da Serra do Guararu e Ponta da Armação figuram como importantes refúgios para a herpetofauna
terrestre apresentando grandes blocos florestais ainda em bom estado de conservação e com relativo grau
de conectividade com ambientes vizinhos.
2.3.2.1.4. Mastofauna
101 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
Mastofauna marinha (Cetáceos, Pinípedes e Mustelídeos)
No Brasil, não há colônias reprodutivas de pinípedes. Entretanto, eles realizam movimentos sazonais pós-
reprodutivos característicos, principalmente entre os meses de inverno e primavera, e, neste período,
utilizam com frequência o litoral sul e sudeste do Brasil como área de descanso entre seus deslocamentos
(OLIVEIRA et al., 2001; BARBIERI, 2004; ROCHA-CAMPOS; GUSMÃO-CÂMARA, 2011; PRADO et al.,
2016). Sete espécies de pinípedes têm sido registradas ao longo do litoral brasileiro (PINEDO, 1990;
MARTINS et al., 1996). Porém no litoral de São Paulo o lobo-marinho-subantártico, Arctocephalus
tropicalis, e o lobo-marinho-do-sul, Arctocephalus australis, são espécies com registros confirmados
(SIMÕES-LOPES et al., 1995), embora nos últimos anos também tenham sido observadas algumas
espécies em menor frequência, como o elefante-marinho-do-sul, Mirounga leonina, a foca-caranguejeira,
Lobodon carcinophagus, e a foca-leopardo, Hydrurga leptonyx, sendo a maioria destes registros atribuída
à corrente fria das Malvinas (Falkland), com ocorrência no inverno (PINEDO; MARMONTEL-ROSAS 1987,
OLIVEIRA et al. 1995, LODI; SICILIANO, 1989, FERREIRA et al., 1995).
Os mamíferos marinhos frequentemente avistados no litoral do Estado de São Paulo habitam áreas
predominantemente costeiras/estuarinas. Considerando sua fidelidade a alguns estuários e águas rasas,
os golfinhos costeiros podem ser vistos como espécie-sentinela das alterações do ecossistema marinho,
fornecendo uma ferramenta importante para orientar a conservação e atividades de gestão na APAMLC
(MOORE, 2008). São ainda tidos como espécie-bandeira, por fazer parte da fauna carismática, o que
facilita a atenção da sociedade para sua conservação.
Características ecológicas
● Cetáceos
Diante da ainda restrita informação acerca da mastofauna marinha presente especificamente no território
da APAMLC, não é possível definir com precisão a composição e riqueza de cetáceos existentes. No
entanto, é possível definir com segurança as espécies mais comuns, tanto residentes como migrantes,
especialmente com base nos registros do SIMMAM (2016).
A APAMLC tem seus domínios em águas rasas, até a profundidade máxima de 50m no Setor Itaguaçu. Os
dois outros setores apresentam profundidades menores, sendo mais costeiros. Nesse contexto merecem
destaque os ambientes insulares presentes, nos quais se concentram registros frequentes de cetáceos,
com destaque para o entorno da Laje de Santos (PEMLS), Alcatrazes (ESEC Tupinambás), Ilha da Moela
e Laje da Conceição (AMEs). Dessa forma, os cetáceos que ocorrem nesta província são tipicamente
costeiros. Essas espécies mais conspícuas da APAMLC são citadas a seguir, sendo também indicadas
como espécies-alvo.
O boto-cinza S. guianensis é amplamente distribuído ao longo da costa da América do Sul e Central, indo
desde o Estado de Santa Catarina, Brasil (SIMÕES-LOPES, 1988) até Honduras (DA SILVA; BEST,
1996).
Machos atingem a maturidade sexual em torno dos sete anos de idade, com comprimentos totais entre
170 e 175 cm. As fêmeas estão sexualmente maduras entre os cinco e oito anos, com comprimentos
totais entre 164 e 169 cm, apresentando um ciclo reprodutivo estimado em dois anos (ROSAS;
MONTEIRO-FILHO, 2002a). A gestação é de aproximadamente 11 a 12 meses e as crias nascem com 90
a 106 cm de comprimento total (BASTIDA et al., 2007).
Alimentação é baseada de peixes de espécies marinhas e estuarinas como os das famílias Sciaenidae,
Clupeidae, Mugilidae, Trichiuridae e Batrachoididae, bem como cefalópodes e crustáceos, sendo o último
com baixa frequência (DI BENEDITTO, 2000; OLIVEIRA, 2003; SANTOS et. al., 2002). Têm o costume de
fazer migrações para acompanhar seus estoques pesqueiros ao longo da região costeira/marinha.
No litoral centro de São Paulo a espécie tem registros isolados apontados pelo SIMMAM. A APAMLC não
é a área com as maiores densidades de ocorrências desta espécie no estado, as nuvens de registros mais
expressivas ocorrem principalmente em Cananéia e Ubatuba. Na APAMLC, o SIMMAM indica registros
concentrados na região da Praia Grande. No entanto, merece destaque pela presença, mesmo
esporádica, por tratar-se de uma espécie de hábitos costeiros que ocorre efetivamente dentro do território
da unidade. A espécie é citada por Alonso et al. (2010) como presente nos estuários da Baixada Santista
O Gremar (grupo atuante na baixada santista em resgate reabilitação de fauna), atuando no âmbito do
PMP (Projeto de Monitoramento de Praias da PETROBRAS), também indica a presença ocasional da
espécie no território da APAMLC.
A Franciscana possui ciclo de vida mais curto comparado a outros cetáceos. A maturidade sexual é
atingida quando os animais possuem entre 2 e 5 anos de idade. A Toninha alimenta-se de presas de
regiões estuarinas e costeiras de pequeno porte como lulas e peixes ósseos, geralmente em torno de 10
cm. A ingestão de alimento sólido provavelmente inicia quando as Toninhas possuem 2-3 meses de idade,
fase em que os camarões são importantes componentes da dieta.
Para os adultos, os principais itens alimentares são os cefalópodes (Loligo sanpaulensis e L. plei), alguns
teleósteos (Anchoa parva, Ctenosciaena gracilicirrhus, Cynoscion jamaicensis,...) e exemplares da família
Engraulidae e Clupeidae. Porém, as quatro espécies de teleósteos mais importantes para a dieta da
Toninha foram S. rastrifer, T. lepturus, P. harroweri e I. parvipinnis (HENRIQUE-GARCIA; BARRETO,
2006).
A espécie, não é avistada próximo a embarcações motorizadas. Até o momento, não há evidência
concreta de que a Toninha apresente algum padrão migratório. Quatro áreas de manejo de Franciscana
(Franciscana Management Areas, FMA) foram propostas, por Secchi et al (2003) e posteriormente
aplicado no Plano de Nacional de Conservação do Pequeno Cetáceo – Toninha: Pontoporia blainvillei
(MMA, 2010). O conceito filogeográfico aplicado às respostas genotípicas e fenotípicas da população e
dados de distribuição foram utilizados na separação de cada área. A área do Estado de São Paulo,
incluindo a APAMLC, pertence ao FMA II, que engloba também as águas costeiras do Estado do Paraná e
Santa Catarina (Figura 50).
A toninha é a espécie de cetáceo mais abundante e frequente nas águas costeiras de todo o litoral centro
e da APAMLC. O cadastro do SIMMAM mostra frequente registros de avistamentos, capturas acidentais e
encalhes da toninha em toda a costa. Em um estudo realizado por Lodi et al. (1998) o animal foi mais
avistado durante o inverno e a primavera, nas profundidades entre 11 a 30 metros, com temperaturas de
água variando entre 13,5°C a 25°C.
Apesar das variações regionais nos parâmetros vitais, a Toninha, em geral, apresenta um baixo potencial
para crescimento populacional anual. Estes valores estão próximos àqueles encontrados para pequenos
cetáceos em outras regiões do mundo e indicam que a espécie tem uma baixa capacidade para repor a
parcela da população removida pelas capturas acidentais em redes de pesca ou outra fonte de
mortalidade não natural (BASTIDA et al., 2007). A partir de 2008, a Toninha passou a pertencer à
categoria de “VU” (vulnerável) e continua até os dias atuais, encontra-se, ainda, listada no Apêndice II da
Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora Silvestres Ameaçadas de
Extinção (CITES), e nos Apêndices I e II CMS (Convenção para a Conservação das Espécies Migratórias
de Animais Selvagens), no qual o Brasil iniciou sua atuação em 2015. No Brasil, a espécie está incluída na
Lista Nacional das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (portaria n°444 de 17 de
dezembro de 2012), tendo sido classificada como “CR”. E pela IUCN, desde 2012 é considerada
vulnerável.
Bem menos frequentes que as toninhas, no litoral centro paulista são ocasionalmente avistados em águas
mais profundas e no entorno de ilhas (LABCMA, 2016). O banco de dados SIMMAM (2016) mostram
registros isolados da espécie no território da APAMLC, em Praia Grande, Santos e Guarujá (Figura 53). É
frequentemente avistado na laje de Santos na profundidade de 20 a 30 metros (LODI et al. 1998).
Pela IUCN, S. bredanensis encontra-se na categoria de dados deficientes e não pertence à lista nacional
oficial de espécies ameaçadas de extinção. Ele está incluído no Apêndice II da CITES.
Entre as Stenellas sp., a S. frontalis é a mais encontrada em águas costeiras. São caracterizadas por
serem pequenos e robustos, podendo chegar a 2 m de comprimento pesando 143 kg (BASTIDA et al.,
2007). Os exemplares adultos apresentam manchas escuras no ventre e claras no dorso. A quantidade de
manchas está relacionada com a idade e com a região geográfica em que vivem. Os grupos mais
frequentes são entre 5 a 15 animais, podendo chegar a mais de 200 indivíduos.
São animais que preferem águas de 20 a 200 m de profundidade, com temperatura de superfície ao redor
de 22°C, alimenta-se de peixes cefalópodes e invertebrados, sendo a pesca sua principal causa de
captura (MORENO et al., 2005).
No litoral centro de São Paulo, assim como em toda a costa paulista, é uma espécie frequente e numerosa
em águas mais distantes da costa e no entorno de ilhas. Com base nos registros atualizados da base
SIMMAM (2016), as nuvens de registros ocorrem em águas mais profundas, acima dos 50 metros, e,
portanto, fora do território da APAMLC. Há, no entanto, registros frequentes nas águas próximas às ilhas
de Alcatrazes e Laje de Santos, ambas inseridas no interior da APAMLC (Figura 55) (INSTITUTO LAJE
VIVA, 2016). No entanto, vários registros de avistagens, capturas e encalhes ocorrem em águas mais
rasas (Figura 56). Há registros da espécie no entorno da Queimada Grande, Guarujá, Santos, Itanhaém e
Praia Grande. São animais que preferem águas de 20 a 200m de profundidade, com temperatura de
o
superfície ao redor de 22 C, alimenta-se de peixes cefalópodes e invertebrados, sendo a pesca sua
principal causa de captura (MORENO et al., 2005).
Figura 55 – Stenella frontalis no entorno da Laje de Santos (Setor Guaíbe da APAMLC). Fonte:
Instituto Laje Viva (2016)
● Misticetos
A baleia-de-bryde (Figura 56) está entre as espécies menos conhecidas de baleias verdadeiras. Ao
contrário das outras baleias verdadeiras, não migra de áreas de reprodução nos trópicos para áreas de
alimentação nos pólos, vivendo em águas mais quentes, onde se alimenta e se reproduz ao longo de todo
ano. Devido aos seus hábitos alimentares, tendem a permanecer na mesma localidade ao longo do ano,
não necessitando realizar extensas migrações (JEFFERSON et al., 1993 apud ICMBio, 2011b; ZERBINI et
al., 1997, 1999; PALAZZO JR., 2006). Ocorrem sozinhas, aos pares ou em pequenos grupos nas áreas de
alimentação ou, ainda, com outras espécies de cetáceos (KATO, 2002).
Espécie frequentemente avistada no território da APAMLC (Setor Itaguaçu - no entorno da Laje de Santos)
e em Alcatrazes (GONÇALVES et al., 2016).Na APAMLC e seu entorno, SIMMAM registra diversas
ocorrências de avistagens, capturas acidentais e encalhes, confirmando sua presença relevante na área
(Figura 58).
Encontram-se listadas no Apêndice I da Cites (2011), no Apêndice II da CMS (2009), sendo categorizada
na IUCN como Dados deficientes.
As baleias-jubarte frequentam a costa brasileira nos meses de inverno e primavera para se reproduzir e
para o nascimento dos filhotes. Chegam em Abrolhos, Bahia, nos meses de junho e julho, permanecendo
até novembro e dezembro quando retornam para a Antártica para alimentação. Deste modo, nos meses
de inverno é comum sua avistagem nas águas profundas do estado de São Paulo. A gestação dura de 11
a 12 meses.
Estima-se que, no Brasil, haja uma população de 17.000 animais. Segundo Ward et al. (2011), houve um
aumento da população de baleias jubarte visitantes da costa brasileira de 11,8% ao ano. Atualmente
ocorre no Estado de São Paulo um aumento de avistagens e encalhes de praia destes animais, que pode
ser explicado, segundo o Projeto Baleia Jubarte, por dois motivos: aumento da população e mudanças
climáticas como El Niño e La Niña.
A comissão baleeira internacional reconhece alguns lugares de reprodução no mundo e o Brasil foi
contemplado como “STOCK A”, sendo o menos conhecido de todos (ZERBINI et al., 2004).
A Jubarte é considerada pela IUCN como pouco preocupante e está listada no Apêndice I do Cites e da
CMS.
A Baleia franca (Figura 61) distingue-se das outras, pois apresentam calosidades na cabeça, ausência de
nadadeira dorsal, ausência de pregas ventrais e arco que descreve a sua boca, que começa acima do
olho. São reconhecidas no mar pela forma de "V" que forma o ar quando é expirado com a água
acumulada do espiráculo (BASTIDA et al., 2007).
A espécie é encontrada em águas abertas, na maior parte de suas áreas de alimentação e, durante o
período reprodutivo, os indivíduos procuram águas costeiras, calmas e quentes para acasalamento, parto
e cuidados com os filhotes (LODI et al., 1996; GROCH, 2000 apud MMA, 2008). É o misticeto mais
avistado perto da costa de julho até outubro, sendo a região sudeste caracterizada como área de cuidados
parentais. Dentre os registros da baleia-franca para o litoral central, destaca-se o estudo de Santos et al
A espécie é classificada como “pouco preocupante” pela Red List da IUCN (2015). O gênero Eubalaena
spp. consta no Anexo I da CITES (CITES, 2015).
● Pinípedes
Os pinípedes possuem 3 famílias, duas delas ocorrem no Brasil, a família Otariidae e a família Phocidae.
A família Otariidae é composta por 14 espécies, na qual inclui os pinípedes que possuem orelhas,
conhecidos como lobos e leões-marinhos (Figura 63 a 65). A família Phocidae é composta por 19
espécies que inclui os pinípedes que não possuem orelhas, como as focas em geral (Figura 66 e Figura
67) e os elefantes-marinhos. Um fator unificador do grupo é que todos passam a maior parte do tempo na
água, porém necessitam retornar a um substrato sólido, como a terra ou o gelo, para parir e, em sua
maioria, copular (JEFFERSON et al., 1993).
Até o presente momento foram registradas sete espécies de pinípedes para o litoral brasileiro (ZERBINI et
al.,1999; MOURA & SICILIANO, 2007; MMA, 2011b; OLIVEIRA et al., 2014), elencadas abaixo:
Abaixo são apresentadas informações básicas destas espécies com registro de ocorrência na APAMLC:
Conhecido como lobo-marinho-sul-americano (Figura 63), com distribuição nos oceanos Atlântico e
Pacífico, habita costas rochosas e ilhas, especialmente aquelas com inclinação vertical (MONTEIRO-
FILHO et al., 2013). Estudos recentes, baseados em informações morfológicas e genéticas, sugerem a
existência de mais uma espécie de lobo-marinho sul-americano (OLIVEIRA, 2004; OLIVEIRA et al., 2008).
No Brasil, os primeiros registros foram feitos na região de Torres (GLIESH, 1925), e posteriormente
observados em São Paulo (VIEIRA, 1955; VAZ-FERREIRA, 1982, PINEDO et al., 1992). Não existe
estimativa populacional exata para a espécie na América do Sul, mas acredita-se que existam entre
300.000 e 450.000 indivíduos (SEAL CONSERVATION SOCIETY, 2008a).
Registros esporádicos da espécie são relatados no Guarujá, Mongaguá e Praia Grande (SIMMAM, 2016;
GOMES et al., 2011), especialmente nos meses de inverno (GREMAR, 2016) (Figura 64).
O aumento dos registros desta espécie para a costa brasileira, foram atribuídos por alguns pesquisadores
ao aumento populacional nas Ilhas Gough e Tristão da Cunha (PINEDO, 1990; BESTER, 1990). Em
pesquisa realizada por Ferreira et al. (2008), os indivíduos A. tropicalis que chegam a costa brasileira,
apresentam diferentes origens e genéticas, a exemplo de um espécime oriundo das Ilhas Crozet,
localizada a aproximadamente 16.000 km da nossa costa.
Apesar de não constar registro da espécie no litoral centro na base SIMMAM (2016), é registrada na
Baixada Santista por Gomes et al. (2011).
Lodi et al. (2005) relatam ocorrência isolada da espécie em Peruíbe. Apenas um registro de encalhe na
praia Grande na base SIMMAM (2016).
Quadro 13 - Estado de conservação dos pinípedes que ocorrem no estado de São Paulo e seus
respectivos graus de ameaça no Brasil e no mundo
ESTADO DE CONSERVAÇÃO DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES REGISTRADAS PARA O LITORAL DO
ESTADO DE SÃO PAULO
Espécies BRASIL IUCN 2009 CITES CMS
Arctocephalus australis NE LC II II
Arctocephalus tropicalis NE LC II -
Hydrurga leptonyx NE LC - -
Lobodon carcinophagus NE LC - -
Mirounga leonina NE LC - -
Legenda: NE - Não-avaliada; LR/Ic - Baixo risco/menor preocupação; LC - Baixa preocupação.
Fonte: Categorias de ameaça conforme a IN MMA nº 3/2003 e Machado et al., 2005; Machado e
Paglia, 2008.
● Mustelídeos
A Lontra neotropical (Lontra longicaudis) (Figura 68) habita lagos, rios, pântanos e lagoas, mangues além
de ambientes marinhos.
A espécie tem muitos registros no interior do PESM (Figura 69), em todo o litoral paulista (Figura 70).
Uma das espécies-chave elencadas para a APAMLC, a lontra neotropical é classificada como espécie
vulnerável na Mata Atlântica, bioma que vem sendo degradado sistematicamente (Rodrigues et al, 2013).
Apesar de não ocorrer no interior do território da APAMLC é uma espécie ecologicamente relevante com
ocorrência na Área de Estudo do presente Diagnóstico. É também uma espécie que funciona como
bioindicadora ambiental, segundo Carvalho-Junior (2007), por ser um animal de topo de cadeia trófica,
podendo apresentar sintomas negativos aos impactos tardiamente, como por exemplo, a acumulação de
metais pesados.
Características Socioeconômicas
Outro aspecto relevante é o fato dos golfinhos e baleias atuarem como um atrator para o turismo
contemplativo, como ocorre em outras áreas do Brasil (Abrolhos, Fernando de Noronha), demanda
crescente também no litoral centro (Fundação Florestal, 2014). Os registros e relatos de observação
destes animais estão cada vez mais frequentes dentre os praticantes de turismo náutico e turismo de
aventura. Além disso, grupos de turistas já tem solicitado passeios para observação das Jubartes que
tiveram forte ocorrência no litoral paulista em 2016.
● Cetáceos e Pinípedes
− Pesca: Pode representar ameaças pela captura acidental em rede de pesca, colisão com embarcações,
descarte de resíduos no ambiente e captura acidental de diversas espécies de cetáceos, (especialmente
golfinhos) e pinípedes. A pesca incidental (emalhe) e a pesca artesanal irregulardo também foram
observadas como fatores de risco a espécies de golfinhos (pesca fantasma). Cita também como ameaças
os petrechos de pesca abandonados ou perdidos.
− Resíduos sólidos: Presença de pellets e fragmentos plásticos nas praias e no mar podem ser ingerido
pelos cetáceos ou pelo alimento deles (peixes) (Meireles e Barros, 2007; Guimarães et al. 2013; Denuncio
et al. 2011) ou acarrear poluentes orgânicos persistentes. Os plásticos e os petrechos de pesca
abandonados, perdidos ou descartados no mar (PP-APD) podem gerar pesca fantasma (Figura 71).
− Maré vermelha: É a causa de alguns encalhes em massa na Flórida (TRAINER et al., 1999). O mesmo
autor cita animais já registrados intoxicados por esta maré. As toxinas fazem com que o animal perca o
controle sobre seu mecanismo de calor periférico vital e muitas vezes ele torna-se incapaz de voltar à
superfície para respirar. Lefevre et al., (2002) descreveram a toxinas em animais bentônicos e em
comunidades pelágicas. O tópico Plâncton do presente Diagnóstico detalha os eventos de maré vermelha
na região da APAMLC como relativamente frequentes, resultará em ameaças às populações de cetáceos
presentes.
− Ruídos: Alguns ruídos possuem as mesmas faixas de frequência que os animais marinhos utilizam para
se comunicar e alguns animais evitam essas fontes sonoras. Existem poucos estudos para orientar as
previsões de quando tais mudanças começam a diminuir a aptidão de indivíduos ou ter consequências
negativas para a população.
− Colisões com embarcações: Colisões representam uma forte ameaça, dentro e fora da APAMLC,
resultando frequentemente em injúrias e fatalidades. Os navios com maior incidência de registro de
acidentes são os petroleiros, navios cargueiros, de observação de baleias, navios de cruzeiros, da
− Turismo desordenado: A atividade turística de observação sem regramentos definidos, assim como o
uso inadequado do transporte náutico (lanchas e motos aquáticas), pode provocar acidentes, além de
afugentamento, estresse pela poluição sonora e poluição gerada pelo descarte de resíduos no mar.
● Mustelídeos
A lontra foi categorizada como “vulnerável” na Mata Atlântica devido à sua dependência de cursos d’água
e matas ciliares que já foram extremamente degradadas, e cuja qualidade e extensão serão afetadas
pelas mudanças no Código Florestal (RODRIGUEZ, 2013). Embora esteja presente em áreas
relativamente degradadas, a espécie é suscetível à extinção regional.
As seguintes atividades antrópicas podem ser elencadas por apresentarem interações negativas com a
mastofauna aquática (lontras) na APAMLC: turismo, atividade portuária, especulação imobiliária e
ocupação desordenada de áreas costeiras, além de empreendimentos e atividades do setor de Petróleo &
Gás e do transporte terrestre.
O turismo praticado de maneira desordenada, com abertura de trilhas, pode causar afugentamento e
estresse à fauna pela poluição sonora, além de degradação dos habitats estuarinos das lontras pelo
descarte de resíduos. Quanto aos empreendimentos petrolíferos, podem ser citados os oleodutos e
plataformas (offshore) que, mesmo distantes, representam riscos de acidentes com liberação de óleo para
o solo ou a água, alcançando ambientes estuarinos e de manguezais, habitats de lontras. Já a ocupação
desordenada de áreas costeiras e estuarinas contribui com a perda ou piora da qualidade ambiental dos
habitats desses animais através do desmatamento, erosão e da liberação de efluentes domésticos e
resíduos.
Já o transporte terrestre, através da implantação e movimentação de veículos nas rodovias, pode ser uma
ameaça por provocar a fragmentação do habitat florestal desses animais e poluição sonora.
Estado de conservação
● Cetáceos e Pinípedes
Apesar das ameaças difusas sobre o grupo, especialmente cetáceos, observa-se que as espécies
residentes continuam com registros frequentes de ocorrência. No entanto, as pressões associadas
principalmente à pesca (captura acidental) e poluição (resíduos sólidos e vazamentos de óleo) podem ser
as principais ameaças à integridade deste grupo.
Nesse contexto, merece atenção a Toninha (Pontoporia bleinvillei). Segundo o PAN para a Conservação
do Pequeno Cetáceo Toninha – Pontoporia blainvillei (ICMBio, 2010), a espécie esteve classificada por
muito tempo como “DD” (Deficiente em dados). Em 2008, porém, a categoria foi alterada para “VU”
(Vulnerável) com um declínio projetado de mais de 30% em três gerações, tendo como base os resultados
de uma análise de simulação populacional, utilizando os níveis atuais e potenciais de mortalidade pela
pesca.
No Brasil, a espécie está incluída na Lista Nacional das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de
Extinção (Portaria MMA 444/2014), e classificada como “VU” (vulnerável) no Plano de Ação dos
O estado de conservação dos cetáceos na APAMLC também depende da integridade dos ecossistemas
costeiros onde ocorrem estas espécies. Especialmente a toninha e o boto-cinza, por serem de hábitos
mais costeiros, sofrem os efeitos da degradação destes ambientes, descritos com detalhe no tópico
Ecossistemas Costeiros do presente Diagnóstico.
A dependência da espécie com os ambientes estuarinos e fluviais torna a lontra uma espécie bastante
vulnerável às pressões antrópicas existentes, como anteriormente citado. Dessa forma, diante da reduzida
disponibilidade de informações sobre seu status populacional, não há como se garantir que a espécie
esteja em bom estado de conservação e integridade. O grau de integridade e conservação apresentado
nos tópicos Ecossistemas e no tópico Meio Físico, com foco na malha hídrica e microbacias hidrográficas,
além das regiões estuarinas, podem dar subsídios para a definição do estado de conservação da lontra no
entorno da APAMLC.
− Entorno das ilhas e AMEs Laje da Conceição, Ilha da Moela, Entorno da Laje de Santos e de Alcatrazes
(também citado no Diagnóstico Participativo).
− Costões rochosos incluindo a AME Ponta da Armação – locais de descanso e alimentação de golfinhos
(também citado no Diagnóstico Participativo).
− Áreas degradadas, como o entorno do Porto de Santos e Estuário de Santos-Cubatão, são consideradas
críticas para os cetáceos costeiros, especialmente para o boto-cinza.
− Ponta Itaipu/Praia Grande e costão do PE Xixová-Japuí, áreas relatadas no DP com pesca acidental de
toninhas.
■ Cenários Futuros
O forte crescimento das atividades de petróleo e gás na costa sudeste, associados ao PRÉ-SAL, merecem
atenção uma vez que irão refletir nas próximas décadas, em crescente pressão sobre os cetáceos.
Portanto, a integridade do grupo vai depender de medidas e ações preventivas e corretivas, visando
controlar, mitigar ou evitar os impactos da atividade sobre o grupo.
Novas práticas de pesca sustentável, com o uso de artefatos que preservem os cetáceos como as BED
(Bycatch Exclusion Device), podem resultar em redução na captura acidental destes animais. Para
minimizar a captura acidental de animais marinhos, o NOAA desenvolveu e testou dispositivos de redução
de capturas incidentais. Esses dispositivos possuem aberturas nas redes de arrasto de camarão
permitindo que os peixes ou outros animais aquáticos indesejados escapem, enquanto que as espécies-
alvo, como o camarão, são direcionadas para o saco da cauda ou para o saco da rede.
Importante também considerar que em cenários futuros, os impactos devem ser tratados de forma
integrada e cumulativa. Isso só será possível com estudos detalhados, específicos e monitoramentos de
longa duração, atualmente incipientes na APAMLC.
A extensão da proteção às matas ciliares já foi afetada pelas mudanças no Código Florestal, o que poderá
levar ao aumento do grau de degradação desses habitats das lontras, caso não sejam implementadas
ações de conservação da lontra neotropical na APAMLC, os impactos provenientes do desenvolvimento
econômico na região não serão prevenidos ou mitigados e as populações poderão vir a declinar
seriamente, dadas as atuais tendências de perda de hábitats.
Além do declínio populacional decorrente das perdas da capacidade de suporte do ambiente, pela redução
de habitats, a espécie é ameaçada também pela caça por retaliação e por atropelamentos. Tudo isso leva
a se prever um declínio populacional de pelo menos 30% nos próximos 20 anos no bioma Mata Atlântica
(RODRIGUEZ, 2013). Como já ocorre com espécies-bandeira como a jubarte e o mico-leão-dourado, com
a inserção de novos projetos ambientais, a população presente na serra do mar poderá até se ampliar.
■ Indicadores de monitoramento
Como aqui relatado, há estudos a respeito da grande sensibilidade dos cetáceos à poluentes (ICMBio,
2011), que podem gerar alterações fisiológicas, além de relatos de incidência de patogenias devido à má
qualidade da água em suas áreas de ocorrência (VAN BRESSEN, 2009). Portanto, esses animais podem
ser bons indicadores para a análise de poluentes ou de doenças em habitats costeiros.
A partir dos primeiros resultados dos programas PMP (Programa de Monitoramento de Praias) e do PEMC
(Programa Executivo de Monitoramento de Cetáceos), ambos da PETROBRAS, poderão ser apontados
novos indicadores de monitoramento que possam trazer informações mais precisas sobre o estado de
conservação destas espécies na APAMLC.
Por se tratar de uma espécie classificada como vulnerável na Mata Atlântica, devido à sua dependência de
cursos d’água e matas ciliares, que já foram extremamente degradadas, se faz necessário o
monitoramento sistemático da espécie e de seu habitat.
■ Lacunas de conhecimento
Existe ainda uma forte deficiência de informação específica a respeito das espécies da mastofauna
aquática da APAMLC, especialmente quanto à gestão de riscos ecológicos, relacionados com as
Sem o conhecimento dos encalhes e das causas de mortalidade que acometem a mastofauna, bem como
os principais fatores de impacto sobre as populações naturais, não é possível traçar planos de
conservação para as diferentes espécies deste grupo animal. Além disso, a identificação das causas de
mortalidade, considerando sua quantificação e monitoramento, fazem partes de projetos prioritários
inseridos nos planos de ação para os mamíferos aquáticos em águas brasileiras (ROCHA-CAMPOS;
GUSMÃO-CÂMARA, 2011).
Há atualmente poucos estudos a respeito das áreas de concentração da mastofauna marinha na APAMLC
e no restante do litoral de SP, sendo que os que existem estão centralizados principalmente nas regiões
do município de Praia Grande e não compõem uma avaliação integrada. Esta informação é relevante para
o fomento de políticas de preservação e para o acompanhamento do status real de conservação desse
grupo na região. Sem o monitoramento contínuo e de longo prazo dos encalhes e a investigação das
causas de mortalidade que acometem a mastofauna marinha, bem como o levantamento dos principais
impactos sobre as populações, não é possível traçar planos de conservação para as diferentes espécies
deste grupo animal. Além disso, a identificação das causas de mortalidade, considerando sua
quantificação e monitoramento, fazem partes de projetos prioritários inseridos nos planos de ação para os
mamíferos aquáticos em águas brasileiras (IBAMA, 1997 e 2001).
Diante da crescente atividade relacionada ao petróleo & gás, o Diagnóstico Participativo aponta a
necessidade de estudos visando o conhecimento dos reais impactos causados na megafauna pela
atividade sísmica, mesmo essas atividades sendo realizadas fora do território da APAMLC.
De acordo com Nidasio (2009), as informações a respeito da biologia da espécie Lontra longicaudis ainda
são escassas, uma vez que, por se tratar de um animal de difícil monitoramento em vida livre, e, por haver
poucos exemplares em cativeiro, há ainda grandes lacunas a respeito de seus hábitos alimentares ou sua
reprodução e comportamento.
No Brasil os estudos a respeito destes animais estão concentrados na dieta e distribuição, no entanto, as
ferramentas e publicações sobre o tema ainda são muito escassas. Estudar a ecologia destes animais
ainda é um desafio. Por se tratarem de animais com grande extensão territorial, hábitos solitários e
arredios, a observação e os estudos a respeito de sua real distribuição e densidade populacional são
ainda muito esparsos e imprecisos (QUINTELA et al., 2013; BRANDT, 2004). Na região da APAMLC as
informações disponíveis são pontuais e limitadas.
■ Potencialidades e Oportunidades
Levando-se em conta que diversas pesquisas vêm sendo divulgadas na mídia e em encontros científicos a
respeito dos mamíferos marinhos, inclusive sobre interações antrópicas, sendo este último tipo de estudo
um dos mais importantes para sua conservação, e que a mastofauna marinha possui status de espécie-
bandeira (fauna carismática), campanhas e projetos de conservação acabam se tornam mais acessíveis
aos olhos dos atores que se relacionam com a APAMLC para a mobilização de ações.
Para os cetáceos e pinípedes, dentre os programas e projetos de conservação atuais e instituições com os
quais poderiam ser estabelecidas parcerias para uma maior atuação na região da APAMLC, podem ser
citados:
− Projeto BioPesca – ONG que nasceu em agosto de 1998 na Praia Grande, litoral central de São
Paulo. Trabalham nos municípios de Ubatuba, Guarujá, Santos, Praia Grande, Mongaguá e Itanhaém e a
equipe conta com biólogos, veterinários, oceanógrafos e estudantes. O convívio dos pesquisadores do
Projeto BioPesca com as comunidades pesqueiras criou um laço de confiança, fazendo com que aos
poucos os pescadores começassem a perder o medo de informar sobre suas atividades e sobre as
capturas acidentais. Depois passamos para um monitoramento sistemático da pesca levantando dados a
respeito da frota, das redes e dos locais de pesca. Nossos objetivos principais são pesquisar as atividades
de pesca e suas relações com golfinhos e tartarugas marinhas. Este projeto participa do PMP-BS.
− INSTITUTO GREMAR – Localizado na Baixada Santista desde 2004, o Gremar trabalha por meio
de equipes multidisciplinares com monitoramento ambiental, reabilitação de animais marinhos vitimados
ou não por contaminação ambiental, fornece cursos de capacitação profissional, atividades de educação
ambiental e atendimento a emergências ambientais com fauna. Tem como missão fornecer ações que
promovam a conservação marinha e costeira e a sustentabilidade das futuras gerações. Este instituto
participa do PMP-BS.
Com relação aos mustelídeos, dentre os programas e projetos de conservação atuais e instituições com
os quais poderiam ser estabelecidas parcerias para uma maior atuação na região da APAMLC, podem ser
citados:
− Plano de Ação Nacional para Conservação da Ariranha (PAN Ariranha, ICMBio/MMA, 2010) –
abrange metas para a conservação da Lontra longicaudis, tendo como objetivo geral conservar as
populações de lontra nas suas áreas de distribuição atual.
− Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros – criado pelo IBAMA com
o intuito de estimular, coordenar e desenvolver atividades de manejo, pesquisa e conservação, a nível
nacional, com as espécies de mamíferos carnívoros; integrante do Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade – ICMBio.
De maneira geral, faz-se necessário incentivar projetos de planejamento da gestão costeira, por exemplo,
através da investigação de risco ecológico envolvendo diversos elementos da cadeia trófica marinha e
aquática, incluindo predadores de topo como cetáceos, pinípedes e mustelídeos, em ecossistemas
litorâneos dentro da APAMLC com alto nível de impacto socioeconômico (ex.: estuários, ilhas, cursos
d’água e matas ciliares, etc.).
− Reforço da fiscalização: capacidade ampliada na área marinha pela Polícia Militar Ambiental,,
IBAMA, ICMBio;
− O Diagnóstico Participativo recomenda que todo o entorno da Ilha da Moela deve ser considerado
área de atenção especial e ser inserido nas áreas de períodos intercalados de fechamento, com atenção
especial ao ordenamento da pesca de emalhe para evitar captura acidental de golfinhos (toninhas).
Por se tratar de uma espécie classificada como vulnerável na Mata Atlântica, devido à sua dependência de
cursos d’água e matas ciliares que já foram extremamente degradadas, se faz necessário o
monitoramento sistemático da espécie e seu habitat.
A IUCN publicou um Plano de Ação para Conservação de todas as espécies de lontras (FOSTER-
TURLEY et al., 1990), com o objetivo de estudar a distribuição das espécies, biologia e ecologia com fins
de conservação, monitorar e estabelecer novas áreas protegidas para a espécie.
− Projeto de educação ambiental com abordagem desse tema para a comunidade, empreendedores
e trabalhadores
− Programa de conservação de cursos d’agua e matas ciliares, objetivando mapear todos os cursos
d’água, matas ciliares da região de Mata Atlântica do Litoral de São Paulo, afim de fazer um plano de
conservação e reavivamento dos mesmos;
− Programa de Educação ambiental para moradores ao entorno dos Parques, reservas e áreas afins
com o objetivo de acesso a informação quanto a preservação do meio ambiente; e o usos consciente de
suas fontes;
− Programa de treinamento para prevenção de riscos (físicos, químicos e biológicos) destinado para
empreendimentos com relação direta ao APA, trabalhadores, e sociedade civil em geral, para o
treinamento quanto a medidas se por ventura ocorrer algum risco enquadrado acima à espécie e ao
ecossistema que habita.
▪ Mastofauna Terrestre
O Estado de São Paulo possui 231 espécies de mamíferos, o que representa pouco mais de um terço de
toda a fauna de mamíferos do Brasil, composta por aproximadamente 650 espécies (REIS et. al., 2006).
Pequenos mamíferos não voadores, roedores e marsupiais menores que 1 kg, constituem o grupo
ecológico mais diversificado de mamíferos de florestas neotropicais, com quase 100 espécies descritas
para a Mata Atlântica, sendo mais da metade endêmica (PAGLIA et. al., 2012). O número de espécies de
ampla distribuição na América do Sul tropical e subtropical é grande e muitas espécies ocorrem em grande
parte do território nacional (DE VIVO et. al., 2011).
Figura 72 – Panthera onca (onça-pintada), exemplo do grupo de espécies generalistas que ocorrem
em todas as principais paisagens do Estado de São Paulo. Foto: Bart van Dorp (Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_mamíferos_ameaçados_do_Brasil).
O segundo conjunto concentra as espécies de formações abertas, tais como o tatu-peba (Euphractus
sexcinctus), os canídeos Lycalopex vetulus (raposa-do-campo) e Chrysocyon brachyurus (lobo-guará)
(Figura 73), os roedores dos gêneros Calomys, Cerradomys, Thrichomys e Clyomys, e as catitas do
gênero Cryptonanus.
A abundância da mastofauna foi compilada para o total de espécies com peso superior a 1,5 kg por Galetti
e colaboradores (2009), considerando áreas do Estado de São Paulo (Figura 75).
As áreas de ocorrência para a mastofauna terrestre estão registradas no Mapa de Áreas de Ocorrência
da Mastofauna Terrestre (Espécies Ameaçadas) na APAMLC.
Características ecológicas
As áreas de manguezais são usadas pela maioria dos mamíferos como uma extensão do seu habitat
original ou apenas uma ponte entre habitats. Para explorar o manguezal, os mamíferos devem possuir
uma variedade de adaptações fisiológicas e estratégias comportamentais que permitam o forrageio dos
recursos, o que assegura a presença de animais altamente especializados, com características
adaptativas que facilitem a procura e captura de presas em ambientes lodosos e/ou alagados. Desta
maneira, o manguezal não acomoda grande abundância ou variedade de grupos taxonômicos
(FERNANDES, 2000; STORER et. al., 2002).
Para os municípios do Litoral Central foram levantadas 43 espécies de Mamíferos Terrestres (ver Tabela
Base de Dados no Anexo). Estas espécies estão divididas em 7 ordens e 19 famílias, sendo Rodentia,
Do total de mamíferos terrestres levantados, 23 espécies são de médio e grande porte e estão distribuídas
por 12 famílias em seis ordens. Segundo a classificação internacional realizada pela União Internacional
para Conservação da Natureza (IUCN), apenas uma espécie de mamífero de médio e grande porte
levantadas para a APA Litoral Centro está classificada na categoria “Deficiência de Dados” (DD), o veado
mateiro Mazama americana; estão classificados como “quase ameaçadas” (NT) as espécies Panthera
onca, Dasyprocta leporina e Cunicutus paca. Conforme o Decreto 60.133 de 2014, do Estado de São
Paulo, das 23 espécies de médio ou grande porte, seis constam como espécies ameaçadas
(representando 26%) Tayassu pecari, Mazama americana, Puma concolor, Panthera onça, Tapirus
terrestres e Brachyteles arachnoides; e três espécies (13%) como quase ameaçadas, Pecari tajacu,
Cuniculus paca e Dasyprocta leporina (Quadro 14)
Figura 76 – Pecari tajacu (cateto), espécie de mamífero de médio porte quase ameaçada no estado
de São Paulo. Foto: Arquivo Embrapa Pantanal (Fonte: REIS et. al., 2006).
Quadro 14 – Lista de mamíferos de médio e grande porte levantadas para os municípios do litoral
central do estado de São Paulo.
Nome Status de Referências
Ordem Família Espécie
Popular Conservação (Status)
Veado- IUCN 2015; Livro
Mazama cf. DD; VU;
Artiodactyla Cervidae mateiro, Vermelho, 2009;
americana Ameaçada
Veado-pardo Decreto 60.133/14
IUCN, 2011;
LC; Quase
Artiodactyla Tayassuidae Pecari tajacu Cateto Decreto
Ameaçada
60.133/2014
IUCN 2013; Livro
VU; EN ;
Artiodactyla Tayassuidae Tayassu pecari Queixada Vermelho, 2009;
Ameaçada
Decreto 60.133/14
Cachorro-do-
Carnivora Canidae Cerdocyon thous LC IUCN, 2015
mato
Livro Vermelho,
Carnivora Felidae Leopardus sp.
2009
IUCN, 2008; Livro
NT; CR;
Carnivora Felidae Panthera onca Onça-pintada Vermelho, 2009;
Ameaçada
Decreto 60.133/14
Livro Vermelho,
Onça-parda, VU;
Carnivora Felidae Puma concolor 2009; Decreto
Suçuarana Ameaçada
60.133/14
Carnivora Mustelidae Eira barbara Irara LC IUCN 2015
Livro Vermelho,
Carnivora Procyonidae Nasua nasua Quati LC
2009
Procyon Guaxinim IUCN, 2008; Livro
Carnivora Procyonidae LC
cancrivorus mão-pelada Vermelho, 2009
126 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
Nome Status de Referências
Ordem Família Espécie
Popular Conservação (Status)
Chironectes
Didelphimorphia Didelphidae Cuíca-d'água LC IUCN, 2015
minimus
Didelphis Gambá-
Didelphimorphia Didelphidae LC IUCN, 2015
marsupialis comum
Gambá-de- Livro Vermelho,
Didelphimorphia Didelphidae Didelphis aurita LC
Orelha -Preta 2009
Livro Vermelho,
VU;
Perissodactyla Tapiridae Tapirus terrestris Anta 2009; Decreto
Ameaçada
60.133/14
Primates Atelidae Alouatta sp. Bugio
Livro Vermelho,
Primates Atelidae Alouatta fusca Bugio LC
2009
Macaco- Livro Vermelho,
Primates Cebidae Cebous nigritus NT
prego 2009
Macaco- IUCN, 2015
Primates Cebidae Cebus apella LC
prego (2008)
Mono-
Livro Vermelho,
Brachyteles carvoeiro; EN;
Primates Atelidae 2009; Decreto
arachnoides muriqui-do- Ameaçada
60.133/14
sul
Hydrochaeris Livro Vermelho,
Rodentia Hydrochaeridae Capivara LC
hydrochaeris 2009
Rodentia Dasyproctidae Dasyprocta aguti Cutia
Livro Vermelho,
NT; Quase
Rodentia Cuniculidae Cuniculus paca Paca 2009; Decreto
Ameaçada
60.133/14
NT; LC; Livro Vermelho,
Rodentia Dasyproctidae Dasyprocta leporina Cutia Quase 2009; IUCN, 2008;
Ameaçada Decreto 60.133/14
Considerando os municípios de Santos, Guarujá, São Vicente, Praia Grande, Itanhaém, Mongaguá,
Peruíbe e Bertioga, a maioria das espécies de mamíferos de médio e grande porte foram registradas para
o município de Peruíbe principalmente por causa da EE Juréia-Itatins, local de maior ocorrência: 20
espécies. Destas cinco espécies constam como ameaçadas e três como quase ameaçadas pelo Decreto
Estadual 60.133, de 2014. Já para o município de Bertioga (parcela sul) três espécies foram levantadas
sendo que apenas uma consta como ameaçada e uma outra como quase ameaçada (Quadro 15).
Quadro 17 – Lista das espécies de mamíferos de pequeno porte (voadores e não- voadores) com
local de registro e referências utilizadas.
Espécie Nome Popular Local Referência
Artibeus fimbriatus (Gray
Morcego Estação Jureia-Itatins Bergallo, 1994
1838)
Peruíbe (Estação Juréia- SinBiota C8852 (Bernardo, CSS
Glossophaga soricina Morcego
Itatins) 2004)
Sturnira liliun (E. Geoffroy, Bertioga; Estação Jureia- SinBiota C-17330 (Mvivo 2006)
Morcego
1810) Itatins MZUSP; Bergallo, 1994
Artibeus lituratus Morcego das frutas Estação Jureia-Itatins Bergallo, 1994
SinBiota C-17305 (dmCoutinho);
Anoura caudifer (E. Peruíbe (Estação Juréia-
Morcego-beija-flor SinBiota C8852 (Bernardo, CSS
Geoffroy, 1818) Itatins)
2004)
Morcego-de-cauda- Peruíbe (Estação Juréia- Bergallo, 1994; SinBiota C8852
Molossus molossus
livre Itatins) (Bernardo, CSS 2004)
Carollia perspicillata Morcego-Fruteiro-de- Peruíbe (Estação Juréia- SinBiota C8852 (Bernardo, CSS
(Linnaeus 1758) Cauda-Curta Itatins) 2004)
Anoura geoffroyi (Gray,
Morcego-fucinhudo Estação Jureia-Itatins Bergallo, 1994
1838)
Trachops cirrhosus (Spix, Peruíbe (Estação Juréia- SinBiota C8852 (Bernardo, CSS
Morcego
1823) Itatins) 2004)
Bertioga; Estação Jureia-
Philander opossum Cuíca Peracchi & Nogueira 2008
Itatins
Cuíca-Cauda-de-
Metachirus nudicaudatus Estação Jureia-Itatins Teixeira et al, 2013
Rato
Peruíbe (Estação Juréia- SinBiota C8852 (Bernardo, CSS
Guerlinguetus ingrami Caxinguelê, Esquilo
Itatins) 2004)
SinBiota C-17330 (Mvivo 2006)
Sciurus sp. Esquilo Bertioga
MZUSP
Peruíbe (Estação Juréia- SinBiota C8852 (Bernardo, CSS
Nectomys squamipes Rato-d'água
Itatins) 2004)
Peruíbe (Estação Juréia- Bergallo, 1994; SinBiota C8852
Akodon cursor Rato-do-chão
Itatins) (Bernardo, CSS 2004)
Características Socioeconômicas
A Mata Atlântica forma um rico conjunto de fitofisionomias bastante diversificadas que abriga uma grande
variedade de mamíferos. O padrão de distribuição de espécies parece diretamente relacionado aos
extensos gradientes ambientais proporcionados por este bioma, articulando a diversidade e a estrutura
das comunidades de acordo com as características individuais deste eclético grupo faunístico (VIEIRA,
1999). O conjunto de biomas nativos da Mata Atlântica que dá suporte a esta diversidade se encontra hoje
em retração frente à ocupação humana, tanto urbana como agropastoril. Estas formas de ocupação
trazem distintas implicações sobre a mastofauna: o espaço urbano é denso e amplo no Estado de São
Paulo e pode ser considerado como responsável pela total ou quase total erradicação de várias espécies
da mastofauna; e, os ambientes agropastoris representam uma intervenção na paisagem que também
resulta em alguma extinção localizada de mamíferos, mas traz outra consequência importante no sentido
de que muitas dessas paisagens agrícolas são percebidas pelos mamíferos como um “ambiente aberto”
genérico que incentiva o deslocamento e intensifica relações de predação, podendo até causar a
expansão de espécies não demasiadamente especializadas que prefiram formações abertas (UMETSU &
PARDINI,2007).
A fragmentação das matas (Figura 78), a caça e o tráfico ilegais na área causaram severas reduções no
tamanho das populações de mamíferos, particularmente nas espécies de maior porte, culminando no
desaparecimento de algumas espécies em diversas localidades.
Primatas e carnívoros estão entre os mais ameaçados. Primatas possuem hábito exclusivamente florestal
e, portanto, baixa tolerância à destruição das florestas. Os carnívoros por serem predominantemente
predadores, têm grande necessidade de espaço e apresentam baixas densidades populacionais
(CHIARELLO et. al., 2008). Populações naturais, particularmente de saguis e de uma espécie de macaco-
prego (Cebus robustus) são também ameaçadas por introduções: dois saguis invasores, Callithrix jacchus,
do Nordeste do Brasil e C. penicillata, típico de hábitats florestais no Cerrado, foram introduzidos em
numerosas áreas de Mata Atlântica onde estão hibridizando com espécies locais ou ainda tomando o lugar
das mesmas (COIMBRA-FILHO et. al., 1993).
Estado de Conservação
Em ambientes altamente modificados e ocupados por populações humanas (RIBEIRO et. al., 2009;
TABARELLI et. al., 2010), como são os municípios que abrigam a APAMLC, grandes remanescentes do
habitat natural são uma raridade na paisagem, e, portanto, a manutenção de grandes áreas protegidas é
fundamental para conservação dos mamíferos, sobretudo para as espécies maiores (CHIARELLO, 2000;
GURD et. al., 2001; CEBALLOS et. al., 2005), mais propensas à extinção entre os mamíferos (CARDILLO
et. al., 2005). Estudos indicam que apenas grandes remanescentes florestais são capazes de manter
populações viáveis de boa parte das espécies de mamíferos (CHIARELLO,1999 e 2000; CULLEN-
JUNIOR et. al., 2000). Em pequenos fragmentos (<500 ha) de Mata Atlântica tem sido observada uma
redução substancial na riqueza de espécies de mamíferos (CHIARELLO, 1999; BRIANI et. al., 2001;
PARDINI et. al., 2005; SILVA-JUNIOR & PONTES,2008; ABREU-JUNIOR & KÖHLER, 2009; BROCARDO
131 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
& CÂNDIDO-JUNIOR, 2012), enquanto que em fragmentos maiores (>500 ha) e em áreas com maior
conectividade a comunidades mastofaunísticas é mantida mais intactas (CHIARELLO,1999; CULLEN-
JUNIOR et. al., 2000; PARDINI et. al., 2005; CHEREM et. al., 2011; BROCARDO & CÂNDIDO JUNIOR,
2012; NORRIS et. al., 2012).
Áreas críticas
As drásticas mudanças geradas pelos humanos na Mata Atlântica, Restingas e Manguezais da faixa
litorânea nos últimos 150 anos, resultantes da expansão das áreas urbanas e rurais, trouxeram uma
fragmentação crítica nestes biomas, tornando toda a área da secção central do litoral paulista como
bastante crítica para a mastofauna. Para a Mata Atlântica, por exemplo, a fragmentação é tal que apenas
um quarto de todas as áreas protegidas é grande o suficiente para sustentar populações viáveis de
primatas e roedores de médio e grande porte (CHIARELLO, 2000).
Cenários Futuros
Indicadores de Monitoramento
A composição da comunidade de médio e grande porte é muito importante como indicador do estado de
conservação. A variedade de espécies apresentando vários níveis ecológicos, como herbívoros,
predadores e dispersores de sementes, e predadores carnívoros, são indícios de um ambiente bem
preservado. A representatividade de espécies como os primatas, os carnívoros e os ungulados, é
indicativa de um bom estado de conservação.
Quanto aos mamíferos voadores, as espécies parecem ser boas indicadoras do estado de conservação,
pois apresentam dieta mais especialista e distribuição mais restrita a determinados tipos de habitat. Assim
como espécies de marsupiais e pequenos roedores especialistas quanto ao tipo de hábitat.
A espécie Tayassu pecari (Figura 79) considerada extinta em importantes remanescentes de Mata
Atlântica, pode indicar com sua ausência (Beck 2005), que mesmo grandes remanescentes e UCs podem
falhar em manter espécies ameaçadas, a menos que programas efetivos de geração alternativa de renda
e fiscalização não forem adotados no entorno, para mitigar ações ilegais dentro das áreas protegidas
(CARRILLO et. al., 2000; BRUNER et. al., 2001; GALETTI et. al., 2009).
Lacunas de conhecimento
Embora a Mata Atlântica seja o bioma com a mastofauna melhor conhecida, a falta de publicações de lista
de espécies de mamíferos (BRITO et. al., 2009) representa uma lacuna de conhecimento relativa à
presença e a distribuição das espécies (COSTA et. al., 2005; GALETTI et. al., 2009; DE VIVO et. al.,
2011). Há pouquíssimos locais de floresta úmida neotropical adequadamente inventariados e listas locais
de espécies são geralmente incompletas (VOSS & EMMONS,1996). Existem inúmeras lacunas de
conhecimento que vão desde o número limitado de amostras zoológicas até a falta de informações acerca
da ecologia e história natural das espécies.
As principais necessidades de pesquisa para os mamíferos ameaçados devem focar nas metodologias de
estimativa populacional, conservação de habitat e uso sustentável como especificado pelos Planos de
Ação Nacional.
Potencialidades / oportunidades
O Instituto Chico Mendes, tendo como suporte legal a Portaria 316/2009 entre Ministério do Meio
Ambiente e o ICMBIO, definiu estratégias para recuperação das espécies de mamíferos ameaçadas, na
forma de Planos de Ação Nacionais (PANs) como o Plano de Ação Nacional (PAN) para a Conservação
dos Mamíferos da Mata Atlântica Central, Plano de ação para a conservação de cervídeos, Plano de
ação para a conservação da onça-pintada, Plano de ação para a conservação da onça-parda, Plano de
Ação para a Conservação dos Primatas do Estado de São Paulo, Plano de Ação Nacional para a
Conservação dos Mamíferos da Mata Atlântica Central (BRASIL, 2010a) e no Plano de Ação Nacional dos
Muriquis e o Plano de Ação para a conservação do cachorro vinagre
Não existem ações específicas de conservação para as espécies de mamíferos ameaçadas, mas medidas
recomendadas seriam:
Assegurar a existência de unidades de Conservação com tamanho suficientemente grande para garantir a
sobrevivência das populações viáveis da espécie em todos os biomas em que as espécies ocorrem.
Divulgar a existência da espécie para a população em geral, esclarecendo sobre aspectos de sua biologia.
2.3.2.1.5. Plâncton
Visão geral
O plâncton é constituído por organismos cujo poder de deslocamento é insuficiente para vencer a
dinâmica das massas de água e correntes no ambiente aquático. Fazem parte desse grupo: o
virioplâncton (vírus), bacterioplâncton (bactérias e cianobactérias); o fitoplâncton (algas microscópicas e os
protistas fotossintetizantes formados por uma única célula ou organizados em colônias); o zooplâncton
(animais e protistas não fotossintetizantes); e o ictioplâncton (ovos, larvas e pós-larvas de peixes)
(BONECKER et. al., 2002).
Esses organismos microscópicos são de vital importância para os ecossistemas marinhos, pois
representam a base da teia alimentar pelágica nos oceanos e mudanças em sua composição e estrutura
podem ocasionar modificações em todos os níveis tróficos superiores. Os organismos planctônicos
apresentam características dinâmicas, com elevadas taxas de reprodução e perda, respondendo
rapidamente às alterações físicas e químicas do meio aquático e estabelecendo complexas relações intra
e interespecíficas na competição e utilização do espaço e dos recursos (LONGHURST & PAULY, 2007).
Bacterioplâncton
As bactérias heterotróficas são um componente básico das redes alimentares marinhas, transferindo a
matéria orgânica dissolvida para sua biomassa e permitindo um fluxo de energia e materiais através dos
bacterívoros até os níveis tróficos superiores, chamado de alça microbiana (AZAM et. al., 1983). A alça
microbiana tanto pode unir a biomassa microbiana com os níveis tróficos superiores como favorecer a
acumulação da própria biomassa microbiana (KORMAS et. al., 1998). Além de sua importância ecológica,
o bacterioplâncton marinho representa um importante parâmetro a ser monitorado, principalmente por
questões de saúde pública relacionadas a qualidade da água, como por exemplo, a bactéria Vibrio
cholerae, agente causador da infecção colérica.
Apesar de algumas espécies de bactérias patogênicas, não pertencerem ao plâncton, já que seu ciclo de
vida é associado a um hospedeiro, estas também são de extrema importância para o monitoramento da
qualidade de água, tanto em termos de balneabilidade como em áreas de cultivo. Uma vez, que as
mesmas estão relacionadas ao risco potencial de causar doenças infecciosas, por meio da utilização da
água para fins recreacionais e ou consumo de organismos, os quais podem estar contaminados, estas
representam importantes microrganismos bioindicadores (TOURON et. al., 2007). Neste caso, o
monitoramento é feito através da quantificação de tais bioindicadores (como, por exemplo, coliformes
134 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
fecais), ou biomarcadores na água (como por exemplo, presença de coprostanol). O grupo dos coliformes
termotolerantes é um dos bioindicadores patogênicos amplamente utilizados no monitoramento da
qualidade microbiológica da água quando se deseja constatar contaminação fecal recente ou de
condições sanitárias insatisfatórias (CETESB, 2016).
De acordo com o guia prático de metodologias de análise de água e efluentes "Standard Methods for the
Examination of Water and Wastewater", o grupo dos coliformes é definido como “todas as bactérias
aeróbias ou anaeróbias facultativas, gram-negativas, não esporuladas, em formato de bastonete, as quais
fermentam a lactose com formação de gás dentro de 48 h a 35ºC”. Este grupo inclui organismos que
diferem entre si quanto a características bioquímicas, sorológicas e habitats. Podem ser separados em:
Escherichia, Aerobacter, Citrobacter, Klebsiella e outros gêneros que quase nunca aparecem em fezes,
como a Serratia. A bactéria Escherichia coli é a única espécie do grupo dos coliformes termotolerantes
cujo habitat exclusivo são os intestinos dos animais de sangue quente (CONAMA 357/2005).
Fitoplâncton
A composição de espécies do fitoplâncton do litoral do Estado de São Paulo foi analisada por Villac et. al.,
(2008) através de dados secundários de quase 100 anos de pesquisa no Brasil, de 1913 a 2002, além de
estudos complementares realizados através de análises de dados primários, de agosto de 2004 a julho de
2006, coletados em zonas de arrebentação de 20 praias ao longo do litoral paulista. Uma síntese dos
dados secundários e primários analisados, e a comparação em escala mundial, nacional e estadual
mostram que a região costeira do estado de São Paulo (SP) é dominada principalmente por diatomáceas.
Esses autores ressaltam que no estado de São Paulo existe um maior número de especialistas em
diatomáceas, além disso, os valores dos demais grupos taxonômicos podem estar subestimados em
decorrência da dificuldade de identificação dos grupos dos flagelados. Para as diatomáceas registradas no
litoral de São Paulo, um quadro com frequência de ocorrência (Quadro 18) mostra que 24 espécies foram
citadas em 30 a 50% dos estudos, e cinco espécies foram citadas em 51 a 80% dos estudos, sendo que
todas elas são comumente encontradas em ambientes marinhos costeiros.
Com relação aos dinoflagelados, na revisão feita por Gaeta & Brandini (2006), foi destacada a dominância
de Prorocentrum spp. e Gymnodiniales para o litoral paulista. Vale ressaltar que Gymnodiniales é uma
classificação taxonômica em nível de Ordem, que envolve várias espécies de dinoflagelados atecados
(nus), e sua identificação costuma ser dificultada pela utilização do formol para preservação das amostras.
Considerando a composição fitoplanctônica, Gaeta & Brandini (2006) discutem a importância sazonal e
mudanças na composição das massas de água, principalmente pela fertilização com a ACAS (Água
Central do Atlântico Sul) em águas oligotróficas na plataforma continental, como os principais
responsáveis pela mudança na estrutura da comunidade.
Apesar das florações possuírem um efeito benéfico para a produtividade do sistema, várias espécies
fitoplanctônicas possuem efeitos deletérios para os demais organismos aquáticos, atualmente conhecidos
Vale ressaltar que: i) nem todo efeito nocivo está relacionado à produção de toxina, como os efeitos
mecânicos, físicos, anoxia (Quadro 19); ii) as espécies potencialmente produtoras de toxinas ou
metabólitos secundários, não necessariamente irão produzi-los, pois a produção desses metabólitos está
associado à uma série de mecanismos fisiológicos e influências ambientais; iii) quando ocorre a síntese de
compostos tóxicos pelo fitoplâncton, esses compostos podem ter um efeito negativo mesmo se a
ocorrência da espécie for detectada com baixas densidades, como por exemplo, espécies do
2 -1
dinoflagelado Dinophysis podem induzir sintomas diarreicos com densidades inferiores a 10 células L
(GRANÉLI; TURNER, 2006; SELLNER et. al., 2003).
Zooplâncton
A fração heterotrófica do plâncton superior a 2,0 μm constitui o zooplâncton que pode ser subdividido em
diferentes categorias em função do tamanho (SIEBURTH & SMETACECK, 1978), posição na teia trófica e
hábitos alimentares (BONECKER et. al., 2002), e se passam parte (meroplâncton) ou todo (holoplâncton)
o seu ciclo de vida no plâncton (VALIELA, 1995). A fração de tamanho menor, ou microzooplâncton (<200
μm) é composta por protozoários heterótrofos unicelulares como ciliados (ex. os tintinídeos Tintinnposis
spp., Favella ehrenbergi, Leprotintinnus nordqvisti, Eutintinnus lususundae), foraminíferos (ex.
Globigerinoides ruber, G. gonglobatus, Globigerina bulloides) e radiolários, além de dinoflagelados e
nanoflagelados heterótrofos (LOPES et. al., 2006).
Já nas frações maiores >200 μm, dentre os organismos holoplantônicos marinhos, o grupo dos copépodos
é predominante (> 70%) tanto em densidade (BONECKER et. al., 2002) quanto em biomassa
O meroplâncton, por outro lado, é dominado por ovos e larvas de peixes (=ictioplâncton), moluscos,
crustáceos e outros invertebrados bentônicos (LOPES et. al., 2006). As larvas dos invertebrados marinhos
podem permanecer no estágio planctônico desde horas a menos de dois meses (ex. algumas espécies de
ascídias, briozoários, esponjas e corais), entre quatro e seis semanas (ex. algumas espécies de cirripédios
e bivalves), e entre vários meses e anos (ex. algumas espécies de poliquetos, bivalves, gastrópodes e
decápodes) (LEVIN & BRIDGES, 1995 apud. LÓPEZ & COUTINHO, 2008). Devido a esta diversidade de
tempo de desenvolvimento, a incorporação aos estudos da análise de larvas meroplanctônicas de
espécies bentônicas, tanto por interesse ecológico quanto econômico, tem aumentado com o intuito de
compreender melhor o assentamento, recrutamento e a distribuição espacial e temporal das populações
adultas (LÓPEZ & COUTINHO, 2008). Essas informações são cruciais em planos de manejos e
conservação de ambientes costeiros (FAIRWEATHER, 1991 apud. LÓPEZ & COUTINHO, 2008). O
ictioplâncton, por sua especificidade, será tratado no item a seguir.
Em termos ecológicos, o zooplâncton tem uma posição chave nas teias tróficas, servindo, por estar
composto em sua maioria por organismos fagotróficos e herbívoros, como elo entre os produtores
primários planctônicos (fitoplâncton) e os níveis tróficos superiores, tanto através da alça microbiana
(AZAM et. al., 1983) quanto na teia trófica clássica, sendo chave para o equilíbrio dos ecossistemas. Da
mesma forma que outros grupos planctônicos, o zooplâncton apresenta tanto os grupos que respondem
rapidamente às variações ambientais de curta e média escala temporal, quanto grupos que são exclusivos
de certas condições ambientais, sendo bons indicadores tanto da qualidade ambiental do ambiente quanto
de massas de água (VALIELA, 1995).
Um dos aspetos fundamentais sobre a biologia do zooplâncton e que devem ser considerados nos
estudos de campo, são os padrões de migração vertical, sendo o mais comum o denominado “padrão
normal”, no qual o zooplâncton permanece nas camadas superiores durante a noite para se alimentar e
migra para camadas mais profundas durante o dia para evitar a predação (BAYLY, 1986 apud. LIU et. al.,
2003). Neste ponto, o ictioplâncton, como predadores, tem um papel fundamental na estruturação e
comportamento da comunidade zooplanctônica, tornando o conhecimento desta última primordial para o
estudo de espécies de peixes de interesse econômico.
Associações entre espécies patogênicas de Vibrio (e.g. V. cholerae, V. vulnificus e Aeromonas hydrophilia)
e zooplâncton, especialmente copépodos, têm sido sugeridas como importantes na ecologia do víbrio
(HUQ et. al., 1983; ARAUJO et. al., 1996; GONÇALVES et. al., 2009, 2004; HUQ et. al., 2005;
LIZÁRRAGA-PARTIDA et. al., 2009; MARTINELLI-FILHO et. al., 2011). Assim, Araújo et. al., (1996)
demonstraram a associação do V. cholerae com o copépodo de água doce Mesocyclops longisetus.
Gonçalves et. al., (2009) encontraram relação positiva entre zooplâncton, dominado por copépodes, e V.
cholerae em águas estuarinas do Maranhão. Lizárraga-Partida et. al., (2009) demonstraram a associação
entre o de Acartia tonsa e V. cholerae em águas costeiras e estuarinas no México. Turner et. al., (2009)
demonstraram que as variações sazonais nas concentrações de Vibrio podem ser modeladas usando
tanto variáveis ambientais como a composição do plâncton que atua como hospedeiro. Estes autores
indicaram que, além dos copépodos, as larvas de caranguejos poderiam atuar como vetores de Vibrio,
embora a relação entre a abundância de víbrios e as mudanças na composição do plâncton seja complexa
e deva ser melhor avaliada.
Na região estuarina da Baixada Santista e a região costeira, Souza (2007 apud. MARTINELLI-FILHO et.
al., 2011) detectou a presença de cepas tóxicas de V. cholerae associadas a zooplâncton de água de
lastro e à região adjacente ao porto. Martinelli-Filho et. al., (2011) fizeram um estudo associando a
presença de V. cholerae a determinadas espécies de zooplâncton nessa mesma região. O V. cholerae O1
foi encontrado em 88,1% das amostras estuarinas e 66,7% das amostras de plataforma continental,
indicando que as condições estuarinas favorecem a presença deste patógeno e que na região de
plataforma, embora as condições de salinidade não sejam favoráveis, o V. cholerae pode persistir durante
certo tempo podendo permitir o transporte desta bactéria pelas correntes costeiras. Diversos estudos
sugerem que nem a diversidade nem a densidade do zooplâncton afetam a detecção do V. cholerae O1,
5
sendo que um único copépode pode carregar até 10 células bacterianas (MARTINELLI-FILHO et. al.,
2011). No estudo de Martinelli-Filho et. al., (2011) o V. cholerae O1 foi encontrado tanto em espécies do
holo quanto do meroplâncton. Entre os representantes do holoplâncton, destacaram-se 16 espécies de
copépodos (ex. Acartia lilljeborgi, A. tonsa, Calanopia americana, Oithona plumifera, Paracalanus spp,
Temora stylifera e T. turbinata), e de cladóceros (Penilia avirostris, Pleopis schmackeri e Pseudevadne
tergestina), além de Chaetognata (Parasagitta spp. e Flaccsisagitta enflata). Entre os organismos do
meroplâncton, obtiveram resultados positivos de associação com larvas de Brachyura, larvas de
Echinodermata e náuplios de Cirripedia, entre outros. Considerando que o zooplâncton pode ser ingerido
acidentalmente pelo ser humano e constituir-se num reservatório para diversas bactérias patogênicas,
estudos sobre as interações ecológicas entre víbrios e zooplâncton e sua relação com a degradação dos
ecossistemas costeiros são fundamentais do ponto de vista da saúde pública (MARTINELLI-FILHO et. al.,
2011).
O zooplâncton também pode atuar como vetor de ficotoxinas para níveis tróficos superiores produzidas
por microalgas como os dinoflagelados. Neste sentido, tem sido descrita a contaminação de baleias na
costa nordeste dos Estados Unidos por neurotoxinas produzidas por dinoflagelados tendo o copépode
(Calanus finmarchicus) como vetor da toxina (DURBIN et al., 2002).
O zooplâncton é crítico no funcionamento das redes tróficas dos ecossistemas aquáticos já que são os
principais conectores entre a produção primária fitoplanctônica e os níveis tróficos superiores
(RICHARDSON, 2008). Carcaças e pelotas fecais do zooplâncton também contribuem para a exportação
de material detrítico rico em matéria orgânica, sendo colonizados por micróbios, para as comunidades
O zooplâncton pode ser considerado como indicador das mudanças climáticas por diversas razões: i) os
processos fisiológicos são altamente sensíveis às mudanças de temperatura; ii) a maior parte das
espécies têm ciclos de vida curtos que se acoplam às mudanças; iii) em geral não são explorados
comercialmente, assim estudos de longo prazo indicariam tendências das mudanças ambientais; iv)
muitas espécies do zooplâncton são indicadoras da presença de determinadas massas de água, e podem
refletir alterações nos padrões de variação espacial e temporal das comunidades zooplanctônicas,
podendo indicar mudanças nos padrões de circulação nas regiões costeiras e da plataforma continental.
Essas mudanças podem afetar também a estrutura de tamanhos e os ciclos de vida da comunidade
zooplanctônica, afetando a estrutura trófica da comunidade (STEMPNIEWICZ et. al., 2007;
RICHARDSON, 2008); iv) os processos de dispersão e concentração dos estágios planctônicos do ciclo
de vida de organismos não planctônicos podem ser alterados pelas mudanças climáticas, indicando que o
meroplâncton seria mais sensível que o holoplâncton às mudanças climáticas (RICHARDSON, 2008).
Assim, a alteração na ocorrência de larvas de invertebrados meroplanctônicos tem sido associada a
mudanças nas condições ambientais (FREIRE et. al., 2006). Um dos efeitos observados é a permanência
de larvas de equinodermos bentônicos por mais tempo no plâncton com o aumento da temperatura
(RICHARDSON, 2008).
Um componente do zooplâncton que pode ser usado como indicador de mudanças climáticas a longo
prazo são os foraminíferos, uma vez que sua população é controlada mais pelas mudanças no clima e na
produção primária que pela predação (RICHARDSON, 2008). Enquanto que em relação às respostas em
meso-escala temporal, por exemplo, tem sido observada uma substituição na biomassa do krill por salpas
nas águas do Oceano Antártico, afeta as populações de baleias, pinguins, e outros organismos que se
alimentam de krill (ATKINSON et. al., 2004).
Um grupo do zooplâncton que tem efeitos visíveis para o ser humano são as águas vivas e cujo
surgimento em grande quantidade em regiões costeiras tem tanto consequências econômicas (ex.
redução do turismo, danos nas redes de pesca, mortandade em aquicultura, redução de espécies de
peixes comerciais por competição e predação, etc) como ecológicas (RICHARDSON, 2008). Embora
essas concentrações de águas vivas possam acontecer por processos naturais, estudos têm mostrado um
aumento da ocorrência com o aquecimento das águas nas últimas décadas (PURCELL, 2005).
Ictioplâncton
Apesar destas serem as características gerais dos primeiros estágios de desenvolvimento dos peixes
ósseos, existem numerosas variações. As fases planctônicas dos peixes de profundidade são mal
conhecidas. Muitas espécies costeiras e estuarinas produzem ovos bentônicos ou demersais, que
apresentam geralmente dimensões superiores a 1 mm. Nestas espécies o desenvolvimento desde a
eclosão até o estado juvenil é geralmente direto, com os estados larvais adquirindo gradualmente
Segundo Moser e Smith (1993), a distribuição dos adultos e a sazonalidade da desova são os principais
elementos que definem a composição taxonômica das associações de larvas de peixes. Em menor escala
2
(<100 Km ), fatores ambientais, como: correntes, temperatura superficial do mar (TSM), biomassa primária
e secundária do plâncton, e abundância de presas e predadores, afetam a formação e a manutenção das
associações ictioplanctônicas.
Características Ecológicas
Bacterioplâncton
A bactéria Vibrio cholerae possui uma parte do ciclo de vida no hospedeiro humano e outra no ambiente
aquático. A Vibrio cholerae O1 toxigênica é responsável pela cólera, que, apesar de ser uma doença
controlada no Brasil, demanda muito cuidado pelo fato desta se propagar rapidamente pela água, e a
contaminação ocorrer em poucos dias através do contato e ingestão de água contaminada (COLWELL,
1996). Por sua vez, Vibrio cholerae não-O1 é uma bactéria nativa do ecossistema marinho, que ocorre
predominantemente na coluna de água, também detectada em associação a diversos substratos
marinhos, inclusive em organismos planctônicos (principalmente microcrustáceos) e bentônicos como
moluscos bivalves (LOPES, 2009).
O grupo das bactérias coliformes é característico de organismos que crescem no trato gastrointestinal de
animais de sangue quente, então sua presença no ambiente marinho e nos organismos marinhos
cultivados, indica contaminação fecal e, dependendo da espécie, pode desencadear uma série de
doenças, sendo a gastroenterite a mais comum transmitida pelos microrganismos patogênicos (AMARAL
et. al., 2003; CETESB, 2016; CODEX, 2008).
No litoral de São Paulo, Lamparelli et. al., (2015) analisaram a relação entre a incidência de doenças
gastrointestinais em banhistas e os índices de contaminação fecal das águas das praias, medidas através
de coliformes fecais totais, Enterococci e Escherichia coli. Esse estudo foi conduzido na Baixada Santista,
nas praias: Enseada, Pitangueiras e Astúrias no Guarujá, Aparecida em Santos e Ocian na Praia Grande.
Os resultados desse estudo indicaram que as pessoas expostas à água marinha apresentaram mais
sintomas do que aqueles que não entraram na água mar, sendo significativamente maior o risco de
ocorrência de sintomas de doenças de veiculação hídrica para o grupo exposto à água do mar. As praias
que permaneceram a maior parte do tempo classificadas como Impróprias também apresentaram maiores
incidências de doenças gastrintestinais. E, com relação à medição dos indicadores microbiológicos, o
enterococos foi o mais correlacionado com aparecimento de sintomas gastrointestinais. O cenário histórico
referente à balneabilidade na APAMLC está bem detalhado no item Meio Físico do presente documento.
O fitoplâncton constitui uma das bases das cadeias alimentares marinhas, pois é um dos principais
responsáveis pela fixação biológica do carbono inorgânico. Através da atividade fotossintética, transforma
o carbono orgânico na zona eufótica em um processo conhecido como produtividade primária
(LONGHURST; PAULY, 2007). A clorofila-a, presente no fitoplâncton, é um dos principais pigmentos
fotossintetizantes encontrados na maioria das células vegetais. Junto a outros pigmentos, ela é
responsável pela captura e utilização da energia luminosa pela fotossíntese, além de ser frequentemente
utilizada para se estimar a biomassa fitoplanctônica em ambientes aquáticos (CIOTTI et. al., 2007).
Na região costeira de São Paulo, Gaeta & Brandini (2006) mostram que na região do litoral norte
-3
(profundidade < 50m) a biomassa superficial varia de 1 a 2 mg m , e as concentrações integradas com a
-2
zona eufótica (mg m ) variam de 10,0 a 53,3 no verão e 3,0 a 31,0 no inverno, enquanto na região
compreendida pela APAMLC, onde a influência antrópica é mais acentuada e há maior influência dos
emissários submarinos de esgotos domésticos sobre a eutrofização da água costeira, a biomassa
-2
integrada (mg m ) apresenta os seguintes valores:
− Guarujá: 5,9 a 37,2 (inverno) e 9,4 a 162,0 (verão);
− Santos: 14,7 a 51,1 (inverno) e 1,3 a 62,5 (verão);
− Praia Grande: 3,8 a 52,7 (inverno) e 3,0 a 34,8 (verão).
-3
Na região do entorno do PEMLS foram registrados valores médios inferiores a 1 mg m durante os
períodos de outubro/2013, janeiro/2014, julho/2014 e janeiro/2015 (PETROBRAS, 2016). Considerando
áreas mais específicas como as AMEs (Áreas de Manejo Especial) da APAMLC, foram registrados para a
-1
Ilha da Moela e Laje da Conceição valores médios inferiores a 1,1 µg L para a Campanha de Fevereiro
de 2014 (PETROBRAS, 2015a, 2015b).
-3
A biomassa fitoplanctônica expressa em mg m de clorofila-a vem sendo cada vez mais utilizada como um
indicador de eutrofização e mudanças ambientais (AIDAR et. al., 1993; ANCONA, 2007; GAETA;
BRANDINI, 2006; MOSER et. al., 2004, 2005). ANCONA (2007) mostrou que os resultados de
-3
concentrações de nutrientes e biomassa fitoplanctônica, em termos de clorofila-a (0,85 a 28,08 mg m ),
indicam que a região da baía de Santos ainda mantém características altamente eutrofizadas,
semelhantes às descritas para a região há mais de 30 anos, apesar de todos os esforços para reduzir a
introdução de agentes eutrofizantes nos canais de Santos e São Vicente e na Baía de Santos. De forma
geral, as regiões estuarinas são fortemente relacionadas com a maré e a sazonalidade.
Nos estuários tropicais como o de Santos, a sazonalidade está dividida entre os períodos de maior
pluviosidade e seca. Os índices de eutrofização mais elevados costumam ser registrados nos períodos de
maior pluviosidade, junto com as maiores biomassas fitoplanctônicas e maiores concentrações de
nutrientes inorgânicos dissolvidos (ANCONA, 2007; MOSER, 2002; MOSER et. al., 2005), sendo os canais
de Santos e São Vicente a principal fonte de eutrofização na Baía de Santos (valor máximo de clorofila-a
-3
97,4 mg m ) (MOSER, 2002; MOSER et. al., 2005), devido às diversas fontes de poluição no entorno dos
rios que drenam a região, tais como indústrias químicas, petroquímicas e de fertilizantes, terminais de
granéis líquidos, lixões e esgotos (CETESB, 2001; ANCONA, 2007; MOSER, 2002; MOSER et. al., 2005).
A influência das atividades humanas contribuindo para a crescente eutrofização em regiões costeiras vem
sendo discutido como uma das principais causas para o aumento do desenvolvimento, persistência e
expansão de muitas florações algais (ANDERSON et. al., 2002; GLIBERT; PITCHER, 2001; GRANÉLI;
TURNER, 2006; GRANÉLI et. al., 2008). Uma representação esquemática resumindo a relação entre a
entrada de nutrientes no sistema, a resposta do fitoplâncton e os potenciais impactos das FANs são
descritas na Figura 81.
A frequência de florações fitoplanctônicas (FANs) vem aumentando mundialmente desde a década de 70.
Apesar do aumento do aporte de nutrientes de origem antrópica ser apontado como uma das principais
causas para o aumento da ocorrência de FANs, o aumento das florações pode estar associado a outros
fatores, tais como: i) aumento do interesse da comunidade científica por espécies potencialmente nocivas,
assim como desenvolvimento de técnicas de análise mais precisas; ii) utilização de águas costeiras para
aquicultura; iii) mudanças climáticas; iv) transporte de cistos de dinoflagelados via água de lastro ou por
dispersão natural através de correntes (GRANÉLI; TURNER, 2006; HALLEGRAEFF et. al., 2003).
No final da década de 1970 e início da década de 1980, Gianesella-Galvão (1978) observou a dominância
da diatomácea Skeletonema costatum na Baía de Santos (SP). Apesar dessa espécie não produzir toxina,
essa é descrita como uma espécie nociva (HALLEGRAEFF et. al., 2003). Nestes estudos foi descrita a
floração de Dinophysis spp. e analisada a contaminação por toxina DSP (veneno diarréico de moluscos),
além de terem sido avaliados outros estudos voltados para a análise de toxinas que resultaram em
contaminação de moluscos em Santa Catarina (PROENÇA; RÖRIG, 1995; PROENÇA et. al., 1998; 1999).
No litoral de São Paulo os estudos de FANs ainda são precários, com as ocorrências mais frequentes na
região da APAMLC (Quadro 20 e Mapa de Florações Algais Nocivas na APAMLC) com florações de
Trichodesmium erythraeum e Prorocentrum minimum em Santos (CARVALHO et. al., 2008; MASUDA et.
al., 2011) e Anaulus sp. em Praia Grande e Bertioga. Apesar dos poucos registros de florações algas
nocivas, os dados para a comunidade fitoplanctônica na região costeira de São Paulo são alarmantes.
Segundo a CETESB (2006, 2007), foi registrada, entre agosto de 2004 a julho de 2006, a presença de 15
espécies de microalgas nocivas, sendo quatro delas potencialmente tóxicas, dando-se destaque para a
espécie Coscinodiscus wailesii descrita como invasora (LOPES, 2009).
Quadro 20 – Espécies potencialmente nocivas registradas no período entre agosto de 2004 a julho
de 2006 no litoral de São Paulo.
DIATOMÁCEAS DINOFLAGELADOS
Asterionellopsis glacialis Ceratium fusus
Anaulus australis Prorocentrum micans
Cerataulina pelagica Peridinium quinquecorne
Coscinodiscus wailesii** Dinophysis caudata*
Cylindrotheca closterium Dinophysis tripos*
Guinardia delicatula Gymnodinium catenatum*
Leptocylindrus minimus
Pseudo-nitzschia spp. *
SILICOFLAGELADO
Dictyocha fibula
* potencialmente produtoras de ficotoxinas
** espécie invasora (LOPES 2009)
Fonte: CETESB (2006, 2007).
Com relação à composição da comunidade fitoplanctônica na região da APAMLC, um levantamento de
dados secundários, através de critérios específicos de ocorrência (constante = registrados em mais de
70% do total de amostras) e densidade (abundante = densidade ≥ densidade média da amostra),
Zooplâncton
A região costeira do estado de São Paulo está inserida na sub-região da plataforma continental sul
brasileira conhecida como Plataforma Continental Sudeste Brasileira (PCSB), que é um ecossistema
marinho semi-fechado localizado entre Cabo Frio e Cabo de Santa Marta Grande, considerado como uma
das regiões costeiras mais produtivas do Brasil, responsável por 20% da pesca industrial nacional (LOPES
et. al., 2006; PAES & MORAES, 2007 e referências). A descrição das principais massas de água na
região, importantes fatores controladores do plâncton, estão descritos no item Meio Físico do presente
documento.
Lopes et. al., (2006), numa revisão dos estudos realizados da distribuição do zooplâncton na região
sudeste do Brasil, associaram espécies com feições costeiras e massas de água encontradas nessa
região. Assim, foram identificadas espécies que estariam restritas à plataforma interna e regiões
estuarinas como Parvocalanus crassirostris, Labidocera fluviatilis, Acartia lilljeborgi e Euterpina acutifrons
(SARTORI & LOPES, 2000 apud. LOPES et. al., 2006).
Espécies como Haloptilus longicornis, Lucicutia gaussae e Centropages violaceus, por outro lado, estariam
associadas a águas frias em regiões oceânicas abaixo da termoclina permanente e seriam encontradas na
região costeira durante eventos de ressurgência (LOPES et. al., 2006b), juntamente com certas espécies
de copépodes dos gêneros Heterorhabdus, Euaetideus e Temeropia. Estas últimas espécies restritas à
ACAS (Água Central do Atlântico Sul), que logo que as águas da superfície vão se aquecendo os
organismos desaparecem (VALENTIN, 1989 apud. LOPES et. al., 2006). Também apresentam associação
com intrusão de ACAS taliáceos de grande tamanho dos gêneros Doliolina, Ihlea e Salpa (LOPES et. al.,
2006b), as hidromedusas Rhacostoma atlantica e Olindias sambaquiensis (MIANZAN; & GUERREIRO,
2000 apud. LOPES et. al., 2006), a apendicularia Fritillaria pellucida (CAMPOS, 2000 apud. LOPES et. al.,
2006), os quetognatos Sagitta maxima e Krohnitta subtilis (LIANG, 1998 apud. LOPES et. al., 2006), o
pterópodo Hyalocylis striata (RESGALLA; & MONTÚ, 1994 apud. LOPES et. al., 2006), os eufasiáceos
Euphausia americana, E. recurva e Stylocheiron spp. (LANSAC-TÔHA, 1981 apud. BRANDINI et. al.,
1997; MUXAGATA, 1999 apud. LOPES et. al., 2006), e os cladóceros Penilia avirostris e Pleopis
polyphemoides (VALENTIN, 1983 apud. LOPES et. al., 2006).
As espécies de copépodes Undinula vulgaris, Nannocalanus minor e Corycaeus speciosus têm sido
também apontadas como indicadoras da presença da Corrente do Brasil, sendo a primeira típica de águas
oceânicas tropicais e subtropicais, a segunda típica de águas oligotróficas tropicais e subtropicais, e a
terceira de águas oligotróficas com temperatura (~26°C) e salinidades (~35) típicas da Corrente do Brasil
(CAVALCANTI & LARRAZÁBAL, 2004). Outros grupos indicadores das águas quentes desta corrente
seriam os decápodes Lucifer faxoni e L. typus, e os moluscos heterópodes do gênero Atlanta (BRANDINI
et. al., 1997). Quanto a águas estuarinas, a espécie Oithona oswaldocruzi tem sido apontada como
indicadora de sua influência em regiões portuárias (PORTO NETO, 2003). Entre o meroplâncton, a
presença de véliger de Gastropoda e zoea de Brachyura tem sido descrita como indicadora de influência
de manguezal (PORTO NETO, 2003).
Em relação à biomassa do zooplâncton, essa geralmente é maior nas regiões costeiras influenciadas por
águas salobras de sistemas costeiros como o sistema Estuarino-Lagunar de Cananéia-Iguape e do
Complexo Estuarino de Santos-São Vicente e restritas à faixa da AC, diminuindo para a região mais
externa da plataforma continental (LOPES et. al., 2006). A biomassa zooplanctônica apresenta
aglomerações associadas a áreas de baixa temperatura perto da costa durante o verão como resultado de
intrusões da ACAS que fertilizam a região no final da primavera e verão que promove máximos de
biomassa zooplanctônica na região média e externa da plataforma (LOPES et. al., 2006). Aumento da
biomassa de crustáceos planctônicos e táxons gelatinosos, como as salpas, na PCSE seria resultado da
persistência de águas com temperaturas entre 12 e 18°C, indicativo da ACAS (LOPES et. al., 2006 e
referências). A título de comparação, na região norte do litoral de São Paulo, quando há intrusão de
-3
ACAS, a biomassa zooplanctônica pode superar 200 mg m , enquanto que em condições mais
-3
oligotróficas (verão) seria inferior a 50 mg m (LOPES et. al., 2006).
Quanto às relações tróficas entre os diferentes níveis tróficos no zooplâncton e entre este e níveis tróficos
superiores, tem sido observado uma sincronia entre a ocorrência de ictioplâncton e as maiores densidades
de zooplâncton, que seriam a principal fonte de alimento das larvas de peixes (KATSURAGAWA et. al.,
1993 apud. BRANDINI et. al., 1997). Estudos têm mostrado que quetognatos se alimentam principalmente
de copépodes, mas também de cladóceros, moluscos, náuplios, apendicularias e poliquetos, podendo
competir direta ou indiretamente com larvas de peixes de interesse econômico (LIANG; & VEGA-PEREZ,
1995). Outros competidores indiretos com as larvas de peixe estariam representados pelas salpas, que
formam frequentemente grandes aglomerações na região costeira e às quais competem pelo fitoplâncton
com copépodes e outros herbívoros planctônicos que servem de alimento para as larvas (MATSUURA et.
al., 1980 apud. LOPES et. al., 2006; KATSURAGAWA et. al., 1993). As salpas têm sido apontadas como
grandes exportadoras da produção primária fitoplanctônica para os organismos bentônicos através das
pelotas fecais, podendo significar um efeito negativo adicional sobre as larvas de peixes pelágicos
(PIRES-VANIN et. al., 1993 apud. COSTA et. al., 2015).
A dinâmica de variação da biomassa de zooplâncton na região costeira central do estado de São Paulo é
influenciada tanto pela entrada de águas salobras dos sistemas estuarinos de Santos e São Vicente, como
pelo complexo estuarino-lagunar de Cananéia-Iguape e pela intrusão sazonal da ACAS, quando são
encontradas as maiores densidades de organismos e biomassa, enquanto que menores valores são
registrados em condições de subsidência ou nas regiões mais distantes da influência dos sistemas
costeiros (LOPES et. al., 2006). Carvalho et. al., (2014) também apontam a presença de águas do estuário
de Santos São Vicente ao largo de Santos. Espacialmente, vórtices e frentes têm sido apontados como
responsáveis na retenção e concentração de zooplâncton (LIMA; CASTELLO, 1995 apud. LOPES et. al.,
2006). Não obstante, são necessários esforços voltados aos estudos tanto da distribuição quanto da
produtividade e atividade metabólica do zooplâncton integrados com estudos do fitoplâncton, e que
permitam um melhor conhecimento das espécies direta ou indiretamente vinculadas a interesses
econômicos.
No Brasil, a maior parte dos estudos dos fatores que influenciam a distribuição de crustáceos decápodes
bentônicos de interesse econômico tem sido centrada nos estágios juvenis e nos indivíduos adultos (ex.
FURLAN et. al., 2013). Diferentes espécies de camarão que são pescadas na costa do Estado de São
Paulo, entre elas os representantes do gênero Farfantepenaeus (como o F. brasiliensis e F. paulensis,
conhecidos como camarão rosa), e cuja reprodução acontece na plataforma continental, apresentam
diversos estágios larvais planctônicos (ALBERTONI et. al., 2003). Assim, conhecer os fatores que
influenciam a sobrevivência e a dinâmica de distribuição dessas larvas torna-se importante para o
desenvolvimento e implantação de programas de manejo e conservação dessas espécies. Outra espécie
explorada comercialmente é o camarão sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri). Apesar de representar um
dos recursos pesqueiros mais importantes do litoral paulista (RODRIGUES et. al., 1993 apud.
FRANZOSO, 2008) e de ter sido extensamente estudado no Brasil (FRANZOSO, 2008), esta espécie é
outro exemplo no qual a sua fase larval planctônica tem sido pouco estudada no litoral do estado de São
Paulo. A desova desta espécie acontece longe da costa e as larvas planctônicas migram para próximo da
costa no final de seu desenvolvimento (HECKLER, 2010).
No litoral norte do estado de São Paulo diversos estudos mostraram, porém que as fêmeas desovaram em
locais mais rasos, próximos da desembocadura de rios, pela proximidade de alimento para as larvas,
enquanto que na Baía de Santos a desova aconteceria em regiões mais profundas pelo grande aporte de
águas continentais do sistema estuarino (HECKLER, 2010). Um dos fatores propostos para o estímulo de
liberação das larvas seria a temperatura, relacionada com a disponibilidade de fitoplâncton como alimento
para as larvas (HECKLER, 2010).
Considerando o detalhamento das espécies bentônicas de interesse comercial que têm fase larval
planctônica, merecem destaque os camarões, polvos e lulas.
O camarão-legítimo (Litopenaeus schimitti) ocorre das Antilhas até o norte do Rio Grande do Sul, e é
capturado na região do Complexo Estuarino-Lagunar de Cananéia-Iguape-Ilha Comprida tanto na fase
juvenil, na região estuarina, quanto na fase adulta, na região costeira (MENDONÇA, 2007). A desova
dessa espécie no litoral do Estado de São Paulo ocorre em águas oceânicas entre junho e fevereiro, com
entrada de pós-larvas em novembro (GONÇALVES et. al., 2009). Pouco é conhecido sobre a dinâmica
planctônicas na região oceânica/costeira entre a desova e o retorno das pós-larvas.
No Brasil existem três gêneros de lagostas, sendo que duas espécies de lagosta sapateira são
encontradas no sudeste: Scyllarides deceptor e S. brasiliensis (DUARTE et. al., 2015). A pesca desta tem
grande importância econômica em todo o litoral sudeste do Brasil (DUARTE et. al., 2015). Durante o ciclo
de vida destas espécies as larvas são liberadas em setembro e apresentam um período de maturação de
8 meses (BOOTH et. al., 2005), permitindo que as larvas se desenvolvam durante o período de maior
produtividade primária (ROSSI-WONGTSCHOWSKI; MADUREIRA, 2006), não obstante ainda não
existem estudos sobre os processos de dispersão e retenção dessas larvas que auxiliem no manejo
dessas espécies, assim como não existe no Brasil uma regulação sobre a exploração destas espécies
(DUARTE et. al., 2015).
O camarão-santana (Pleoticus muelleri) ocorre no Atlântico Sudoeste, desde o Rio de Janeiro (Brasil) até
Santa Cruz (Argentina), sendo seu ciclo de vida exclusivamente marinho (LOPES et. al., 2014). Esta
espécie prefere águas com temperaturas inferiores a 20°C, sendo indicadora da presença de ACAS no
fundo (FRANZOSO et. al., 2002) e é uma das espécies de camarão mais exploradas no estado de São
Paulo, sendo que nos últimos anos tem aumentado o esforço de captura (LOPES et. al., 2014).
O polvo comum (Octopus vulgaris), considerado cosmopolita, vive desde a costa até a borda da
plataforma continental, com migrações sazonais entre essas regiões relacionadas com a reprodução
(GUERRA, 1992; JAMBEIRO, 2002). Esta espécie se alimenta de poliquetas, crustáceos, moluscos e
peixes (JAMBEIRO, 2002). Está espécie parece apresentar dois períodos de máxima atividade sexual, na
primavera e final do outono (GONÇALVES, 1993 apud. JAMBEIRO, 2002). Os adultos têm capacidade
migratória limitada e a dispersão das larvas deste gênero não é bem conhecida (GUERRA, 1992 apud.
MOREIRA, 2008). Provavelmente a dispersão deste gênero se dá mais pelas larvas através de correntes
marinhas (MANGOLD, 1983 apud. MOREIRA, 2008). A limitação na dispersão das larvas do polvo pode
explicar a diferenciação interpopulacional entre as diferentes regiões do Brasil (MOREIRA, 2008)
● Distribuição e habitat
O ciclo de vida da maior parte dos invertebrados marinhos não planctônicos inclui uma fase larval que
forma parte do plâncton, como meroplâncton, e o sucesso dessas espécies na etapa não planctônica de
seu ciclo de vida depende em grande medida da sobrevivência em sua passagem pela etapa no plâncton,
sendo fundamental conhecer sua composição, abundância, distribuição, variabilidade, padrões de
dispersão e regiões de retenção (BALLABIO, 2011). Assim, espécies que habitam e desovam em
ambientes costeiros protegidos, como estuários, podem apresentar a estratégia de retenção das larvas no
sistema ou de liberação destas ao mar aberto e posterior retorno dos indivíduos em estágios pós-larvais
ou juvenis (MORGAN, 1995 apud. BALLABIO, 2011).
Um aspecto importante para determinar o potencial de dispersão das larvas é o tipo de desenvolvimento:
larvas planctotróficas sobrevivem mais tempo na coluna de água e podem ser transportadas por maiores
distâncias, enquanto que larvas lecitotróficas (dependem das reservas internas) teriam menor potencial de
dispersão por sofrer a metamorfose em no máximo poucos dias (LÓPEZ & COUTINHO, 2008). As
características da linha de costa (como bacias, enseadas, penínsulas, etc) interferem nos padrões de
circulação das correntes favorecendo a formação de feições oceanográficas (como frentes, giros,
ressurgência, subsidência, etc) que podem interferir os padrões de distribuição das larvas e favorecer
áreas de retenção larval (MCCULLOCK & SHANKS, 2003 apud. LÓPEZ & COUTINHO, 2008). Portanto, a
identificação das estratégias dos estágios larvais e os processos oceanográficos são fundamentais para
avaliar a distribuição e o estoque de adultos, em especial das espécies de interesse econômico. Neste
sentido, os crustáceos decápodes, cuja fase larval forma parte do meroplâncton, representam 10% da
produção pesqueira no Brasil (IBAMA, 2004 apud. BALLABIO, 2011).
No estado de São Paulo a maior parte dos estudos do meroplâncton foi focada principalmente na fisiologia
e desenvolvimento larval de crustáceos (BRANDINI et. al., 1997), porém poucos estudos no Brasil
consideram a influência de parâmetros ambientais na sazonalidade e distribuição espacial das suas larvas
(BALLABIO, 2011). Outro grupo importante para a pesca no sudeste e sul do Brasil é representado pelas
lulas, em especial pela espécie Doryteuthis plei (e.g. COSTA & HAIMOVICI, 1990; GASALLA, 2004;
MARTINS & PEREZ, 2007). A maior parte dos estudos têm sido focados nos indivíduos adultos, sendo
Holoplâncton
O cladócero Pleopis schmackeri, descrito originalmente no Oceano pacífico, o qual pode ter sido
introduzido por água de lastro, tem sido registrado em águas costeiras e estuarinas de Cananéia e desde
todo o litoral sul do estado até a Baixada Santista (ROCHA, 1985 apud. VILLAC et. al., 2009; MARAZZO,
2002) e mais recentemente na região costeira de Ubatuba (MYASHITA et. al., 2011). É considerada
espécie estabelecida no litoral brasileiro (VILLAC et. al., 2009) e habita águas costeiras e estuarinas de
regiões tropicais e temperadas, mas pode ser encontrado em águas oceânicas (ONBÉ, 1999 apud.
VILLAC et. al., 2009). Pleopis schmackeri pode afetar à estrutura da comunidade planctônica local, assim
tem que ser monitorada sua presença e dispersão a outras regiões através de água de lastro, transporte
marítimo e correntes marinhas (VILLAC et. al., 2009). Neste sentido, num estudo realizado no litoral de
Santa Catarina esta espécie foi encontrada em outono associada à Água de Plataforma e Tropical,
confirmando a sua dispersão por correntes marinhas desde o estado do Pará até o sul do Brasil (NUNES,
2010).
O copépode Temora turbinata é uma espécie exótica estabelecida que também pode ter sido introduzida
através da água de lastro de navios na década de 1908, podendo estar associada tanto a Água Costeira,
Água Tropical da Corrente do Brasil e ACAS (LOPES et. al., 1999). No estado de São Paulo tem sido
detectada desde Ubatuba até Cananéia (VILLAC et. al., 2009). É uma espécie costeira que ocorre também
em estuários, regiões externas da plataforma continental e áreas oceânicas, associada a águas
quentes,seu principal efeito no ambiente é deslocar a espécie nativa Temora stylifera (VILLAC et. al.,
2009).
O copépode Apocyclops borneoensis, originário do Oceano Pacífico, foi detectado em 1983 no estuário do
rio Una do Prelado, São Paulo, na estação ecológica Juréia-Itatins e no complexo estuarino de Cananéia –
Iguape, e provavelmente foi introduzida por água de lastro (ROCHA et. al., 2004 apud. VILLAC et. al.,
2009). Ocorre tanto em água doce quanto em ambientes estuarinos e lagoas costeiras em regiões
tropicais e subtropicais. Esta espécie tem sido testada satisfatoriamente na alimentação de larvas de
peixes (JAMES & AL-KHARS, 1984 apud. VILLAC et. al., 2009). Os efeitos sobre a ecologia dos
ambientes e a saúde humana ainda são desconhecidos, embora possa competir com outros copépodes
(VILLAC et. al., 2009).
O copépode Paracyclopina longifurca, embora tenha sido detectado recentemente (ano 2000) apenas no
complexo estuarino de Paranaguá (Pontal do Sul, PR) (MARTINEZ-ARBIZU & SARTORI, 2000 apud.
VILLAC et. al., 2009), pela sua proximidade com a região sul do estado de São Paulo, merece atenção
dado que sua dispersão natural acontece por correntes marinhas.
As espécies de copépode Leptocaris gurneyi e L. trisetosus têm sido detectadas em 2001 em tanques de
água de lastro no porto de Santos, porém foram contidas e não se tem novos registros (VILLAC et. al.,
2009). Não obstante, a detecção dessas espécies em tanques de água de lastro confirma que o risco de
introdução de espécies exóticas ainda persiste.
Meroplâncton
Algumas espécies de camarões de água doce e salobra do gênero Macrobrachium (M. acanthurus, M.
carcinus, M. heterochirus, M. olfersi) têm um desenvolvimento larval extenso (ANGER & MOREIRA, 1998),
e passam parte de sua vida em águas estuarinas. Essas larvas podem sobreviver em água do mar
durante certo tempo, o que pode fazer que sejam carregadas pelas correntes oceânicas e colonizar novos
ambientes (MOSSOLIN et. al., 2010). Assim, a inclusão de larvas de crustáceos de água doce o no
monitoramento é importante para estimar como certas espécies de interesse econômico de água doce ou
salobras com certa tolerância à água do mar que possam ser introduzidas em áreas não protegidas
poderiam colonizar ambientes próximos, incluindo áreas de proteção ambiental.
Outra espécie exótica de camarão, Penaeus monodon, tem sido detectada no estuário de Santos, São
Paulo, habita a plataforma continental e apresenta fase larval planctônica. Os vetores de dispersão são a
água de lastro e a aquicultura, embora essa espécie não seja mais cultivada no Brasil (JUNQUEIRA et. al.,
2009b e referências).
O aumento do tráfego marítimo tem aumentado o risco de espécies invasoras, tanto na água de lastro
quanto incrustadas no casco dos navios (ex. cracas, anfípodas, mexilhões, esponjas, corais, anêmonas,
poliquetas, etc). Neste sentido, o estudo dos fatores de suprimento larval de espécies de invertebrados
bentônicos têm sido útil para avaliar os riscos de introdução de espécies exóticas, tanto através da água
de lastro (informações como estoque de larvas nesta água e frequência com a que a água é despejada
são importantes) como através de larvas e propágulos provenientes de adultos incrustados em resposta a
um estímulo no ambiente costeiro receptor (quanto maior o tempo de permanência de um navio no local
maior o tempo de aclimatação das espécies incrustantes e maiores as chances destas liberarem as larvas)
(LÓPEZ & COUTINHO, 2008).
Diversas espécies bentônicas têm seu potencial invasor determinado pela dispersão de sua fase larval
planctônica.
O famoso coral-sol (Tubastraea tagusensis) tem causado bastante preocupação nos últimos anos por ter
colonizado rapidamente o litoral brasileiro e provocado mudanças na produtividade primária e composição
do plâncton, causando o declínio de espécies de coral nativas e de outros organismos de importância
tanto econômica quanto ecológica (ICMBio, 2012). Estes fatores levaram à criação de programas para a
remoção das colônias desse organismo invasor. Como muitos invertebrados bentônicos, o coral-sol
apresenta uma fase larval planctônica, porém o curto período de desenvolvimento dessas larvas antes do
recrutamento, entre 3 e 14 dias, indica que dificilmente a propagação desta espécie seria através de água
de lastro e sim por organismos adultos aderidos a plataformas de petróleo, fundo de navios e outras
estruturas (REYES-BONILLA et. al., 1997 apud. FERREIRA et. al., 2009 e referências; CREED & DE
PAULA, 2007). Portanto, o monitoramento de larvas deste coral deve ser focado em regiões próximas a
Espécies de esponjas invasoras como Paraleucilla magna têm sido detectada no litoral de São Paulo (São
Sebastião e Ilha de Alcatrazes). Invade preferencialmente substratos consolidados naturais e artificiais
(regiões portuárias) e apresenta dispersão por correntes marinhas pela liberação de larvas. (JUNQUEIRA
et. al., 2009b).
Há também espécies de poliquetas exóticas que apresentam dispersão por larvas planctônicas como
Polydora cornuta, P. nuchalis, Pseudopolydora achaeta e P. antennata, e que têm sido detectadas no
litoral de São Paulo (Caraguatatuba e São Sebastião). No caso de P. nuchalis, esta pode estar associada
a aquacultura. Desenvolvem-se em áreas portuárias e ambientes estuarinos de regiões subtropicais e
temperadas (JUNQUEIRA et. al., 2009b).
A espécie de cirripédio invasora Megabalanus coccopoma está estabelecida no litoral brasileiro e tem sido
detectada em São Sebastião. Habita ambientes estuarinos e costeiros e apresenta fase larval planctônica,
assim pode apresentar dispersão por correntes marinhas (JUNQUEIRA et. al., 2009b).
A espécie exótica de caranguejo Charybdis hellerii, que foi detectada primeiramente no Rio de Janeiro,
tem sido reportada tanto no litoral brasileiro desde o Maranhão até Santa Catarina e apresenta alta taxa de
dispersão devido, entre outros fatores, à elevada duração (~44 dias) da sua fase larval planctônica
(FERREIRA et. al., 2009). No Brasil não é explorado comercialmente como no sudeste asiático e suas
consequências ecológicas tem que ser melhor estudadas considerando também que essa espécie pode
ser hospedeira potencial do vírus da Síndrome da Mancha Branca (White Spot Syndrome Virus - WSSV)
(TAVARES & MENDONÇA JUNIOR, 2004 apud. FERREIRA et. al., 2009).
Outra espécie exótica de caranguejo, o Cancer pagurus, tem sido registrada no Brasil e foi introduzida
provavelmente por água de lastro. Apresenta uma fase larval planctônica, embora provavelmente o vetor
de dispersão seja a água de lastro. Esta espécie pode ser infectada pela patologia PCD (Pink crab
disease), o que faz diminuir o seu custo de mercado e de outras espécies nativas infectadas (JUNQUEIRA
et. al., 2009b).
O caranguejo Pilumnoides perlatus, que também apresenta larvas planctônicas, foi detectado em Ubatuba
(SP). Habita substratos marinhos costeiros inconsolidados. Originário do Pacífico Oriental, provavelmente
esta espécie foi introduzida por água de lastro (JUNQUEIRA et. al., 2009b).
Outra espécie de caranguejo introduzida no estado de São Paulo (Peruíbe) e que apresenta fase larval
planctônica é a Scylla serrata. Habita ambientes marinhos costeiros e substratos inconsolidados. A fase
larval é prolongada, assim pode ter um elevado potencial de dispersão. S. serrata é comumente afetada
por WSSV “White Spot Syndrome Virus” em cultivo (JUNQUEIRA et. al., 2009b).
▪ Ictioplâncton
A grande maioria das populações de peixes produz, com uma periodicidade anual, uma quantidade
variável de ovos e estados larvais planctônicos, que sobrevivem até à fase do recrutamento. Os primeiros
estados de desenvolvimento dos peixes são particularmente sensíveis às condições do meio, o número de
indivíduos que atingem a fase de recrutamento é muito variável. Os processos envolvidos na variabilidade
do recrutamento não estão ainda totalmente esclarecidos, o sucesso ou falha do recrutamento pode
depender de diversos fatores, como as disponibilidades alimentares e predação, que desempenham
provavelmente um papel importante, sendo ambos dependentes, em maior ou menor grau, das condições
do meio. Outros fatores, tais como as correntes, ventos, turbulência e/ou estratificação da coluna de água,
podem também intervir no processo, promovendo retenção ou transporte para áreas-berçário. No entanto,
no momento da desova e subsequente desenvolvimento larval, as condições ambientais podem variar de
Potencialmente, padrões de circulação também poderiam influenciar na distribuição das assembleias das
larvas de peixes, devido ao recrutamento da população adulta (SOMARAKIS et. al., 2002). Variações no
ambiente oceanográfico podem causar alterações na distribuição espaço-temporal dos peixes adultos e
nas características de seu ambiente de desova, tais como época, duração e local. Em princípio, o início da
desova é definido pelos adultos; mas uma combinação de parâmetros abióticos e fatores biológicos, tais
como o movimento da água e a temperatura com a distribuição e a abundância de presas e predadores,
agem diretamente sobre as larvas, influenciando em sua distribuição, abundância, crescimento e
sobrevivência (SOMARAKIS et. al., 2002). A influência deste conjunto de fatores na variabilidade do
recrutamento não pode ser estudada isoladamente. A abordagem desta problemática requer um estudo
multidisciplinar e integrado, mobilizando os recursos científicos e tecnológicos necessários.
Um estudo dos padrões de distribuição de ovos e larvas de peixes contribui para compreender as inter-
relações entre as espécies, nas suas fases iniciais de vida, bem como para evidenciar padrões de desova
de adultos. Esses padrões de distribuição, entre as espécies ícticas decorrem das atividades reprodutivas
sincronizadas das diferentes espécies, que foram desenvolvidas durante a adaptação evolutiva às
condições geográficas e oceanográficas.
Os aspectos acima citados são relevantes para suportar o entendimento da dinâmica do ictioplâncton e
sua interação/influência nas abundâncias das espécies de maior interesse comercial e científico no âmbito
da APAMLC. Podem ser relevantes também para a avaliação dos diferentes impactos que incidem sobre
os recursos.
Segundo Castelo (1994), só na região sudeste do Brasil ocorrem 116 famílias e 518 espécies de
Osteichthyes. Já em 2006, Katsuragawa e colaboradores afirmaram que o conhecimento sobre o
ictioplâncton da costa sul e sudeste do Brasil, que inclui a região costeira do estado de São Paulo, desde a
costa até 200 milhas náuticas, apresenta um conhecimento bem consolidado. Tais estudos iniciaram-se na
década de 60 objetivando principalmente prever os estoques da sardinha-verdadeira, mas permitiram
obter conhecimentos muito além do objetivo inicial.
Recentemente, além dos trabalhos realizados abordarem aspectos da identificação e descrição das fases
do desenvolvimento embrionário e larval e da distribuição e abundância de ovos e larvas, os estudos
sobre a estrutura da comunidade têm sido acompanhados daqueles sobre associações/assembleias,
crescimento, mortalidade, condição nutricional, alimentação e cultivo de larvas, seguindo uma tendência
mais ecológica e de relações e respostas aos fatores ambientais, em busca de um entendimento sobre os
fenômenos que envolvem o recrutamento e a dinâmica das populações. Itagaki (1999), por exemplo,
encontrou três principais grupos larvais habitando a PCSE até a isóbata de 100 m: o grupo costeiro, o
nerítico e oceânico. Um grupo transicional contendo espécies costeiras e neríticas também foi identificado.
Para algumas categorias taxonômicas, a composição das assembleias refletiu o padrão de distribuição e
estratégias reprodutivas dos adultos.
A assembleia costeira, influenciada pela Água Costeira, incluiu larvas de Harengula jaguana (sardinha-
cascuda), Synodus foetens (peixe-lagarto-costeiro), Chloroscombrus chrysurus (palombeta), Oligoplites
A assembleia nerítica, influenciada pela intrusão da ACAS, incluiu larvas de peixes com ampla distribuição
sobre a plataforma continental, como Engraulis anchoita (anchoíta), Bregmaceros cantori, Trichiurus
lepturus (peixe-espada), Auxis sp., (bonitos), Bothus ocellatus (solha), e aquelas das famílias Ophidiidae
(congros), Triglidae (cabrinha) e Serranidae (garoupas, badejos, chernes).
A assembleia oceânica foi caracterizada pela dominância de taxa mesopelágicos associados com a Água
Tropical, incluindo Maurolicus stehmanni, Pollichthys mauli, Diaphus dumerelli, Paralepididae e Nomeidae.
O grupo transicional incluiu espécies tanto costeiras como neríticas, tais como Sardinella brasiliensis
(sardinha-verdadeira), Euthynnus alletteratus (bonito-pintado), Etropus longimanus (linguado), Syacium
papillosum, (linguado), Symphurus trewavasae e S. jenynsi. Larvas de Engraulidae (manjubas, anchoíta) e
Clupeidae (sardinhas), especialmente Engraulis anchoita, (anchoíta), Sardinella brasiliensis (sardinha-
verdadeira) e Harengula jaguana, (sardinha-cascuda), representaram até 60% da biomassa do
ictioplâncton na plataforma interna e intermediária (<100 m; KATSURAGAWA et. al., 2006).
Freitas & Muelbert (2004), que descreveram a região ao largo da Baía de Santos, como uma das regiões
de maior abundância do ictioplâncton na costa sudeste. Nessa região, a plataforma da costa do estado
apresenta sua largura máxima, cerca de 230 km (CASTRO FILHO & MIRANDA, 1998), a salinidade
apresenta valores baixos próximo à costa, entre 33-34, e valores entre 35 e 36 em direção ao oceano.
Este gradiente foi imputado por Castro et. al., (1987 apud. Bakun & Parish, 1991) ao runoff costeiro da
região estuarina de Santos-São Vicente, mas Carvalho et. al., (2014) também identificaram a presença da
pluma de águas menos salinas provenientes da região sul na zona próxima à costa.
Com base nos resultados do projeto ECOSAN, no qual duas áreas distintas foram amostradas; uma área
interna, com amostragens na Baía de Santos, estuário de Santos (região do Porto) e canal de Bertioga, e
outra área na região da plataforma continental adjacente, até a isóbata de 50 m, entre o sul da Ilha de São
Sebastião e Peruíbe, Katsuragawa et. al., (2008a) observaram que, na região do estuário e baía, as
famílias dominantes foram Engraulidae e Sciaenidae/Gobiidae, corroborando com sua observação
referente à grande dominância de alguns poucos grupos comumente observada na comunidade
ictioplanctônica (KATSURAGAWA et. al., 1993). De acordo com o autor, as comunidades ictioplanctônicas
nos estuários brasileiros aparecem fortemente estruturadas ao redor de Sciaenidae, Engraulidae ou
Clupeidae e Gobiidae.
Uma família de peixes de interesse na APAMLC, que abrange espécies-chave são os clupeídeos, que
incluem as sardinhas e savelhas, peixes pelágicos de pequeno porte, de hábitos costeiros planctófagos da
Esse grupo inclui peixes de pequeno porte, pelágicos planctófagos, que geralmente formam grandes
o o
cardumes, amplamente distribuídos desde cerca de 60 N a 50 S (WHITEHEAD et. al., 1988). Na costa
Sudeste do Brasil são reconhecidas 12 espécies. Com exceção de Engraulis anchoita (anchoíta), que
apresenta distribuição ampla no mar aberto, os engraulídeos possuem hábito costeiro preferindo águas de
baixa salinidade. Dentre elas a manjuba, Anchoviella lepidentostole, tem importância comercial.
Entretanto, esta espécie está localizada principalmente no complexo estuarino-lagunar de Cananéia-
Iguape onde entra para maturação e desova e é capturada comercialmente (BENDAZOLLI & ROSSI -
WONGTCHOWSKI, 1990). Já a anchoíta não é capturada comercialmente no Brasil. Embora se
reconheça na anchoíta uma potencialidade para explotação pesqueira, apenas na Argentina a espécie é
capturada regularmente, e em pequena escala, pela pesca artesanal (CASTELO, 1997). Por outro lado,
anchoíta é tida como componente extremamente importante do ecossistema, representando a fonte de
alimento para vários predadores (BAKUN & PARRISH, 1990).
Na costa Sudeste brasileira, ovos e larvas da anchoíta (Engraulis anchoita) foram estudados por Nakatani
(1982). O autor estimou a biomassa desovante para o período de novembro dezembro de 1975, em 1.488
mil toneladas a partir dos estudos sobre ovos e larvas. A espécie compartilha dominância do pelagial
nerítico com a sardinha-verdadeira, embora ocorra uma distinção dos respectivos hábitos de desova, de
acordo com preferências térmicas, de modo que a anchoíta é encontrada nas camadas inferiores,
acompanhando massas de águas mais frias (MATSUURA et. al., 1992) sendo a única espécie da família
que ocorre até bem afastada da costa (CASTELLO, 1997).
Após Nakatani (1982), a distribuição e abundância de ovos e larvas de anchoíta e sua relação com fatores
oceanográficos foram estudadas para o Sudeste por Katsuragawa (1985); Spach (1990, 1992 apud.
KATSURAGAWA et. al., 2006); Matsuura et. al., (1992), Kitahara & Matsuura (1995) e Matsuura &
Kitahara (1995). Na costa do estado de São Paulo, as concentrações mais elevadas foram observadas no
cruzeiro de 1991, em frente à região de Santos. Bonecker et. al., (1985) estimaram abundância de ovos e
larvas de anchoíta e relacionaram a sua ocorrência à presença de outros organismos do zooplâncton,
principalmente a salpa (Talia democratica).
Os resultados dos diversos trabalhos mostram ainda que a anchoíta é uma espécie oportunista que
desova em todas as estações do ano, em praticamente toda a região da plataforma continental. Essa
plasticidade em relação ao meio ambiente seria uma das razões do sucesso do gênero Engraulis em
vários sistemas oceânicos do mundo (BAKUN e PARRISH, 1991).
Na região do estuário e baía de Santos, Katsuragawa et. al., (2008b) verificaram que Anchoa sp ocorreram
em todos os meses de coleta e estiveram no grupo dos taxa genéricos mais abundantes. Também
observaram larvas de Anchoa spp, Pellona harroweri e Chirocentrus bleeckerianus na região da
plataforma, onde compuseram a família das mais abundantes.
Espécies da família Carangidae distribuem-se amplamente pelas águas marinhas e estuarinas, tropicais,
subtropicais e temperadas (SMITH-VANIZ, 1984), sendo a maioria pelágica e nadadora ativa. Algumas
espécies formam cardumes e são tipicamente de pequeno porte e planctívoras, enquanto que as solitárias
são geralmente grandes e carnívoras. Alguns têm importância econômica, tais como a guaivira, o carapau,
o olhete, o olho de boi, o xaréu e o pampo.
As espécies do gênero Trachurus são de grande interesse para a Ciência Pesqueira por serem pelágicas
de pequeno porte e habitarem os grandes sistemas oceânicos mundiais, juntamente com os clupeiformes.
Na costa brasileira a única espécie desse gênero é o chicharro (T. lathami). Conforme Katsuragawa &
Katsuragawa & Matsuura (1992) as larvas dessa espécie apresentam uma distribuição ampla sobre a
região nerítica desde profundidades mínimas de 16 m até a região da quebra da plataforma continental,
apresentando áreas de alta densidade de larvas que variam de ano a ano entre as regiões ao largo do Rio
de Janeiro e Santa Catarina. Podem ocorrer durante todas as estações do ano, mas com pico de
abundância durante a primavera. As larvas de chicharro ocorrem dentro da faixa de variação térmica de
o o
14,7 C a 27,19 C e de variação de salinidade entre 32,86 e 37,67. Os copépodes constituem o
componente mais importante da dieta de Trachurus lathami (chicharro), destacando-se Temora stylifera e
Paracalanus quasimodo, seguidos pelos cladóceros, especialmente os do gênero Penilia. As larvas de
palombeta (Chloroscombrus) e da guaivira (Oligoplites spp) são predominantemente costeiras, sendo as
profundidades médias dos locais de coleta de 32 e 25 m respectivamente. A localização das principais
áreas de ocorrência para ambas está ligada a estuários ou baías.
As larvas de peixe-galo (Selene setapinnis), peixe-galo-de-penacho (S. vomer), pampo (Trachinotus spp),
foram muito raras se comparadas com os carangídeos anteriormente descritos. A ocorrência não
apresenta padrão definido sendo que as larvas podem ser coletadas por toda região nerítica. A maior
parte das larvas desses grupos foi coletada no período do verão.
Dados provenientes do 3,9% das larvas observadas no cruzeiro de primavera e 2,7% das larvas no
cruzeiro de verão do projeto ECOSAN (KATSURAGAWA et. al., 2008b) mostram que os Carangidae
representaram as espécies mais identificadas na região.
Os cienídeos são peixes considerados demersais em seu conjunto, mas algumas espécies se alimentam
na coluna de água. Várias espécies consideradas como espécies-alvo neste estudo pertencem a esta
família, como a corvina (Micropogonia furnieri), o goete (Cynoscion jamaiscensis), a betara (Menticirrhus
americanos), a Maria-mole (Cynoscion guatucuba), a pescada-cambucu (Cynoscion virescens), a
pescada-foguete (Macrodon ancylodon). A literatura indica que os cienídeos, principalmente durante os
primeiros estágios de vida, preferem ambientes protegidos, como estuários e baías costeiras cercadas por
manguezais. Diversos estudos podem ser relacionados para a costa sudeste do Brasil como, por exemplo,
os de Chaves & Corrêa (1998), Chaves & Bouchereau (2000), Pessanha et. al., (2000), Araújo et. al.,
(2002) e Spach et. al., (2004). Em relação à área da APAMLC e suas proximidades, Paiva-Filho &
Schmiegelow (1986) relataram Sciaenidae como uma família de alta biomassa e número de espécies, com
base em coletas de arrasto de fundo na baía de Santos.
Em estudo realizado por Porcaro et. al., (2014) no estuário e Baía de Santos e Canal de Bertioga foram
identificados os seguintes cienídeos: Bairdiella ronchus (cangauá), Cynoscion spp.(pescada), Isopisthus
parvipinnis (goete), Macrodon atricauda (pescada real), Menticirrhus spp., Micropogonias furnieri
punctatissimus Meek & Hildebrand (corvina), Nebris microps Cuvier, 1830 (pescada), Ophioscion, 1925,
Paralonchurus brasiliensis (Steindachner, 1875) (coró), Stellifer rastrifer e Stellifer spp. (peixe-galo), sendo
S. rastrifer o mais abundante e frequente. A espécie Micropogonias furnieri ocorreu em todos os meses
de coleta e esteve entre os taxa mais abundantes nas coletas do ECOSAN, (KATSURAGAWA et. al.,
2008b), mesmo projeto descrito por Porcaro et. al., (2014).
Das espécies-alvo para a APAMLC, foram observadas as larvas das seguintes espécies de cienídeos no
trabalho de Porcaro et. al., (2014):
− Macrodon atricauda (pescada): Larvas desta espécie ocorreram no estuário e plataforma adjacente,
e não foi detectada no canal de Bertioga. No sistema estuarino foram mais abundantes do que na
plataforma, onde a espécie é rara. No estuário, o tamanho das larvas variou entre 4.18 mm e
13.41mm.
− Micropogonias furnieri (corvina): Esta espécie não esteve presente na plataforma continental,
ocorrendo no Canal de Bertioga e estuário de Santos. O comprimento do corpo variou de 2.98 mm a
13.68 mm.
− Menticirrhus spp. (betara): Este gênero ocorreu tanto no sistema estuarino como na plataforma,
onde foram mais abundantes, e contribuiu para 4.46% dos Sciaenideos amostrados no estuário e
3.47% da plataforma.
Conforme Katsuragawa et. al. (2006), são peixes de hábito demersal, sendo os adultos encontrados mais
comumente em fundos rochosos ou de coral, podendo ocorrer desde em águas rasas até pelo menos
150m de profundidade (FIGUEIREDO e MENEZES, 2000). Dentre as larvas dessa família, a de
São habitantes de fundos rochosos ou coralinos, demersais de médio porte, cujos adultos são também
comuns em águas rasas. De acordo com Katsuragawa et al. (2008a).
São considerados um dos principais habitantes de águas costeiras tropicais, vivendo quase sempre sobre
fundos rochosos ou coralíneos (FIGUEIREDO & MENEZES, 1980). A família inclui espécies de peixes
desde alguns centímetros até cerca de 3 m de comprimento. Devido às dificuldades de identificação,
larvas desse grupo têm sido pouco estudadas no Brasil ao nível específico. As larvas de serranídeos são
relativamente comuns nas amostras de ictioplâncton coletadas na costa do Estado de São Paulo,
ocorrendo por toda plataforma continental até a região adjacente à quebra da plataforma (ITAGAKI 1999;
KATSURAGAWA & MATSUURA, 1990). De acordo com os resultados apresentados por Itagaki (op.cit.) a
maior frequência e a maior abundância na costa do estado de São Paulo ocorreram na região do Litoral
Norte até Santos. Essas larvas estão presentes na região tanto no inverno como no verão, mas são mais
abundantes e frequentes nos meses mais quentes. No estudo de Katsuragawa et. al., (2008 a), as larvas
deste grupo ocuparam o décimo primeiro lugar em abundância, com predomínio no cruzeiro de fevereiro
de 1994, e com presença mais significativa nas áreas mais profundas a sudeste da ilha.
● Trichiuridae (Espada)
Os adultos dessa família são carnívoros vorazes, distribuídos principalmente nos mares tropicais e
temperados entre 50 e 1500 m de profundidade (NAKAMURA & PARIN, 1993, apud. KATURAGAWA et.
al., 2006). Em termos de pesca, Trichiurus lepturus é uma espécie importante, geralmente capturada com
redes de espera, por anzol ou com rede de arrasto, em que pode ocorrer como fauna acompanhante. De
acordo com Katsuragawa et. al., (2006), a larva de Trichiurus lepturus caracteriza-se por apresentar uma
distribuição ampla sobre toda a plataforma continental, mas ocorre preferencialmente em águas mais
profundas que 50 m. Katsuragawa et. al., (2008b) também observaram larvas de Trichiurus lepturus na
região da plataforma interna de Santos durante as coletas do projeto ECOSAN.
Esses peixes são considerados organismos do topo da cadeia alimentar marinha. Pelágicos e carnívoros
por excelência são geralmente peixes cosmopolitas de grande porte (FIGUEIREDO & MENEZES, 2000)
sendo que muitos realizam migrações transoceânicas. São considerados peixes de elevado valor
comercial. Apesar de atuns representarem uma parte relevante da pesca brasileira, são capturados em
alto mar, e larvas de atuns ocorrem numa frequência muito baixa na região sudeste (MATSUURA &
SATO, 1981), apenas em áreas oceânicas, sob influência da Corrente do Brasil.
São habitantes de fundos rochosos ou coralinos, demersais de médio porte, cujos adultos são também
comuns em águas rasas. De acordo com Katsuragawa et. al., (2006) não existem informações sobre fases
iniciais do ciclo de vida das espécies dessa família. As larvas são muito raras no ictioplâncton, e, quando
coletadas, ocorrem em águas rasas. Durante os cruzeiros do projeto OPISS, Katsuragawa et. al., (2008a)
não observaram larvas desta família em fevereiro de 1994, mas estas foram relativamente abundantes em
outubro de 1997, principalmente a oeste e norte da Ilha de São Sebastião. Não há registro desta espécie
na região da APAMLC.
● Triglidae (Cabrinha)
São peixes de pequeno a médio porte sendo os adultos típicos habitantes do fundo de lama ou areia até
cerca de 200 m de profundidade. São conhecidos dois gêneros na região costeira do Estado de São
Paulo, Bellator e Prionotus (FIGUEIREDO & MENEZES 1980). Pode ocorrer desde águas rasas até as
mais profundas da região do talude, mas preferencialmente nas profundidades superiores a 50 m. As
larvas podem ser observadas tanto no verão como no inverno, sendo que sua abundância não difere muito
entre as duas estações.
● Tetraodontidae (baiacu).
Larvas dessa família na região da plataforma foram observadas apenas em duas estações e apenas no
cruzeiro de verão de 1994 por Katsuragawa et. al., (2008a). As larvas foram observadas em estações
rasas. Nos cruzeiros do projeto ECOSAN, na região do estuário e baía de Santos Katsuragawa et. al.,
(2008b) observaram larvas de Spheroides greeleyi e Spheroides ssp apenas nas na campanha de
novembro, com abundância média (0,33%). Larvas dessas mesmas espécies foram observadas na região
da plataforma nos cruzeiros desse projeto.
Segundo Katsuragawa et. al., (2006), estes peixes são essencialmente tropicais e comumente associados
a comunidades de recifes de coral. O peixe-porco adulto é ocasionalmente capturado durante a pesca de
arrasto, com fauna acompanhante. Das espécies conhecidas na costa sudeste brasileira, as larvas de
Balistes capriscus (porquinho) são mais frequentemente capturadas no ictioplâncton. Matsuura &
Katsuragawa (1981; 1985) realizaram estudos sobre ontogenia dessa espécie, descrevendo as fases de
desenvolvimento de larvas e juvenis, além da osteologia. Os resultados dos estudos com ictioplâncton
indicam que essas larvas ocorrem quase exclusivamente no verão, e principalmente em locais mais
afastados da costa.
● Paralichthyidae (linguados)
Conforme Katsuragawa et. al., (2006), os linguados apresentam relativa importância econômica na pesca.
Apesar da vida adulta estar ligada ao fundo, as famílias dos linguados apresentam larvas planctônicas.
Embora amplamente conhecidos em sua fase adulta, poucos estudos foram realizados quanto às fases
iniciais dos ciclos vitais do linguado.
Katsuragawa et. al., (2008b) observaram larvas de Syacium papillosum (linguado) na plataforma durante
as coletas do projeto ECOSAN.
● Coryphaenidae (Dourado)
Apenas uma espécie dessa família é descrita na costa Sudeste, Coryphaena hippurus, o dourado
(MENEZES & FIGUEIREDO & MENEZES, 1980) cujo adulto é pescado por corrico ou espinhel em alto
mar. As larvas apresentam ocorrência e abundância baixa nas amostras de ictioplâncton em águas do
157 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
Sudeste brasileiro. A distribuição das larvas se dá preferencialmente nas regiões neríticas e oceânicas
(KATSURAGAWA et. al., 1993; ITAGAKI 1999).
● Outros grupos
Segundo Katsuragawa et. al. (2008b) ocorreram na região da plataforma de Santos, durante o projeto
ECOSAN, larvas de outras famílias, tais como Syngnathidae, Bleniidae, Eleotridae, Gobiidae, Ephippidae,
Achiridae. Segundo KATSURAGAWA et. al., (2006), ocorreram na região Sudeste e Sul larvas de vários
outros grupos, porém com frequência e abundância relativamente baixas. Estes grupos correspondem a
30-48% dos táxons identificados.
Características Socioeconômicas
A falta de saneamento básico adequado em algumas praias da região é responsável por gerar baixa
balneabilidade principalmente durante o verão, contaminar peixes, crustáceos e moluscos, e
consequentemente diminuir o consumo de pescados devido aos riscos à saúde humana, além de afetar o
turismo. A poluição crônica por esgotos e óleo gerados em marinas e em embarcações, bem como os
resíduos sólidos difusos por toda a região, podem ser responsáveis por impactos sobre o plâncton e,
consequentemente redução no recrutamento com prejuízos econômicos. Como está havendo um aumento
das atividades que implicam num aumento desses riscos, é importante o estabelecimento de estratégias
conjuntas visando melhorar o conhecimento das comunidades planctônicas e a minimização de riscos.
Tais oportunidades devem ser aproveitadas em conjunto com entidades ambientais que são bastante
ativas no litoral norte do estado.
Bacterioplâncton
O principal fator para o aumento de bactérias patogênicas em ambientes aquáticos marinhos ocorre por
influência antrópica e, em regiões turísticas, seu aumento está associado principalmente às épocas de
temporada (CETESB, 2016). Corpos de água contaminados por esgotos domésticos ao atingirem as
águas das praias podem expor os banhistas aos microrganismos patogênicos, como vírus, bactérias e
fungos. Diversos fatores contribuem para o aumento da ocorrência de doenças por esses microrganismos,
e são diretamente relacionados com o grau de contaminação do ambiente, características do patógeno e
da população afetada. Crianças, idosos ou pessoas com baixa resistência são as mais suscetíveis a
desenvolver doenças ou infecções após o banho em águas contaminadas (CETESB, 2016).
A sobrevivência dos microrganismos patogênicos na água e sedimento está relacionada aos fatores
abióticos, principalmente as características do ambiente, como a granulometria do sedimento, teor de
matéria orgânica, pH, salinidade, insolação, períodos de chuva prolongados, revolvimento da areia,
ressaca entre outros. Como foi citado no item anterior, altos índices de pluviosidade contribuem para o
aumento da contagem bacteriana, além disso, as bactérias não conseguem permanecer vivas quando há
dessecação do solo, devido a alta temperatura (MONTEIRO, 2013). O aumento da chuva também afeta
significativamente a frequência de fungos na areia da praia e água marinha comparados com período seco
(LOUREIRO et. al., 2005). Apesar de aumentar a ocorrência de patógenos com a chuva, muita atenção
precisa-se ter em épocas de seca, por muitos microrganismos de contaminação fecal sobrevivem por
longos períodos na areia de praia, pois encontram condições favoráveis como abundância de nutrientes,
abrigo da luz solar e proteção contra predação (DE OLIVEIRA; PINHATA, 2008; WHEELER-ALM et. al.,
2003).
As características fisiológicas dos microrganismos também determinam a sua sobrevivência, pois cada
patógeno tem sua faixa de tolerância às condições ambientais (EPA, 2009). Com o desenvolvimento da
população patogênica no ambiente ocorrem trocas genéticas com os microrganismos nativos, havendo a
possibilidade de troca de material genético que confere patogenicidade e/ou resistência (BONILLA et. al.,
2006).
A produção de toxinas por algumas espécies de microalgas está associada à competição por recursos ou
mecanismos de defesa contra predadores (GRANÉLI; TURNER, 2006; GRANÉLI et. al., 2008). Em
Hallegraeff et. al., (2003) são listadas algumas enfermidades, associadas a toxinas, bem como seus
efeitos na biota e os organismos causadores, como:
− Toxinas DSP – “Diarrhetic Shellfish Poisoning” - ácido ocadaico e dinophysistoxina-1. Sintomas
gastrintestinais; a exposição crônica leva a formação de tumores no trato digestivo. Ex: Prorocentrum
minimum, Dinophysis acuminata, Prorocentrum lima.
− Toxinas ASP – “Amnesic Shellfish Poisoning” - Ácido domóico, sintomas gastrintestinais e
neurológicos: alucinação, confusão, diminui a reação à dor e perda de memória. Ex: Pseudo-nitzschia
seriata, P. delicatissima.
− Toxinas PSP – “Paralitic Shellfish Poisoning” - Saxitoxina, sintomas gastrintestinais, sensação de
dormência nos lábios e membros, dores de cabeça, paralisia de membros, morte por parada
respiratória. Ex: Alexandrium tamarensis, Gymnodinium Catenatum.
− Toxinas NSP – “Neurotoxic Shellfish Poisoning” - Brevetoxina, sintomas gastrintestinais, dificuldade de
respirar e parada respiratória. Ex: Karenia breves.
O aumento no interesse de FANs relacionados aos cultivos de mexilhões se faz extremamente necessário.
Como exemplo em apenas nove meses de monitoramento em regiões de miticultura do estado de SC,
foram registradas seis florações de Dinophysis acuminata, levando à suspensão da colheita e venda de
mexilhões das áreas afetadas (SOUZA et. al., 2009). Este aspecto é especialmente relevante no contexto
da crescente demanda da miticultura no estado de São Paulo, especialmente no interior da APAMLC.
Apesar da falta de estudos sobre FANs no litoral de São Paulo, um levantamento realizado por meio de
divulgação eletrônica de revistas e jornais locais, mostra que nos últimos dois anos foram registradas
cinco ocorrências de FANs, sendo a mais grave a que levou à medida de suspensão do comércio de
mexilhões, mas em todos os casos são levantados prejuízos econômicos afetando o turismo e os
pescadores da região.
Zooplâncton
Um componente muito importante, porém, às vezes negligenciado nos estudos, é o meroplâncton, que
inclui larvas de espécies de grande importância econômica como os decápodes (caranguejos, camarões,
etc) e moluscos (ex. cefalópodes, mexilhões, ostras, etc.), que no Brasil, como em outras partes do
mundo, são explorados diretamente ou servem de alimento a espécies economicamente importantes.
Como fonte direta de recursos, o conhecimento da dinâmica de retenção e dispersão das larvas é
fundamental para os estudos de manejo e conservação dessas espécies. Muitas dessas espécies são alvo
tanto de pesca industrial quanto artesanal, além de poder ser afetadas pela contaminação.
Ictioplâncton
Ovos e larvas de peixes representam o recrutamento de novas gerações, portanto, qualquer impacto que
ocorra em uma das fases do desenvolvimento larval desse grupo de organismos poderá representar
Existem poucos estudos sobre o ictioplâncton nas regiões mais costeiras, onde as fontes de impactos são
mais significativas, tais como lançamento de efluentes, e no caso da APAMLC, descarte de material
dragado e a própria operação do Porto de Santos. Apesar de identificado apenas um estudo do
ictioplâncton na região do estuário e baía de Santos, este inclui a região do Porto como fonte potencial de
impactos sobre esta comunidade.
Neste sentido, as atividades de exploração de petróleo do Pré-Sal, eventuais vazamento, pesca industrial
em grande escala, a pesca subaquática (pode afetar a postura de ovos de espécies que naturalmente
apresentam baixas densidades de ovos e larvas), etc. Relatos de captura de espécimes com alterações
morfológicas e desaparecimento de camarões e mariscos nas praias Sangava, Guaiuba, Pernambuco e
Perequê no Guarujá, ilhas da Moela e das Palmas, Praia Grande, Peruíbe e Bertioga demonstram que
tais impactos são efetivos e são observados em espécimes adultos.
Bacterioplâncton
A chegada do patógeno ao ambiente costeiro se dá a partir de fontes pontuais (locais diretos de descarte,
como, por exemplo, emissários submarinos) e difusas (são fontes não pontuais provenientes de outros
lugares, e estão mais relacionados com o transporte do patógeno). O aporte de efluente doméstico é uma
das principais fontes, sendo o grau de contaminação desse efluente dependente da incidência de doenças
na população que o produz (STEWART et. al., 2008).
Diversos microrganismos patogênicos são encontrados na água e na areia das praias, relacionando-se
com doenças como diarreia, gastroenterite, hepatite, cardiopatias, infecções diversas, dermatites, doenças
respiratórias, etc.
O cenário atual referente às mudanças climáticas tem ganhado crescente preocupação, pois o aumento
da temperatura das águas marinhas pode promover aumento da ocorrência de doenças associadas aos
víbrios, aumentando sua abundância e proliferação (BAKER-AUSTIN et. al., 2013; FUKUI et. al., 2010;
VEZZULLI et. al., 2012).
Uma das maiores ameaças envolve os meios de dispersão de microrganismos patogênicos, como, por
exemplo, a água de lastro. Em 2002 a ANVISA realizou um estudo exploratório para identificar e
caracterizar agentes patogênicos em água de lastro. Os resultados foram bastante alarmantes, foi
evidenciado o transporte de víbrios (31%), coliformes fecais (22%), Clostridium perfringens (15%),
colifagos (29%), Vibrio cholerae O1 (7%) e Vibrio cholerae não-O1 (23%) na água de lastro através das
amostras analisadas (ANVISA, 2003).
V. cholerae O1 é considerada uma ameaça ao ambiente natural, por ser uma espécie invasora, adaptada
às regiões tropicais, que prefere ambientes com saneamento básico precário e áreas costeiras e marinhas
degradadas, sendo as correntes marinhas e a água de lastro seus principais vetores de dispersão
(LOPES, 2009). Por todos estes aspectos, o fato deste patógeno ter sido registrado na região do Porto de
Santos, pode-se dizer que a região da APAMLC se encontra vulnerável à presença da cólera, já que o
transporte marítimo, assim como as massas de água e as correntes marinhas, são meios de conexão
dessas áreas.
Fitoplâncton
A água de lastro dos navios, pela introdução de espécies exóticas invasoras, é uma das principais
ameaças à integridade do plâncton na APAMLC. Como a dinâmica de organismos planctônicos é muito
relacionada com as massas de água e correntes oceânicas, uma vez introduzida a espécie no litoral de
SP, sua dispersão ao longo da região costeira ocorre muito facilmente.
Zooplâncton
Estima-se que a bioinvasão tenha um impacto econômico global de dezenas de bilhões de euros por ano,
sendo que novas áreas estão sendo bioinvadidas todo ano (COLLYER, 2016). De acordo com Lopes
(2009) os principais vetores de introdução e dispersão de espécies marinhas são: navios (água de lastro,
bioincrustação e associados à carga), plataformas (bioincrustação e água de lastro), diques secos
(bioincrustação e água de lastro), boias de navegação e flutuantes (bioincrustação), aviões-anfíbio
(bioincrustação e água dos flutuadores), canais (movimento dos organismos), aquários públicos (descarte
acidental ou intencional de organismos de exposição e/ou transportados), pesquisa (movimento e descarte
acidental ou intencional de organismos), detritos marinhos flutuantes, pesca e , aquários domésticos, entre
outros. (LOPES, 2009).
Com relação ao zooplâncton, na região do estuário e Baía de Santos, as principais ameaças estariam
relacionadas à introdução de espécies exóticas, tanto do holo quanto do meroplâncton. Essas espécies
podem assumir o lugar de espécies endêmicas, incluindo aquelas de interesse comercial (por predação,
competição, etc), impactando socioeconomicamente as populações locais (CAMPOS, 2010). O primeiro
registro de introdução de espécies exóticas através de água de lastro pelo Porto de Santos é
provavelmente o registro do caranguejo Cancer pagurus no início do século XX (TAVARES & MENDOÇA,
2004 apud. CAMPOS, 2010). Outra ameaça é a possibilidade do zooplâncton atuar como vetor de
patógenos tanto de agentes que afetam o ser humano (Vibrio cholerae) quanto de agentes que afetam a
espécies de interesse econômico. Por exemplo, na região estuarina da Baixada Santista e a região
costeira, Souza (2007) detectou a presença de cepas tóxicas de V. cholerae associadas ao zooplâncton
de água de lastro e à região adjacente ao porto. Martinelli-Filho et. al., (2011) fizeram um estudo
associando a presença de V. cholerae a determinadas espécies de zooplâncton nessa mesma região,
sendo encontrado o vírus em 88% das amostras da região estuarina de Santos-Bertioga e em 67% das
amostras da plataforma continental, e demostraram uma associação positiva tanto com espécies do holo
quanto do meroplâncton. Sendo que o zooplâncton pode ser ingerido acidentalmente pelo ser humano e
que o zooplâncton pode ser um reservatório para diversas bactérias patogênicas, mais estudos das
interações ecológicas entre vibrios e zooplâncton e sua relação com a degradação dos ecossistemas
costeiros são fundamentais do ponto de vista da saúde pública (MARTINELLI-FILHO et. al., 2011). Outro
exemplo é a espécie de camarão Litopenaeus vannamei, que pode ser infectada pelo vírus da Síndrome
da Mancha Branca (White Spot Syndrome Virus - WSSV), e está sendo objeto de preocupação na região
de Cananéia-Iguape (BARBIERI et. al., 2016).
Deste modo, entende-se que a região estuarina e costeira da APAMLC está submetida a impactos
antropogênicos por ser uma região densamente populada, com a presença de inúmeros emissários
submarinos, efluentes domésticos irregulares, portos, dragagem de canais de navegação, atividades
industriais, e outros (MOREIRA & ABESSA, 2014). A atividade industrial como fonte de impactos é
responsável pela introdução no ambiente marinho de diversos poluentes e toxinas que podem afetar o
desenvolvimento das larvas meroplanctônicas de diversas espécies de importância ecológica e
econômica. As condições climáticas, como a passagem de frentes frias, podem contribuir para a dispersão
desses poluentes, mas diversos estudos têm mostrado que devido à contínua entrada de poluentes a
região apresenta elevadas concentrações de substâncias com efeitos tóxicos (MOREIRA & ABESSA,
2014). A maior parte dos estudos de efeitos letais e sub-letais de poluentes marinhos são realizados com
larvas e adultos de invertebrados bentônicos, o que permitiria inferir os efeitos dessas substâncias sobre o
recrutamento e manutenção dos estoques de espécies de interesse econômico que apresentam uma fase
larval meroplanctônica.
Com relação ao ictioplâncton, os aspectos que mais preocupam são a carência de informações básicas
sobre inúmeras espécies e famílias frente aos inúmeros impactos a que a APAMLC está submetida a fim
de se identificar corretamente as principais ameaças e vulnerabilidades.
A região apresenta inúmeros outros problemas que impõem uma condição de vulnerabilidade ao
ictioplâncton, como falta de saneamento básico, degradação dos manguezais, contaminação de espécies
por poluentes oriundos da ressuspensão de material dragado, assim como das atividades industriais. Até
mesmo a região de Bertioga, em especial o estuário do Rio Itapanhaú, considerada até pouco tempo como
preservada, apresenta-se atualmente já com degradação muito acentuada, comparáveis a Cubatão e São
Vicente, como verificado por Duarte et. al., (2016) através de estudos de toxicidade subletal em Ucides
cordatus (caranguejo-uçá).
A região dos canais de Santos e Bertioga está submetida a inúmeras fontes de efluentes domésticos não
tratados e é vulnerável a vazamentos de óleo na região onde ocorre a presença de marinas. Nesses
ambientes foram observadas larvas de linguado de água-doce, para cuja captura há relatos de redução, o
que pode estar relacionado a tais interferências. O Rio Itapanhaú é descrito por Duarte et. al., (2016) e
Eichler et. al., (2006) como região submetida aos impactos de esgotos domésticos e de um depósito
público de lixo, além de ser utilizado para pesca esportiva e ecoturismo. Os estuários, de modo geral,
surgem como importantes áreas berçários, como os Rio Guaratuba e Itaguaré.
Recentemente, Gimiliani et. al., (2016) estimaram a dispersão de xenoestrogênio (estrogênio sintético de
contraceptivos, responsável por crescimento e reprodução) na região do estuário e baía de Santos. Estes
compostos são lançados no sistema estuarino por serem persistentes nos tratamentos convencionais de
esgotos e, consequentemente, atingem os ambientes e os organismos aquáticos não alvos. Os dados das
vazões de estações de tratamento de esgotos e de concentrações médias de estrogênios naturais e
sintéticos lançadas nos ambientes aquáticos, obtidos da literatura, mostraram concentrações mais
elevadas de estrogênios nas águas estuarinas da região do Largo da Pompeba, Canal de São Vicente, e
na Baía de Santos, sendo estas as regiões que recebem maior aporte de esgotos domésticos. Os
resultados da modelagem sugerem ainda que maiores concentrações dos compostos estrogênicos são
esperadas nos locais com níveis mais elevados de salinidade. Esta é uma situação crítica uma vez que
Porcaro et. al., (2014) apresenta essas áreas como regiões onde foram encontradas larvas e juvenis de
inúmeras espécies de peixes, inclusive de espécies-alvo para a região da APAMLC.
Além da sobrepesca, as mudanças climáticas já foram apontadas por Matsuura (1999) há quase vinte
anos como responsáveis por impacto nas desovas de Sardinella brasiliensis (sardinha verdadeira) e
Harengula jaguana (sardinha-cascuda) através das modificações na estrutura termohalina, levando à
redução de estoques. Além disso, pouco se sabe a respeito do ictioplâncton das regiões estuarinas,
consideradas berçários de espécies de peixes por Zanin & Katsuragawa (2008) que estudaram a região da
baía de Santos, dos canais do Porto e Bertioga. Tais regiões poderão sofrer com as alterações do nível do
mar em função de eventuais impactos sobre a vegetação do manguezal que circunda a região
(SCHMIEGELOW et. al., 2008). Aqueles autores relatam que, especificamente, o Canal do Porto abriga a
maior diversidade e abundância do ictioplâncton, representando uma área crítica uma vez que a região
sofre inúmeros impactos. A espécie-alvo Micropogonias furnier (corvina), por exemplo, apresentou grande
quantidade de larvas na região da Baía e estuário de Santos ao longo de quatro cruzeiros de amostragem.
Outro fator que representa ameaça a estabilidade das comunidades de ictioplâncton está relacionada à
qualidade da água. As águas da região sofrem com eutrofização e apresentam níveis de toxicidade
crônica (GIANESELLA et. al., 2008) em função da poluição proveniente de diferentes fontes de despejos,
bem como pelas atividades de dragagem que ocorrem exatamente nessa região, expondo as espécies
que ali passam parte de seu ciclo de vida a uma condição de vulnerabilidade. Como os sedimentos da
área apresentam toxicidade (SOUZA et. al., 2008), as atividades que promovem a ressuspensão de
sedimentos, como as dragagens, que ocorrem na região do Porto e Canal de Piaçaguera podem agravar o
nível de estresse desses organismos que se encontram nas fases iniciais e mais sensíveis de seu ciclo de
vida. A área da Baía de Santos recebe os efluentes do emissário submarino e o ictioplâncton dessa região
certamente já está sofrendo com os impactos inerentes a este.
Estado de Conservação
Com relação ao plâncton de modo geral, a APAMLC apresenta algumas regiões costeiras em bom estado
de conservação, mas várias áreas encontram-se impactadas, como se verifica pelos dados de
balneabilidade.
Introdução
As praias arenosas são ambientes costeiros de substrato inconsolidado, formados principalmente por
depósitos de areia acumulados pelos agentes de transporte fluvial ou marinho, apresentando uma largura
variável em função da maré. Ocorrem frequentemente associadas a outros ecossistemas costeiros, como
estuários, deltas, restingas, manguezais, dunas, rios e baixios lamosos intertidais (tidal flats) (MMA, 2010).
Apresentam elevada importância ecológica e socioeconômica, como fonte de diversos bens e serviços
como turismo, pesca artesanal e pesca amadora, esporte e lazer, controle de erosão e estabilização da
linha de costa.
Muitas possuem tamanho reduzido e vivem enterradas, em alguns casos entre os minúsculos grãos de
areia, durante toda a vida ou parte dela. Portanto, na areia das praias podem ser encontrados
representantes de diversos filos, tanto da meiofauna como da macrofauna, como cnidários, turbelários,
nemérteos, nematódeos, anelídeos, moluscos, equiurídeos, sipunculídeos, artrópodes, picnogonídeos,
braquiópodes, equinodermos, hemicordados e vertebrados (AMARAL et. al., 2003). Entre estes, os grupos
numericamente mais importantes são Polychaeta, Mollusca e Crustacea (BROWN & MCLACHLAN, 1990).
Além da fauna residente, é comum observarmos a presença da fauna visitante, como é o caso de diversas
aves, peixes que se alimentam na zona de arrebentação e tartarugas, que vão às praias colocarem seus
ovos. Também é comum observarmos em praias o encalhe de animais marinhos, como cetáceos (baleias,
golfinhos, toninhas), pinípedes (focas) e tartarugas marinhas.
As praias, como transição entre o meio terrestre e marinho, são ambientes dinâmicos e fisicamente
controlados. São influenciadas por fatores físicos como energia das ondas, marés, ventos, temperatura,
chuvas e proximidade às fontes de água doce (BROWN & MCLACHLAN, 1990; MCLACHLAN & BROWN,
2006), e compreendem uma porção emersa (supra e mediolitoral) e outra subaquática que inclui a zona de
arrebentação e se estende até a base orbital das ondas (WRIGHT & SHORT, 1983). A dinâmica costeira,
que condiciona a construção geomorfológica da linha da costa, é a principal responsável pelo
desenvolvimento das praias arenosas e pelos processos de erosão e deposição que as mantêm em
constante alteração.
Vários motivos justificam o marcado interesse pelo conhecimento da fauna de praias. Muitas espécies têm
importância econômica direta, como é o caso dos crustáceos e moluscos utilizados na alimentação
humana ou como isca para pesca, a estes somados os poliquetas, que também constituem rica fonte de
alimento para alguns organismos, principalmente peixes, crustáceos e aves (AMARAL et. al., 1994). Além
disso, diversos estudos têm demonstrado a relevância da utilização de comunidades bentônicas na
avaliação da qualidade ambiental (VAN LOON et. al., 2015).
O estado de São Paulo tem, segundo o MMA (2010), mais de 4.000 ha de praias arenosas, sendo 52%
desta área inserida dentro de UCs.
As praias insulares na APAMLC, registradas por Lamparelli et. al. (1999), representam ao todo 19 km de
faixa arenosa, associados a, pelo menos, 20 praias na Ilha de Santo Amaro (Guarujá).
Características ecológicas
As praias da APAMLC são, em sua maioria, de grandes extensões (vários km lineares), menos recortadas
do que as do litoral norte do Estado, já refletindo o distanciamento da escarpa rochosa da Serra do Mar e
ampliação dos domínios da planície costeira.
Segundo Souza (2012), as praias do setor Carijó da APAMLC (Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá e Praia
Grande) apresentam praias dissipativas de alta energia e de orientação NE-SW; as planícies costeiras e a
plataforma continental associadas são amplas e de baixos gradientes topográficos; formam um arco praial
retilíneo e quase ininterrupto de cerca de 70 km. Nos municípios de Santos, São Vicente e Guarujá, a linha
de costa forma um grande embaiamento costeiro de orientação N-S; no Guarujá, a maior parte das praias
tem orientação NE-SW e apresenta estados morfodinâmicos intermediários com tendências dissipativas,
porém algumas praias com tendências refletivas também ocorrem (Tombo, São Pedro e Góes) (SOUZA,
2012). O município de Bertioga, que junto com Guarujá compõe o setor Guaibe, é caracterizado por uma
planície costeira estreita e contínua, orientada em direção ENE-WSE; as praias são do tipo praia de
enseada, com morfodinâmica dissipativa com tendências intermediárias (SOUZA, 2012). Essas praias
abrigam uma fauna abundante e variada com representantes da maioria dos grupos de animais marinhos.
Dentre os serviços ecossistêmicos prestados pelas praias arenosas estão o transporte de sedimentos,
proteção da linha de costa, filtragem de grandes volumes de água, reciclagem de nutrientes, além
daqueles essenciais às populações humanas, como a pesca e o turismo (AMARAL et. al., 2016). Com
relação ao turismo de sol e mar, uma grande diversidade de atividades econômicas está vinculada, como
a venda ambulante de produtos, quiosques a beira-mar e atividades recreativas (jet-ski, banana-boat,
stand-up paddle). As praias também desempenham um importante papel na manutenção da
biodiversidade, provendo espaço de assentamento, habitats de forrageio e de postura de ovos para
organismos terrestres e marinhos, como aves e tartarugas-marinhas (Amaral et. al., 2016).
A fauna bentônica de praias pode ser dividida, segundo seu tamanho, em macrofauna, organismos
maiores que 1 mm, e meiofauna, indivíduos menores que 1 mm. A macrofauna de praias possui
características sedentárias, podendo construir tubos ou galerias ou simplesmente se enterrar no
sedimento (endofauna) ou mesmo viver sobre ele (epifauna). Em função de sua limitada locomoção estão
sujeitos às condições adversas do ambiente, visto a impossibilidade de fuga em situações desfavoráveis.
Por esse motivo, o macrobentos é considerado um valioso bioindicador em casos de degradação do meio
ambiente.
O único estudo produzido sobre a macrofauna de praias da APAMLC foi realizado na Praia da Enseada,
no Guarujá por Fantinato-Varoli (1996). Os crustáceos foram o grupo faunístico dominante quer em
número de espécies como de indivíduos, sendo o amphipoda Phoxocephalopsis zimmeri o mais
abundante. Os poliquetos foram representados principalmente por S. squamata e os moluscos por Donax
gemula.
As comunidades de meiofauna são pouco estudadas no litoral paulista, assim como no litoral brasileiro
como um todo (AMARAL et. al., 2010), e frequentemente têm características de alta diversidade
taxonômica em comparação com a macrofauna. Desempenham um papel importante no fluxo de energia
dos sistemas bentônicos, servindo de alimento para a própria meiofauna, para macrofauna e peixes
164 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
(COULL, 1999). Além disso, atua na remineralização de detritos orgânicos tornando-os disponíveis para o
mesmo nível trófico e para níveis tróficos superiores (TENORE et. al., 1977). É composta por um conjunto
de metazoários que ocupam os interstícios dos sedimentos no meio aquático. Assim como a macrofauna,
a meiofauna bentônica apresenta reduzida mobilidade ou imobilidade em alguns grupos, não sendo capaz
de deixar o local que habitam quando as condições ambientais são alteradas e com ciclo de vida curto.
Entretanto, em praias refletivas, onde a macrofauna é praticamente ausente, a meiofauna está presente
(GIERE, 2009).
Apenas o estudo de Moellmann & Corbisier (2003) foi realizado sobre a comunidade meiofaunal na área
da APAMLC. As autoras compararam a composição de organismos da meiofauna entre as praias da
Enseada (Guarujá) e Praia do Una (Iguape). Apesar de morfodinamicamente semelhantes, as duas praias
são muito diferentes em urbanização, sendo a primeira altamente urbanizada, enquanto que a segunda
não possui qualquer urbanização. Os principais grupos representantes foram nematodas, seguidos por
copépodes herpacticoides. O pisoteio e as atividades recreativas na praia do Guarujá provavelmente
afetaram a meiofauna, causando o enterramento mais profundo dos organismos.
Com relação aos encalhes de mamíferos marinhos em praias, MOURA et. al., (2016), que verificaram
eventos de encalhes das baleias Kogia sima e K. breviceps na costa brasileira, registraram a ocorrência
de eventos de mortalidade de ambas as espécies na área da APAMLC. SANTOS et. al.,(2002) registraram
61 encalhes da toninha Pontiporia brainvillei na área da APAMLC (Bertioga a Peruíbe) entre 1997 e 2001,
com comprimentos totais entre 50 e 141 cm. Alguns indivíduos apresentavam marcas de captura acidental
por redes de pesca. SANTOS et. al.,(2010) realizou um amplo estudo sobre a ocorrência de cetáceos na
costa paulista, inclusive pelo encalhe em praias, entre 1941 e 2009, registrando espécies e respectivos
indivíduos.
As principais causas apontadas pelos autores para a ocorrência de encalhes na costa do Estado de São
Paulo são: as características peculiares da plataforma continental ampla, a influência das ACAS (Águas
Continentais do Atlântico Sul) na abundância de presas, a presença de 58 ilhas costeiras, a migração
sazonal das baleias e a alta produtividade estuarina. Também podem ser incluídos a essa lista os fatores
antrópicos: capturas acidentais pela operação de pesca, degradação dos habitats, colisão com
embarcações, aproximação não supervisionada para a observação de baleias e golfinhos e contato com
banhistas.
As aves também ocupam com grande frequência as areias das praias, onde muitas forrageiam, como
gaivotas, trinta-réis, garças, maçaricos e urubus. Cestari (2008) avaliou o efeito da concentração humana
no uso de praias por espécies de aves limícolas (Charadriidae e Scolopacidae) neárticas nos municípios
de Itanhaém e Peruíbe. O autor registrou a ocorrência de seis espécies: a rola-do-mar Arenaria interpres,
o maçarico-branco Calidris alba, o maçarico-de-papo-vermelho Calidris canutus, o maçarico-rasteirinho
Calidris pusilla, a batuíra-de-bando Charadrius semipalmatus e o batuiruçu Pluvialis dominica. Apesar de
haver diferença significativa no número de pessoas e animais domésticos entre as praias estudadas, não
foi observada correlação entre o número de humanos e aves ou entre cães e aves.
Por fim, estudos voltados para a avaliação da densidade de pellets plásticos, que são a matéria prima da
indústria plástica e recorrentemente perdidos durante as atividades portuárias, em praias tem se
165 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
intensificado recentemente. MOREIRA et. al., (2016) verificaram uma alta densidade de pellets (média de
2 2
150/m ) na região de dunas costeiras e pós-praia da Praia de Itaguaré (Bertioga) e de 30/m em Boracéia
(Bertioga). Em dados obtidos pelo monitoramento de macrolixo (pós-uso) em praias do litoral paulista,
realizado pelo Laboratório de Manejo, Ecologia e Conservação Marinha do Instituto Oceanográfico da
Universidade de São Paulo (dados não publicados), verificou-se que mais de 90% dos resíduos obtidos
nesses ambientes são plásticos, devido à sua persistência e durabilidade no ambiente e também visto sua
flutuabilidade na água do mar e facilidade em se deslocar com os ventos. Outro dado importante diz
respeito à origem desses resíduos, sendo que 80% tem origem terrestre. A presença de microplásticos,
que são o resultado da degradação do plástico no ambiente marinho, gerando partículas minúsculas, é de
grande preocupação. Esses microplásticos, que tendem a adsorver contaminantes químicos em sua
superfície, são ingeridos acidentalmente por diversos organismos marinhos, como moluscos, crustáceos e
peixes, podendo chegar ao ser humano através da cadeia trófica.
Características Socioeconômicas
As praias da APAMLC possuem grande relevância socioambiental. A pesca amadora está entre as
principais atividades antrópicas nas praias da APAMLC, juntamente com o turismo de sol e praia, O
estudo conduzido por Silva (2012) avaliou a capacidade de carga (física, econômica, ecológica, social e
recreativa) nas praias Pitangueiras, Astúrias e Tombo (Guarujá). O estudo também conclui que a
aplicação da Capacidade de Carga Recreativa nas áreas de praias é uma ferramenta importante para a
gestão municipal, visto a ampla compreensão da dinâmica social, econômica, física e ecológica que
propicia, fomentando assim as atividades turísticas.
Sobreposição de Usos
A Secretaria do Patrimônio da União (SPU) publicou a Portaria nº 113/2017 que transfere às prefeituras a
responsabilidade pela gestão das praias por 20 anos, com possibilidade de prorrogação, autorizada pela
lei nº 13.240 de 2015.
Por meio de termo de adesão, a União transfere aos municípios a responsabilidade de autorizar e firmar
contratos de permissão de uso e cessão de uso nas praias, inclusive para exploração econômica. Essas
autorizações possibilitarão a realização de eventos esportivos e culturais, assim como a instalação de
quiosques nesses locais. Todos os municípios da Baixada Santista protocolaram a intenção do Termo de
Adesão, cujo processo ainda está em trâmite. Os municípios que firmarem com a União o termo de
adesão receberão integralmente as receitas provenientes das autorizações concedidas. O termo dará aos
municípios o direito de gerenciar o uso das praias, mas eles não poderão transferir seu domínio ou
titularidade, uma vez que essas áreas continuam sendo propriedade da União.
Balneabilidade
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), realiza monitoramento semanal da qualidade
das águas. Segundo os critérios estabelecidos na Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA) nº 274/2000 e em normas definidas pela CETESB, as praias são classificadas como Próprias
ou Impróprias para fins de recreação de contato primário, conforme as densidades de bactérias fecais
presentes na água do mar, constatadas em análises de amostras coletadas todas as semanas. Os
resultados desse trabalho são divulgados semanalmente pela CETESB apontando a qualidade das águas
das praias paulistas. Nas praias monitoradas, bandeiras Verde (Própria) ou Vermelha (Imprópria) alertam
os banhistas indicando se a praia está adequada para banho.
Em seu relatório anual, a CETESB classifica as praias em Ótima, Boa, Regular, Ruim e Péssima, com
base nos monitoramentos semanais ou mensais (efetuados em caráter preventivo nos pontos menos
frequentados).
Segundo o Relatório de Qualidade das Praias Litorâneas do Estado de São Paulo-2017, as condições de
balneabilidade do Litoral Paulista em 2017, considerando as classificações anuais, mostraram 41% de
praias que permaneceram Próprias 100% do tempo englobando as categorias Ótima e Boa, mantendo a
tendência do ano passado de aumento das praias Próprias o ano todo. Portanto, em comparação ao ano
anterior, observa-se melhora nos índices de qualidade das praias.
No tocante à Baixada Santista, APAMLC, constatou-se um aumento de praias Próprias o ano todo de 22%
para 33%, com 3% de praias Ótimas. Contudo, houve pequena diminuição de praias Regulares e aumento
das Ruins. Apesar disso, verifica-se uma melhora que já vem se mantendo por quatro anos.
Figura 82 – Classificação anual das praias da Baixada Santista, APAMLC- 2016-2017. Fonte:
CETESB 2018, Relatório de Qualidade das Praias Litorâneas do Estado de São Paulo- 2017.
Segundo Relatório de Qualidade das Praias Litorâneas do Estado de São Paulo-2017, na Baixada
Santista, constatou-se um aumento de praias Próprias durante o ano inteiro de 22% para 33%, refletindo
um aumento das praias classificadas com qualidade Boa com consequente diminuição da porcentagem de
praias Regulares. Ressalta-se que foi uma melhora significativa, que vem ocorrendo pelo quarto ano
seguido.
Apesar dos avanços, as más condições de balneabilidade influem fortemente no turismo praiano, com
riscos à saúde pública dos frequentadores das praias, e também na pesca tanto amadora como esportiva,
realizada nas praias, e o extrativismo de espécies que vivem na areia da praia, como é o caso do
“moçambique” Donax hanleianus, comum na região. Além disso, uma série de atividades econômicas,
realizadas diretamente nas areias das praias, como os quiosques beira-mar, a venda de produtos por
ambulantes (sorvetes e outros alimentos, roupas de banho, produtos recreativos etc.) e os serviços de
recreação (stand-up paddle, banana boat, jet ski etc.) também são prejudicados pelas más condições de
balneabilidade.
Resíduos Sólidos
A alta concentração populacional, aliada ao turismo intenso e às atividades náuticas, leva a um grande
acúmulo de lixo nas praias da Baixada Santista. A origem desses resíduos pode ser doméstica ou
industrial, trazida pelos rios que desaguam no mar, deixada pelos turistas na própria praia, proveniente de
atividades portuárias ou de plataformas de petróleo, perdida por navios de carga ou descartada por
embarcações de pesca e de turismo (veleiros, lanchas, escunas e transatlânticos). Há relatos de resíduos
oriundos de naufrágios e de grandes desastres naturais, como terremotos e tsunamis, que podem
acumular toneladas de resíduos sólidos no mar.
A presença desses resíduos no ambiente marinho, inclusive em praias, onde tendem a se acumular,
causam diversos impactos ambientais e de saúde pública: alteração de habitats, invasão de espécies
exóticas (organismos presos a resíduos flutuantes), emaranhamento e sufocamento de animais, petrecho
de pesca abandonado, perdido ou descartado no meio aquático, caracterizando-se como pesca fantasma
(pesca ativa realizada de forma cíclica); perdas ao turismo e às atividades náuticas (pesca e turismo);
riscos à saúde humana (ferimentos e contaminações). Por fim, a forma com que é realizada a limpeza das
praias, pelos órgãos públicos com o uso de maquinários pesados, ou até mesmo por limpeza manual com
rastelos, podem prejudicar a fauna psamófila, que vive enterrada ou mesmo entre os grãos de sedimento
da areia, normalmente em pequenas profundidades (alguns centímetros).
A degradação provocada pela poluição e contaminação por resíduos sólidos é difusa em toda a costa da
APAMLC. A quantidade de resíduos sólidos presentes nas praias é relevante, associada tanto à produção
local de lixo como ao material que chega às praias pelo mar (Figura 83 a Figura 85). A grande quantidade
de resíduos sólidos e poluentes presentes no estuário e praias de Santos e São Vicente, embora estejam
fora da área da APAMLC, contribuem em grande parte para a degradação da UC.
Figura 84 – Resíduos sólidos na areia da praia do Itararé, em São Vicente. Fonte: www.
institutoecofaxina.org.br.
Figura 85 – Resíduos sólidos em um dos canais que deságuam nas praias de São
Vicente. Fonte: www.institutoecofaxina.org.br.
A presença de veículos nas praias (Figura 86) é outra ação antrópica impactante em algumas praias
como em Santos, onde a limpeza é realizada historicamente com caminhões, retroescavadeiras, inclusive
na zona entremarés. Esta prática resulta em perturbações e impactos mecânicos na biota bentônica
presente no sedimento, especialmente na epifauna, além de gerar forte alteração na paisagem.
Figura 86 – Diversos veículos pesados transitam nas praias da Baixada Santista, inclusive na zona
entremarés (Praia de José Menino). Fonte: g1.globo.com
169 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
Todos esses impactos agem direta ou indiretamente sobre as espécies da fauna de praias, causando a
diminuição em número de espécies-chave, como os caranguejos do gênero Uca sp. (AMARAL et. al.,
2011) e bivalves do gênero Tegula, Anomalocardia e Corbula (DENADAI et. al., 2001), e favorecendo a
dominância de espécies oportunistas, como os poliquetas da família Capitellidae, gênero Notomastus e
Heteromastus, e da família Spionidae, gênero Scolelepis (AMARAL et. al., 2011).
Por apresentar também vocação portuária e industrial, a Baixada Santista tem a presença de vários dutos
de gasolina, nafta, etileno, amônia, petróleo, e químicos diversos (polidutos). Estes dutos estão
associados à cenários com alto potencial de acidentes que podem afetar a biota da zona costeira. Estes
cenários de acidentes, envolvendo vazamentos de óleo e químicos, são historicamente frequentes,
associados ao Porto de Santos (POFFO et. al., 2000) (Figura 87 e Figura 88).
Erosão
As consequências da erosão costeira em praias podem ser: redução na largura da praia e/ou recuo da
linha de costa; desaparecimento da zona de pós-praia e até da própria praia; perda de propriedade e bens
ao longo da linha de costa; destruição de estruturas artificiais paralelas e transversais à linha de costa
(ruas, construções, monumentos); problemas ou colapso dos sistemas de esgotamento sanitário (obras
enterradas e emissários submarinos); piora das condições de balneabilidade; perda do valor paisagístico
da praia ou região costeira, prejuízos às atividades socioeconômicas ligadas ao turismo praiano e gastos
com a recuperação de praias e reconstrução da orla (SOUZA, 2012). Segundo SOUZA (2012), a Baixada
Santista possui 52% de suas praias com risco Muito Alto de erosão. Esse risco é maior no setor que inclui
o município de Guarujá (50% das praias com risco Muito Alto; 36% com risco Médio e 14% com risco
Baixo), seguido pelo setor que inclui os municípios Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe (33%
com risco Muito Alto e 67% com risco Alto) e menor no setor que inclui o município de Bertioga (12% com
risco Muito Alto; 12% com risco Alto; 40% com risco Médio; 24% com risco Baixo e 12 % com risco Muito
Baixo).
As praias estão também entre os ecossistemas mais vulneráveis aos eventuais impactos de mudanças
climáticas, como aumento do nível do mar, alteração da amplitude de marés, alterações de direção e
intensidade das ondas, aumento das taxas de erosão costeira, elevação da temperatura do mar,
acidificação dos oceanos, entre outros. Estas mudanças, detalhadas no tópico Meio Físico do presente
diagnóstico, podem resultar em uma ampla gama de impactos nas praias, desde alterações na sua
morfodinâmica, energia incidente, modificações na composição do sedimento, inclinação e área disponível
para ocupação pelos organismos, em condições mais amenas e/ou iniciais, até a perda da região
entremarés e do pós-praia e, consequentemente, da sua biota associada em eventos extremos e
recorrentes (ROSA FILHO et. al., 2015).
Não inserido na APAMLC, porém na região, destaca-se o caso do estreitamento das faixas de areia de
Embaré e Ponta da Praia, Santos-SP, que apresentam fortes sinais de erosão nas praias (Figura 89),
expondo inclusive as tubulações enterradas, além da destruição dos muros de arrimo pela força das ondas
e marés. No início de 2018, a Prefeitura de Santos iniciou um projeto piloto de 49 ‘geobags’ grandes
bolsas de tecido geotêxtil com 300 toneladas de areia cada um que formarão uma barreira de contenção
de mais de 500 metros. A eficiência da tecnologia em implantação será avaliada concretamente após 12
meses da conclusão do projeto.
No território da APAMLC, em outubro de 2017, que por meio de uma combinação de chuvas torrenciais
com forte ressaca fez as ondas erodirem cerca de 150 metros da faixa de areia da Praia do Tombo, em
Guarujá, provocando o desmoronamento parcial de construções e mudando o perfil do lugar (Figura 90).
Este caso pode ser observados ainda em outros locais como a Prainha Branca.
As respostas da biota das praias a estes impactos são pouco conhecidas, e, entre os efeitos previstos, a
elevação da temperatura poderá afetar o padrão de distribuição e abundância dos organismos e extinguir
as espécies menos tolerantes e com menor capacidade de dispersão. O aumento no nível do mar fará
com que a linha d’água se mova em direção ao continente, removendo ou deslocando habitats para a
biota. Ainda, a acidificação dos oceanos poderá reduzir as taxas de calcificação em organismos marinhos,
o que poderá afetar diversas espécies de moluscos, crustáceos, cnidários e equinodermos (DEFEO et. al.,
2009).
Estado de Conservação
Sabe-se que a APAMLC engloba uma área bastante crítica em termos de degradação ambiental. A orla
encontra-se intensamente urbanizada, o que traz consigo inúmeros problemas em relação a poluição e
contaminação. Além disso, conta com uma intensa atividade portuária, turística, industrial e pesqueira, o
que resulta em uma série de impactos em toda a extensão de suas praias, como observado anteriormente.
Os resultados obtidos quanto ao status de Integridade Ambiental, presentes no capítulo sobre Diagnóstico
de Integridade desse documento, ilustram bem essa degradação, pois foram considerados moderados e
ruins para a maioria das praias dos municípios de São Vicente e Bertioga.
De modo geral, observa-se que as praias mais afastadas dos centros urbanos estão mais preservadas,
mas mesmo assim sofrem com impactos difusos associados ao lixo e ao turismo desordenado. O
Programa BIOTA (FAPESP) aponta a praia do Taniguá e restinga associada (em Itanhaém), como área
prioritária para a conservação. A praia do Taniguá é a praia do setor Carijó que se encontra em melhor
estado de conservação.
Áreas Críticas
Em relação à APAMLC, o diagnóstico participativo (FUNDAÇÃO FLORESTAL, 2014) considera que deva
ser direcionada uma atenção especial às praias que podem sofrer impactos da atividade portuária: Praia
do Sangava, Guajuba, as praias de Pernambuco e Perequê no Guarujá, Praia Grande; e às praias de
Peruíbe e Bertioga, em função dos resíduos químicos da dragagem do Porto de Santos e/ou aporte de
efluentes domésticos. A Praia Branca (Guarujá), por sua intensa interface social, também merece
destaque.
O capítulo de Integridade Ambiental, presente neste Documento, identificou praias com Status Moderado
nos municípios de Guarujá, no Setor Guaíbe, praias dos municípios de São Vicente, Praia Grande e
Mongaguá, assim como praias dos municípios de Itanhaém e Peruíbe.
Ainda, segundo dados levantados pelo DT Meio Físico, se considerarmos os impactos das mudanças
climáticas globais e uma possível elevação do nível do mar, praias dissipativas, que dominam na região
tratada e que possuem baixa declividade, poderiam ser afetadas por pequenos incrementos de altura,
resultando em um grande avanço na horizontal. Nesse sentido as praias de Praia Grande, Itanhaém,
Peruíbe e Guaraú poderiam ser seriamente afetadas.
Cenários Futuros
A região que engloba a APAMLC caracteriza-se pela grande diversidade de funções presentes nos
municípios que a compõem. Além de contar com o Parque Industrial de Cubatão e o Complexo Portuário
de Santos, ela desempenha outras funções em nível estadual, como as atividades industriais e de turismo;
e outras de abrangência regional, como as relativas aos comércios atacadista e varejista, ao atendimento
à saúde, educação, transporte e sistema financeiro. Com presença marcante, ainda, na região, há as
atividades de suporte ao comércio de exportação, originadas pela proximidade do complexo portuário.
Apesar deste cenário, a região apresenta ainda ambientes relativamente bem preservados, com elevada
complexidade biológica.
Assim como ocorre em toda a costa, as praias da APAMLC estão ameaçadas pelos efeitos das mudanças
climáticas, em que se prevê a redução e a fragmentação de ecossistemas costeiros e marinhos, recuo da
linha de costa pela elevação do nível médio relativo do mar (NMRM) e aumento de processos erosivos na
zona costeira, atingindo a biodiversidade, os serviços ambientais e os meios de subsistência de
populações humanas (IPCC, 2014), como detalhado no diagnóstico do meio físico do presente estudo.
Dentre os impactos previstos sobre as praias arenosas como consequência de uma eventual elevação do
nível do mar estão: erosão da linha da costa, inundação por ondas de tempestades, alteração da
amplitude de marés e mudança nos padrões sedimentares. Tais impactos levariam, em condições
extremas, à perda do entremarés e do pós-praia como conhecidos atualmente e, consequentemente da
sua biota associada (TURRA & DENADAI, 2015). Esse risco é ainda mais acentuado para as praias
situadas ao sul de Santos (Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe), visto suas características
dissipativas e, portanto, com baixa declividade, fazendo com que, em situação de elevação do nível do
mar, parte da faixa entremarés atual deixe de existir. Visto o serviço oferecido pelas praias arenosas na
manutenção e proteção da linha de costa, a perda da praia, ou mesmo de parte dela, pode trazer
consequências danosas para os seres humanos, pela perda de bens materiais (vias de tráfego,
construções a beira-mar) e riscos de grandes desastres ambientais.
Conforme destacado pelo DT Meio Físico, que efetuou os mais variados levantamentos do meio abiótico
da região, alguns indicadores para cenários futuros para a região da Baixada Santista e da APAMLC são:
− Remobilização do sedimento antigo e contaminado pelas atividades de dragagem do Porto de Santos,
que pode contaminar a coluna d'água. Além disso, o sedimento descartado na região de bota fora
deve ser constantemente monitorado para avaliação da sua qualidade.
− Aumento na quantidade de poluentes devido ao aumento no tráfego de embarcações para atender o
aumento na produtividade dos campos de petróleo do Pré-Sal da Bacia de Santos.
− Esforços do poder público na ampliação da coleta e no tratamento de esgoto, que poderá,
futuramente, refletir positivamente nas condições de balneabilidade das praias.
A multiplicidade, muitas vezes, conflitante dos usos dos recursos naturais, do turismo descontrolado, do
Porto de Santos, das indústrias químicas e relacionadas ao petróleo são vetores de pressão muitas vezes
de forma desordenada e carentes de efetiva fiscalização e controle por parte do poder público, como
destacado no DP (FUNDAÇÃO FLORESTAL, 2014). Dessa forma, a integridade e equilíbrio ecológico e
sustentável das praias e dos demais ecossistemas contidos na APAMLC estão ameaçados por estas
situações de estresse e degradação antrópicos.
As praias estão dentre os ambientes marinhos mais vulneráveis aos impactos antrópicos e aos efeitos das
modificações climáticas (aumento do nível do mar, da frequência e magnitude de eventos extremos e das
taxas de erosão costeira e elevação da temperatura do mar e acidificação dos oceanos). Dessa forma, o
monitoramento contínuo da macrofauna bentônica de praias possibilitará uma melhor compreensão dos
efeitos das alterações ecossistêmicas oriundas de mudanças climáticas (TURRA & DENADAI, 2015).
Organismos destacados como chave para o monitoramento, visto que podem oferecer resultados rápidos
para a avaliação dos efeitos das mudanças climáticas em praias arenosas, são o caranguejo-fantasma
Ocypode quadrata (BORZONE et. al., 2015), o poliqueta Scolelepis (S. goodbodyi, S. chilensis, S. gaucha,
S. lighti, S. squamata - AMARAL et. al., 2015a), os anfípodes talitrídeos Atlantorchestodea brasiliensis,
Platorchestia cf. monodi e Talorchestia tucurauna (VELOSO et. al., 2015), e os insetos coleópteros Bledius
bonariensis, Bledius caribbeanus e Bledius fernandezi (ROSA et. al., 2015). A macrofauna (ROSA-FILHO
et. al., 2015b) e a meiofauna (MARIA et. al., 2015) total de praias em situações normais, bem como antes
e após a ocorrência de eventos extremos que causem possíveis modificações estruturais nas praias
(ZALMON et. al., 2015) também devem ser monitorados.
Em relação à biota de praias, os organismos bentônicos são amplamente utilizados como indicadores
ambientais por responderem de forma previsível a distúrbios naturais e antropogênicos (AMARAL et. al.,
1998; VAN LOON et. al., 2015). Em função da resposta previsível a distúrbios, o uso desses organismos
se torna uma ferramenta fundamental para o diagnóstico ambiental, principalmente em áreas prioritárias
para conservação onde se deve conhecer o estado do ecossistema para definir planos de manejo e ações
prioritárias. Espécies oportunistas, associadas ao enriquecimento orgânico, como os poliquetas
Heteromastus filiformis e complexo Capitella capitata e o crustáceo Kalliapseudes schubarti, estão
incluídas entre as mais utilizadas para avaliação das condições ambientais em praias (AMARAL et. al.,
2003). Como a meiofauna bentônica ocorre também em ambientes onde a macrofauna se encontra
praticamente ausente, como em algumas praias refletivas (GIERE, 2009), pode ser um bom indicador
biológico de impactos naturais ou antrópicos (MARIA et. al., 2015).
O monitoramento das condições de balneabilidade de praias e afluentes, assim como vem sendo feito há
décadas pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) nas praias paulistas, é um dos
principais indicadores da qualidade ambiental desses ambientes. Tal medida é de fundamental
importância, considerando-se inclusive os riscos à saúde pública, tanto pelas atividades recreativas ou
econômicas de contato com a água do mar, como pelo consumo de organismos que vivem próximo ou na
própria praia e que podem acumular microrganismos patogênicos em seus tecidos. O monitoramento
desse indicador visa a melhoria do saneamento básico dos municípios, com o aumento da rede de coleta
e o tratamento do esgoto, visando atender inclusive o grande aumento populacional observado nos
períodos de veraneio.
O monitoramento do lixo marinho em praias e restingas também pode ser um bom indicador da qualidade
ambiental da região. Com o uso de protocolos internacionais (UNEP, 2009), é possível classificar os
resíduos por tipo e possível origem. A UNEP (United Nations Environment Programme) incentiva o
monitoramento participativo, feito pela comunidade. Por exemplo, estudantes de uma escola podem
monitorar o lixo em uma praia próxima à escola, utilizando-se do protocolo citado. Tais dados poderão
gerar subsídios para a decisão de quais políticas públicas são necessárias para a redução da entrada de
lixo ao ambiente marinho em cada município monitorado.
Lacunas de conhecimento
Uma situação crônica, que afeta todos os ecossistemas costeiros da APAMLC, é a carência de estudos
relacionados à ecologia, estrutura e função da comunidade no ecossistema praia. Da mesma forma,
monitoramentos mais amplos e em séries temporais mais longas também são escassos ou inexistentes.
Assim, diversas praias da APAMLC ainda têm sua ecologia totalmente desconhecida.
Os organismos bentônicos possuem locomoção limitada, permanecendo no mesmo local durante todo seu
período de vida pós-larval e, por esse motivo, podem apresentar respostas bem mais eficazes que a água
ou o sedimento, uma vez que agregam e acumulam poluentes em seus tecidos.
É notável a escassez de trabalhos sobre a meiofauna em todo o litoral do Brasil (incluindo a costa paulista)
(AMARAL et. al., 2010). Entretanto, devido à sua velocidade de resposta às mudanças no ambiente, a
meiofauna é indicada como uma boa ferramenta nos estudos de qualidade ambiental (LAGE &
COUTINHO, 2012).
Segundo Turra e Denadai (2015) a ausência de séries temporais de longa duração sobre biodiversidade
tem feito com que a costa brasileira permaneça fora das avaliações globais sobre as consequências de
modificações antrópicas e climáticas sobre ecossistemas costeiros. Com isso, é imperativo que haja uma
integração de pesquisadores e instituições de forma a promover a consolidação do conhecimento
existente e a implementação de uma rede observacional contínua e permanente, com protocolos de coleta
padronizados e replicáveis em diferentes regiões do país.
São necessários, portanto, estudos detalhados sobre a capacidade de suporte das praias da APAMLC
quanto aos efeitos dos principais impactos na fisiografia, dinâmica, diversidade biológica e também sobre
o uso socioeconômico das praias, especialmente o turismo. Faz-se também necessário o incentivo às
pesquisas que visem um melhor planejamento da gestão costeira. Existe atualmente pouca informação
relacionada à gestão de riscos e sua interação com o meio biótico.
Potencialidades / Oportunidades
O Litoral Centro tem grande concentração de Universidades e Centros de Pesquisa, que têm trabalhado
em estudos variados nos ecossistemas da APAMLC. Exemplo disso são os diversos estudos conduzidos
na EE Juréia Itatins. No entanto, como já dito anteriormente, são estudos relativamente simples,
localizados, pontuais e desconexos. A APAMLC tem a oportunidade de catalisar e direcionar estudos mais
Visto que o turismo, praticado de forma descontrolada, é uma séria ameaça aos ambientes praiais da
APAMLC, o desenvolvimento do Turismo de Base Comunitária (TBC) representa uma potencialidade de
uso sustentável para essas praias. O TBC visa ter nas comunidades receptoras os principais protagonistas
desse processo, contribuindo para o fortalecimento comunitário e gerando renda complementar às suas
atividades tradicionais. Pretende-se o desenvolvimento de um turismo sustentável, uma vez que a
comunidade não quer degradar o meio ambiente, do qual depende dos recursos ofertados. Com isso,
obtém-se um turismo diferenciado, consciente e sem degradação ambiental, com praias mais limpas e não
superpopulosas. Nesse sentido, cursos foram ofertados para as comunidades tradicionais pelo
Observatório Litoral Sustentável (litoralsustentavel.org.br). Algumas aldeias indígenas da região (ex.,
Tekoá-Mirim e Tekoá-Paranapuã) e comunidades caiçaras (ex., Prainha Branca, Ilha Diana) se utilizam do
Turismo de Base Comunitária para difundir seu modo de vida ancestral, compartilhado com os visitantes.
O estudo de CARVALHO et. al., (2012), demonstra a potencialidade do uso da canoa havaiana como um
instrumento pedagógico em educação e turismo ecológico. Essa ferramenta de transporte, que une
esporte, educação, turismo e lazer, permite ainda a contemplação de áreas naturais de alta diversidade,
como manguezais e restingas. Os resultados apresentados por esse estudo listaram alguns possíveis
roteiros de canoagem para a educação ambiental no município de Guarujá: canal estuarino que separa a
Ilha de Santo Amaro do continente (área de manguezal); Praia do Perequê (Rio do Peixe); Praia do Mar
Casado (Ilha do Mar Casado e Ilha do Arvoredo); Praia da Enseada (APA Marinha e Ilha das Cabras);
Praia do Guaiúba (APA Marinha); Praia de Santa Cruz dos Navegantes (Fortaleza da Barra Grande).
Com relação à fauna e à flora, algumas aves citadas no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção
no Estado de São Paulo (São Paulo, 2009) ocorrem em praias da APAMLC. As espécies trinta-réis-anão
(Sternula superciliaris), trinta-réis-grande ou gaivota (Phaetusa simplex), trinta-réis-de-bando (Thalasseus
sandvicensis) e trinta-réis-real (Thalasseus maximus) podem ter sua reprodução prejudicada pelo uso
recreativo e desorganizado das praias, pela perturbação e destruição de habitats das colônias e pela
contaminação e degradação dos locais de pouso e alimentação. Nesse sentido, a proteção da Praia
Piaçaguera (Taniguá), em Peruíbe, mencionada como área prioritária para conservação pelo Programa
Biota/FAPESP, e que comporta as duas espécies de Thalasseus, poderá representar um importante
avanço na proteção dessas aves. Na Zona Costeira, são mencionadas pelo documento “Áreas Prioritárias
para Conservação, Uso Sustentável e Partilha de Benefícios da Biodiversidade Biológica Brasileira”
(BRASIL, 2007), como área prioritárias para conservação na área da APAMLC, o município de Itanhaém,
a região entre a Baía de Santos e Guarujá, as localidades de Guaiuba (Guarujá) e Saco do Major (Ilha da
Moela), as restingas da Praia Grande, a Praia de itaguaré e as restingas de Bertioga, e as Terras
Indígenas Piaçaguera (Peruíbe), Itaóca (Mongaguá) e Guarani do Aguapeu (Itanhaém).
A Portaria Federal nº455/2014 (“Lista Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção - Peixes e
Invertebrados Aquáticos”) apresenta muitas espécies de peixes, moluscos, crustáceos, poliquetas,
equinodermatas, dentre outros organismos que ocorrem nas praias localizadas na área da APAMLC. A
proteção dessas espécies, pela restrição de sua pesca ou extrativismo, bem como das áreas onde as
mesmas ocorrem, trará grandes benefícios ambientais para a região.
O Estado de São Paulo acolhe a segunda maior área brasileira deste ecossistema, sendo que
aproximadamente 87% de sua superfície estão em UCs de proteção integral (MMA,2010). Segundo
Lamparelli et al., (1998), o Estado de São Paulo comporta 288 costões ou trechos de costões com
extensão total não linear de 437 Km. Deste total, o litoral centro responde por 85 km não lineares
associados a 57 segmentos de costões rochosos.
No litoral Centro, a presença de costões insulares é relevante e basicamente devido à presença da ilha do
Guarujá, perfazendo ao todo 44,2 km de costa rochosa insular (LAMPARELLI et al., 1998), representando
18% dos costões da costa paulista (BRITO et al., 2014). Além de Guarujá, São Vicente, Peruíbe e
Bertioga possuem quantidades expressivas de costões.
Os costões da APAMLC ocorrem também nas cerca de 30 ilhas e lajes, a maior parte delas no setor
Guaíbe. O Setor Itaguaçu é o entorno imediato do Parque Estadual Marinho Laje de Santos (PEMLS).
Além destes corpos emersos, o diagnóstico do meio físico indicou também 10 outros corpos submersos –
lajes e parcéis, sendo um no setor Guaíbe, cinco no setor Carijó e quatro ao redor do PEMLS.
A Ilha da Moela e a Laje da Conceição, ambas categorizadas como Áreas de Manejo Especial - AMEs no
território da APAMLC, representam áreas importantes de ocorrência do ecossistema costão rochoso.
Os costões rochosos também têm relevante importância na socioeconomia, tanto como ambiente
valorizador da paisagem para o turismo, como suporte para atividades como mergulho, pesca,
extrativismo e pesca de subsistência. Dessa forma, fica claro o importante papel deste ecossistema no
equilíbrio da zona costeira, onde interagem outros ambientes como praias, manguezais, marismas e a
zona nerítica, em um equilíbrio dinâmico e complexo (MILANELLI, 2003).
Características ecológicas
A superfície rochosa dos costões é pobre em nutrientes, salgada e constantemente impactada pelas
ondas. Além disso, a variação do nível da maré expõe as rochas ao ambiente seco duas vezes ao dia,
submetendo os habitantes do local ao risco de desidratação. Apenas algas marinhas e animais
Figura 92 – Distribuição dos organismos em costões rochosos. Fonte: CRESPO & SOARES-
GOMES 2002.
Esses ecossistemas são sujeitos a um mosaico de condições ambientais como temperatura, vento,
umidade e radiação, que mudam repentinamente ou em poucas horas. Geralmente são de fácil acesso,
apresentam locais de alimentação, crescimento e reprodução de um grande número e diversidade de
espécies, podendo ser considerados laboratórios naturais onde diversos organismos de fauna e flora
coabitam juntos sob forte gradiente de condições (COUTINHO et al., 2016), tornando evidente a
distribuição dos organismos em faixas.
Segundo Fields et al., (1993), a zonação é a característica mais importante dos substratos consolidados.
As faixas de cada região são formadas por diferentes tipos de organismos, e são semelhantes
globalmente.
Assim como nas outras regiões do litoral paulista, os costões rochosos do litoral centro ainda não são
suficientemente estudados. Dentre os estudos mais recentes, Vianna (2015) avaliou estrutura da biota da
região entremarés nos canais de drenagem 4 e 5, em Santos/SP. Abaixo, as principais espécies
encontradas (Quadro 21). Entre todas as espécies, Mytilaster solisianus, Chthamalus spp. e Crassostrea
rhizophorae foram as que apresentaram maior biomassa.
Perinereis sp.
Anellida Polychaeta Sabella sp
Hydroides sp.
Filo Classe Ordem Espécie
Pachygrapsus transversus
Decapoda
Panopeus sp
Isopoda Paradella dianae
Arthropoda Crustacea Amphibalanus amphitrite
Chthamalus proteus
Cirripedia
Chthamalus bisinuatus
Tetraclita stalactifera.
Fonte: Vianna (2015).
Diversos estudos isolados foram feitos de forma dispersa na área, com espécies isoladas ou localidades
específicas, com destaque para a Ilha das Palmas, na saída da Baía de Santos (DEUS et al., 2014).
Também na Ilha das Palmas, Hans (2009) avaliou a capacidade de recuperação do estoque natural de
sementes do mexilhão Perna perna, fortemente explorado na região. O Quadro 22 mostra a lista de
referências encontradas com estudos que de alguma forma abordam os costões rochosos da APAMLC.
O Guarujá é também palco de alguns estudos isolados sobre a ecologia dos costões rochosos. Bruno et
al., (2012) estudou a composição e riqueza dos costões do Mar Casado e das Astúrias, registrando a
presença de Hypnea spinella (Kutzing, 1847), Ulva lactuca (Linnaeus, 1753), Chaetomorpha antennina
(Kutzing, 1845) e Hincksia mitchellie (Silva, 1987), Balanus improvisus (Darwin, 1854), Thais haemastoma
(Linnaeus, 1767), Perna perna (Linnaeus, 1758), Isognomon bicolor (Adams, 1845), Echinometra lucunter
(Linnaeus, 1758) e Littorina ziczac (Gmelin, 1791). Já no costão das Astúrias foram encontradas cinco
espécies: Balanus improvisus, Thais haemastoma, Perna perna, Echinometra lucunter e Littorina ziczac.
Avaliando a fauna associada aos bancos de mexilhões P. perna em costões de Bertioga e da Ilha das
Palmas, Blanco (2013) encontrou 20 táxons compondo 8 gêneros, sendo 3 de Crustacea. Henriques e
Casarini (2009) avaliaram as relações interespecíficas entre o bivalve invasor Isognomon com o mexilhão
P. perna na Ilha das Palmas, em Santos. Guizardi et al., (2008) estudaram a assembleia de chlorophyta
nos costões da Praia do Tombo, Guarujá, chegando a 14 espécies. Em Peruíbe, Rego et al., (2012)
estudou os efeitos do gradiente de dessecação sobre a fauna conspícua. Rosso (1990) avaliou e
descreveu a estrutura das comunidades intermareais na região da baía de Santos.
A atividade extrativa do mexilhão P. perna realizada pelos pescadores artesanais, foi de grande
importância para a região que hoje engloba a APAMLC desde a metade da década de 70, com seu auge
em meados da década de 80 e declínio a partir do final da década de 90 (RENÓ, 2009).
Vários dos estudos encontrados se concentram nos costões entre Peruíbe e Iguape, na Estação Ecológica
Juréia Itatins, a qual faz fronteira parcial com a APAMLC (a partir da divisa de Peruíbe). A seguir são
elencados estudos que contribuem para o arcabouço de informações sobre o ecossistema costão rochoso
realizados na APAMLC, divisa com a APAMLS, dentro da EE Juréia Itatins: Santos et al., (2011),
realizaram uma caracterização de espículas de esponjas de água salgada e água doce presentes em
amostras de sedimentos paleolacustres e paleolagunares. Nalesso (1993), avaliou a interação do
caranguejo de costão Eriphia gonagra com suas presas, nos costões rochosos da Praia do Rio Verde. Na
barra do rio Una, divisa com a APAMLS, Vianna et al., (2014a) avaliou padrões de zonação nos costões,
encontrando ao todo 14 espécies ao longo do gradiente vertical, com predomínio de Brachidontes
darwinianus, Phragmatopoma lapidosa e Chthamalus bisinuatus, seguindo o padrão existente em todo o
litoral paulista. A autora também avaliou nesta área aspectos ecológicos e comportamentais do
gastrópode Littorina flava, típico de costões abrigados (VIANA et al., 2014b). Pagotto (2010) avaliou
aspectos de distribuição temporal dos gastrópodes Fissurella clenchi e Colisella subrugosa. Na mesma
região, Duarte (2011) estudou aspectos fisiológicos de crescimento da espécie de gastrópode Collisella
subrugosa. Nestes costões do Guarauzinho, Freitas et al., (2012) estudaram aspectos do crescimento da
espécie Nodilittorina lineolata. Nos extensos costões entre as praias do Arpoador e Guarauzinho, Frey
(2011) comprovou que a agitação é um fator determinante da composição de espécies, selecionando e
reduzindo a riqueza, com um fator natural de estresse (MILANELLI, 2003). No entanto, as 14 espécies
identificadas representaram uma riqueza abaixo do esperado para a área. Também Rodrigues et al.
(2009) avaliaram os efeitos das condições abióticas sobre a distribuição de espécies. Rego et al., (2012)
realizou estudos sobre a relação entre as espécies e o gradiente de dessecação nos costões do Arpoador
na Estação Juréia Itatins. O autor registrou a presença de 10 espécies neste estudo.
Moura (2002) caracterizou os costões rochosos da Ilha Queimada Pequena, os quais são formados
basicamente por escarpas rochosas com inclinação variada. Muitas algas de importância econômica e
ecológica estão ali presentes, podendo-se destacar as algas produtoras de importantes produtos naturais
como as dos gêneros Sargassum e Hypnea. As algas pardas Dictyota e Dictyopteris também são
conhecidas por apresentarem defesa química contra a herbivoria, demonstrando importante função
ecológica no ecossistema. Segundo Széchy & Paula (2000), o gênero Sargassum, além de produtor de
alginato, pode formar densos bancos no infralitoral de costões rochosos, podendo representar a alga mais
importante em termos de abundância no ecossistema, além de representar abrigo, local de desova e
substrato para o desenvolvimento de diversas espécies de algas e outros organismos.
Em um estudo realizado para a execução do Plano e Manejo da ESEC Tupiniquins (BRASÍLIA, 2008), foi
reportado pelo pesquisador/ coletor das algas que na área mais abrigada da Ilha Queimada Pequena, o
fundo rochoso encontrava-se predominantemente coberto por zoantídeos Palithoa sp. e Zoanthus sociales
e que no trecho compreendido entre a Ilha das Gaivotas, sujeito a forte hidrodinamismo associado a
ventos lestes, o fundo rochoso é dominado por algas marrons rasteiras e calcárias crostosas (BRASILIA,
2008).
Magalhães et al., (2002) em levantamento nas Ilhas da Queimada Pequena e Castilho registraram
algumas espécies que ocorreram na Queimada Pequena e não foram registradas no Castilho e vice-versa.
As espécies mais abundantes nos costões rochosos destas duas ilhas foram representadas pelos bivalves
Crassostrea rhizophorae e Brachidontes sp. Os gastrópodes foram representados pelas espécies Colisella
subrugosa, Bostricapulus odites, Fissurella clenchi e Siphonalia hispida.
Os costões rochosos presentes em Ilhas costeiras representam importante área de alimentação e refúgio
de tartarugas marinhas (GALLO et al., 2001; GALLO et al., 2002). Lajes e faces inclinadas de matacões
submersos são utilizadas como áreas de pastoreio por tartarugas, em especial C. mydas, que se alimenta
basicamente de algas (SAZIMA & SAZIMA, 1983). Da mesma forma, a espécie E. imbricata procura estes
ambientes para se abrigar e se alimentar de invertebrados, como esponjas e moluscos. O estudo de
Stampar et al., (2007) descreve seu hábito de ingestão de colônias do antozoário Palythoa caribaeorum,
no PEMLS.
Características Socioeconômicas
Os costões rochosos da APAMLC têm importante papel socioeconômico, uma vez que estão associados a
diversas atividades, com papel importante enquanto provedor de serviços ecossistêmicos. O Quadro 23
mostra os potenciais serviços ecossistêmicos que os costões rochosos podem oferecer, de um modo
geral.
Cultural conservação de
patrimônios comunidade local/
educação e educação ambiental/ arqueológicos/ instituições de
pesquisa pesquisa científica valorização do ensino, pesquisa e
conhecimento popular/ extensão
conhecimento científico
diversidade de
manutenção habitat e
Suporte do manutenção da - -
ecossistema comunidade
biológica
Fonte: Elaborado com base em Almeida, 2008 e Ellif & Kikuchi, 2015.
Dos serviços ecossistêmicos dos costões rochosos da APAMLC, destaca-se a importância dos mesmos
na pesca artesanal, na pesca amadora, e esportiva, como diagnosticado por FUNDEPAG (2014). Esta
informação é reafirmada no tópico Pesca do presente diagnóstico, quando detalha a importância dos
costões rochosos da APAMLC como responsável por relevante parcela da pesca desembarcada. Como
consequência desta interação, os costões sofrem os impactos associados à atividade (degradação,
poluição e perda de biodiversidade). A essa atividade inclui-se a pesca sub, também fortemente praticada
nos costões da APAMLC, incluindo as ilhas costeiras. Destaca-se ainda a discussão levantada pelos
órgãos gestores sobre um possível distanciamento de colocação de redes em relação às áreas de costões
na APAMLC (comunicação pessoal).
O turismo de sol e mar, turismo de aventura e turismo náutico também tem forte relação com o
ecossistema costão, sendo explorado e visitado por um número significativo de turistas, especialmente
nos meses de alta temporada, como discutido no tópico Turismo do presente diagnóstico.
O extrativismo de subsistência, com a coleta de mariscos e ostras, também é outra atividade relevante
associada ao ecossistema, sendo que, como detalhado no tópico Pesca do presente Diagnóstico, a
atividade sustenta um relevante contingente de pessoas, incluindo a população caiçara. Os costões são
também explorados para sustentar o banco de sementes de mexilhões para a maricultura.
Ameaças e impactos
Espécies exóticas
De acordo com a Convenção sobre Diversidade Biológica - CDB, "espécie exótica" é toda espécie que se
encontra fora de sua área de distribuição natural. "Espécie Exótica Invasora", por sua vez, é definida como
sendo aquela que ameaça ecossistemas, habitats ou espécies. Estas espécies, por suas vantagens
competitivas e favorecidas pela ausência de inimigos naturais, têm capacidade de se proliferar e invadir
ecossistemas, sejam eles naturais ou antropizados.
Dentre os vetores de dispersão destas espécies exóticas e invasoras, MMA/SBF (2009) destacam-se a
água de lastro e também a incrustação (fouling) em casos de embarcações, além das âncoras, que trazem
sedimentos de outras regiões, como ainda a maricultura ou aquicultura processamento de frutos do mar
associação com outros organismos e aquariofilia e aves migratórias (MMA/SBF, 2009).
Tratando-se da APAMLC, especialmente a Baixada Santista, o estuário de Santos é uma das principais
fontes de poluição marinha por resíduos sólidos e esgotos. Diariamente grande quantidade de resíduos
são descartados diretamente nos manguezais e transportados para praias e costões rochosos (Figura
93), através das marés e correntes litorâneas impactando a biota marinha (SANTOS, 2016). Além disso,
há o descarte vindo de ligações clandestinas, dos canais e dos emissários submarinos. Outra ameaça
está relacionada à poluição química associada às áreas industriais da Baixada Santista.
Os costões na área da APAMLC têm sofrido interferências relacionadas à ocupação irregular, com a
construção de estruturas como píeres, muros de arrimo, piscinas, heliportos e enrocamentos. A perda de
habitat, sombreamento e aterro de costões resulta em perturbações no equilíbrio da comunidade.
Vazamentos de óleo
Em situações graves, o contaminante pode permanecer nesses ambientes por vários anos (API, 1985;
MICHEL & HAYES, 2002) e as perturbações podem se fazer sentir por mais de 10 anos (SOUTHWARD,
1978; HAWKINS et al., 1985). Costões expostos, localizados principalmente na Ilhas pertencentes à
APAMLC, são menos vulneráveis, uma vez que a ação das ondas constitui um agente efetivo na remoção
e limpeza natural (LOPES et al., 2007). Segundo o Atlas de Sensibilidade do Litoral Paulista o
Derramamentos por Petróleo (DIAS-BRITO et al., 2014), os costões rochosos abrigados ocorrem em
apenas 10,8 km do litoral da Baixada Santista, representando cerca de 1% do total. No entanto, estes
ambientes, com Índice de Sensibilidade do Litoral (ISL) 8, devem ser considerados como prioritários,
devido a sua maior biodiversidade e menor resiliência.
Figura 94 – Aspecto de um costão rochoso atingido por derramamento de óleo. Fonte: Jae C. Hong
/ AP Photo.
Na região da Baía de Santos, há um frequente histórico de acidentes envolvendo vazamentos de óleo
associados à presença do Porto de Santos, os quais ameaçam a integridade dos costões afetados
(POFFO et al., 2001). Tanto a proximidade da fonte poluidora e a frequência de derrames, como as
condições hidrodinâmicas relativamente desfavoráveis ao intemperismo físico (ação direta das ondas),
bem como a presença de espécies sensíveis, tornam esses ambientes altamente vulneráveis (MILANELLI,
1994).
Mudanças climáticas
Os ecossistemas costeiros, incluindo os costões rochosos, estão entre os mais vulneráveis às alterações
provocadas pelas mudanças climáticas, destacando-se as regiões do mediolitoral que têm demonstrado
mudanças biogeográficas rápidas. Monitoramentos de longo prazo têm revelado que os limites de
distribuição da biota do mediolitoral de substratos consolidados têm avançado em direção aos pólos em
um ritmo superior a 50 km por década. Para espécies desse ambiente, que têm seu limite de distribuição
mais relacionado ao clima, é possível que o limite superior se reduza com o aumento do estresse
ambiental. Como consequência, relações interespecíficas como predador-presa por exemplo, também
podem ser afetadas, podendo ocorrer, inclusive, a eliminação das presas (HELMUTH et al., 2006).
Estado de Conservação
A região que engloba a APAMLC caracteriza-se pela grande diversidade de funções presentes nos
municípios que a compõem. Apesar do histórico de ocupação, a região apresenta ainda ambientes
relativamente bem preservados, com elevada complexidade biológica.
Uma grande diversidade de espécies habita a zona bentônica e praticamente todos os grupos de
invertebrados, e muitos grupos de vertebrados, fazem parte do bentos. A macrofauna é composta em sua
maior parte por espécies dos grupos Polychaeta, Crustacea e Mollusca, havendo maior contribuição de
Echinodermata com o aumento da profundidade. Apesar de esses grupos dominarem em termos de
abundância, outros grupos taxonômicos são frequentemente encontrados, como Sipuncula, Cnidaria e
Nemertea (SNELGROVE, 1998; MCLACHLAN & BROWN, 2006). Quanto à meiofauna marinha,
Nematoda e Copepoda são usualmente os grupos mais dominantes, mais uma grande variedade de
táxons pode ser encontrada, em especial Polychaeta, Turbellaria, Tardigrada e Ostracoda (KOTWICKI et
al., 2005). Devido a essa diversificação de habitats, os modos de vida e alimentação também são
variados. Embora a maioria seja consumidor da cadeia de detritos depositados ou em suspensão
(micrófagos: depositívoros, suspensívoros e filtradores), carnívoros, herbívoros, onívoros e consumidores
de carniça são comuns.
Características ecológicas
O ambiente bentônico do infralitoral e a plataforma continental da APA Marinha do Litoral Centro são
fortemente influenciados por três massas de água de origens distintas: a Água Tropical (AT), na camada
superficial, Água Central do Atlântico Sul (ACAS), logo abaixo, e Água Costeira (AC), a qual é resultado da
mistura dessas duas massas de água com águas presentes na parte mais interna (RODRIGUES, 2009). O
fundo da APAMLC possui características sedimentares homogêneas e é caracterizado principalmente por
mosaicos de areia fina e muito fina (FIGUEIREDO & TESSLER, 2004, FERREIRA, 2008).
Poliquetas também vem sendo apontados como o grupo dominante da macrofauna da região bentônica da
Baía de Santos e plataforma continental adjacente (FERNANDES, 2008; SHIMABUKURO, 2011; ÁVILA,
2016). A composição e distribuição de poliquetas nessa região foi estudada por Ferreira (2008) e
Shimabukuro (2011), os quais registraram alta diversidade de espécies e abundância de indivíduos.
Ferreira (2008) encontrou 118 espécies distribuídas em 33 famílias e densidades de 6.159
2 2
indivíduos/0.36m na baía e 974/0.18m na plataforma. Shimabukuro (2011), por sua vez, registrou 214
espécies e mais de 16 mil indivíduos em 21 pontos de coleta. As características do sedimento e
profundidade do local amostrado foram apontadas como as variáveis ambientais mais importantes para a
distribuição das espécies do macrobentos. Considerando o megabentos, especialmente Brachyura, a
correlação maior ocorre com as massas d´água, existindo evidente sazonalidade, tal como ocorre mais ao
norte da região (Sartor, 1982). Em áreas rasas da baía de Santos, na isóbata de 20 m de profundidade,
também foi detectada alto número de espécies de moluscos (FERREIRA, 2008).
Jacobucci et al. (2006) realizaram o primeiro levantamento da macrofauna de fital (i.e. fauna associadas à
macroalgas marinhas) da ilha da Queimada Pequena (Itanhaém). Os autores investigaram espécies de
moluscos, crustáceos e equinodermos associados à Sargassum spp. e encontraram 41 táxons e uma
biodiversidade distinta em relação àquela observada na costa norte do estado de São Paulo. Das 16
espécies de moluscos encontradas, apenas os gastrópodes dos gêneros Anachis e Odostomia e os
bivalves dos gêneros Musculus e Modiolus são encontrados na região norte do estado de São Paulo, o
que destaca a Ilha da Queimada Pequena como um importante local para a conservação da
biodiversidade.
A diversidade do fitobentos na APAMLC também foi destacada por Oliveira et al., (2012), o qual observou
diversas espécies de algas na Ilha da Queimada Grande. Nas áreas mais rasas da ilha, de até cinco
metros de profundidade, ocorrem algas verdes dos gêneros Briopsis, Chaetomorpha, Codium e algas
vermelhas dos gêneros Asparagopsis, Bostrichia, Gracilaria, Ochtodes. Já nas áreas mais profundas, foi
registrada a ocorrência de algas pardas dos Gêneros Dictyopteris, Dictyota, Padina, Sargassum,
vermelhas e verdes (Avrainvillea, Chaetomorpha, Codium).
Características socioeconômicas
Pesca
A pesca é uma das atividades econômicas mais importantes desempenhadas no ambiente bentônico da
APAMLC. Entre as espécies mais capturadas, destacam-se camarões, polvos, caranguejos e siris (Figura
97).
Desde a década de 1960 a pesca de camarões na costa do Estado de São Paulo é muito importante para
a economia pesqueira no litoral Sudeste do Brasil, especialmente para a região da Baixada Santista
(VALENTINI et al., 1991a, 1991b).
Souza et al. (2009) destaca que o ciclo de produção extrativa do camarão-sete-barbas é de nove meses
ao ano, sendo que os três meses restantes correspondem ao defeso. Os melhores rendimentos históricos
estão na faixa de 16 000 toneladas/ano, valor bastante superior aos rendimentos máximos sustentáveis,
estimados entre 3 000 e 7 000 toneladas.
Os municípios de Santos e Guarujá são municípios que mais contribuem para a captura de pescados no
Estado de São Paulo. Juntos, responderam por 66,4%, do total de 129,6 mil t de pescado, e 11,5% das
descargas ocorridas no estado entre 2009 e 2013 (Programa de Monitoramento da Atividade Pesqueira
Marinha e Estuarina do Instituto de Pesca). Nesse período foram registradas 47.153 descargas de
pescado, oriundas de um universo de 1.115 diferentes Unidades Produtivas que atuaram no período. O
volume médio de pescados descarregados foi de 17.217,5 t por ano, que movimentou uma receita
.
Figura 97 - Espécies bentônicas utilizadas como recurso pesqueiro na APAMLC. A) camarão-sete-
barbas (Xiphopenaeus kroyeri), B) camarão-rosa (Farfantepenaeus brasiliensis e F. paulensis), C)
siri-azul (Callinectes sapidus), D) polvo (Octopus vulgaris). Fonte: Biopix
Tabela 9 - Principais espécies bentônicas capturadas nos municípios de Santos e Guarujá entre
2009 e 2013.
# Pescado Kg no Período Nº de descargas Valor estimado
1 Camarão-rosa 1.412.764,50 1.558 R$ 51.097.752,38
Camarão-sete-
2 7.042.442,35 30.820 R$ 35.604.252,85
barbas
Caranguejos
3 4.226,31 23 R$ 41.754,48
agrupados
4 Mexilhão 22.020,00 720 R$ 169.010,50
5 Polvo 3.000.123,00 2.420 R$ 35.045.959,28
6 Siri-azul 1.080,60 67 R$ 8.473,35
7 Siris agrupados 828,23 95 R$ 6.729,69
Fonte: Programa de Monitoramento da Atividade Pesqueira Marinha e Estuarina do Instituto de
Pesca.
O município de São Vicente respondeu por 0,4%, do total de 129,6 mil t de pescado, e 1,2% das
descargas ocorridas no Estado de São Paulo entre 2009 e 2013. Esses valores fazem de São Vicente o
décimo município que mais contribuiu para a captura de pescados no Estado no período e o décimo
quarto em número de descargas. O camarão-sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri) e o siri-azul (Callinectes
sapidus) foram as principais espécies capturadas no município (Tabela 10).
Tabela 10 – Principais espécies bentônicas capturadas no município de São Vicente entre 2009 e
2013.
# Pescado Kg no Período Nº de descargas Valor estimado
Camarão-sete-
1 11.661,00 57 R$ 70.777,75
barbas
Caranguejos
2 147,72 2 R$ 1.107,90
agrupados
3 Mexilhão 269,00 9 R$ 1.811,50
4 Polvo 1,00 1 R$ 10,20
5 Siri-azul 685,00 64 R$ 5.183,00
6 Siris agrupados 60,03 7 R$ 466,62
Fonte: Programa de Monitoramento da Atividade Pesqueira Marinha e Estuarina do Instituto de
Pesca.
Tabela 11 - Principais espécies bentônicas capturadas no município de Bertioga entre 2009 e 2013.
# Pescado Kg no Período Nº de descargas Valor estimado
1 Camarão-rosa 4.878,90 56 R$ 154.783,52
Camarão-sete-
2 811.857,60 6.740 R$ 3.381.441,89
barbas
3 Polvo 1.131,10 47 R$ 7.631,43
4 Siris agrupados 511,00 55 R$ 1.382,30
Fonte: Programa de Monitoramento da Atividade Pesqueira Marinha e Estuarina do Instituto de
Pesca.
O município de Praia Grande respondeu por 0,3%, do total de 129,6 mil t de pescado, e 2,4% das
descargas ocorridas no Estado de São Paulo entre 2009 e 2013, o que faz de Praia Grande o décimo
primeiro município que mais contribuiu para a captura de pescados no Estado no período e o décimo em
número de descargas. As principais pescas bentônicas foram camarão-sete- barbas (Xiphopenaeus
kroyeri) e o siri-azul (Callinectes sapidus) (Tabela 12).
O município de Mongaguá respondeu por 0,2%, do total de 129,6 mil t de pescado, e 1,7% das descargas
ocorridas no Estado de São Paulo entre 2009 e 2013, o que faz de Mongaguá o décimo terceiro município
que mais contribuiu para a captura de pescados no Estado no período, e também em número de
descargas. O camarão-sete- barbas (Xiphopenaeus kroyeri) e o siri-azul (Callinectes sapidus) foram as
principais espécies capturadas no município (Tabela 13).
Tabela 12 - Principais espécies bentônicas capturadas no município de Praia Grande entre 2009 e
2013.
# Pescado kg no Período Nº de descargas Valor estimado
Camarão-sete-
1 1.334,50 53 R$ 7.877,33
barbas
2 Siri-azul 71,78 38 R$ 483,90
3 Siris agrupados 84,67 43 R$ 340,63
Fonte: Programa de Monitoramento da Atividade Pesqueira Marinha e Estuarina do Instituto de
Pesca.
O município de Itanhaém respondeu por 0,2%, do total de 129,6 mil t de pescado, e 1,2% das descargas
ocorridas no Estado de São Paulo entre 2009 e 2013, o que faz de Itanhaém o décimo quarto município
que mais contribuiu para a captura de pescados no Estado no período e o décimo quinto em número de
descargas. As principais categorias de pescados bentônico descarregadas no município foram: o
camarão-sete-barbas, o camarão-rosa e o mexilhão (Tabela 14).
O município de Peruíbe respondeu por 0,5%, do total de 129,6 mil t de pescado, e 2,9% das descargas
ocorridas no Estado de São Paulo entre 2009 e 2013, o que faz de Peruíbe o nono município que mais
contribuiu para a captura de pescados no Estado no período e o oitavo em número de descargas. As
principais categorias de pescados descarregadas no município foram o camarão-sete-barbas e o mexilhão
(Tabela 15).
Tabela 14 - Principais espécies bentônicas capturadas no município de Itanhaém entre 2009 e 2013.
Tabela 15 - Principais espécies bentônicas capturadas no município de Peruíbe entre 2009 e 2013.
# Pescado Kg no Período Nº de descargas Valor estimado
1 Camarão-rosa 50,68 15 R$ 1.713,05
Camarão-sete-
2 149.754,68 2.826 R$ 1.140.990,10
barbas
Caranguejo-
3 54,30 8 R$ 2.443,50
guaiamum
4 Mexilhão 72.291,58 1.790 R$ 669.766,36
5 Polvo 1,00 1 R$ 2,50
6 Siri-azul 39,41 12 R$ 314,35
7 Siris agrupados 793,16 305 R$ 4.371,20
Fonte: Programa de Monitoramento da Atividade Pesqueira Marinha e Estuarina do Instituto de
Pesca.
O turismo provém uma importante fonte de recurso econômico na região da APAMLC. Além de abrigar o
PEMLS, um dos mais reconhecidos pontos para mergulho no litoral do estado de São Paulo, a APAMLC
abriga também a Laje da Conceição, Ilha da Queimada Grande e Parcel Dom Pedro II pontos de mergulho
também bastante procurados.
É importante salientar como outra atividade econômica na APAMLC é a instalação de cabos submarinos
de telecomunicações internacionais, como os empreendimentos SEABRAS-1, MONET, JUNIOR e
TANNAT. Esses empreendimentos foram licenciados junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e referem-se ao lançamento e instalação do cabo por via
oceânica e a chegada ao litoral do Estado de São Paulo. A rota para instalação do cabo submarino do
sistema SEABRAS-1, por exemplo, atravessa o Oceano Atlântico desde Nova Jersey, litoral dos Estados
Unidos, até a cidade de Praia Grande.
Ameaças e impactos
Embora seja caracterizada como uma área de proteção ambiental, a APAMLC sofre o impacto de diversos
tipos de atividades como lazer, turismo, exploração pesqueira, tráfego marítimo, movimentação portuária,
obras costeiras, disposição inadequada de resíduos sólidos e despejo de efluentes industriais e esgotos
domésticos.
A região ao redor da APAMLC abriga o Porto de Santos, o maior porto da América Latina, e um dos mais
importantes pólos petroquímico e industrial do país, situado em Cubatão. Devido a essa configuração,
contaminação por poluentes decorrentes de atividades portuárias e descarga de efluentes domésticos e
industriais são historicamente as principais ameaças à biodiversidade e aos serviços ecossistêmicos da
APAMLC (LAMPARELLI et al., 2001; BURUAEM et al.,2013).
Altas concentrações de nutrientes, metais, hidrocarbonetos e benzenos têm sido registradas na região da
APAMLC (HORTELLANI et al., 2008, BÍCEGO et al., 2006; MARTINS et al., 2010). Também tem sido
verificada a acumulação desses compostos em organismos bentônicos, como mexilhões, ostras,
camarões e caranguejos (LAMPARELLI et al., 2001; TORRES et al., 2012). Essa contaminação afeta o
metabolismo das espécies bentônicas e pode causar drásticas mudanças nas comunidades e acumular na
cadeia trófica e causando sérios danos para populações humanas (CARMAM, 1997).
A contaminação é também resultado da presença do Emissário Submarino de Santos (Baía de Santos).
Segundo Gomes et al., (2009) e Martins et al., (2008), as áreas adjacentes ao Emissário Submarino
comportam-se como fonte poluidora e contribuem para a introdução do mercúrio e poluentes orgânicos no
ecossistema aquático da região. Hortellani et al., (2005) encontraram que cerca de 90% das amostras
obtidas no estuário de São Vicente apresentaram concentrações superiores ao limite estabelecido pela
Impactos por dragagens também estão relacionados com a pesca de espécies bentônicas, como camarão
e moluscos (THRUSH et al. 1995). A pesca têm impactos diretos e indiretos no ecossistema bentônico. Os
impactos diretos incluem a redução do estoque de adultos, diminuição do tamanho da população em
função da retirada dos indivíduos de maior tamanho, captura acessória de juvenis ou a captura acidental
de outras espécies, assim como a destruição e alteração dos habitats. Os impactos indiretos são menos
evidentes, mas as embarcações de pesca contribuem para as alterações climáticas, devido às emissões
de carbono resultantes do uso de combustíveis.
As dragas e o arrasto intensivo, que raspam ou escavam o fundo marinho, são os métodos de pesca com
maior impacto no meio ambiente, tanto em termos de destruição de habitats/seletividade de captura, como
em termos de emissões de carbono.
A instalação do Sistema de dois Cabos Submarinos de Fibras Ópticas também afetam negativamente o
ecossistema bentônico da APAMLC. Os impactos ambientais relacionados ao assentamento do cabo em
Estado de conservação
Sabe-se que a APAMLC engloba uma área bastante crítica em termos de degradação ambiental. A área
encontra-se intensamente urbanizada, o que traz consigo inúmeros problemas em relação à poluição e
contaminação. Além disso, conta com uma intensa atividade portuária, turística, industrial e pesqueira, o
que resulta em uma série de impactos em toda a extensão de seu infralitoral e plataforma adjacente.
A redução da contaminação por poluentes na região da APAMLC tem sido objetivo de políticas
governamentais desde a década de 80, quando um amplo programa para recuperar a qualidade ambiental
da região de Cubatão foi adotado (LAMPARELLI et al., 2001). Recentemente, o estabelecimento das
áreas de proteção ambiental como a APAMLC reforçaram essa busca. Entretanto, apesar dos esforços
para melhorar a qualidade ambiental, ainda há evidências de que atividades antrópicas continuam
prejudicando a biota local e de que os níveis de contaminação não estão caindo (CESAR et al., 2007;
ABESSA et al., 2008).
O estado de conservação parece ser variável entre áreas da APAMLC. Segundo os resultados obtidos
quanto ao status de Integridade Ambiental, presentes no capítulo sobre Diagnóstico de Integridade deste
documento, o estado de conservação da maior parte da plataforma interna dos setores Guaíbe e Itaguaçu,
e a parte mais profunda da plataforma interna abrangida do Setor Carijó apresentam status bom ou ótimo.
Entretanto, Fernandes et al. (2008), avaliaram a comunidade de poliquetas na Baía de Santos e
adjacências e encontraram menores valores de densidade, riqueza, diversidade e equitatividade de
espécies na porção central da Baía de Santos e na faixa de transição entre a desembocadura da baía e a
plataforma adjacente. Nessa região foi registrada dominância dos poliquetas oportunistas e tolerantes
Mediomastus capensis, Prionospio sp. e Aricidea cf. catharine, o que parece estar relacionado a uma
maior concentração de poluentes orgânicos, metais pesados e hidrocarbonetos advindos do efluente
urbano e dragagem do canal do porto de Santos. Considerando que o ambiente bentônico é conectado e
influenciado de forma direta por alterações em áreas adjacentes, a preservação desse ambiente depende
da compreensão dessa conectividade. Por isso, é recomendado que a conservação do ecossistema
APAMLC seja considerado holisticamente, abrangendo áreas dentro e fora dos limites da APAMLC.
O estoque pesqueiro da região também merece atenção quanto ao seu estado de conservação. Apesar da
recorrente dificuldade de obtenção de dados estatísticos sistemáticos e confiáveis, a avaliação da maioria
das avaliações pesqueiras acima referidas sugere que espécies bentônicas de maior valor agregado,
como camarões e polvos, estão sujeitas à sobrepesca em amplos setores da APAMLC. No caso do
camarão-rosa (Penaeus paulensis), a pesca industrial foi iniciada na década de 40 (VALENTINI et al.
1991a) e a exploração descontrolada ocasionou o declínio do estoque e o colapso da pesca (D’INCAO
2002). De acordo com dados do Instituto de Pesca, SP, foram capturadas 4.750 toneladas de camarão-
rosa em 1969, enquanto somente 392 toneladas foram capturadas em 1999. A produção do camarão sete-
barbas (Xiphopenaeus kroyeri) não apresenta declínio tão acentuado como a do camarão-rosa, entretanto,
a queda na sua produção é um fato e, já na década de 1970, Santos et al. (1973) alertavam para a
necessidade de contenção do esforço pesqueiro dirigido a X. kroyeri.
Em relação à APAMLC, estudos realizados por Fernandes (2008) e Rodrigues (2009), assim como o
diagnóstico participativo associado à análise dos resultados sugere que o estuário de Santos e São
Vicente são as áreas com maiores concentrações de poluente e menor biodiversidade. Portanto, torna-se
necessário que medidas para mitigação dos impactos existentes nessa área sejam adotadas
imediatamente.
Os parcéis, ilhas e lajes localizadas na APAMLC possuem uma biodiversidade consideravelmente maior
que outras regiões próximas (JACOBUCCI et al., 2006; ROCHA JORGE, 2010; OLIVEIRA et al., 2012)
(Fig. 97). Essas áreas abrigam exemplares raros da biota regional e são importantes berçário da vida
marinha atuando, dessa maneira, como refúgios da biodiversidade, ainda, essas áreas também trazem
recursos econômicos importantes associados ao turismo e esportes aquáticos ali realizados. Por isso, é
importante que programas de monitoramento e conservação sejam adotados nesses habitats.
Cenários futuros
Sem uma gestão que seja capaz de mitigar possíveis impactos e controlar a expansão urbana na região, a
integridade e equilíbrio ecológico e sustentável dos ecossistemas contidos na APAMLC certamente serão
comprometidos.
A necessidade de medidas de avaliação e mitigação de impactos se faz urgente, sobretudo, devido a
planos que já estão em andamento, como a ampliação das atividades do Porto de Santos. Esse aumento
da atividade portuária acarretará um aumento na frequência de dragagens do canal e maior tráfego de
embarcações, o que poderá impactar profundamente as comunidades bentônicas. O maior fluxo de
transporte também aumentará a possibilidade de acidentes, como colisões e vazamentos, e, portanto,
torna-se necessário um aumento do controle e fiscalização na área.
2.3.2.2.4. Manguezais
Características ecológicas
As áreas de manguezal do estado de São Paulo perfazem aproximadamente 25.016 ha segundo o Atlas
dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica 2013-2014 (SOS MATA ATLÂNTICA, 2015), e 20.722 ha
de acordo com o Inventário Florestal da vegetação natural do estado de São Paulo (KRONKA et.al., 2005).
Deste total, 9.787 ha estão inseridos na Bacia Hidrográfica da Baixada Santista segundo Kronka et.al.,
(2015), 11.030 ha de acordo com a SOS Mata Atlântica (2015). Os manguezais se distribuem na faixa
tropical e subtropical, entre o trópico de câncer (23°N) e o trópico de capricórnio (23°S), verificando-se
também algumas ocorrências de bosques de mangue em latitudes maiores, porém, com menor
desenvolvimento estrutural, isto é, árvores de menor porte, menor biomassa no ecossistema, etc.
(SCHAEFFER-NOVELLI & CINTRÓN, 1986). Consta no decreto de criação da APAMLC a inclusão dos
manguezais localizados junto aos rios Itaguaré, Guaratuba, Itapanhaú e Canal de Bertioga, no município
de Bertioga, ao Rio Itanhaém, no município de Itanhaém, e rios Preto e Branco, no município de Peruíbe.
O ecossistema manguezal pode ser definido como ecossistema costeiro de transição entre os ambientes
terrestre e marinho, sujeito ao regime das marés e cuja ocorrência se restringe às regiões tropicais e
subtropicais, podendo ocorrer em climas temperados, sendo normalmente substituídos por outros
ecossistemas mais adequados às altas latitudes, como as marismas. Os bosques de mangue são
formados por espécies vegetais lenhosas típicas (comumente chamadas de mangue), micro e macroalgas,
espécies herbáceas, epífitas, etc, as quais são adaptadas à flutuação de salinidade (espécies eurihalinas).
Os manguezais são predominantemente lodosos, com baixos teores de oxigênio, porém manguezais
arenosos não são raros. Ocorrem normalmente em ambientes costeiros abrigados e apresentam
condições propícias para a alimentação, proteção e reprodução de muitas espécies de animais marinhos,
sendo considerados importantes transformadores de nutrientes em matéria orgânica. Devido à geração de
bens e serviços, diretos e indiretos, os manguezais constituem ambientes de grande importância para as
comunidades humanas (SCHAEFFER-NOVELLI, 1990; SCHAEFFER-NOVELLI et al., 1995).
De acordo com Forzza et.al.,(2010), existem sete (7) espécies arbóreas de ocorrência nos manguezais do
território brasileiro: Avicennia germinans (L.) L. e A. schaueriana Stapf & Leechm. Ex Moldenke (Família
Acanthaceae), Conocarpus erectus L. e Laguncularia racemosa (L.) C.F. Gaertn. (Família Combretaceae),
e Rhizophora harrisonii Leechm, R. mangle L., e R. racemosa G. Mey. (Família Rhizophoraceae).
Segundo Lamberti (1969, apud AMARAL, 2003) as plantas que ocorrem no manguezal de Itanhaém são
classificadas em dois grupos. Espécies obrigatórias: vivem sob ação constante das marés, e sobre solo
predominantemente argiloso-lodoso. São elas: A. schaueriana (mangue preto) L. racemosa (mangue
branco), e R. mangle (mangue vermelho). Há também as espécies facultativas ou marginais: estas se
desenvolvem em zonas ocasionalmente atingidas pelas marés de grandes amplitudes, e vivem sobre solo
196 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
predominantemente arenoso. As espécies seriam: Hibiscus tiliaceus (Família Malvaceae), Crinum
attenuatum (Família Amarylidaceae), Spartina brasiliensis (Família Poaceae), Fimbristylis glomerata
(Família Cyperaceae), e Acrostichum aureum (Família Pteridaceae). Além destas espécies também
ocorrem nos mangues de Itanhaém as espécies Brasssavola sp. (epífita – Família Orchidaceae), Crinum
commelyni (erva – Família Amarylidaceae), Encyclia longifolia (epífita – Família Orchidaceae), Loranthus
vulgaris (hemi-parasita – Família Loranthaceae), Rhipsalis spp. (epífita – Família Cactaceae) e Polypodium
spp. (epífita – Família Polypodiaceae). Lamberti (1969, apud AMARAL, 2003) elaborou ainda um perfil
esquemático de distribuição da vegetação do manguezal em relação ao nível da maré alta e maré baixa
(Figura 99).
Figura 99 – Perfil esquemático do manguezal da região de Itanhaém, onde MA: nível atingido pela
maré alta; NM: nível médio da maré; MB: nível da maré baixa; Rh: Rhizophora; AV: Avicennia; Lag:
Laguncularia; Hib: Hibiscus; Sp: Spartina; Cr: Crinum; Ac: Acrostichum. Fonte: Extraído de Amaral,
2003.
Visnadi (2008) realizou um estudo das Marchantiophyta e Bryophyta de manguezais do estado de São
Paulo a partir de coletas e revisão bibliográfica. Para o município de São Vicente, registrou 22, destas, 03
pertencem à divisão Bryophyta e 19 pertencem a Marchantiophyta. Quanto aos gêneros mais especiosos
estão Frullania com 05 espécies e Cheilolejeunea com 04. Para o município de Praia Grande, registrou 22
espécies, sendo 06 pertencentes a divisão Bryophyta e 16 a divisão Marchantiophyta. O gênero mais
especioso foi Frullania com 05 espécies. No município de Itanhaém registrou 42 espécies, 06 pertencem a
divisão Bryophyta e 36 a divisão Marchantiophyta. Quanto aos gêneros mais especiosos destacam-se
Frullania com 09 espécies e Lejeunea com 07. Por fim, no município de Peruíbe, registrou 48 espécies, 10
pertencem a divisão Bryophyta e 38 a divisão Marchantiophyta. Os gêneros mais especiosos foram
Frullania com 09 espécies e Cheilolejeunea com 05. Destaca-se que dentre as 48 espécies registradas
para o município, 31 são novos registros para a localidade.
Em relação a amostragem total que somou 115 espécies, as Marchantiophyta e Bryophyta foram
registradas sobre o caule das espécies de mangue como L. racemosa (50% das amostras com 67% das
espécies), R. mangle (35% das amostras com 49% das espécies), A. schaueriana (6,6% das amostras
com 23% das espécies), Talipariti pernambucense (1,7% das amostras com 16% das espécies),
Annonaceae (1,6% das amostras com 12% das espécies), Tabebuia cassinoides (0,8% das amostras com
9% das espécies), Acrostichum aureum (0,4% das amostras com 5% das espécies), Typha sp. (0,2% das
amostras com 2% das espécies), e em termiteiros (0,1% das amostras com 1% das espécies). Neste
De Sena (2016) realizou um amplo levantamento de macroalgas na Ilha de Barnabé, localizada na parte
central do estuário de Santos, próximo da desembocadura do Rio Jurubatuba, em frente ao canal de
Santos. No local de estudo havia dominância de A. schaueriana (mangue preto) (MENGHINI, 2008), que
apresentava extensa cobertura de pneumatóforos com uma comunidade de macroalgas. O estudo
inventariou 15 espécies, sendo 10 de rodófitas e cinco de clorófitas. Duas espécies são novos registros
para o estado de São Paulo, Caloglossa apomeiotica e Boodleopsis vaucherioide.
Os manguezais de Bertioga estão distribuídos por toda extensão do Canal de Bertioga, em suas duas
margens e afluentes, porém com predomínio na margem continental. A partir de interpretação de
fotografias aéreas do local, observou-se a presença deste ecossistema ao longo da Planície Costeira de
Bertioga, no baixo curso dos rios Itapanhaú, Itaguaré e Guaratuba (CUNHA, 2009; TRAVALINI & CUNHA,
2012). Cunha (2009) identificou ainda vinte e cinco áreas de interesse biológico em Bertioga, divididas em
áreas de berçário de invertebrados, áreas de alimentação/sítios de pouso de aves e distribuição espacial
multigrupos. Muitos desses ambientes encontram-se em bancos de lama das áreas estuarinas, mas
convém destacar, dentre todos, a importância do banco de lama a jusante do Canal de Bertioga, no
encontro com o Rio Itapanhaú, por sua extensão, pela quantidade e diversidade de aves presentes, além
da foz do Rio Itaguaré, onde foi encontrado um grande bando de aves que utiliza do local como sítio de
pouso e alimentação.
Colpo et al. (2012) caracterizaram os manguezais junto aos rios Itapanhaú, Itaguaré e Guaratuba quanto à
composição dos sedimentos, estrutura dos bosques de mangue e, principalmente, riqueza e composição
das assembleias de caranguejos. Os autores mapearam os manguezais com auxílio de imagens de
satélite; o manguezal do Rio Itapanhaú conta com a maior área, 853 ha, seguido pelo do Rio Guaratuba,
com 299 ha e o manguezal do Rio Itaguaré, com 204 ha. As três áreas de manguezal são dominadas por
mangue branco (L. racemosa) e contam com a presença de mangue vermelho (R. mangle). Somente os
manguezais do Rio Itapanhaú e Guaratuba contam com a presença de mangue preto (A. schaueriana). Os
três manguezais apresentaram baixa densidade de árvores com diâmetros mais largos, o que sugere
avançado estágio de desenvolvimento estrutural, característica de bosques estáveis.
Colpo et al. (2012) identificaram 19, 16 e 15 espécies de caranguejos nos manguezais dos rios Guaratuba,
Itapanhaú e Itaguaré, respectivamente.
Para os manguezais é difícil a identificação de uma fauna exclusiva, uma vez que a maior parte das
espécies que aí ocorrem também ocorrem em outros sistemas costeiros, como lagunas e estuários. Há, no
entanto espécies que podem ser consideradas típicas, por terem maiores populações em áreas de
manguezal (LACERDA et.al., 2002).
Características Socioeconômicas
A baixa escolaridade da população que vive nas áreas de manguezais faz com que ela tenha dificuldade
de uma inserção adequada na economia local. Geralmente os trabalhos são no setor secundário, o qual
exige esforço físico e longas jornadas, com baixos salários. Os recursos naturais oferecidos pelos
manguezais são uma alternativa de subsistência, é comum a caça e coleta de caranguejos e moluscos
para venda a intermediários ou para o próprio consumidor. (LIMA & OLIVEIRA, 2011). De acordo com o
tópico “Pesca” do presente DT, as pescas artesanais não se atêm apenas à extração de pescado, mas
também à captura de moluscos e crustáceos, geralmente em áreas formadas por manguezais, essa
ocorrendo de maneira sazonal e em certos casos como única atividade de subsistência para as
comunidades costeiras. A prática de extrativismo é preferencialmente nos costões rochosos de Guarujá,
Peruíbe e Bertioga para marisco e nos manguezais e rios Itaguaré, Guaratuba, Bertioga e Barra do Una
para caranguejo e ostra.
Durante o verão, a captura tem foco em caranguejo e siri, cujas capturas ainda são praticadas de forma
artesanal por pequenas comunidades pesqueiras. O puçá (descrito no tópico “Pesca” do presente DT) é
utilizado para captura de caranguejos do mangue e siri-azul que ocorre nos rios de Barra do Una, Rio
Guaraú e centro, em Peruíbe; no Rio Itanhaém e no Rio Mongaguá, durante períodos de lua nova e lua
cheia (FUNDAÇÃO FLORESTAL, 2014). O tópico ainda afirma que a dispersão do esforço de pesca e a
inexistência de uma rede eficiente para a coleta de dados de produção pesqueira impede a consolidação
de estatísticas seguras que permitam estimar o volume real de desembarque deste crustáceo no País.
No tópico “Pesca” se defende que os manguezais e toda a área estuarina, bem como rios e canais, são
considerados as áreas mais importantes, pois deles dependem várias espécies com interesse pesqueiro.
Essas áreas inseridas na APAMLC tem grande potencial para serem utilizadas como zona de conservação
mais restritiva. No entanto, deve-se destacar que esse ecossistema é utilizado por comunidades
pesqueiras de baixa mobilidade ou por indivíduos que praticam extrativismo como fonte de renda, e pesca
amadora. Então, é necessário definir estratégias de conciliação desses usos, através do controle de
acesso, definição de limites de captura e uso de petrechos adequados. Dados da Fundação Florestal
(2014) demonstram inclusive que os pescadores citam que outras pessoas, que não são pescadores ou
que não dependem do recurso para subsistência, coletam recursos para subsistência nos manguezais
(todos da região), na Praia Grande, em praias e costões de Santos, São Vicente, Guarujá (principalmente
praia do Perequê), Peruíbe e Bertioga.
A cidade de Peruíbe teve o seu crescimento urbano não planejado e por isso grande parte das suas áreas
de manguezais desapareceram, foram retiradas e aterradas ao longo dos anos para darem lugar a novos
bairros. Apesar disso, a relevância da conservação desse ecossistema já é percebida pela população e
pelo poder público local. A população sofre as consequências da degradação desse ambiente, segundo os
próprios moradores, já não se encontra mais tanto peixe e caranguejo como antigamente (SANTOS &
FURLAN, 2010a). Próximo à foz do Rio Preto está localizado o Portinho de pesca, onde ficam ancorados
os barcos e onde são comercializados os peixes retirados do mar, além dos mariscos coletados nos
manguezais. Santos & Furlan (2010a) analisaram fotografias aéreas onde essa área era ocupada por
bosques de mangues em 1962, os quais foram reduzidos a uma estreita faixa ao longo da margem do rio
em fotos aéreas de 1994.
Segundo Lima & Oliveira (2011), na porção continental de Santos, percebe-se que o que está avançando
em direção às áreas de manguezal é a construção e estabelecimento de indústrias e complexos de
infraestrutura para fábricas, como depósitos e terrenos de ferro velho. A indústria ao se localizar nas áreas
de manguezal ou ao seu redor contribui para que o ecossistema seja degradado. Percebe-se que os
complexos industriais são os principais responsáveis pela degradação dos manguezais no município de
Santos, seja direta ou indiretamente. Quanto à população residente pode ser caracterizada como pessoas
de baixa escolaridade, não ultrapassando o primário; rendimento salarial de menos de um salário-mínimo,
insuficiente para garantir uma boa qualidade de vida em local adequado. As habitações possuem tamanho
insuficiente para abrigar a quantidade de pessoas que acaba abrigando e não possuem serviços de
infraestrutura como saneamento básico e rede elétrica oferecidos pelo município.
O tópico “Turismo” do presente DT cita o projeto para o desenvolvimento do Turismo de Base Comunitária
na Ilha Diana, uma ilha fluvial localizada no estuário de Santos, em meio ao ecossistema de manguezal.
Originado como uma das condicionantes ao processo de licenciamento ambiental do terminal portuário
Embraport, vizinho à ilha, o projeto se dá em regime de rodízio, onde 22 dos 210 moradores do núcleo
recepcionam os turistas, de modo a não dependerem tão somente da atividade turística, bem como,
conservar e manter os seus valores, crenças e atividades econômicas anteriores ao turismo, como a
pesca artesanal e a coleta de mariscos, características estas que conferem também os principais
elementos de atratividade ao turismo promovido na ilha. Uma associação de moradores foi criada de modo
a gerir os recursos oriundos do desenvolvimento do turismo na ilha.
Ameaças e impactos
Para Afonso (2001) os padrões de ocupação da região da Baixada Santista afetaram os ecossistemas
naturais que têm sido constantemente ameaçados pelo processo de urbanização da região, além dos
impactos causados pela poluição do solo, da água e do ar, proveniente das indústrias locais. Todos
impactos se sobrepõem de forma sinérgica e representam passivo ambiental que torna a região uma das
maiores áreas degradadas do sudeste brasileiro.
A região estuarina do rio Itanhaém está envolvida pela área urbana do município de Itanhaém, sendo
submetida a vários impactos antropogênicos em potencial, dentre os quais o recebimento de esgoto
orgânico sem tratamento e as influências indiretas da disposição de resíduos domésticos em lixões
(PINNA et.al., 2006). Além disso, Carmo et.al., (2004) realizaram um estudo que indicou toxicidade em
sedimentos e bioacumulação de Arsênico nos tecidos de caranguejos coletados no local. Kury (2012)
afirma que entre os fatores de degradação de alguns trechos de manguezais da bacia do rio Itanhaém
pode-se citar a supressão da vegetação original, ocupação irregular, lançamento de efluentes, disposição
de resíduos, erosão e aterro.
A área estuarina de São Vicente, Santos e Cubatão, apesar de não inclusas na área da APAMLC, são
citadas como “exportadora de impactos” para o meio marinho no Diagnóstico Participativo. Segundo os
participantes, o estuário deveria ser protegido em função dos manguezais (FUNDAÇÃO FLORESTAL,
2014). Segundo Fruehauf (2005), os sistemas estuarinos de Santos e São Vicente representam um dos
maiores exemplos no Brasil de degradação ambiental causada por indústrias (siderúrgicas, petroquímicas
e de fertilizantes), pois a área recebeu durante muitos anos resíduos tóxicos sem qualquer tratamento, o
que representa hoje um enorme passivo ambiental. As obras de ampliação do Porto de Santos, a
construção de ferrovias, rodovias e indústrias são as grandes responsáveis pelo aterro de extensas áreas
de manguezais na Baixada Santista. Esse quadro fica agravado pela existência de metais pesados nos
sedimentos, dragados dos canais locais e depositados em áreas de manguezal (POFFO, 2007).
Dentre as principais fontes industriais de contaminação existentes na Baixada Santista, Menghini (2004)
destaca o complexo industrial de Cubatão e o canal da Cosipa, além das indústrias Dow Química, situada
no estuário de Santos (próxima ao Rio Santo Amaro), e Ciel, situada no estuário de São Vicente (próxima
ao Rio Santana). De acordo com Santos (2009), as fontes potenciais de poluição estão relacionadas
principalmente à presença de atividades portuárias, industriais e residenciais. Devido à grande diversidade
de produtos que circulam no Porto de Santos, as fontes de poluição no estuário também são múltiplas,
podendo ocorrer poluição pelo escoamento de granéis líquidos (solventes, petróleo, etc.) e de granéis
sólidos (grãos, produtos químicos, etc.). Santos (2009) sustenta que as possíveis causas das alterações
dos manguezais da Baixada Santista são diversas: mudanças nos fluxos hidrográficos, barramento e
abertura de canais, mudanças no sistema de drenagem dos rios, construção de aterros para expansão
imobiliária e industrial, frequentes derramamentos de petróleo provenientes das atividades portuárias e do
transporte e armazenamento de produtos, despejo de efluentes industriais e domésticos nos rios e solo,
deposição de resíduos e lixões, construção de ferrovias, rodovias e demais estradas, extração mineral e
realização de atividades extrativistas. É fundamental a preocupação com a destinação adequada dos
resíduos provenientes das constantes dragagens dos canais locais, visto que esses resíduos não podem
ser depositados livremente em áreas de mangues. Maior atenção deve ser dada aos sedimentos que
contêm poluentes, como graxas, óleos e metais pesados, os quais devem receber tratamento adequado.
Santos (2009) afirma que o esgoto doméstico é uma das fontes de intensa poluição no estuário,
ocasionando eutrofização e comprometendo a qualidade das águas. Menghini (2004) afirma que a
carência de saneamento básico nos assentamentos humanos às margens do estuário (palafitas) é grande,
e pelo fato de estarem localizados em áreas confinadas (dentro do estuário), a dispersão dos esgotos
domésticos torna-se comprometida.
No município do Guarujá, parte das áreas de manguezais é ocupada por residências, com lotes de
grandes dimensões, que se enquadram na Zona Verde do município. Nota-se ainda, no Canal de Bertioga,
a presença de instalações náuticas para atracação de embarcações particulares de lazer, as marinas, que
começam a disseminar-se na margem insular do canal (por onde passa a estrada a unir Guarujá a
Bertioga) buscam suas águas calmas por conta das condições favoráveis à atracação das embarcações,
retificando rios, aterrando manguezais e gerando mancha fragmentada e descontínua (AFONSO, 2005).
No Diagnóstico Participativo foi mencionado que a especulação imobiliária e a ampliação das marinas
trazem impactos para os manguezais do Canal de Bertioga devido ao desmatamento, aterramento, esgoto
doméstico e trânsito de embarcações, que causam erosão nas margens do canal (FUNDAÇÃO
FLORESTAL, 2014). A população de baixa renda acaba por ocupar APPs, como morros e manguezais.
A ocupação de Bertioga se desenvolveu de forma expressiva às margens dos rios Itapanhaú, muitas
vezes como ocupação irregular em áreas de preservação permanente. Este quadro de desenvolvimento
201 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
do município é recorrente em todo o litoral do Estado de São Paulo, em decorrência da especulação
imobiliária e do mau planejamento de uso e ocupação (CUNHA, 2009). Apesar do relativo estado de
conservação dos manguezais, através de técnicas de sensoriamento remoto Fierz (1999 apud CUNHA,
2009) identificou transformações desses ambientes naturais em ambiente urbanos, entre os anos de 1962
2
a 1994, junto à foz do Rio Itapanhaú, onde houve a diminuição na área, passando de 11,2 km para 10,3
2
km no período analisado.
No trecho sul do Canal de Bertioga, os manguezais vêm sendo alvos de diferentes tipos de tensores
resultantes do processo de ocupação humana. Na margem insular do canal (Ilha de Santo Amaro),
evidenciou-se expansão da ocupação humana pela introdução de estruturas náuticas sobre áreas de Mata
Atlântica e principalmente manguezais. Observou-se um incremento de 59,4 ha (entre 1962 e 1994) da
área ocupada por estruturas de apoio náutico como: garagens náuticas, estaleiros e marinas (CUNHA-
LIGNON et.al., 2009). Este tipo de ocupação antrópica resultou numa subdivisão da mancha inicial de
vegetação, gerando fragmentos de áreas de manguezal (SANTOS et.al., 2007).
Atualmente, de acordo com inquérito civil nº 198/08 do Ministério Público, um dos principais problemas no
Canal de Bertioga é a queda das árvores de mangue das margens do canal. Suspeita-se que esse fato
seja decorrente das estruturas e atividades antrópicas que vêm se instalando ao longo do Canal nas
últimas décadas, e que incluem estradas, oleodutos, indústrias de beneficiamento do pescado, ocupações
diversas, pequenas garagens náuticas e principalmente marinas relacionadas com aumento do tráfego de
embarcações que geram perturbações sobre o ambiente aquático (LECOTOX, 2010).
DUARTE (2014) avaliou o grau de contaminação da água, sedimento, vegetação arbórea (Rhizophora
mangle), e do caranguejo-uçá (Ucides cordatus) por metais, em seis manguezais paulistas, e também o
impacto geno e citotóxico sobre as populações deste crustáceo. A partir da disponibilidade de metais
associados à água, sedimento e folhas de R. mangle, os resultados evidenciam que cada localidade
possui um ou mais metais em maiores proporções relativas. Cubatão e Bertioga: Pb e Cd; São Vicente:
Hg; Juréia: Cr; Iguape: Cu, Mn e Hg; e Cananéia: Mn. Em relação ao acúmulo de metais nas amostras de
caranguejo-uçá, verificou-se associação de Cu e Mn aos animais de São Vicente e Iguape; Cr em Iguape;
Hg em São Vicente e Cananéia. A água das áreas de manguezal de Cubatão e Bertioga apresentaram
concentrações de Cu e Pb acima dos limites de qualidade pela legislação brasileira (CONAMA nº 357/05).
Duarte (2014) afirma que os resultados obtidos sobre os danos subletais em manguezais evidenciaram a
necessidade de políticas públicas voltadas à sua recuperação, e também confirmam a possibilidade de
uso do caranguejo-uçá como bioindicador da contaminação por metais.
Uma importante causa da degradação dos estuários da APAMLC e seu entorno é o contínuo uso dos
manguezais como áreas para despejo de poluentes domésticos e industriais, resultando no impacto à
fauna e flora e redução da capacidade suporte do sistema. A construção de estradas, ferrovias, linhas de
transmissão e desmatamento de áreas pode ocasionar a fragmentação dos manguezais, causando perdas
de diversidade biológica e consequentemente dos produtos e serviços ecossistêmicos fornecidos pelos
manguezais.
Além de causar extinções locais imediatas, a fragmentação pode gerar efeitos em longo prazo nas
populações através de mudanças nos processos ecológicos como polinização, predação, comportamento
territorialista e hábitos alimentares. Há ainda consequências microclimáticas da fragmentação, como
202 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
mudanças na radiação solar, umidade e padrões de vento, importantes para muitos organismos. Como
resultado dessas mudanças, o ecossistema fragmentado geralmente não consegue suportar grupos de
espécies encontradas no ecossistema intacto (RANTA et.al., 1998 apud BARROS, 2006). Devem ser
incentivados estudos e pesquisas acerca da capacidade de suporte e efeito de borda nos manguezais da
Baixada Santista.
O conceito de Adaptação baseada nos Ecossistemas (AbE) consiste no uso da biodiversidade e dos
serviços ambientais como parte de uma estratégia de adaptação completa para ajudar pessoas a se
adaptarem aos efeitos adversos das mudanças climáticas (CBD, 2009). Medidas de AbE em geral são
consideradas como medidas de não arrependimento (no-regret.measures), visto que a sua execução,
independentemente do fator impactante, e.g., mudanças climáticas, restabelece os serviços
ecossistêmicos. Em termos gerais, medidas de AbE focam na conservação, restauração e/ou uso
sustentável de ecossistemas (FLUMINHAN-FILHO et.al., 2015). Mas como salientado por Olivier
et.al.,(2012), é uma abordagem antropocêntrica que tem como perspectiva a forma como os ecossistemas
poderão ajudar as populações, comunidades, por meio da redução da vulnerabilidade, a se adaptarem à
variabilidade do clima atual e às futuras mudanças climáticas.
Dessa forma, o monitoramento dos manguezais de modo integrado torna-se desejável, visando a
conservação e auxiliando medidas de gestão adequadas para essa região (CUNHA-LIGNON et.al., 2015),
contemplando as ameaças associadas às mudanças climáticas. Os manguezais são vulneráveis às
mudanças climáticas, especialmente à elevação do nível do mar, sua capacidade de resposta depende da
topografia costeira, da presença de barreiras à migração e de padrões de uso dos recursos naturais.
Pescadores artesanais no Brasil são dependentes de recursos e serviços ambientais dos manguezais,
sendo também vulneráveis às mudanças climáticas. Eles lidam com incertezas relacionadas à
disponibilidade destes recursos, e a contextos sociais e políticos. Mesmo protegidos por diversas normas,
os manguezais também são incluídos em unidades de conservação de proteção integral. Isso pode
contribuir para sua resiliência, mas pode, por outro lado, aumentar a vulnerabilidade das populações
humanas.
Schaeffer-Novelli et.al., (2016) afirmam que é esperado que as mudanças climáticas acontecerão a uma
taxa que pode ser maior do que a velocidade de adaptação das espécies e sistemas; a identificação das
vulnerabilidades e fatores que alterem sua resiliência é relevante no planejamento e manejo da
conservação no contexto das mudanças climáticas. Segundo os autores, resiliência ecológica é o quanto
um ecossistema pode resistir a mudanças sem perder sua estrutura e funções. Alongi (2008) compilou os
principais impactos das mudanças climáticas aos quais o ecossistema manguezal será submetido, além
das respostas previstas e fatores atenuantes (Quadro 25).
Quadro 25 – Impactos previstos para vários aspectos das mudanças climáticas sobre o
ecossistema.
203 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
Perigo Resposta prevista Fatores atenuantes
A extensão do impacto na área dependerá
enormemente do declive da área de
entremarés; pode ser limitado pela topografia e
taxa de acreção; taxa de restabelecimento das
Avanço das espécies terra a dentro. plantas vai depender da taxa de aumento do
Aumento do
NMRM; mudança da composição das espécies
nível médio
com o aumento do NMRM pode favorecer
relativo do mar
espécies de crescimento rápido nas novas
(NMRM).
áreas.
Erosão das margens em direção ao Depende da posição do bosque de mangue no
mar. estuário ou costa.
Produção secundária pode aumentar Depende da taxa de erosão; mudança na
devido à maior disponibilidade de diversidade de espécies graças aumento da
nutrientes resultante de erosão. taxa de entrada de nutrientes.
Nenhum ou pouco aumento na Depende da disponibilidade de nutrientes e de
Aumento do produção primária e respiração. respostas específicas de cada espécie.
CO2 Aumento da eficiência do uso da Mudanças no padrão e concentração de vapor
atmosférico. água. de água.
Adiantamento do período de Polinizadores podem sofrer dessincronização
floração. com as plantas.
Aumento na produção primária Padrões de crescimento variarão e dependerão
líquida e bruta. do regime de temperatura local.
Aumento do déficit de pressão de Depende da extensão da mudança da
vapor de água. concentração de vapor de água na atmosfera.
Aumento da Aumento da produção secundária
temperatura do (especialmente microrganismos) e
ar e da água. mudança de dominância de
Depende da composição de espécies locais e
espécies.
da disponibilidade de novos recrutas.
Mudanças nos padrões fenológicos
de reprodução e crescimento.
Aumento de biodiversidade.
Mudanças na composição e
crescimento de espécies de mangue
devido às mudanças no conteúdo de
Depende da composição de espécies em
Mudanças nos água no solo e salinidade.
bosques em fase inicial.
padrões, Aumento da produção primária
frequência e devido ao aumento da proporção
intensidade de precipitação/evaporação.
precipitação/ Mudanças na biodiversidade de Espécies eurihalinas não seriam afetadas, mas
tempestades. fauna. haveriam perdas de espécies estenohalinas.
Depende de mudanças em nível de intensidade
Aumento de clareiras e do
de tempestades, frequência, etc. e a localização
recrutamento.
do bosque em relação ao campo de ventos.
Dentre os potenciais impactos das mudanças climáticas, o aumento do NMRM (nível médio relativo do
mar) parece ser a maior ameaça ao ecossistema manguezal, seguido das alterações nos padrões,
frequência e intensidade de precipitação/tempestades. As respostas dos manguezais às mudanças
climáticas resultam da interação destes fatores com os processos locais e estressores que reduzem a
resiliência do ecossistema (ALONGI, 2008; UNEP, 2014).
A resiliência dos manguezais às mudanças climáticas será melhorada se o ecossistema estiver saudável,
se houver aumento no aporte de sedimentos e se existirem locais de provável refúgio (na retroterra), no
Estado de Conservação
De acordo com a CETESB (2001), fotografias aéreas obtidas entre os anos de 1958 e 1989 mostraram
que 44% dos manguezais originalmente existentes na Baixada Santista encontravam-se degradados e
que 16% haviam sido aterrados para ocupação urbana ou industrial, restando apenas 40% da área original
em bom estado de conservação, sendo que a maior parte se localiza na região de Bertioga. No presente
DT, o estado de conservação dos manguezais inseridos dentro dos limites da APAMLC foi classificado
como bom, moderado ou ruim, baseado em revisão bibliográfica e classificação visual da cobertura
vegetal em imagens de satélite de alta resolução (Quadro 26).
Quadro 26 – Estado de conservação dos manguezais inseridos dentro dos limites da APAMLC.
Especificamente com relação ao estuário do rio Itanhaém, este compreende um manguezal com área
aproximada de 278 ha em bom estado de conservação (PREFEITURA DE ITANHAÉM, 2012),
apresentando algum grau de comprometimento pela urbanização, com manchas de desmatamento em
suas áreas mais interiores, com constantes podas para passagem de embarcações. Recebe cargas
importantes de esgotos e resíduos sólidos urbanos destinados ao Rio Itanhaém, além dos outros rios que
são condutores de grande parte desta poluição, como os rios Guaiú, rio Campininha e rio Curitiba
(PREFEITURA DE ITANHAÉM, op cit.).
Menghini (2008) afirma que embora os manguezais da Baixada Santista estejam muito alterados, a função
de retenção de sedimentos continua sendo exercida. A perda de áreas ocupadas por manguezais traz
como consequência a erosão dos sedimentos das margens dos canais, aumentando os gastos públicos
com dragagem do canal de navegação do Porto de Santos. Segundo Santos (2009), a situação dos
manguezais da Baixada Santista não é a ideal, visto que muitas áreas estão sujeitas a tensores causados
pelas atividades humanas. Entretanto, a autora considera que se os tensores forem cessados (ou
diminuídos) o ambiente terá condições de se regenerar. Uma possibilidade para viabilizar essa
recuperação é a criação de unidades de conservação, para que ambientes importantes, como os
manguezais, possam continuar exercendo seu papel na manutenção da vida.
Em Bertioga, a área hoje correspondente ao Parque Municipal Ilha Rio da Praia exerce uma importante
função ecológica enquanto manguezal, tendo um papel relevante como área de transição entre a
urbanização e a área já protegida pela criação do PERB. Nesse sentido a ampliação da proteção desta
área, a partir de seu enquadramento em uma das categorias do SNUC representa um importante potencial
de garantia de proteção ambiental no município, inibindo o avanço de ocupações irregulares e usos
indevidos em área de grande interesse (PÓLIS, 2013g). O manguezal que segue a montante do Rio
Guaratuba após a linha de transmissão, encontra-se em melhor estado de conservação, e à medida que
se afasta nesta direção recebe menos perturbações de origem antrópica. Contudo, uma trilha que margeia
o rio evidência sua utilização. O manguezal à margem do Rio Itapanhaú apresenta alto grau de
conservação. O manguezal e a restinga do Rio Guaratuba, localizados principalmente a montante da
rodovia Rio-Santos, podem ser considerados como prioritários para conservação, devido ao registro de
uma população de papagaio-moleiro Amazona farinosa nesta localidade (EKOS, 2009).
De acordo com Araújo (2010), o Sistema Estuarino de Santos apresenta condições de relativa
recomposição natural de manguezais, evoluindo de vários núcleos separados e isolados para áreas
maiores e mais densas, apontando para um processo de melhoria das condições dos bosques do sistema.
Embora essa melhoria tenha sido evidenciada em virtualmente todos os aspectos analisados, muitas
áreas tiveram vegetação suprimida ou apresentaram uma piora nos valores dos índices de vegetação no
decorrer do período analisado (1985 a 1999), principalmente quanto a processos de ocupação humana
desorganizada e processos erosivos generalizados, como na região do Canal de Bertioga.
2.3.2.2.5. Restingas
A APAMLC apresenta vegetação de restinga em seu interior na Área de Manejo Especial - AME Ponta da
Armação - Guarujá-SP, cujo limite terrestre acompanha a linha divisória de águas da Serra do Guararu,
um maciço montanhoso expressivo coberto em grande parte por vegetação nativa e uma estreita faixa
plana que margeia as praias e o Canal de Bertioga. Ademais, outras ocorrências de restingas estão nas
ilhas abrangidas pela unidade. Todavia ressalta-se que o litoral centro paulista, lindeira à referida APAM,
abriga um importante remanescente de ecossistemas de restinga. De fato, com base no mapeamento
apresentado no “Inventário Florestal da Vegetação Natural do Estado de São Paulo” (KRONKA et. al.,
2005), pode-se constatar que há no litoral centro cerca de 55.470 ha de restingas, o que representa 26,8
Características ecológicas
O ecossistema das restingas integra o Bioma Mata Atlântica, que é reconhecido como um dos hotspots (*)
de biodiversidade mais ameaçados do mundo. Tal ecossistema é formado por um mosaico de
comunidades vegetais florística e fisionomicamente distintas, ocorrendo nas planícies arenosas de origem
marinha e fluvio-marinha, e idade quaternária, localizadas na costa brasileira (EITEN, 1983; ARAUJO,
1984; COUTINHO, 2006; MAGNANO et. al., 2010; IBGE, 2012, apud.. MELO JR. & BOEGER, 2015),
sendo classificadas como comunidades edáficas por dependerem mais da natureza do solo que do clima
(ARAUJO, 1984, 1987; ARAUJO & LACERDA, 1987; LACERDA et. al., 1982, apud.. SUGIYAMA, 1998).
Localizado na interface entre os ambientes marinho e continental, possui uma fragilidade intrínseca, visto
que as zonas costeiras são constantemente afetadas por processos naturais de deposição marinha (ação
eólica e marinha) e de drenagem fluvial (HOLZER et. al., 2004). Em função dessa fragilidade, sua
vegetação exerce papel fundamental para a estabilização dos sedimentos e a manutenção da drenagem
natural (ASSUMPÇÃO & NASCIMENTO, 2000, apud. MELO JR. & BOEGER, 2015), sendo a principal
responsável pela fixação das dunas e estabilização dos manguezais.
As comunidades de restinga estão submetidas a condições ambientais extremas, caracterizadas por altas
temperaturas, forte incidência de ventos, elevada salinidade, alta mobilidade dos sedimentos, deficiência
de nutrientes no solo e déficit hídrico, que tornam o ambiente estressante e limitante à vegetação
(WAECHTER, 1985; SCARANO et. al., 2001; SCARANO, 2002, apud. MELO JR. & BOEGER, 2015).
À medida que se distanciam da região pós-praia, em direção às áreas mais interiores da planície costeira,
as comunidades vegetais apresentam importantes variações fisionômicas (VELOSO et. al., 1991;
OLIVEIRA-FILHO & CARVALHO, 1993), bem como sua riqueza florística e a diversidade funcional
aumentam gradativamente (FERNANDES, 2006, apud. MELO JR. & BOEGER, 2015), estas formações
podem ser herbáceas, arbustivas e florestais, sendo que sua diversidade biológica é proveniente do
Cerrado, da Caatinga e, principalmente, de outros ecossistemas da Mata Atlântica (ARAÚJO, 2000, apud.
MELO JR. & BOEGER, 2015).
A flora é considerada de pouca riqueza, quando comparada com outros tipos de vegetação do Brasil,
havendo poucas espécies endêmicas deste ecossistema. Tal fato é atribuído à origem recente, do ponto
de vista geológico, das áreas de planície costeira no Brasil, e, consequentemente, ao pouco tempo para
que ocorresse a segregação de novas espécies (RIZZINI, 1979; SILVA, 1990).
O reconhecimento de uma unidade fitogeográfica para a região litorânea brasileira é evidente entre os
vários estudiosos da fitogeografia brasileira. Entretanto, a denominação empregada, seja para designar e
classificar a vegetação litorânea, seja para diferenciar as suas respectivas fitofisionomias, é bastante
diversa (SILVA, 1999). O próprio vocábulo “Restinga” possui várias conotações, ora referindo-se apenas
ao substrato arenoso das planícies litorâneas, ora restringindo-se ao tipo de vegetação que recobre estas
planícies e ora ao sistema substrato-vegetação como um todo.
Considerando a diversidade fisionômica, estrutural e florística, a vegetação costeira pode ser identificada
como um complexo vegetacional, denominado Complexo da Restinga (ASSIS, 1999; EITEN, 1983, apud.
MANIA, 2008). Tal denominação deixa claro que as variações florísticas e fisionômicas observadas nesta
vegetação ocorrem em uma escala espacial relativamente pequena, dificultando assim o mapeamento em
separado das suas respectivas tipologias (SILVA, 1999). Para o estado de São Paulo, a Resolução
Conama n° 7/96, divide as formações de Restinga. Segue abaixo uma descrição sucinta de cada
formação:
Nas primeiras faixas de areia da região pós-praia, ocorre uma formação de plantas predominantemente
herbáceas, muitas providas de estolões ou de rizomas, com distribuição esparsa ou recobrindo totalmente
a areia. Por ocupar áreas em contínua modificação pela ação dos ventos, chuvas e ondas, essa formação
mantém-se sempre como vegetação pioneira de primeira ocupação (clímax edáfico). Algumas espécies
frequentes e indicadoras dessa formação são: Blutaparon portulacoides, Ipomoea pes-caprae, Hydrocotyle
bonariensis, Centella asiatica, Remirea maritima, gramíneas (Panicum spp, Spartina spp, Paspalum spp,
Stenotaphrum secundatum) (Figura 100 e Figura 101).
Figura 100 – Vegetação de Praias e Dunas. Figura 101 – Vegetação de Praias e Dunas.
Fonte: Rosana Cordeiro. Fonte: Otávio S. Couto
Escrube
Formação com fisionomia arbustiva, com 3m-4m de altura, formando um maciço contínuo ou moitas
intercaladas com trechos de areia exposta. (Figura 102 e Figura 103).
Figura 102 - Escrube. Fonte: Nelson Proença Figura 103. Fonte: Otávio S. Couto
Floresta Baixa
Fisionomia arbórea, com dossel baixo (cerca de 7m) e relativamente aberto. Os estratos arbóreo e
arbustivo são predominantes, sendo que o sub-bosque dificilmente é visualizado. O substrato é seco e
arenoso. Há uma grande diversidade de espécies arbóreas, sendo frequentes e indicadoras as mirtáceas.
(Figura 104 e Figura 105).
De acordo com Lopes (2007) a Floresta Alta de Restinga (Figura 106) ocorre sobre terraços marinhos
pleistocênicos e holocênicos, com o nível do lençol freático profundo. Essa autora reconhece, ainda, a
existência de outra formação de floresta alta, por ela denominada de Floresta Alta de Restinga Úmida
(Figura 107), cuja ocorrência se dá sobre depressões paleolagunares holocênicas rasas, mal drenadas,
com o nível do lençol freático bastante superficial. Além do solo muito mais úmido, a Floresta Alta de
Restinga Úmida apresenta outras características distintas, como o dossel mais heterogêneo e a presença
de bromélias formando grandes colônias homogêneas, de uma mesma espécie, no estrato herbáceo.
Formação de fisionomia herbáceo-arbustiva (até 1,5 m de altura, no máximo) que ocorre sobre substrato
arenoso de origem marinha, encharcado, com grande quantidade de matéria orgânica incorporada. A
diversidade de espécies é baixa, sendo que as mais características são: Xyris spp, Drosera capillaris,
Figura 108 – Entre Cordões Arenosos. Fonte: Figura 109 – Entre Cordões Arenosos. Fonte:
Mauri Djepowera Spézia Junior Mauri Djepowera Spézia Junior
Brejo de Restinga
Formação pioneira com influência fluvio-herbácea (marismas), no primeiro plano, com no máximo, 2m de
altura, ocorrente em depressões onde o substrato está permanentemente inundado. Nos brejos com maior
influência de água salobra predominam gramíneas (Paspalum maritimum, Spartina spp) e ciperáceas
(Scirpus sp, Cyperus spp, Scleria spp). Nos brejos, com menor ou nenhuma influência de água salobra, a
diversidade é maior, ocorrendo Thypha domingensis, diversas ciperáceas (Eleocharis spp, Cyperus spp,
Scleria spp, Fuirena umbellata), Ludwigia spp, Echinodorus spp, a espécie exótica Hedychium coronarium,
entre outras (Figura 110 e Figura 111).
Ocorre em depressões onde existe o acúmulo de turfa no substrato, sendo que este é sempre saturado,
podendo ser periodicamente inundado. Apresenta fisionomia arbórea, com dossel aberto de 10m a 17m de
altura, havendo emergentes de até 20m. Espécies arbóreas características dessa formação são: Tapirira
guianensis, Nectandra oppositifolia, Eugenia umbelliflora, Alchornea triplinervia, Myrcia racemosa, Myrsine
venosa, Guatteria australis, entre outras.
Ocorre uma grande quantidade e diversidade de epífitas: bromeliáceas (Aechmea spp, Billbergia spp,
Tillandsia spp, Vriesea spp), orquidáceas (Prosthechea spp, Cattleya forbesii, Promenaea rollissonii,
Epidendrum spp, Maxillaria spp, Oncidium spp, Pleurothallis spp, Octomeria spp, Stelis spp), aráceas
(Philodendron spp, Anthurium spp, Monstera adansonii), Microgramma vacciniifolia, Polypodium spp,
Asplenium spp, Trichomanes spp, piperáceas, cactáceas e gesneriáceas (Figura 114 e Figura 115).
Ocorre em ambientes continentais ao fundo das planícies costeiras até a baixa encosta, em íntimo contato
com as demais formações florestais de restinga e com a Floresta Ombrófila Densa de Encosta, com a qual
pode apresentar grande similaridade. Seu dossel é fechado, com 12m a 18m de altura, e as emergentes
podendo superar os 20m. Há uma grande diversidade de espécies arbóreas, sendo comuns as mirtáceas
(Myrcia spp, Eugenia spp, Calyptranthes spp), lauráceas (Ocotea spp, Nectandra spp), Schefflera
morototoni, Roupala spp, Machaerium spp, Euterpe edulis, entre outras. No sub-bosque são frequentes
Psychotria spp, Amaioua intermedia, Geonoma spp, Cyathea corcovadensis e muitas outras (Figura 116 e
Figura 117).
No interior da unidade destacam-se as vegetações presentes nas ilhas sobre costão ou pontal rochoso
cuja formação é classificada como pioneira com influência marinha. Já na Área de Manejo Especial – AME
Ponta da Armação, localizada no interior da unidade da APA Marinha do Litoral Centro e que esta
sobreposta pela APA Municipal Serra do Guararu, apresenta uma vegetação de formação pioneira de
influência fluviomarinha herbácea, definido por este documento como vegetação de Praias e Dunas,
seguida de Escrube, Brejo de Restinga, Floresta Baixa e Alta de Restinga, Floresta de transição Restinga
e Floresta Ombrófila Densa de Encosta.
Nas áreas de entorno da unidade, que exercem influência (direta e indireta) por meio dos serviços
ecossistêmicos prestados, de acordo com o “Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica”
(Período 2012-2013), elaborado pela SOS Mata Atlântica e INPE (2014), a vegetação de restinga no
bioma Mata Atlântica em território brasileiro equivale a 641.284 ha. São Paulo é o Estado que possui a
maior extensão dessa vegetação, com 206.698 ha. Desse total no estado, 55.470 ha (quase 27 %) estão
no Litoral Centro (Figura 118), abrigando praticamente todas as formações de restinga citadas na
Resolução Conama 07/96 (a única exceção é a Floresta Paludosa sobre Substrato Turfoso).
É de se destacar que as formações de Praias e Dunas e Escrube foram quase que erradicadas da região
em virtude da expansão urbana sobre as áreas mais próximas ao mar. Atualmente, tais formações
ocorrem apenas em pequenos trechos de Bertioga (a maior parte dentro do Parque Estadual Restinga de
Bertioga) e em dois outros trechos ainda mais diminutos situados em São Vicente (na Praia de Paranapuã,
inserida no Parque Estadual Xixová-Japuí) e em Peruíbe (na praia de Taniguá, inserida na Terra Indígena
Piaçaguera). Dentre as já mencionadas funções ecológicas desempenhadas pela vegetação de restinga,
vale ressaltar, na região, o papel fundamental que a mesma exerce na estabilização e proteção dos
grandes manguezais existentes na Baixada Santista.
A maior parte dos levantamentos florísticos e fitossociológicos das restingas no Litoral Centro do Estado
foi realizada em áreas atualmente abrangidas pelo Parque Estadual Restinga de Bertioga, Parque
Estadual Xixová Japuí, Estação Ecológica Juréia-Itatins, administradas de Fundação Florestal, e Área de
Proteção Ambiental Municipal Serra do Guararu, administrada pela Prefeitura do Município de Guarujá.
Com o intuito de melhor caracterizar a riqueza florística das restingas do Litoral Centro de São Paulo,
efetuou-se a compilação dos levantamentos de angiospermas realizados nas restingas da região (dentro e
fora de unidades de conservação). Assim, foram catalogadas 869 espécies vegetais, entre epífitas, lianas,
herbáceas, arbustivas e arbóreas, distribuídas em 118 famílias. As famílias mais bem representadas são:
Myrtaceae (com 69 espécies), Bromeliaceae (com 54 espécies), Rubiaceae (52 espécies) e Orchidaceae
(46 espécies). Dentre as espécies levantadas, 289 são endêmicas da Mata Atlântica (ou seja, 33,3 % do
total) e 52 estão relacionadas em alguma lista de risco de extinção (5,98 % do total).
Características Socioeconômicas
O ecoturismo é a principal atividade econômica que ocorre na restinga, havendo diversas empresas que
oferecem passeios em trilhas que atravessam diferentes formações desse ecossistema.
O grande atrativo no interior da área da unidade é a trilha de acesso da Prainha Branca, Trilha da Praia
Preta, Trilha do Camburi que leva a cachoeira, Ponta da Armação que passa pelo trecho histórico da
Ermida de Guaibê, Armação das Baleias e Forte São Felipe. Essas trilhas recebem um alto fluxo de
turistas aos fins de semana e feriado. Neste local, residem comunidades tradicionais como a Prainha
Branca voltada para o oceano e Cachoeira voltada para o Canal de Bertioga.
Seguindo a APA Municipal da Serra do Guararu, a região possui loteamentos e condomínios de baixa
densidade com casa de segunda residência de alto padrão localizada em um continuum remanescente de
Mata Atlântica com certo grau de preservação. Existem outras grandes áreas particulares ainda não
ocupadas. São quatro (04) os loteamentos de grande porte da região: Tijucopava, Taguaíba, Iporanga e
São Pedro.
Nas áreas lindeiras à unidade, as trilhas mais conhecidas e procuradas da região situam-se no interior do
Parque Estadual Restinga de Bertioga, sendo sua operacionalização feita por meio de uma parceria entre
a Prefeitura do Município e a Fundação Florestal, visando atender à demanda turística. No município o
ecoturismo é formalmente realizado em 2 trilhas das 18 trilhas que foram mapeadas no diagnóstico do
213 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
Plano de Manejo do PERB e sua operacionalização é viabilizada por um Plano Emergencial de Uso
Público.
Como impacto positivo do ecoturismo nessas trilhas, que cortam a restinga, pode ser mencionada a
geração de renda vinculada à conservação do meio ambiente e às atividades de educação ambiental. Um
impacto negativo, conforme Ekos (2008), é a utilização das trilhas por grupos de motocicletas.
Afora o ecoturismo, ocorre apenas o extrativismo ilegal de espécies com valor econômico, como plantas
ornamentais (bromélias e orquídeas) e, principalmente, o palmito (Euterpe edulis), conforme exposto no
item a seguir. Todavia, iniciativas recentes fomentadas por alguns órgãos públicos municipais e estaduais
e demais instituições tem despertado e fomentado a valorização o plantio agroecológico de frutos e
plantas alimentícias não convencionais, ambos nativos, por pequenos proprietários na região.
Ameaças e impactos
No interior da APAMLC, na AME Ponta da Armação, uma das grandes ameaças é o turismo em massa
praticado sem controle e disciplinamento, que acaba por derivar em inúmeros impactos como diversos
tipos de poluição, retirada de vegetação nativa. A situação mais emblemática é a prática de camping, cuja
regularização está em tratativas junto ao Ministério Público e o surgimento de novas de construções e
ampliações que nem sempre são acompanhadas por equipamentos para o saneamento básico (resíduos
sólidos, esgoto, água, drenagem).
De acordo com o Laudo Antropológico elaborado para o Estudo Socioambiental da Ponta da Armação
(Mineral, 2012), as atividades econômicas relacionadas ao turismo recrudesceram na comunidade nos
últimos trinta anos e há a expectativa de que elas possam ser diversificadas e reordenadas.
A expansão das atividades industriais e turísticas na Baixada Santista acarreta severos impactos
ambientais para a região, situada em área de grande biodiversidade, com importantes remanescentes de
ecossistemas do bioma Mata Atlântica. As áreas de restinga, especificamente, foram bastante degradadas
devido à intensa supressão e fragmentação da vegetação para urbanização, que continua a ser a principal
causa de extinção de espécies (HADA & ALVES, 2010). Mais recentemente as pressões que contribuem
para a modificação da paisagem estão relacionadas à especulação imobiliária, à descoberta de petróleo
no pré-sal da Bacia de Santos além de ser suporte estratégico de vários modais logísticos (ferroviário,
rodoviário, hidroviário, dutoviário e aeroviário). É fundamental a implantação de projetos para revegetar
áreas desmatadas e/ou degradadas visando a interligação de fragmentos de restinga isolados e a
formação de corredores ecológicos.
- Extração ilegal de palmito (Euterpe edulis). Conforme EKOS (2008), tal prática está presente mesmo em
áreas protegidas, tendo sido observada em praticamente todos os pontos em que a espécie ocorre
naturalmente, inclusive na área de unidade de conservação. O palmiteiro é uma espécie chave do
ecossistema florestal, visto que seus frutos são alimento para um grande número de espécies da fauna em
período que há escassez de alimento.
Estado de Conservação
Segundo o Plano de Manejo da APA Municipal da Serra do Guararu, nos séculos XVIII e XIX houve
intervenção na vegetação para fins madeireiros e produção de carvão combustível essencial para as
atividades do Porto de Santos. As utilizações desses recursos naturais como matéria prima foram mais
intensas na região da Prainha Branca e ocorreram até meados do século XX, declinando com o advento
dos motores movidos a derivados de petróleo. A maior parte da área degradada se regenerou
naturalmente e atualmente apresenta estágio médio a avançado de regeneração, porém existem
pequenos trechos que foram recompostos artificialmente pela espécie exótica Eucalipto (Eucalyptus sp).
Cabe ressaltar que em Bertioga, a maior parte da vegetação de restinga está inserida em Unidades de
Conservação (Parque Estadual da Serra do Mar e Parque Estadual Restinga de Bertioga). Nesses
Parques a grande maioria dos trechos de vegetação possui estado de conservação bom ou ótimo (EKOS,
2008). Além disso, a vegetação é formada por um mosaico com praticamente todas as fitofisionomias de
restinga citadas para o Litoral Paulista, apresentando uma flora vascular riquíssima (EKOS, op. cit.).
Áreas Críticas
No Diagnóstico Participativo (FUNDAÇÃO FLORESTAL, 2014), não foi citada especificamente nenhuma
área com vegetação de restinga como sendo crítica. Apenas houve a citação genérica da Zona Costeira
de Bertioga como “Área Degradada ou Impactada” e da Praia do Taniguá, em Peruíbe e Itanhaém, como
“Área Vulnerável”, porém inserida na Terra Indígena Piaçaguera, com regramento próprio. Nota-se uma
percepção subestimada da dimensão e gravidade das ameaças que pairam sobre as restingas, as quais
ainda sofrem fortes pressões.
Na Zona Costeira de Bertioga, uma área crítica é aquela onde está prevista a implantação de um
empreendimento imobiliário de grande porte (o Buriqui Costa Nativa, apelidado de “Nova Riviera de São
Lourenço”), que implicará a supressão de mais de 30 ha de formações de restinga.
Os impactos decorrentes das mudanças climáticas acarretam, em diversos níveis, o aumento generalizado
das vulnerabilidades, dos danos potenciais e dos riscos aos ecossistemas e, portanto, aos serviços
ambientais e ecológicos. Cabe ressaltar que esses serviços podem ser afetados de duas maneiras pelas
mudanças climáticas: diretamente, através de modificações abióticas nos processos dos ecossistemas, e
Remanesce no território paulista 15% da Mata Atlântica original. O mapa dos remanescentes da cobertura
vegetal em São Paulo com base no Inventário Florestal da Vegetação Nativa elaborado pelo Instituto
Florestal e publicado no ano de 2005 mostra que dos 4.363.684 ha de remanescentes florestais,
2.505.244 ha são de Floresta Ombrófila Densa, grande parte concentrada no Litoral Norte, Baixada
Santista e Ribeira de Iguape e Litoral Sul, representando respectivamente 6,72%, 8,37% e 47,12%, ou
seja, 62,21 % desta formação.
No domínio atlântico, encontra-se além da Mata Atlântica, também chamada de “mata de encosta”, a
floresta de restinga inundável, a floresta de restinga não inundável, os manguezais, os campos de altitude,
geralmente acima de dois mil metros sobre o nível do mar e as formações rupestres sobre afloramentos
rochosos dos picos das serras (COUTINHO, 2006).
A APA Marinha do Litoral Centro, criada pelo Decreto Estadual 53526/2008, abrange as Ilhas da Moela, do
Pompeba, das Cabras, do Mar Casado, do Arvoredo, do Perequê e Guará, Ilhotes Iporanga e do Monte
Pascoal e a Ponta da Armação no Setor 1 – Guaíbe; a Ilha Laje de Santos no Setor 2 – Itaguaçu; as Ilhas
Guararitama, de Peruíbe, da Queimada Pequena, da Queimada Grande; e Laje da Conceição no Setor 3 –
Carijó. Destaca-se que a Ponta da Armação, a Ilha da Moela e a Ilha da Laje são consideradas pelo
referido Decreto Áreas de Manejo Especial - AME, que visam a proteção da biodiversidade, o combate de
atividades predatórias, o controle da poluição e a sustentação da produtividade pesqueira.
Considerando o território da Unidade em estudo, a Floresta Ombrófila Densa (FLOD) foi verificada nas
porções territoriais insulares e continental da Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral Centro -
APAMLC. O litoral do estado de São Paulo apresenta 129 formações insulares com tamanho e distância
variáveis da costa (ÂNGELO, 1989 apud. CICCHI et. al., 2009), bem representadas no diagnóstico do
meio físico do presente estudo.
Serão descritas as formações vegetacionais em ambientes insulares e continental, destacando para cada
setor e ilha em particular a caracterização ecológica, as ameaças e impactos, o estado de conservação, as
áreas críticas e lacunas de conhecimento. Para o mapeamento da vegetação de cada Ilha e da Ponta da
Armação, no continente, foram utilizadas imagens disponíveis do Google Earth e ortofotos 2010 - Leste,
disponíveis no site do Instituto Geográfico e Cartográfico – IGC, sendo que para as áreas que contém
dados bibliográficos e esquemáticos da distribuição da vegetação estes também embasaram a avaliação.
Foi efetuada interpretação visual, sendo considerados parâmetros de textura, tonalidade, cor, forma e
estrutura das ortofotos e imagens estudadas.
Características ecológicas
Nos ambientes insulares, muitas vezes, espécies de estágios mais avançados acabam se comportando
como pioneiras ou colonizadoras, como é o caso das figueiras (Ficus spp), pois as características de solo
e clima acabam funcionando como fatores limitantes ao estabelecimento das espécies no padrão
esperado ou na classificação usual dos estágios sucessionais da Floresta Ombrófila Densa do continente.
Por outro lado, também foi observada na bibliografia consultada a ocorrência de espécies de estágios
menos avançados que foram citadas na composição de estágios mais avançados, como o pau-jacaré
(Piptadenia gonoacantha) (PETROBRAS & E&P, 2012), ou seja, apesar de menos longevas acabaram se
estabelecendo por mais tempo no processo sucessional da floresta secundária. Em ilhas é comum a
incidência de solos rasos o que acaba por ser um aspecto desfavorável para a instalação de algumas
espécies típicas dos estágios mais avançados da sucessão secundária da floresta.
Setor Carijó
A Estação Ecológica dos Tupiniquins engloba duas das ilhas inseridas na APAMLC (Peruíbe e Queimada
Pequena).
11
● Ilha Queimada Pequena
11Seção conta com informações coletadas de ICMBIO – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
Plano de Manejo da Estação Ecológica dos Tupiniquins. Brasília, 403 p., 2008.
As espécies arbustivo-arbóreas encontradas nesse ambiente foram, além da a palmeira Jerivá Syagrus
romanzoffiana (Arecaceae), a aroeira-vermelha Schinus terebinthifolius (Anacardiaceae), a figueira Ficus
luschnathiana (Moraceae), a capororoca-branca Rapanea guianensis (Myrsinaceae), a quixabeira
Sideroxylon obtusifolium (Sapotaceae) e o jasmim Rudgea jasminoides (Rubiaceae).
De acordo com Mello (2002), na Ilha Queimada Pequena o estrato herbáceo é constituído por beri-
silvestre Canna limbata, samambaias Pteridium sp e Polypodium decurrens, diversas trepadeiras, aráceas
e abundante ocorrência de Piper sp. Não foi registrada a presença de epífitas fanerogâmicas. Entre as
epífitas avasculares, encontram-se muitas briófitas, geralmente em locais úmidos. Nas clareiras
encontram-se espécies ruderais, diversas espécies de gramíneas e muitas trepadeiras Mikania sp,
inhame-bravo Dioscorea leptostachya, maracujá silvestre Passiflora suberosa. Nos limites entre o costão
rochoso e a mata de encosta são frequentes espécies típicas de vegetação de restinga, como aroeira-
vermelha Schinus terebinthifolius, gravatá Bromelia antiacantha, Philodendron sp., Lantana sp. Também
se observam espécies que de modo geral apresentam-se coberta por fungos liquenizados (liquens), como
Usnea sp., Cladonia sp. e Parmelia sp.
A Figura 119 a Figura 121 apresentam a imagem da vegetação da Ilha Queimada Pequena e Ilhota das
Gaivotas, assim como o mapeamento das manchas vegetacionais por aqui inferidas.
Figura 120 – (A) Imagem da Ilha Queimada Pequena. (B) Cobertura Vegetal, com base na
imagem.Fonte: Google Earth, 2016.
O grau de conservação da vegetação nativa da Ilha Queimada Pequena é pouco satisfatório, verificando-
se o resultado da ação antrópica de maneira bastante contundente, como a presença de espécies exóticas
ocupando um território considerável da ilha. Por fazer parte da ESEC Tupiniquins já há um zoneamento
definido O Quadro 28 apresenta a seguir a síntese do zoneamento da porção insular da Ilha Queimada
Pequena.
Queimada Pequena, Ilhota das Gaivotas e Parcel Noite Escura - Área Insular
Valore Caracterização Geral
Critérios de s Principais Usos
Zona
Zoneamento IA/M/B Meio Físico Meio Biótico conflitos Permitidos
I
Na Ilha
Queimada
Formações Pequena,
insulares, presença de
bordejada por vegetação
costões arbustiva
rochosos, com arbórea de
Floresta Perturbaçõ
solo raso
Grau de Ombrófila es nas
(Queimada
conservação da Densa colônias de
Pequena) ou
vegetação secundária, aves
M praticamente Pesquisa e
Variabilidade com fauna marinhas
M inexistente monitorame
ambiental associada por
Primitiva (Ilhota das Ga nto
A pouco desembarq
Representativid votas). A
B conhecida. ue não Sinalização
ade ambiental declividade do
Presença do autorizado
Riqueza de A terreno varia
qastrópodo na Ilhota
espécie significativame
terrestre do das
nte, chegando
Suscetibilidade gênero Gaivotas.
em alguns
pontos a Drymaeus sp,
formarem do diplópoda
escarpas endêmico
acentuadas. Rhinocrichus
insularis
lagarto
Mabuya ct.
12
● Ilha de Peruíbe
A Ilha de Peruíbe apresenta vegetação de Floresta Ombrófila Densa secundária e formação de vegetação
pioneira de influência marinha. A área com fisionomia florestal apresenta-se muito degradada, com
indícios de corte de árvores para acampamento e trilhas de acesso, fogo recente, e grandes clareiras
naturais. O dossel é aberto, com indivíduos emergentes de pau-d’alho, embaúbas e jerivás, algumas
trepadeiras como orapro-nobis Pereskia aculeata (Cactaceae), e herbáceas como Plumbago scandens
(Plumbaginaceae), Bomareaedulis (Alstroemeriaceae) e Maranta divaricata (Marantaceae).
A riqueza de espécies arbóreas foi baixa (14 espécies) quando comparada com estudos realizados no
continente com fisionomias similares. As espécies com maior densidade foram cereja-café Bunchosia
fluminensis (Malpighiaceae, com 31% do número total de indivíduos amostrados), o jerivá Syagrus
romanzoffiana (13%) e a aroeira vermelha Schinus terebinthifolius (11%). Já as espécies com maior
dominância foram o pau-d’alho Gallesia integrifolia (com 57% da dominância relativa), o jerivá Syagrus
romanzoffiana (9%) e a embaúba Cecropia sp. (8,5%). A altura média dos indivíduos foi de 6,5m, sendo a
altura máxima de 19m. O diâmetro médio foi de 11,5cm, e o diâmetro máximo de 153 cm. No costão
rochoso a espécie dominante é a bromélia Quesnelia sp., com manchas de gravatá Bromelia anthiacanta.
A Figura 122 apresenta imagem e mapeamento da vegetação da Ilha de Peruíbe, aqui inferido. O grau de
conservação da vegetação nativa da Ilha de Peruíbe é ainda menos satisfatório, apresentando-se bastante
degradada pela ação antrópica. Por fazer parte da ESEC Tupiniquins já há um zoneamento definido,
sendo que para a Zona de Recuperação o uso permitido é o manejo. Para esta unidade enfatiza-se a
necessidade da intensificação da fiscalização e da realização de manejo, priorizando-se a minimização
12Seção conta com informações coletadas de ICMBIO – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Plano de
Manejo da Estação Ecológica dos Tupiniquins. Brasília, 403 p., 2008.
221 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
dos fatores de perturbação para que haja menor interferência no processo de sucessão secundária da
floresta. O Quadro 29 apresenta a seguir a síntese do zoneamento da porção insular da Ilha de Peruíbe.
Figura 122 – (A) Imagem da Ilha de Peruíbe. (B) Cobertura Vegetal, com base na imagem. Fonte:
Google Earth, 2013.
Segundo Duarte et. al., (1995), Marques et. al.,(2002a), Martins et. al.,(2008) apud. Montanhini (2010), a
vegetação de apresenta algumas áreas alteradas cobertas com gramíneas. A fisionomia dominante é a
Floresta Atlântica Baixo Montana, que recobre aproximadamente 24 ha da ilha. A ilha é rochosa,
escarpada, não possui praias arenosas e apresenta-se isolada do continente há aproximadamente 11.000
anos (VANZOLINI 1973; MARQUES et. al., 2002a apud. MONTANHINI, 2010).
De acordo com Montanhini (2010), a IQG é bastante conhecida por ser o hábitat da serpente Bothrops
insularis (jararaca-ilhoa), endêmica dessa ilha e criticamente ameaçada de extinção.
Figura 123 – (A) Imagem da Ilha da Queimada Grande. (B) Cobertura Vegetal, com base na imagem.
Fonte: Google Earth, 2016.
A bibliografia consultada não apresenta detalhes sobre a vegetação da ilha, apenas relatando ocorrer
algumas áreas alteradas pelo homem cobertas com gramíneas e fisionomia dominante de Floresta
Atlântica Baixo Montana. Assim, com relação ao seu grau de conservação da vegetação não há elementos
suficientes disponíveis para sua avaliação. O que se pode notar é a existência de áreas abertas ocupadas
por gramíneas exóticas.
● Ilha Guararitama
Nesta unidade a vegetação de Mata Atlântica, embora menos exuberante que as formações do continente,
consegue dar sustentação para alimentação, abrigo e reprodução de várias espécies da fauna silvestre
(ÂNGELO & LINO, 1989; SÃO PAULO, 2006 apud. FARIAS et. al., 2009). Na Ilha existe um farol de
sinalização marítima da Marinha do Brasil. No local havia uma edificação de alvenaria, que estava
irregular e foi demolida.
Farias et. al., (2009), através do resultado de expedição nas Ilhas do Abrigo e Guararitama realizada em
abril de 2009, levantou 25 espécies, incluindo exóticas, representadas por 18 famílias, das quais
Arecaceae com três espécies, Fabaceae, Malvaceae e Urticaceae com duas espécies cada, apresentam
maior riqueza de espécies. O jerivá Syagrus romanzofiana ocorre em alta densidade na Ilha do Abrigo. A
presença do coco-da-bahia Cocos nucifera, amendoeira-da praia Terminalia catappa da mandioca Manihot
sp. indica o processo de antropização que o local tem sofrido. Tal fato deve estar associado diretamente
às atividades de manutenção do farol de sinalização marítima existente no local.
Interessante ressaltar que o autor cita a suspeita de um material coletado na Ilha ser uma terceira espécie
de Capparis sp para o Estado, sendo que segundo a Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo a
família Capparaceae está representada por apenas duas espécies.
A bibliografia consultada para esta unidade não se refere ao estado de Conservação da vegetação
propriamente dito, no entanto, pela descrição efetuada e observação da imagem do Google Earth do ano
de 2105, pode-se inferir que seu grau de conservação pode ser considerado satisfatório, pois, segundo o
referido trabalho, apesar da presença de espécies exóticas como o coco-da-bahia Cocos nucifera,
amendoeira-da praia Terminalia catappae da mandioca Manihot sp a vegetação de Mata Atlântica
consegue dar sustentação para alimentação, abrigo e reprodução de várias espécies da fauna silvestre.
Setor Guaíbe
A ilha apresenta cobertura de Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, Formação Secundária de
Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas (28,28%), Formação Pioneira com influência marinha
(24,34%). No inventário fitossociológico realizado em 0,05 hectares foram amostrados 82 indivíduos
arbustivos e arbóreos, pertencentes a 23 espécies, distribuídos em 15 famílias botânicas. A baixa
diversidade e o estado de degradação da vegetação podem ser relacionados ao isolamento e pequeno
tamanho da ilha, além do impacto da ocupação humana presente na área (SANTANA et. al., 2015).
Pela imagem e ortofoto observa-se que a cobertura vegetal se mostra bastante alterada. Parte
considerável do território da ilha encontra-se com cobertura de gramíneas, fatos estes que refletem a
intensidade da ação antrópica ocorrida na mesma. A ilha possui um farol, que associado ao fato de sua
proximidade com o continente, cerca de 3 km, deve incentivar sua visitação. A Figura 126 apresenta
imagem e mapeamento da vegetação da Ilha da Moela.
O grau de conservação da vegetação nativa da Ilha da Moela pode ser considerado pouco satisfatório,
verificando-se o resultado da ação antrópica de maneira bastante contundente, como a presença de
gramíneas exóticas ocupando um território considerável da ilha.
A caracterização da vegetação da Ilha Guararitama foi obtida em Farias et. al., (2009), a da Ilha da Moela
em Santana et. al., (2015) e a da Ponta Armação em PETROBRAS & E&P (2012), detalhada nos
respectivos itens de cada unidade e apresentados a seguir. Para as demais ilhas não foi encontrada
bibliografia específica sobre a vegetação. Na Ilha Guararitama foram levantadas 25 espécies
representadas por 18 famílias, das quais Arecaceae com três espécies, Fabaceae, Malvaceae e
Urticaceae com duas espécies cada, apresentam maior riqueza de espécies, sendo que o Syagrus
romanzofianum ocorre em alta densidade. No inventário fitossociológico realizado na Ilha da Moela foram
amostrados 82 indivíduos arbustivos e arbóreos, pertencentes a 23 espécies, distribuídos em 15 famílias
botânicas. As famílias que apresentaram maior riqueza foram Myrtaceae (4 espécies) e Sapindaceae (3).
As espécies com maior Valor de Importância (VI) foram Cupania oblongifolia Mart., Syagrus romanzoffiana
(Cham.) Classman e Myrsine guianensis (Aubl.) Kuntze. A diversidade foi considerada baixa. Das
espécies encontradas nas referidas ilhas, duas estão classificadas como vulneráveis: Trichilia casaretti e
Rudgea jasminoides.
Não foi localizada bibliografia para esta unidade, denotando-se uma lacuna de conhecimento. Para
maiores detalhamentos será necessário estudo específico.
Assim, com relação ao seu grau de conservação da vegetação não há elementos suficientes disponíveis
para sua avaliação. A foto visualizada no Google Earth, apresentada na Figura 125 e o mapeamento
efetuado apresentado na Figura 126 possibilitam ter uma noção do tipo de cobertura vegetal incidente e
da ação antrópica na ilha.
Figura 128 – (A) Imagem da Ilha das Cabras. (B) Cobertura Vegetal com base na imagem. Fonte:
Google Earth, 2016.
● Ilha do Pompeba
Não foi localizada bibliografia para esta unidade, denotando-se uma lacuna de conhecimento. Para
maiores detalhamentos será necessário estudo específico. A foto visualizada no Google Earth e o
mapeamento efetuado apresentado na Figura 124 possibilitam observar o predomínio de rocha e a
incidência de vegetação numa pequena parte na porção sudeste da ilha. Pode-se observar também
exemplar de Terminalia Cattapa, espécie exótica, muito comum no litoral paulista.
Apesar da falta de elementos suficientes para avaliação da vegetação, a foto visualizada no Google Earth,
o mapeamento da vegetação apresentado na Figura 130 possibilitam observar o resultado da ação
antrópica no território insular, como a presença de gramíneas exóticas, trilhas e trechos de solo exposto. A
proximidade com o continente facilita o acesso à visitação constante por turistas e frequentadores,
prováveis causas de degradação do local. Enfatiza-se a necessidade da intensificação da fiscalização e
monitoramento da visitação, a realização de manejo, priorizando-se a minimização dos fatores de
perturbação efetuando a indução do restabelecimento do processo de sucessão secundária da floresta.
Figura 130 – (A) Imagem da Ilha do Mar Casado. (B) Cobertura Vegetal com base na imagem. Fonte:
Google Earth, 2016.
● Ilha do Arvoredo
● Ilha do Perequê
Na Figura 132 apresenta-se o mapeamento da cobertura vegetal com base em imagem disponível no
Google Earth do ano de 2016.
Figura 131 – (A) Imagem do Arvoredo. (B) Cobertura Vegetal com base na imagem. Fonte: Google
Earth, 2016.
Figura 132 – (A) Imagem da Ilha do Arvoredo. (B). Cobertura Vegetal com base na
imagem.Fonte: Google Earth, 2016.
● Ilhote Iporanga
Figura 133 – (A) Imagem do Ilhote Iporanga (B) Cobertura Vegetal com base na imagem. Fonte:
Google Earth, 2016.
● Ilha Guará
A Figura 134 apresenta o mapeamento da cobertura vegetal com base em imagem disponível no Google
Earth do ano de 2015.
Figura 134 – (A) Imagem da Ilha Guará. (B) Cobertura Vegetal com base na imagem.
Fonte: Google Earth, 2015.
Não foi localizada bibliografia para esta unidade, denotando-se uma lacuna de conhecimento. Para
maiores detalhamentos será necessário estudo específico. A Figura 135 apresenta foto disponível no
Google Earth e o mapeamento da cobertura vegetal com base em imagem disponível no Google Earth do
ano de 2016.
13
- Ponta da Armação – Área de Manejo Especial - AME
A porção continental da Ponta da Armação inserida na Área de Manejo Especial da APA Marinha do
Litoral Centro possui uma das últimas frações de dimensões significativas de Mata Atlântica ainda em bom
estado de conservação. A Serra do Guararu, onde se insere a Ponta da Armação, apresenta hoje
extensas áreas de Mata Atlântica preservada, possuindo o maior conjunto de ecossistemas da Ilha de
Santo Amaro, com muitas nascentes, córregos, cachoeiras, vegetação de restinga, florestas e manguezais
ao longo do Canal de Bertioga.
Segundo o estudo de Durigan et a.l (2009), o Rabo do Dragão, como também é conhecida a Serra do
Guararu, possui área de 2.286,65 ha coberta por vegetação nativa, sendo 25,40% de vegetação
secundária. As fitofisionomias encontradas neste estudo foram: Floresta Ombrófila Densa Submontana e
de Terras Baixas e a Formação Pioneira arbustivo-herbácea sobre sedimentos marinhos recentes
(restingas) e várzeas. No perímetro imediato existem áreas urbanizadas (203 ha), campos antrópicos (64
ha) e agricultura perene (13 ha).
O estado de conservação nas áreas florestadas varia de acordo com a acessibilidade e o grau de
ocupação humana. A maior parte dos remanescentes que escaparam à ação antrópica encontra-se em
áreas de aclive acentuado, como as que ocorrem no Rabo do Dragão (região onde está inserida a Ponta
da Armação). As formações vegetais apresentam-se em mosaicos com variada similaridade de espécies
entre as diferentes áreas e com muitas espécies exclusivas em cada um dos ambientes.
13Informações dessa seção foram retiradas de PETROBRAS; E&P. Estudo Socioambiental Ponta da Armação Guarujá,
SP. Relatório Técnico Executivo 02. Diagnóstico do Meio Natural. Volume Único. 229 p., março, 2012.
A presença de diversos estágios de sucessão ecológica em um mesmo fragmento florestal pode estar
relacionada aos seguintes fatores: pressão antrópica, abertura de clareiras e à própria dinâmica florestal,
fatores estes observados na área proposta para criação da RDS da Ponta da Armação.
A Figura 136 apresenta a delimitação dos estágios de regeneração da vegetação nativa da Ponta da
Armação, conforme Resolução CONAMA 01/94 e Resolução CONAMA 07/96, constante do referido
trabalho. A Figura 137 apresenta o mapeamento da cobertura vegetal com base em imagem de satélite
do Google Earth, 2016.
Para a flora, os impactos atuais observados de maior relevância são os resíduos encontrados em meios a
vegetação e a pressão antrópica, porém não se verificaram indícios de retirada de material lenhoso ou
mesmo epífitas (bromélias, orquídeas e cactos).
A análise de campo constatou um ambiente ecologicamente equilibrado e com alto potencial de resiliência.
Conclui-se, portanto, que o grau de conservação da vegetação pode ser considerado satisfatório.
A Floresta Ombrófila Densa na Serra do Guararú está associada à topografia acidentada da Serra do Mar.
De acordo com Mantovani (1993) apud. PETROBRAS & E&P (2012), a Mata Atlântica de encosta no
Estado de São Paulo (Floresta Ombrófila Densa) apresenta elevada riqueza e diversidade de espécies
arbóreo-arbustivas e alto nível de endemismo. Na Ponta da Armação foram levantadas 62 espécies
distribuídas em 31 famílias botânicas. Destas três espécies estão classificadas como “vulneráveis”,
Euterpe edulis, Zeyheria tuberculosa e Plinia edulis, e outras duas como “menos preocupantes”,
Astrocaryum aculeatissimum e Jacaranda puberula. As famílias que apresentaram maior riqueza foram
Myrtaceae (10 espécies) e Fabaceae (quatro espécies). A diversidade foi considerada elevada quando
comparada aquela encontrada nas ilhas.
Nas Ilhas Guararitama, Peruíbe e Queimada Pequena, inseridas na APAMLC, foram levantadas como um
todo 23 espécies nativas predominantemente arbóreas, das quais 12 são caracterizadas como não
pioneiras (secundárias tardias e clímax) o que equivale a cerca de 52% e 11 espécies pioneiras (pioneiras
e secundárias iniciais), correspondente a 48%. Já na porção territorial continental (Ponta da Armação)
foram levantadas 54 espécies, sendo 38 não pioneiras e 16 pioneiras, correspondendo, respectivamente,
a cerca de 30% e 70%.
Poucas são as espécies que ocorrem em comum entre as porções territoriais insulares e a porção
continental estudada, considerando os dados coletados. A espécie Schinus terebinthifolius foi a única
observada nos quatro locais (Ilhas Guararitama, Peruíbe, Queimada Pequena e na porção territorial
continental da Ponta da Armação). Três espécies (Cecropia glaziovii, Trema micranta, Hibiscus
pernambucensis) foram verificadas na Ponta da Armação e na Ilha Guararitama. Todas as ilhas estudadas
apresentam em comum o jerivá (Syagrus romanzoffiana).
Dentre as espécies arbóreas que foram levantadas nas Ilhas Queimada Pequena e de Peruíbe, com base
no Plano de Manejo da Estação Ecológica dos Tupiniquins, ICMBIO, 2008 e no Resumo e Apresentação
do trabalho Caracterização da Vegetação Arbustivo-Arbórea da Ilha da Moela-SP, 2015, observou-se que
algumas foram encontradas em ambas as ilhas tais como Schinus terenbintifolius, Syagrus romanzoffiana,
Capparis declinata, Rapanea guainensis, Rapenea umbellata.
Figura 137 – (A) Imagem da Ponta da Armação. (B) Cobertura Vegetal com base na imagem. Fonte:
Google Earth, 2016.
Características Socioeconômicas
Pelo grande atrativo da paisagem, as atividades relacionadas ao setor de turismo, tanto nas áreas
insulares como continental da APAMLC, bem como as relacionadas ao setor imobiliário, no caso
específico das zonas continentais, têm grande relevância socioeconômica. No caso das ilhas, estas são
em geral muito utilizadas por pescadores, que utilizam os costões e as trilhas para acessar os pontos de
pesca e por turistas que aportam seus barcos nas praias, quando existentes.
Os ambientes insulares são muito vulneráveis. A área geralmente pequena desses ambientes e o
isolamento geográfico são características comuns a todas as ilhas e que influem na diversidade da biota.
A riqueza em espécies do continente ou áreas vizinhas influencia, portanto, na composição da biota
insular, sendo a estabilidade da fauna e flora muito frágil. As ilhas muito pequenas (que incluem também
ilhotas e lajes) não toleram qualquer intervenção, exceto a visitação ocasional ligada à pesquisa científica,
educação ambiental e lazer contemplativo de baixa interferência (ÂNGELO & LINO, 1989 apud. FARIAS
et. al., 2009). Como a maioria das ilhas da APAMLC apresenta tamanho reduzido, o impacto maior
(resiliência limitada) de ações antrópicas somado a eventos naturais de queda de árvores e consequente
abertura de clareiras levam a uma situação delicada para sua conservação. Ameaças importantes para as
FLOD de ambientes insulares incluem a presença de espécies invasoras, que leva a uma mudança visível
da fisionomia florestal, assim como as atividades de pesca que usam como base algumas ilhas, e o
turismo.
Ressalta-se, ainda, que o fogo é uma das maiores ameaças à biota das porções insulares, e as fogueiras
representam um grande risco, uma vez que a vegetação das áreas mais planas se caracteriza como
rasteira e com grande potencial combustível (ICMBIO, 2008).
Na porção continental o turismo assim como a atividade imobiliária constitui fatores de pressão sobre a
vegetação. A introdução de espécies exóticas como banana (Musa sp), mandioca (Manihot esculenta),
coco-da-bahia (Cocos nucifera), amendoeira-da-praia (Terminalia catappae), para formação de pequenas
“roças”, também representa ameaça à vegetação.
Como pode ser visto na Quadro 30, Bertioga possui 72% do município inserido em UC (Parque Estadual
da Serra do Mar e Parque Estadual Restinga), sendo o município com menor densidade demográfica do
Litoral Centro, mas recebe atualmente um dos mais importantes fluxos turísticos do litoral paulista.
Em uma perspectiva geral, o Litoral Centro pode ser considerado bastante complexo tendo em vista o seu
extenso território, o relevante contingente populacional (1,6 milhões habitantes em 2015), o seu poder em
atrair milhares de turistas e sua influência econômica que transborda para além das fronteiras
administrativas, sobretudo pelo papel desempenhado pelo Porto de Santos, principal modal marítimo do
país. A população total desta porção litorânea representa 3,7% do estado de São Paulo, e as maiores
densidades demográficas são encontradas nos municípios de Santos, Guarujá, São Vicente e ainda mais
recentemente na Praia Grande, que tem demonstrado a maior taxa de crescimento na última década
(Quadro 30).
Dentre os municípios da APAMLC, Santos possui a maior população, desponta como principal polo
regional e com uma economia diversificada, que exerce forte influência não apenas nos municípios
vizinhos, mas em toda área litorânea do estado de São Paulo (FUNDAÇÃO SEADE, 2016).
Apesar de Cubatão não integrar a APAMLC, vale destacar a sua influência para a Baixada Santista e, para
a economia paulista. Em Cubatão está fixado um dos mais importantes pólos industriais do país voltado
para o desenvolvimento da indústria química, petroquímica e siderúrgica. Sua proximidade ao Porto de
Santos e a disponibilidade de recursos naturais, assim como as características geográficas permitiram a
dinamização do pólo industrial. Por outro lado há o consenso de que a expansão destas atividades ali
desenvolvidas acarreta em severos impactos ambientais para a região, incluindo a contaminação do solo,
ar, dos recursos hídricos, além da degradação aos manguezais, estuários, entre outros. É neste contexto
que a Região Metropolitana da Baixada Santista ,“trata-se de uma região com uma complexa relação
ambiental, populacional e de atividades econômicas, que reúne vocações aparentemente díspares, como
os complexos portuário e industrial de grande porte e a vocação turística, que se mesclam a reservas
ambientais e áreas de proteção legal” (Zündt, 2006). Diante desse quadro, os desafios existentes
ultrapassam as questões exclusivamente ecológicas e implicam em reconhecer suas potencialidades
intrínsecas, relacionando os importantes recursos naturais terrestres e marítimos que ali existem, mas
também a relevância das atividades produtivas, como do Porto de Santos, das atividades pesqueiras, do
turismo e ainda considerar toda população que reside e usa este extenso e rico território.
O crescimento da mancha urbana na região foi influenciado por dois eixos principais: o primeiro paralelo à
orla marítima e associado à rodovia Padre Manoel da Nóbrega (SP-055) que faz a ligação de Cubatão
com os demais municípios da Baixada Santista; e o segundo com um eixo transversal à costa litorânea em
direção Serra do Mar. O Litoral Centro possui em média grau de urbanização superior ao registrado no
estado de São Paulo, atingindo 99,5% em 2015 (Quadro 31).
O município de Santos é formado por uma porção insular totalmente urbanizada (39,4 km²) da Ilha de São
Vicente (que também compõe parte do município de mesmo nome) e ainda por uma porção continental
(231,6 km²) com ocupação muito rarefeita (ZÜNDT, C., 2006). A população está concentrada na parte
central da Ilha (90% dos habitantes), onde também se localizam o Porto de Santos e significativa parcela
das residências, sobretudo de construções prediais ao longo da orla.
São Vicente teve um aumento populacional durante a década de 1950 quando os terrenos disponíveis
nas áreas mais alagadiças passaram a ser ocupados por população de baixa renda, muitos deles
migrantes de Santos. No período seguinte, a construção de diques para a recuperação dos manguezais
facilitou a ocupação dessas áreas e dos trechos inundáveis, contribuindo para a implantação de moradias
nas porções insulares de São Vicente.
No Guarujá, município localizado na Ilha de Santo Amaro, sua ocupação relaciona-se a dois fatores
principais: o primeiro deles envolve a atividade turística. As áreas definitivamente consolidadas encontram-
se ao longo da orla marítima, em áreas próximas à balsa e às instalações náuticas. Verifica-se que parte
dos terrenos antes ocupados pela vegetação de mangue já foram ocupados, sendo que a população mais
vulnerável se encontra em diversas partes do município e, especialmente concentrada no distrito Vicente
de Carvalho, próximo ao Terminal Portuário do município e da margem esquerda do Porto de Santos
(SÃO PAULO, 2011).
De modo geral, na região a ocupação é altamente verticalizada nas respectivas costas marítimas e
voltadas majoritariamente para residências de veraneio ou de moradia da população com renda mais
elevada. Apenas Peruíbe se distingue no padrão da verticalização em função dos limites impostos pelo
Plano Diretor nas áreas próximas às praias. Ainda que o crescimento populacional e urbano tenha
apresentado redução nos últimos anos, a região tem presenciado novas dinâmicas estimuladas
principalmente aos projetos do Pré-sal e da expansão do Porto de Santos.
Localidade % % % % %
Total no Total no Total no Total no Total no
LC LC LC LC LC
Bertioga NA NA 8.479 2,1 14.536 3,0 17.819 3,3
Guarujá 33.173 15,4 50.950 17,0 72.131 18,3 84.968 17,3 94.061 17,6
Itanhaém 6.551 3,0 12.097 4,0 20.513 5,2 28.249 5,7 30.831 5,8
Mongaguá 2.236 1,0 4.840 1,6 9.831 2,5 14.588 3,0 16.234 3,0
Peruíbe 4.261 2,0 8.326 2,8 14.376 3,6 19.273 3,9 20.578 3,8
Praia
15.967 7,4 32.680 10,9 55.030 14 83.445 17,0 96.092 17,9
Grande
Santos 106.493 49,6 122.134 40,7 13.1058 33,2 144.600 29,4 149.156 27,8
São 46.147 21,5 68.969 23,0 83.497 21,1 101.697 20,7 111.100 20,7
Localidade % % % % %
Total no Total no Total no Total no Total no
LC LC LC LC LC
Vicente
Litoral
214.828 3,7 299.996 3,7 394.915 3,8 491.356 3,8 535.871 3,8
Centro
Estado de
5.800.803 100 8.039.661 100 10.364.152 100 12.827.153 100 14.073.070 100
SP
Fonte: IBGE, 2016.
As residências concentram-se no núcleo formado por Santos, São Vicente e Guarujá, com 89%, 91% e
67%, respectivamente (Quadro 33). Há que se destacar que domicílio de uso permanente envolve o
imóvel com finalidade de moradia de uma ou mais pessoas e construído para servir exclusivamente à
habitação. Os demais municípios já são majoritariamente marcados pela presença de domicílios de uso
ocasional, de acordo com os dados de 2010.
Quadro 33 – Total de Domicílios segundo o Tipo de Ocupação nos Municípios da APAMLC – 2010.
A expansão da ocupação na Baixada Santista tem-se relacionado com a intensificação das atividades
econômicas voltadas, sobretudo, ao setor industrial, com destaque para a indústria petroquímica e da
descoberta das jazidas do pré-sal da Bacia de Santos, além das atividades portuárias e siderúrgicas.
Estudos indicam que as pressões tanto de ocupação formal como da informal têm se concentrado na Zona
de Amortecimento do Parque Estadual da Serra do Mar (um raio de 10 km a partir do limite do parque). A
pressão formal está relacionada à expansão dos condomínios privados, enquanto que a pressão informal
envolve a supressão ilegal de vegetação nativa e de sérios impactos aos mananciais. Segundo o
Diagnóstico Socioambiental realizado pelo Instituto Polis, em 2012 existiam em Bertioga cerca de 27 mil
moradores em assentamentos precários (favelas, loteamentos clandestinos e irregulares), representando
62,5% dos domicílios ocupados e 62,3% da população do município.
Os assentamentos irregulares nos demais municípios também evidenciam diversos problemas ambientais
e nos municípios com maior porte populacional, as áreas irregulares concentram importante efetivo de
domicílios. Em Santos, existem vários bolsões de pobreza na cidade, sendo registrados cerca de 80
núcleos populacionais em áreas de risco e/ou em manguezais, e relevante parte encontra-se fixada na
zona noroeste do município (entre São Vicente e o rio Casqueiro) (INSTITUTO POLIS, 2012).
O Guarujá possui 61 assentamentos irregulares que abrigam 35,1 mil domicílios (representa 41% do total
do município). De acordo com o PLHIS (2011), metade dos moradores e dos domicílios permanentes
estão em áreas consideradas irregulares ou em APP.
Na Praia Grande foram computadas 68 favelas e/ou loteamentos irregulares, situados em sua maioria
entre a Rodovia Padre Manoel da Nóbrega (SP-055) e a Serra do Mar (PLHIS, 2009), onde se concentra
população de baixa renda. O município abriga um grupo indígena no bairro periférico do Jardim Melvi.
Itanhaém, apesar de não despontar entre os mais populosos do Litoral Paulista, ainda assim concentra
mais de 84 núcleos irregulares e 5 mil famílias, sobretudo envolvendo a ocupação de áreas públicas e
particulares, apresentando diversos problemas de regularização fundiária. Possui população indígena em
seu território nas aldeias do Rio Branco e Tangará.
Mongaguá tem 45 núcleos precários, o que abrange 6.675 domicílios e 21.372 habitantes, sendo a maior
parte deles concentrados próximos à rodovia SP-055, localizados em áreas de mangue, terrenos públicos
ou particulares. Possui duas comunidades indígenas (Itaoca e Aguapeú) com 41 moradias, que também
carecem de infraestrutura urbana. (INSTITUTO POLIS, 2012).
O Porto de Santos simboliza o principal empreendimento da região. É o maior porto marítimo da América
Latina. Além da significativa movimentação de cargas, sua infraestrutura atende o escoamento da
produção, principalmente para as commodities agrícolas de diversos estados, e dos países integrantes do
Mercosul.
Os portos são considerados estruturas que podem trazer riscos ambientais tendo em vista a escala de
atividades envolvidas e potencialmente impactantes para as zonas costeiras onde estão instalados e todo
o meio marinho. No caso do Porto de Santos são consideradas áreas diretamente afetadas os limites do
Porto e do Canal do estuário; as áreas de influência direta abrangem partes localizadas entre os
municípios de Bertioga até a Praia Grande, incluindo também o polígono de disposição oceânica e a área
de influência indireta engloba toda região da Baixada Santista (PORTO DE SANTOS, 2016).
O Porto de Santos ocupa parte de Santos, Guarujá e Cubatão. Em relação a sua estrutura e capacidade,
tem 55 terminais marítimos e retroportuários e 65 berços de atracação, dos quais 14 são de terminais
privados (Valefértil, Cutrale, Dow Química, Usiminas e Embraport). Além disso, conta com terminais
especializados, com berços para veículos, conteineres, fertilizantes/adubos; produtos químicos, cítricos,
sólidos de origem vegetal, sal, produtos de origem florestal, derivados de petróleo, trigo, produtos
siderúrgicos, carga geral e multiuso (suco cítrico a granel, roll-on/roll-off e contêiner).
LONGO CURSO
2011 2012 2013 2014 2015
Carga Geral 3.028 2.780 2.467 2.321 2.165
Granéis Sólidos 1.086 1.110 1.124 1.139 1.215
Granéis Líquidos 533 503 495 443 473
Passageiros 40 69 131 125 163
Ro-Ro 364 291 286 254 249
Outros 8 5 8 2 1
Total 5.059 4.758 4.511 4.284 4.266
CABOTAGEM
2011 2012 2013 2014 2015
Carga Geral 115 217 234 421 425
Granéis Sólidos 51 50 54 35 27
Granéis Líquidos 348 335 339 324 347
Passageiros 266 182 58 46 28
Ro-Ro 1 12 4 0 0
Outros 34 41 51 83 51
Total 815 837 740 909 878
FLUXO TOTAL
Atracações 5.874 5.595 5.251 5.193 5.144
Fonte: CODESP, 2016.
2012 93.223.665 4.684 19.903 11.320118 614 18437 104543783 5.298 19.733
2013 102.459.270 4.372 23.435 11.618.614 631 18413 114077884 5.003 22.802
2014 96.654.792 3.836 25.197 14.504.693 706 20545 111.159.485 4.542 24.474
2015 103.987.546 4.102 25.350 15.944.334 799 19955 119.931.880 4.901 24.471
Fonte: CODESP, 2016. Obs.: Para a contagem foram excluídos os navios de passageiros e da
Marinha.
Mesmo que a liderança de cargas neste porto esteja predominantemente vinculada às commodities
agrícolas é preciso dar ênfase ao movimento dos produtos associados à indústria química, petroquímica e
siderúrgica, sobretudo da produção desenvolvida no Polo Industrial de Cubatão, cujas principais estruturas
e dinâmicas são de grande relevância, com articulação direta com a Baixada Santista, especialmente, com
a área portuária, e com o estado de São Paulo e outras regiões do país.
No caso dos eixos logísticos, a região é contemplada especialmente pelo modal rodoviário para o
transporte de cargas e o deslocamento de pessoas, sobressaindo o complexo formado pela Anchieta (SP-
150) e a Imigrantes (SP-160), que interligam a Baixada Santista com a capital paulista e o interior do
estado. A rodovia Mogi-Bertioga (SP-98/Rodovia Dom Paulo Rolim Loureiro) conecta com a RMSP e com
o Vale do Paraíba; a Rio-Santos (BR-101 e SP-55/Rodovia Manoel Hypólito ou Prestes Maia) faz a ligação
com o Litoral Norte e Sul de São Paulo; a rodovia Padre Manoel da Nóbrega (SP-055), articulação entre o
Litoral Sul, o Vale do Ribeira e todo Mercosul; e, finalmente, a rodovia Ariovaldo Viana (SP-61),
conectando os municípios do Guarujá e Bertioga.
O transporte de cargas também é realizado por malha ferroviária, sendo uma parte formada pela antiga
malha da Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), sob concessão da MRS Logística S.A., e a outra parte
pela antiga Ferrovia Paulista S.A. (Fepasa), atualmente concessionada da ferrovia Bandeirantes-Ferroban.
Esta malha articula o transporte de cargas da região com o estado e demais regiões, sobretudo com os
estados do Centro Oeste e ainda dos países do Cone Sul (SÃO PAULO, 2011).
No que tange a exploração de petróleo e gás, interferem na qualidade ambiental, com riscos de acidentes
pela grande movimentação de embarcações da Petrobras e à existência de um duto para o transporte de
gás e condensado interligando a Plataforma de Merluza com o município de Praia Grande, que passa
pelos setores de Itaguaçú e Carijó.
Quadro 36 – Cobertura do Esgotamento Sanitário nos Municípios da APAM Litoral Centro (%) – 1991/2010
São Vicente apresentou expressiva melhora neste atendimento ao longo do período analisado, indo de
uma cobertura de 38% a 87% em duas décadas. Por outro lado, alguns municípios, como Bertioga,
Itanhaém, Mongaguá e Peruíbe ainda apresentam sérias deficiências quanto a este tipo de serviço. Os
déficits na coleta de esgoto e da conexão às redes pluviais são geralmente encontrados em áreas de
assentamentos irregulares, junto com a carência de outras infraestruturas e equipamentos urbanos.
O Quadro 37 exibe o destino final do esgoto nos oito municípios e no estado de São Paulo. Ao observar
os dados é possível notar que uma importante parte dos domicílios em Bertioga e Peruíbe destina seu
esgoto diretamente em fossas sépticas e rudimentares, demonstrando a precariedade em relação à coleta.
São encontrados casos de domicílios que destinam o esgotamento em valas e até mesmo diretamente
nos rios ou mar, exemplo do Guarujá que lança pelo menos 4% do esgoto desta forma. Na Prainha
Branca, localizada na Ponta da Armação, classificada como Área de Manejo Especial (AME) na APA
Marinha Litoral Centro e como APA Municipal (terrestre) no Guarujá, os efluentes domésticos são
dispostos individualmente e de forma difusa pelas moradias e estabelecimentos comerciais, ora in natura
no solo, ora em valetas ou nas próprias vias a céu aberto ou protegidas por concreto. A carga orgânica
gerada pelos efluentes é direcionada para a lagoa no centro da Prainha Branca, impactando
significativamente o ambiente e a qualidade de vida da população local (PETROBRAS, 2012).
De todo modo, há que se considerar também o transporte dos efluentes pelos emissários submarinos, que
segundo o Diagnóstico Participativo, tem trazido alguns impactos à qualidade da qualidade da água. Além
disso, o estudo aponta que a região tem sido impactada por outras atividades poluidoras, entre elas, o
descarte de esgoto das embarcações atracadas no Porto, como também do óleo e demais componentes
utilizados nos navios, água de lastro, efluentes vinculados aos condomínios residenciais e de outros
imóveis e, ainda, das demais atividades portuárias.
Quanto aos serviços de coleta de resíduos sólidos, os dados apontam que o atendimento existe em
praticamente todos os domicílios dos municípios do Litoral Centro. Somente Peruíbe e Itanhaém não
possuem taxa de cobertura igual ou superior à média estadual, como indicao Quadro 39. De acordo com
os Censos do IBGE (1991, 2000 e 2010), nota-se a melhoria do serviço em todos os municípios durante o
período avaliado, sendo que apenas Santos contava com atendimento adequado ainda na década de
1990. A distribuição do serviço em todos os municípios da APAMLC se dá predominantemente nos
trechos mais próximos à faixa costeira.
Os municípios mais populosos, Santos, São Vicente e Guarujá, produzem maior quantidade de resíduos,
estimados entre 9 e 17 mil toneladas mensais. A produção diária dos resíduos sólidos nesses municípios é
equivalente à média nacional de 1,1 kg/hab/dia, no entanto nos meses de alta temporada a produção
chega a duplicar em alguns casos, como no Guarujá que salta de 9 para 17 toneladas/mês (INSTITUTO
POLIS, 2012). A destinação final é realizada em sua maior parte em aterro sanitário localizado em Santos
(Santos e Guarujá), sendo a reciclagem ainda pouco relevante em ambas as localidades, chegando a
menos de 2% do total coletado. Já em São Vicente, a disposição é feita em aterro sanitário localizado no
município de Mauá em São Paulo, destino final de Itanhaém também. O antigo lixão de São Vicente foi
transformado no Parque Ambiental Sambaiatuba, onde é desenvolvida uma série de programas sociais e
ambientais com a inclusão de catadores em cooperativas e uma central de triagem de materiais
recicláveis, o que recupera 12% dos resíduos gerados (PREFEITURA DE SÃO VICENTE, 2016).
A coleta de resíduos gerados na área do Porto de Santos é feita por empresa terceirizada por meio de
caçambas, bem como a limpeza das vias públicas e áreas internas da administração portuária (PGIRS,
2012). Posteriormente, os resíduos são destinados ao aterro sanitário do Sítio das Neves, na área
continental de Santos.
Nos demais municípios do Litoral Centro, a geração de resíduos também é ampliada significativamente
nos meses de temporada (dezembro a março; e julho) com o aumento de turistas. Praia Grande observa
um salto expressivo na produção de resíduos tanto por influência do fluxo de pessoas atraídas para
veraneio como também do crescimento urbano que o município apresentou nas últimas décadas, com o
aumento de até 5% da produção de lixo anualmente nesta cidade. De positivo tem-se que aí a coleta
seletiva atinge cerca de 20%, a maior em todo o Litoral Centro (POLIS, 2012).
Praticamente todos os municípios possuem seus Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
elaborados, salvo os municípios de Bertioga e Mongaguá.
− Pressão gerada com intenso contingente de população flutuante formado durante o período de férias e
feriados;
− Desmatamento;
− Pressão econômica (pesca industrial) e biológica (poluição das águas) sobre os pescadores
artesanais;
− Poluição das águas por contaminantes, óleos e produtos decorrentes de acidentes no Porto de
Santos.
As Áreas de Manejo Especiais (AMEs) Prainha Branca e Ilha da Moela, ambas no município de Guarujá,
têm sofrido algumas ameaças. Para a AME Prainha Branca os impactos mais destacáveis dizem respeito
à falta de infraestruturas adequadas, especialmente de saneamento básico (coleta e tratamento de esgoto
doméstico, abastecimento de água e coleta de resíduos) em especial para a população tradicional
residente. No caso da AME Ilha da Moela, as questões prioritárias compreendem os impactos diretos e
indiretos que afetam a qualidade ambiental da ilha e nas áreas de seu entorno (PETROBRAS, 2012;
2014).
▪ DINÂMICA POPULACIONAL
O perfil demográfico no Litoral Centro é caracterizado por uma população predominantemente urbana,
sendo a maioria residente em cidades de médio porte, como Santos, São Vicente, Guarujá e Praia
Grande. O crescimento das oito cidades se deu de forma diferenciada, mas a maior parte observou um
salto populacional a partir da década de 1980 e 1990, exceto por Santos e Guarujá que presenciaram um
crescimento mais significativo em décadas anteriores e Bertioga que tem verificado expansão mais
recente, sobretudo desde fins dos anos 1990. O município santista como é a principal centralidade da
Baixada influencia expressivamente a mobilidade das pessoas nessa região, atraindo importante
contingente para o trabalho, estudo e no consumo de muitos serviços e produtos existentes no município.
Na dinâmica populacional regional merece atenção o impacto da população flutuante nos municípios,
sobretudo aqueles que possuem a economia voltada basicamente para o turismo, onde a população
chega a dobrar, pressionando os serviços e a infraestrutura urbana (rede de transportes, esgotamento,
abastecimento de água, energia elétrica, coleta seletiva, entre outros). Ademais, a elevada produção de
resíduos sólidos e geração de esgoto que acabam causando uma série de problemas de insalubridade
para os municípios, áreas marítimas e mananciais.
Ao se analisar a evolução da população nesta região ao longo de três décadas, verifica-se o crescimento
em todas as localidades, a alguns casos notáveis, caso de Itanhaém e Praia Grande, que tiveram um salto
da população entre 1980 e 2015 em 415% e 345%, respectivamente, taxas superiores à média regional e
estadual, 85% e 73%. Para efeitos de comparação, Santos apresentou um crescimento populacional de
apenas 2% para o mesmo período. A projeção para 2030 da população total da Baixada Santista
(incluindo Cubatão) é estimada em 1.957.612 habitantes, o que deverá equivaler a 4% da população do
estado de São Paulo, ou seja, a região deverá apresentar um incremento populacional, indicando que o
Litoral Centro deverá atrair mais população e agregar um contingente mais significativo do que no período
atual (SEADE, 2016).
No que tange a mobilidade populacional, o Litoral Centro é uma região de atração populacional, onde a
maior parte dos municípios apresenta saldo migratório positivo, sobretudo também quando avaliada a taxa
anual de migração, como indica o Quadro 41. Dentre os períodos de análise, os anos 2000 marcaram a
maior dinâmica populacional, com destaque para Bertioga, Praia Grande e Mongaguá que receberam
importante fluxo de pessoas. Bertioga, por exemplo, possuía 83,55 migrantes ao ano por mil habitantes
em 2000, bastante superior aos demais municípios da Baixada Santista e do estado de São Paulo. Já os
municípios centrais apresentaram redução desta variável e também taxas negativas ao longo dos anos,
mas a evasão tem sido atenuada entre 1991 e 2010, principalmente em Santos. No que se refere à origem
dos migrantes, estudos apontam que expressiva parcela desta população é proveniente do estado de São
Paulo, incluindo aí um movimento intrametropolitano da própria região da Baixada Santista (JAKOB,
20013).
▪ VULNERABILIDADE SOCIAL
Como já salientado neste estudo, a população mais pobre está concentrada nas áreas periféricas e
continentais dos municípios, sendo esta segregação ainda mais nítida em algumas localidades, como São
Vicente, Praia Grande, Itanhaém, Mongaguá e Peruíbe que possuem expressivo contingente vivendo em
bolsões de pobreza limitados em trechos da Rodovia Padre Manuel da Nóbrega (SP-055). Ademais, o
Guarujá possui um grande bolsão de população de baixa renda situado no bairro Vicente de Carvalho, na
margem esquerda ao Porto, além de outros diversos núcleos precários espalhados neste município. Como
também já destacado anteriormente, esses assentamentos são áreas mais adensadas e instalados
247 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
normalmente em terrenos de grande fragilidade ambiental, pressionando substancialmente os recursos
naturais e reduzindo a qualidade de vida ao apresentar também uma série de deficiências de infraestrutura
e de equipamentos.No caso da renda per capita é possível identificar uma significativa melhoria ao longo
de 10 anos, com destaque para São Vicente que dobrou a renda, como aponta o Quadro 39. Como pode
ser visto, Santos possui a maior renda per capita dentre os demais em 2010, e o único município com
valor superior à média estadual. Mongaguá e Itanhaém foram aqueles com os menores valores.
A distribuição de renda também pode ser medida a partir do Índice de Gini, que avalia o grau de
desigualdade segundo a renda domiciliar per capita e que vai de zero (não há desigualdade) a um (a
desigualdade é considerada extrema). No caso do Litoral Centro, observa-se que o índice variou entre os
oito municípios durante o período de duas décadas, como pode ser visto no Quadro 42. Para Bertioga,
Guarujá, Mongaguá e Santos, o índice de Gini apresentou piora, mesma situação encontrada para o
estado e a capital paulistana. Em todo caso vale salientar que Bertioga e São Vicente são os municípios
deste setor litorâneo que possuem os melhores índices de acordo com os dados apresentados. Já em
Itanhaém, São Vicente e Peruíbe (como também no Brasil) a evolução do índice demonstra pequena
redução da desigualdade de renda entre 1991/2010, com destaque para este último município que passou
de 0,57 para 0,53 no período selecionado. Em síntese, estes resultados indicam que ainda há significativa
parcela da população vivendo em condições pouco favoráveis.
Os resultados do IDHM indicam uma evolução em todos os municípios do Litoral Centro entre 1991, 2000
e 2010, assim como no estado de São Paulo. Em um período de 20 anos, Santos foi o município que
exibiu melhor progresso do índice e o único da região a apresentar desenvolvimento alto, sendo este
resultado fruto principalmente da longevidade da população. Cabe ainda registrar os avanços em duas
localidades em particular, no caso Guarujá e Peruíbe, que apresentavam índice de desenvolvimento
humano baixo em 1991 e demonstraram significativa evolução nos anos seguintes, como revela a Figura
140.
O Quadro 43 ilustra a série histórica, podendo-se notar que o IDH Longevidade é o que possui os
maiores índices revelando a tendência de envelhecimento da população e em seguida o IDH Renda foi o
indicador que mais evoluiu no período, especialmente no Guarujá, em Santos, Mongaguá e Praia Grande.
Destaque-se, a propósito, que a longevidade na Baixada Santista é superior àquela assinalada no estado,
indicando assim como a região tem demonstrado acentuado envelhecimento da população.
No que se refere ao Índice Paulista de Vulnerabilidade Social, o IPVS, os dados de 2010 mostram uma
diversidade de cenários para este indicador. A Figura 141 ilustra o IPVS no Litoral Centro e como a
vulnerabilidade está distribuída nos municípios. Constata-se que Guarujá, Bertioga e São Vicente
concentram o maior número de pessoas em condições de muita vulnerabilidade, ou seja, que vivem em
aglomerados subnormais (favelas). Desta forma, a população fixa residindo em favelas nessas três
localidades representavam, respectivamente, 22,5%, 16,5% e 16,1%, e em seguida, Praia Grande com
6,2% e Santos com 5,4%. Já Peruíbe, Praia Grande, Itanhaém e Mongaguá reúnem o IPVS classificado
como alto, tendo mais de 20% dos habitantes sob essa condição. No outro extremo, sobressai o município
de Santos com 11% da população identificada com baixíssima vulnerabilidade e outros 70% na classe
muito baixa.
▪ STAKEHOLDERS
▪ ATIVIDADES ECONÔMICAS
A economia do Litoral Centro é centrada em atividades vinculadas ao Porto de Santos, Pesca, Turismo e
Indústria, esta última associada predominantemente ao complexo industrial de Cubatão. O Porto de
Santos introduz para a região uma vigorosa dinâmica econômica, como também de ordenamento territorial
e ainda populacional. Em 2015, a Companhia Docas do Estado de São Paulo estima que foram
movimentados mais de US$ 99 bilhões em cargas e 119 bilhões de toneladas, volume recorde devido ao
aumento das exportações em 14% em relação a 2014, apesar da queda do volume total importado pelo
país (COESP, 2016).
Sendo o maior canal de exportação brasileira e importante ligação da economia do estado com país e o
exterior, diversos eixos logísticos de transporte para a realização/complementação das atividades
portuárias foram implantados neste setor litorâneo. Por outro lado, há que se registrar que esses mesmos
eixos logísticos estão atualmente sobrecarregados com o intenso movimento de mercadorias, ocorrendo
frequentemente “pane” no sistema para a distribuição das cargas que chegam e/ou precisam sair do porto.
Com a ascensão do turismo de veraneio, diversas outras atividades passam a ser estimuladas para o
atendimento deste grande contingente populacional formado especialmente nos períodos de férias e
feriados. Deste modo, os serviços e comércios são intensamente fomentados, com destaque para os
segmentos de hospedagem e alimentação e assim vários estabelecimentos foram inaugurados na região,
entre eles, hotéis, pousadas, restaurantes, bares, padarias, mercados e até mesmo shoppings centers. Os
serviços atendem ainda a população fixa e as atividades portuárias, que exercem forte influência
especialmente em Santos e Guarujá. O estímulo do setor terciário acabou por dinamizar paralelamente a
área da construção civil, como também da indústria de vestuário voltada para a produção de roupas de
Além desses setores já muito bem consolidados na região do Litoral Centro, a exploração offshore do
petróleo e gás na Bacia de Santos desponta como um dos negócios mais promissores do país e que
deverá trazer uma nova dinâmica em diferentes âmbitos da arrecadação pública e para o setor privado.
Santos foi o local escolhido para a instalação de uma série de estruturas administrativas. Cabe lembrar
que a Bacia de Santos se estende por mais de 350 mil km² e a camada do Pré-sal compreende parte da
área litorânea dos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, sendo
os reservatórios localizados entre sete e dez mil metros de profundidade (SÃO PAULO, 2011).
As atividades econômicas demonstram crescimento na Baixada Santista entre 2010 e 2013, com destaque
para Peruíbe, que apresentou expansão do PIB em mais de 90% para este período de análise. O Produto
Interno Bruto (PIB) para os oito municípios está contemplado no Quadro 44 mostra um aumento real de
47% no Litoral Centro, acima da média do estado de São Paulo. Santos concentra a maior riqueza dentre
os demais, alcançando um PIB de mais R$19.265.874 em 2013 e centralizando quase 50% do total da
região. Posteriormente, merecem atenção o Guarujá, Praia Grande e São Vicente, que possuem produto
interno bruto superior a R$ 4 milhões.
Participação (%)
Crescimento entre
Localidade PIB Litoral
2010/2013 (%) Estado de SP
Centro
Bertioga 1.519.278 37,6 3,79 0,09
Guarujá 6.746.390 50,4 16,82 0,39
Itanhaém 1.306.101 54,4 3,26 0,08
Mongaguá 692.370 57,4 1,73 0,04
Peruíbe 1.231.667 91,1 3,07 0,07
Praia Grande 4.955.164 52,8 12,36 0,29
Santos 19.265.874 44,7 48,04 1,13
São Vicente 4.386.717 36,5 10,94 0,26
Litoral Centro 40.103.563 47,0 100 2,34
Estado de São Paulo 1.708.221.389 31,9 - 100
Fonte: Fundação SEADE, 2016. NA: não se aplica.
No que se refere ao PIB per capita, a região apresentou montante bastante inferior ao do estado de São
Paulo. São Vicente, Mongaguá e Itanhaém, respectivamente, registram os menores indicadores, como
ilustra o Quadro 45. Apenas o município de Santos detém PIB per capita equivalente à média estadual.
Sua evolução indica aumento relevante especialmente em Peruíbe, que apresentou crescimento de 85%
entre 2010 e 2013. Por outro lado, São Vicente além de apresentar o mais baixo índice do PIB per capita,
também é um dos municípios que menos evoluiu durante os três anos, com variação de 33%, juntamente
com Bertioga, que ampliou este indicador em somente 25%. Já os demais apresentaram melhora acima
de 40% a 50% nesta variável. (SEADE, 2016)
A melhoria do PIB per capita e a elevação do PIB em geral apontam o dinamismo econômico da região,
com Santos acima da média do Estado.
Os dados referentes ao Valor Adicionado (VA) exibem que o setor de serviços e comércio é o principal
segmento gerador de riqueza no Litoral Centro, contribuindo em mais de 85% para a formação do Produto
Interno Bruto (PIB) da região, como aponta o Quadro 46. Neste contexto, a rede de serviços e comércios
em geral tem se destacado como o motor da economia local, responsável pela maior participação do PIB
em todos os municípios analisados e contribui com quase 03% do total do VA estadual. O município de
Santos desponta entre os demais neste segmento, com R$14 milhões gerados em 2013, certificando
assim a importância da cidade santista como centralidade e polarizadora de grande alcance, além de
constituir importante município promotor de empregos.
Administração
Agropecuária Indústria Serviços
Pública
Bertioga 3.461 365.524 1.073.406 282.127
Guarujá 21.222 1.362.144 4.537.432 1.151.297
Itanhaém 46.366 123.284 1.073.239 347.416
Mongaguá 8.557 92.802 556.923 185.367
Peruíbe 30.709 317.492 835.934 214.878
Praia Grande 2.252 579.910 4.051.826 1.063.494
Santos 2.151 1.643.598 14.705.223 1.910.414
São Vicente 1.835 436.866 3.648.879 1.092.794
Litoral Centro 116.553 4.921.620 30.482.862 6.247.787
Estado de São Paulo 117.110 323.301.602 1.062.697.956 142.212.558
Fonte: Fundação SEADE, 2016. Valores expressos em Mil Reais correntes.
Embora o setor terciário seja o mais representativo, não há como desconsiderar o papel da indústria em
algumas localidades da Baixada Santista, principalmente na geração de empregos, como em Santos e
Guarujá e, especialmente em Cubatão. No último levantamento de 2013, a indústria reunia 13,86% da
composição do PIB regional, no entanto verificou-se perda da participação deste setor econômico,
justamente relacionada ao relevante desempenho dos serviços. Na década anterior, a participação
industrial chegou a alcançar 20% em 2000. Já a atividade agropecuária é basicamente inexpressiva
nesses municípios, aparecendo em pequena escala somente em Itanhaém, Peruíbe e Mongaguá, contudo
252 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
não atingem juntos mais de 8% do total do valor adicionado neste conjunto, como é possível ver na
Figura 142.
▪ EMPREGO
A População Economicamente Ativa – PEA (população com 10 anos ou mais) para a região da APAMLC
no Censo Demográfico de 2010 apontou 1.333.324 pessoas (Quadro 47). O crescimento verificado em
relação a 2000, entre outros aspectos, corresponde ao bônus demográfico ocorrido na região, com
contribuição considerável de Bertioga.
O número de empregos aumentou ao longo dos anos em todos os municípios, com destaque para Santos,
Praia Grande, Guarujá e Mongaguá. Em Santos, foram criados mais de 23 mil postos de trabalho entre
2010 e 2014, conforme apresenta o Quadro 48. De toda forma, o ano de 2011 marcou o período mais
significativo de criação de vagas de trabalho na região, sendo as atividades de serviços as principais
responsáveis pelo aumento do número de vagas no setor formal.
Quadro 48 – Evolução do Emprego Formal nos Municípios da APAM Litoral Centro – 2010/2014.
Variação 2010/2014
Localidade 2010 2011 2012 2013 2014
Saldo %
Bertioga 11.020 11.542 12.200 12.769 12.320 1.300 11,80
Guarujá 47.457 50.113 50.720 52.348 52.551 5.094 10,73
Itanhaém 12.111 12.810 13.176 14.766 13.745 1.634 13,49
Mongaguá 4.819 5.489 5.646 5.919 6.032 1.213 25,17
Peruíbe 7.857 8.564 8.073 8.797 9.077 1.220 15,53
Praia Grande 38.252 42.918 43.995 43.934 45.992 7.740 20,23
Santos 168.784 180.404 186.482 189.731 192.494 23.710 14,05
São Vicente 40.773 41.864 40.369 41.321 41.183 410 1,01
Litoral Centro 331.073 353.704 360.661 369.585 373.394 42.321 12,78
Fonte: RAIS/MTE, 2014.
A maior parte dos empregos formais está vinculada ao Porto em Santos, Guarujá e São Vicente. De modo
geral, a maior parte do contingente de pessoas empregadas está basicamente concentrada nos serviços,
que reúnem mais de 55% do total de postos de trabalho contabilizados no Litoral Centro, inclusive em
Santos. Além disso, observa-se que a administração pública também é outro setor com importante
empregabilidade na região (o terceiro maior empregador), sobretudo nos municípios de menor porte, como
Itanhaém, Mongaguá e Peruíbe. Nessas localidades os vínculos formais nesta área chegam a representar
mais de 27%, 26% e 22%, respectivamente (Quadro 49).
Muitas das atividades primárias ainda possuem um caráter de informalidade, característica presente em
todo país, e assim subestimada sua participação, como, por exemplo, no caso da pesca que, apesar de
ser atividade importante em regiões litorâneas e nesta APAM, os empregos formais são pouco
representativos. A área da construção civil concentra 4,5% dos empregos, sobressaindo Praia Grande,
Bertioga, Santos e Guarujá (RAIS, 2014).
Quadro 49 – Total de Empregos por Setor de Atividade Econômica nos Municípios da APAM Litoral
Centro – 2014.
Praia São
Setor Bertioga Guarujá Itanhaém Mongaguá Peruíbe Santos
Grande Vicente
Extrativa mineral 0 593 0 57 0 0 890 30
Indústria de
128 1.983 382 243 267 1.795 7.410 1.322
transformação
Serviços industriais
87 256 306 53 75 287 1.040 117
de utilidade pública
Construção Civil 694 1.595 291 348 377 3.453 7.810 2.208
Comércio 3.416 13.107 4.387 2.050 3.515 13.797 33.115 12.604
Serviços 6.212 28.088 4.489 1.663 2.769 16.466 127.297 17.986
Quadro 50 – Total de Estabelecimentos por setor de atividade econômica nos Municípios da APAM
Litoral Centro - 2014.
Praia São
Setor Bertioga Guarujá Itanhaém Mongaguá Peruíbe Santos
Grande Vicente
Extrativa mineral 0 2 0 1 1 0 13 2
Indústria de
35 151 68 34 40 194 516 150
transformação
Serviços industriais
10 10 9 6 6 12 32 10
de utilidade pública
Construção Civil 72 190 60 56 55 325 485 166
Comércio 510 1.855 722 316 686 1.927 4.417 1.556
Serviços 849 3.148 581 368 509 3.173 10.020 2.014
Administração
3 4 3 3 5 7 18 5
Pública
Agropecuária,
extração vegetal, 10 39 29 5 15 2 65 2
caça e pesca
Total 1.489 5.399 1.472 789 1.317 5.640 15.566 3.905
Fonte: RAIS/MTE, 2014.
▪ FINANÇAS PÚBLICAS
A caracterização das finanças públicas é feita a partir dos últimos dados referentes às receitas e às
despesas municipais disponibilizadas pelo SEADE (2016). A composição das receitas correntes dos
municípios, bem como do total contabilizado no Litoral Centro, é apresentada no Quadro 50. Como pode
ser observado, Santos é o município com a maior receita corrente, seguido por Guarujá, Praia Grande,
São Vicente e, posteriormente, os demais. Os dados indicam que a maior parte dos municípios é
dependente das receitas de transferências tendo em vista a significativa parcela formada por estas fontes.
No caso dos municípios maiores, como Santos e Guarujá, as transferências possuem menor
representatividade na receita corrente total. As receitas da União são as principais transferências em pelo
menos seis municípios do Litoral Centro, conforme ilustra a Quadro 51.
Multigovernamentais Outras
Localidade União Estado Total
do Fundeb Transferências
Bertioga 78.187.665 25.212.716 23.359.398 2.011.554 128.771.333
Guarujá 138.203.253 142.798.269 120.237.207 4.879.248 406.117.977
Itanhaém 57.975.472 31.301.994 58.628.362 2.823.618 150.729.446
Mongaguá 36.744.039 15.861.169 34.779.348 1.186.197 88.570.753
Peruíbe 42.648.418 26.408.713 29.270.138 1.636.016 99.963.285
Praia Grande 142.260.827 97.980.733 153.441.205 25.502.513 419.185.278
Santos 204.701.828 449.045.934 128.217.175 7.050.748 789.015.685
São Vicente 141.285.768 118.984.467 162.468.406 9.663.663 432.402.304
Litoral Centro 842.007.270 907.593.995 710.401.239 54.753.557 2.514.756.061
Fonte: Fundação SEADE, 2016.
Um dado importante referente às finanças no Litoral Centro envolve as receitas geradas pela atividade
pesqueira realizada nos setores da APAM Litoral Centro, isto é, setor Guaibê e Carijó. A pesca foi
responsável por gerar uma receita bruta de mais de R$84 milhões entre 2009 e 2013, sendo 59%
associada à pesca artesanal. Conforme as informações disponibilizadas pela FUNDEPAG (2014), as
unidades produtivas artesanais participam com 80,5%, mas é a pesca industrial que gera a maior receita
para os municípios. Guarujá e Santos, por exemplo, concentram o maior volume total de receitas, mas
com menor representatividade da pesca artesanal em comparação com os demais. Neste caso, Peruíbe,
Praia Grande, Mongaguá, São Vicente, Itanhaém e Bertioga são os que possuem maior participação da
pesca artesanal.
Outros
Localidade IPTU ITBI ISS Total % LC
Impostos
Bertioga 62.506.468 23.754.770 15.150.129 8.092.731 109.504.098 5,7
Guarujá 257.072.322 40.666.121 123.105.774 30.203.638 451.047.855 23,7
Itanhaém 43.006.546 9.545.314 8.995.186 5.570.983 67.118.029 3,5
Mongaguá 31.212.137 4.646.776 3.987.563 2.253.816 42.100.292 2,2
Peruíbe 32.373.782 3.289.076 6.115.135 3.201.439 44.979.432 2,4
As despesas com pessoal chegam a 52,1% do total neste setor litorâneo. A localidade que mais
desembolsou com pessoal e encargos sociais envolve o município de Santos, seguido por Itanhaém e
Mongaguá (Quadro 54). Os dados referentes à gestão ambiental demonstram o quanto os municípios têm
destinado para esta área, sendo as despesas mais representativas em São Vicente (4,5% do total),
Bertioga (2,1%) e Santos (1,3%). Os demais apresentaram menos de 1% com a gestão ambiental em
seus municípios.
Pessoal e
Gestão Desporto e Outras
Localidades Encargos Saneamento Total
Ambiental Lazer despesas
sociais
Bertioga 120.487.930 5.260.730 2.396.219 - 120.458.128 248.603.007
Guarujá 427.449.957 5.526.944 14.167.879 9.146.407 415.285.431 871.576.618
Itanhaém 122.629.987 275.411 1.144.727 10.079.922 84.895.469 219.025.516
Mongaguá 76.849.711 681.640 1.768.154 8.530.135 57.756.989 145.586.629
Peruíbe 85.923.787 342.125 1.991.190 - 70.976.027 15.923.3129
Praia
401.364.857 - 5.148.318 - 410.465.182 816.978.357
Grande
Santos 1.036.285.548 22.270.482 24.316.408 - 650.376.451 1.733.248.889
São Vicente 374.517.356 35.431.627 7.193.639 32.214 367.555.396 784.730.232
Litoral
2.645.509.133 69.788.959 58.126.534 27.788.678 2.177.769.073 4.978.982.377
Centro
Fonte: Fundação SEADE, 2016.
Já os valores repassados de ICMS Ecológico indicam que o município de Bertioga é o mais beneficiado
dentre os demais do Litoral Centro, como pode ser visto no Quadro 55. Este quadro revela que este é o
município com maior quantidade de Unidade de Conservação ou área protegida dessa região, podendo
ser no âmbito da esfera municipal, estadual ou federal.
Quadro 55 – Valores repassados de ICMS Ecológico aos municípios da APAM Litoral Centro – 2014
TOTAL
Município IPM¹ % IAP²
(Em R$ correntes)
¹ IPM: Índice usado para definir os repasses de ICMS aos municípios, apurado pela Secretaria da
Fazenda, observando os critérios estabelecidos pela Lei Estadual nº 3.201, de 23/12/81, alterada pela Lei
Estadual nº 8.150, de 29/12/93.
² Índice de Áreas Protegidas compõe um dos critérios para a formação do IPM dos municípios.
Corresponde à parcela de 0,5% do total a ser repassado para os municípios e é calculado com base nos
espaços territoriais especialmente protegidos, a que se refere à Lei Estadual nº 29/12/93. Fonte:
SMA/CPLA.
No que se referem aos royalties do petróleo, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP) indica que os municípios do Litoral Centro arrecadaram cerca de R$ 70 milhões
tanto em royalties como em participações especiais no último levantamento feito em 2015. Como o
pagamento de royalties está vinculado à área de extração e volume de petróleo, assim como da existência
de instalações associadas à produção e refino, esta região recebe menos que o Litoral Norte, os maiores
produtores do estado de São Paulo. Dentre os oito municípios, Bertioga se destaca como o principal
beneficiário neste tipo de arrecadação, sendo computados mais de R$ 42 milhões em royalties. Em
seguida, São Vicente e Praia Grande registraram recebimento de pelo menos R$ 11 milhões cada um e os
demais municípios receberam entre R$ 2 milhões a R$ 700 mil em 2015. Vale mencionar que apenas
Peruíbe recebeu pagamento de participação especial neste ano.
2.3.3.4. Turismo
A maior heterogeneidade sócio espacial, bem como, de usos turísticos, é uma particularidade da APAMLC
quando comparada às demais APAMs. Todos os municípios que compõem a APAMLC fazem parte da
Região Metropolitana da Baixada Santista, caracterizando-se como uma das regiões mais populosas do
país e com grande diversidade de funções presentes nos municípios que a compõe.
A atividade turística possui extrema relevância socioeconômica para os municípios que compõem a
APAMLC. Tal fato se deve pela significativa participação do setor de turismo no Produto Interno Bruto
(PIB) das economias municipais, e na geração de emprego e renda direta ou indiretamente relacionada ao
turismo.
No caso específico da APAMLC, tem-se como foco principal as atividades turísticas recreacionais
esportivas de areia. Como forma de organização metodológica, tratar-se-á no tópico de praias, todas
aquelas que estão localizadas junto à área continental da Região Metropolitana da Baixada Santista –
RMBS, diferenciando, para tanto, os municípios insulares de São Vicente, Santos e Guarujá, em relação
às demais ilhas continentais que compõem a região da APAMLC. Deste modo consideram-se as ilhas de
São Vicente e Santo Amaro como sendo ilhas marítimo-fluviais e as demais ilhas como marítimas.
Constata-se que o turismo de sol e praia (banhos de mar e sol, caminhadas e atividades esportivas e
recreacionais de areia) é praticado ao longo de toda a costa da Baixada Santista, segundo os diversos
atores-chave que compuseram o Diagnóstico Participativo (FUNDAÇÃO FLORESTAL, 2014)
Porém, em todas as praias, os elementos de atratividade (água, sol e calor) não estão atrelados somente
14
aos fenômenos naturais. A balneabilidade das praias foi um dos aspectos que levou a estagnação e
declínio dos usos turísticos de sol e praia na maior parte da costa da Baixada Santista, aspecto este que é
tratado detalhadamente Diagnóstico do Meio Físico (Item 3.1). A qualidade das águas influi diretamente
sob todos os usos turísticos de sol e praia, bem como, sob os demais usos turísticos que dependem direta
ou indiretamente da qualidade das águas, como as atividades náuticas e esportivas. A balneabilidade de
15
uma praia classificada como Imprópria pela CETESB indica um comprometimento na qualidade sanitária
das águas, implicando em um aumento no risco de contaminação do banhista e tornando desaconselhável
a sua utilização para o banho. A condição da balneabilidade das praias é divulgada na página virtual da
CETESB na rede mundial de computadores e no próprio local; através de bandeiras fixadas nas praias ou
totens luminosos indicando a qualidade das águas, sendo que a cor verde indica que a praia é própria
para o banho e a cor vermelha, imprópria. Para a Baixada Santista, a CETESB monitora semanalmente
um total de 68 (sessenta e oito) pontos em 55 (cinquenta e cinco) praias da região.
A balneabilidade das praias está diretamente relacionada à qualidade dos rios que afluem para o mar, que
16
por sua vez apresentam, para o ano de 2015, resultados bastante insatisfatórios , como consequência da
falta de saneamento básico adequado. Nota-se ainda que na região da APAMLC, de maneira geral, o
período de maior concentração de praias impróprias para banho está centrado entre os meses de
Setembro a Novembro, o que coincide com o término do inverno e início de um período mais chuvoso.
Com relação a qualidade das águas dos rios, os melhores índices pertencentes aos cursos d’água
também são do município de Bertioga, com 53% de acordo com o padrão estabelecido pela CETESB,
enquanto que a média para a qualidade das águas dos rios dos demais municípios da Baixada Santista é
de cerca de 15%.
As praias pertencentes aos municípios que compõem a APAMLC, em sua maioria, apresentam entorno
imediato urbanizado, muitas delas caracterizadas por um calçadão, quiosques, ciclovias e ajardinamento.
As praias de entorno não urbanizado, em geral, são praias cujo acesso não se dá por via asfaltada, sendo
somente possível acessá-las por trilha e/ou mar.
O município de Bertioga apresenta praias de entorno imediato com ecossistemas naturais relativamente
preservados em função de dois aspectos principais: a criação do Parque Estadual Restinga de Bertioga
em 2010 e a presença de uma série de condomínios de alto padrão. Desta maneira, as praias de Itaguaré
e Guaratuba apresentam ainda significativa presença de ecossistemas naturais, como vegetação
ombrófila e manguezais. O entorno imediato da praia de São Lourenço é caracterizado por uma orla
14 Balneabilidade é a qualidade das águas destinadas à recreação de contato primário, sendo este entendido como um contato
direto e prolongado com a água (natação, mergulho, esqui-aquático, etc.), onde a possibilidade de ingerir quantidades apreciáveis
de água é elevada (CETESB, 2015).
15 Em São Paulo a balneabilidade das praias é realizada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB, desde o
ano de 1968.
16 A CETESB monitora também a qualidade das águas dos rios que afluem para o mar.
O município do Guarujá possui a parte de suas praias que ainda preservam ecossistemas naturais
localizadas na Serra do Guararu, como a Prainha Branca, por exemplo, mas que abriga também uma série
de condomínios de alto padrão: Iporanga, São Pedro, Taguaíba, etc. Algumas outras praias mais isoladas
estão também localizadas junto ao Morro da Barra, e, neste caso, a intervenção antrópica e impactos
socioambientais relacionados são mitigados em função da restrição de uso imposta pela Marinha do
Brasil.
Em São Vicente, na parte do território que integra a APAMLC, o Parque Estadual Xixová-Japuí gerencia o
acesso do público às praias do Paranapuã e de Itaquitanduva, garantindo que os ambientes permaneçam
conservados. Em Peruíbe existem algumas praias que ainda preservam de maneira mais significativa
ecossistemas naturais em função de estarem localizadas no interior de UCs como o Parque Estadual de
Itinguçu e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Barra do Una.
Por fim, um dos maiores desafios para os planejadores e gestores do turismo na Baixada Santista é que
os usos turísticos de sol e praia neste território se configuram como um Turismo de Massa, que se
caracteriza pelo deslocamento de grande número de pessoas para os mesmos lugares nas mesmas
épocas do ano. A concentração desse fluxo é fortemente influenciada pela sazonalidade definida nos
períodos do verão e férias escolares (RUSCHMANN, 1999).
Segundo o Ministério do Turismo (MTUR, 2010), as atividades relacionadas ao Turismo Náutico podem
ocorrer em:
− Águas interiores abrigadas: lagos, lagoas, baías, rios e canais, normalmente não apresentando
dificuldades ao tráfego das embarcações;
Tendo por base os Mapas de Atividades Turístico Recreativas da APAM Litoral Centro, segmentado em
três setores (Guaíbe, Carijó, Itaguaçu), e o Mapa de Atividades Turístico Recreativas da AME Ponta da
Armação, percebe-se que ocorrem múltiplas atividades náuticas recreativo-esportivas no território da
APAMLC. Nas localidades onde a Serra do Mar se aproxima da linha da costa e consequentemente se
tem a conformação das praias de bolso e das praias mais isoladas que são mais difíceis de serem
acessadas por terra, tem-se a potencialidade de um turismo náutico recreativo como uma atividade
secundária ao turista de segunda residência de sol e praia, a partir de embarcações próprias, passeios
turísticos (escuna) e embarcações charter. Os cantões das praias, baías abrigadas de ventos e
ondulações, rios e canais, são propícios a uma série de atividades náuticas recreativo-esportivas com e
sem propulsão, a exemplo do caiaque, Stand Up Padle – SUP, jet ski, esqui aquático, banana boat, etc. As
ilhas, costões continentais de promontórios, bem como os rios meandrantes da planície costeira e
estuários, são propícios às atividades de pesca amadora.
260 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
A costa da Baixada Santista apresenta potenciais turísticos para a atividade náutica seja graças à sua
diversidade de ecossistemas naturais como de elementos antropogênicos; há os fortes da costa central do
litoral paulista que podem ser visitados por via marítima; tem-se o mais movimentado porto marítimo da
América Latina, o Porto de Santos, que pode ser observado por passeios de escunas; existem as
comunidades tradicionais a que só se tem acesso por mar; e há a possibilidade de se avistar a orla
marítima sob um diferente ponto de vista que só quem está navegando em alto mar pode usufruir.
Quanto à estrutura de apoio às atividades náuticas, a Baixada Santista, apresenta três tipos de
equipamentos de apoio ao turismo náutico recreacional embarcado: as marinas, as garagens náuticas e
os clubes náuticos. As marinas se referem ao lugar dotado de vagas molhadas em píeres de atracação e
vagas secas acessadas através de rampas e equipamentos de elevação vertical. Geralmente são
administradas por iniciativa privada individual ou por associativismo e com frequência oferecem outros
equipamentos; tais como: alojamentos, restaurante, banheiros, piscinas de água doce, solário, etc. As
garagens náuticas, por sua vez, se constituem como empreendimentos privados que oferecem somente a
guarda e aluguel de pequenas embarcações para pesca dentro de águas abrigadas do sistema estuarino
da região (PDTUR, 2002). Já os clubes náuticos, também denominados de Iate-clubes de acordo com o
Diagnóstico da Pesca Amadora no Estado de São Paulo (FF/ FUNDEPAG), possuem uma estrutura
jurídica diferente das garagens e marinas, uma vez que não possuem clientes e sim sócios. Estes detém
uma elevada vocação social, apresentando uma variedade de atividades, que vão além da simples guarda
de embarcações, para entreter seus sócios.
De acordo com a Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e seus Implementos – ACOBAR
(2012), a Baixada Santista apresenta a estrutura de apoio náutico mais organizada do Estado, abrigando
muitas embarcações de grande porte e alto valor unitário do país, além de ser o berço de ações
estratégicas e de fomento à cadeia produtiva náutica, de forma integrada entre poder público, iniciativa
privada e entidades setoriais.
De acordo com o Diagnóstico Participativo elaborado pela Fundação Florestal (FUNDAÇÃO FLORESTAL,
2014) e conforme evidencia os Mapas de Atividades Turístico Recreativas da APAM Litoral Centro, a
maior parte das marinas está localizada em águas marítimas e interiores abrigadas nos municípios de
Guarujá e Santos, mais especificamente no Canal de Bertioga e meandros do sistema estuarino de Santos
e São Vicente. As águas interiores do Rio Itanhaém, segundo o Diagnóstico da Pesca Amadora no Estado
de São Paulo (FUNDEPAG/FF, 2015), também abrigam algumas estruturas de apoio náutico.
As marinas da Baixada Santista geram cerca de 3.000 (três mil) empregos e se constituem como a
segunda fonte (depois do Turismo) de arrecadação municipal, em função do estacionamento das marinas
e garagens náuticas que guardam uma frota de cerca de 3.000 (três mil) embarcações. A indústria náutica
como um todo gera aproximadamente 13.000 empregos diretos e indiretos.
O município do Guarujá possui o maior parque náutico particular do Brasil (superando o do Rio de
Janeiro), e fábrica entre 60% a 80% de todos os barcos produzidos no Estado de São Paulo. Segundo
dados do Sindicato das Marinas e Garagens Náuticas do Estado de São Paulo (SINDIMAR), existiam, no
ano de 2013, 34 (trinta e quatro) marinas e garagens náuticas no município do Guarujá (INSTITUTO
PÓLIS, 2013).
O Guarujá conta com o Complexo Industrial e Naval (CING), uma área de 1.570.000 m², divididos em 54
(cinquenta e quatro) lotes que foram adquiridos por 19 (dezenove) proprietários. O CING dispõe de
estaleiros, oficinas especializadas e um posto de abastecimento, sendo que mais de 1.000 (mil) pessoas
circulam pelo complexo por dia. A sede do Clube Internacional de Regatas também se localiza no
município, promovendo cursos, eventos e atividades náuticas ao longo do ano. Empresas de manutenção
como a Inter Yatch, fazem reparos e manutenções em barcos vindos de diferentes regiões do país.
Estaleiros que constroem embarcações também estão instalados no município, como o exemplo do
ForceOnce, que constrói barcos de alta performance (INSTITUTO PÓLIS, 2013). A marina denominada
Marinas Nacionais, situada no município de Guarujá, mais precisamente no Canal de Bertioga, é
certificada pelo Programa Bandeira Azul (BlueFlag), o que demonstra o seu comprometimento com o uso
A maior atratividade das ilhas para o proprietários de embarcações ou charters se dá pela presença de
praias arenosas. No caso da APAMLC as ilhas apresentam costões rochosos providos ou não de
vegetação nativa a depender do grau de exposição destas aos agentes morfo e hidrodinâmicos.
As praias mais atrativas para os agentes de turismo náutico relacionam-se a praias de bolso, baías de
águas calmas e abrigadas que propiciam a melhor atracação ou fundeio de embarcações, e que devido ao
seu isolamento contam com a presença de ecossistemas naturais preservados. No caso da APAMLC, a
costa do Guarujá conta com roteiro dos passeios de escuna, em área compreendida entre a Ponta de
Santo Amaro até o final da Serra do Guararu no limite com o canal de Bertioga. Assim como no
Diagnóstico Participativo (2014), esta percepção também corrobora o Plano Diretor de Turismo da Baixada
Santista (PDTUR, 2002), o qual situa passeios de escuna como um produto turístico nos municípios de
Guarujá e Santos. No Guarujá, os passeios têm saída do Canal de Bertioga e possuem como principal
atração à parada de cerca de 10 minutos para um mergulho nas praias localizadas na Serra do Guararu, a
exemplo da Praia de Iporanga. Já no município de Santos, os passeios de escuna, de maneira geral,
partem da ponta da praia (Ponte Edgar Perdigão) e levam para uma rota de aproximadamente duas horas
pela Baía de Santos, passando por praias, ilhas, e próximo aos grandes navios de várias partes do mundo
atracados no Porto de Santos.
A moto (jet ski) e esqui-aquático, são atividades praticadas, sobretudo, nos rios e enseadas protegidas de
ventos e ondulações, e configuram-se como um dos principais conflitos entre os usos turísticos, sobretudo
no que se refere aos banhistas. O Diagnóstico Participativo (FUNDAÇÃO FLORESTAL, 2014) apontou o
Canal de Bertioga como um dos principais locais onde estas atividades concorrem com outras pelo uso do
espaço.
Na maior parte das praias da Baixada Santista é frequente a prática de atividades náuticas recreacional-
esportivas não embarcadas e/ou sem propulsão; como o surf, o caiaque, o stand up padle – SUP, entre
outras. O surfe possui caráter de exceção das demais práticas náuticas recreacional-esportivas já que
possui como ambiente favorável às praias de águas abertas, sobretudo aquelas que recebem as maiores
ondulações vindas do quadrante S/SE (sul/sudeste) ou E (leste), ou seja, a maior parte das praias da
Baixada Santista. Já o caiaque e o SUP ocorrem de maneira mais intensa nos cantos mais abrigados das
praias mais frequentadas da região.
As ilhas marítimas costeiras que distam em média de um a três quilômetros da costa servem, muitas
vezes, de referência, “boia”, e ponto de aportagem para as atividades náuticas de remo, conforme indica
mapa das atividades náuticas na APAMLC, elaborado no Diagnóstico Participativo (FUNDAÇÃO
FLORESTAL, 2014).
De acordo com os mais variados segmentos que contribuíram para a realização do Diagnóstico
Participativo (FUNDAÇÃO FLORESTAL, 2014), a pesca amadora é praticada ao longo de toda a costa da
APAMLC, sendo as ilhas, parcéis e costões os principais atrativos turísticos . As Ilhas da Queimada
Grande e Pequena, bem como a Ilha da Moela, são alvos prioritários da pesca amadora embarcada, bem
como, da pesca subaquática. A Ilha das Cabras, localizada no município de Guarujá, se configura como
um local onde não raro são montados acampamentos para a realização da pesca amadora desembarcada
de costeira.
A atividade é também bastante praticada por moradores locais, principalmente no que se refere à pesca
amadora desembarcada de costeira e praia (FF/FUNDEPAG, 2015). Os principais polos emissores de
turistas que vêm praticar a pesca amadora ao longo da costa da APAMLC, são de municípios
pertencentes à Região Metropolitana de São Paulo - RMSP e costumam contratar guias que conduzem
grupos de 3 (três) a 10 (dez) pessoas em média. Dentre os turistas, cabe enfatizar, primeiramente, a
diferença de perfil do praticante da pesca amadora para o praticante do turismo de sol e praia. Em geral o
praticante da pesca amadora possui menor grau de instrução (43% dos entrevistados possuíam ensino
médio completo) e menor poder de consumo (35% possuíam renda mensal de até três salários mínimos),
em relação ao veranista de sol e praia (FF/FUNDEPAG, 2015).
Muito embora este tipo de turismo também apresente certa sazonalidade, com incremento no fluxo de
turistas na estação o verão e mais especificamente durante o mês de janeiro, a pesca amadora,
diferentemente do turismo de sol e mar, ocorre durante o ano inteiro. Até mesmo porque o elemento de
maior atratividade para a atividade é a quantidade e qualidade de peixes disponíveis, ou seja, o recurso
pesqueiro. A motivação para a realização da pesca amadora vai além da água, do sol e do calor. Segundo
pesquisa realizada junto aos que praticam a pesca amadora embarcada da APAMLC ((FUNDEPAG/FF,
2015), apenas 5% creditaram ao mau tempo fator impeditivo ou limitante para a atividade. Para 82% dos
entrevistados a pesca amadora possui importância por seu caráter recreativo e 71% diz não possuir
licença de pesca estando estes em desacordo com a legislação (FF/FUNDEPAG, 2015), o que implica em
uma maior demanda para o efetivo de fiscalização e monitoramento da atividade sob o risco de
agravamento dos impactos socioambientais e conflitos com a pesca artesanal.
De modo geral, a pesca amadora embarcada na APAMLC é praticada em embarcações de médio porte,
baleeiras de madeira ou voadeiras de alumínio, tendo como principais pontos de saída o Canal de
Bertioga, a Praia do Perequê no Guarujá e o Rio Itanhaém. De acordo com os mais variados segmentos
que contribuíram para a realização do Diagnóstico Participativo (FUNDAÇÃO FLORESTAL, 2014), a
pesca amadora é praticada ao longo de toda a costa da APAMLC, sendo as ilhas, parcéis e costões os
principais atrativos turísticos. As informações obtidas a partir do Diagnóstico da Pesca Amadora no Estado
de São Paulo (FUNDEPAG/FF, 2015) corroboram a informação do Diagnóstico Participativo (FUNDAÇÃO
FLORESTAL, 2014) e trazem mais detalhes, confirmando a maior incidência da pesca amadora
desembarcada nas praias arenosas continentais, plataformas, píeres, costões rochosos de promontórios,
e conformando a maior incidência da pesca amadora embarcada no entorno de ilhas e parcéis. A
plataforma de Mongaguá é um importante local para a prática da pesca amadora desembarcada (Figura
143).
Algumas marinas exercem papel operacional para a efetividade da pesca amadora: oferecem aluguel de
embarcações de alumínio (com ou sem motor), venda de isca-viva e contratação de piloteiros para
pescarias ao longo do Canal e realizando o transporte para aqueles que buscam pernoitar ou passar o dia.
A pesca subaquática, apesar de ter pontos prioritários para a sua prática, tem sido praticada em menor
escala em todos os parcéis e ilhas da APAMLC, bem como nos estuários do Canal de Bertioga e Rio
Itanhaém (idem).
Cruzeiros Marítimos
Observa-se decréscimo precoce no fluxo de cruzeiros marítimos na costa brasileira desde a temporada
2012/2013. . As quatro operadoras ainda presentes no Brasil foram unânimes em suas avaliações,
atribuindo à decisão de redução da frota ou desistência completa aos gargalos e problemas na área
portuária, incluindo os desafios operacionais, tributários e burocráticos.
O município de Santos é tido como a capital dos cruzeiros marítimos, sendo seu Porto considerado como
o principal home port do país, ou seja, aquele que serve de embarque e desembarque de navios de
passageiros, além de elo logístico da atividade turística, devido a sua já consagrada rede de apoio e
posição estratégica nacional e regional, próximo aos principais centros e econômicos e consequentemente
pólos emissores turísticos, como é o caso da cidade de São Paulo.
Muitos dos navios têm comprimento semelhante aos maiores cargueiros graneleiros ou containeiros que
frequentam o Porto, com mais de 250 (duzentos e cinquenta) metros de comprimento, mas ao contrário
destes que precisam de profundidades mínimas de 12 (doze) metros no cais, os navios de passageiros
calam em sua maioria menos que 8 (oito) metros, facilitando sua aproximação por mar com os destinos
turísticos. As cidades se beneficiam em diferentes aspectos, e por isso são muito favoráveis a esta
atividade. A movimentação econômica engloba compra de passeios turísticos, souvenires, alimentos e
bebidas, e transporte durante, antes e/ou após a viagem (FGV, 2015).
Nota-se a crescente demanda para o turismo relacionado às atividades náuticas de pesca amadora e
cruzeiro marítimo, entretanto, o incremento destas atividades passa por uma série de medidas que vão
desde o provento de estrutura de apoio e logística adequada, até a resolução de entraves burocráticos,
legais, de monitoramento e fiscalização. Se promovidas adequadamente, do ponto de vista
socioeconômico tais atividades não só significam um incremento, como também podem minimizar o
problema da sazonalidade do turismo na Baixada Santista, uma vez que para os cruzeiros marítimos a
costa do nordeste brasileiro apresenta sol o ano todo e para a pesca amadora, os recursos pesqueiros
também estão presentes o ano todo no mar.
264 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
No que se refere aos aspectos locacionais para as atividades náuticas recreativo-esportivas, de modo
geral, destacam-se:
− Para a pesca amadora desembarcada os píeres e plataformas, bem como os costões rochosos dos
diversos tômbolos e promontórios, estuários do Canal de Bertioga e Santos, Rio Itaguaré, Rio
Itapanhaú, Rio Guaratuba, Rio Mongaguá, Rio Preto, Rio Itanhaém;
− Para a pesca amadora embarcada e subaquática: todas as ilhas e parcéis da região, bem como, nos
rios Itaguaré, Itapanhaú, Guaratuba, Mongaguá, Preto, Itanhaém;
− Para as demais atividades (caiaque, surfe, jet-ski, esqui aquático, etc.): a zona de arrebentação
costeira, os cantões e baías abrigas de vento e ondulação, os rios e canais da região.
Eventos
Quanto aos eventos de caráter artístico e social, as cidades de Guarujá e Santos sediam um número
significativamente maior de eventos, em função de sua maior proximidade com o principal polo emissor
(São Paulo), maior quantidade e qualidade equipamentos de apoio, e significativa população residente
(quando em comparação aos demais municípios da Baixada). Verifica-se, conforme Figura 144 junto aos
calendários oficiais dos municípios uma ampla diversidade de temas que vão desde as tradicionais
queimas de fogo na virada do ano no mês de janeiro e festas de carnaval no mês de Fevereiro, até
festivais de música nordestina, eventos de moto cross, torneio de tênis, etc. Apesar da diversidade
temática, observam-se também temas comuns aos municípios como as festividades relacionadas a São
Pedro no mês de junho, bem como, a eventos voltados à cultura tradicional local, como as festas da
tainha, do camarão na moranga, os eventos náuticos, sobretudo, em Santos e Guarujá, e os torneios de
pesca esportiva.
Os eventos são importantes no equilíbrio com relação à sazonalidade do turismo praticado na costa da
Baixada Santista, pois independem de condições climáticas favoráveis para as atividades de sol e praia e
náuticas, bem como, independe das férias escolares. Todavia, a dispersão de temas que pouco integram
e valorizam a cultura local, e a repetição de eventos temáticos entre os municípios indicam a necessidade
do estabelecimento de um calendário de eventos regional da Baixada Santista.
O município de Guarujá é palco de uma série de eventos náuticos esportivos, com destaque para as duas
exposições de embarcações que acontecem todo o ano por lá: o Boat Experience que acontece no mês
de Janeiro e se caracteriza como um evento de exposição de estaleiros nacionais e internacionais; e o
Boutique Boat Show que acontece no mês de Julho e é promovido pelo Iate Clube de Santos com a
finalidade de exibir iates e lanchas de alto padrão (PETROBRAS, 2014). Três eventos de natação no mar
são promovidos no município pela Federação Aquática Paulista, sendo o Circuito Guarujaense de
Travessias Aquáticas, na Praia do Guaiuba; o Circuito Paulista de Travessias Aquáticas, na Praia da
20
Enseada e o Campeonato Paulista de Maratonas Aquáticas, na mesma praia . O município de Guarujá
Atividades de ecoturismo
O Ecoturismo na Baixada Santista ocorre em áreas limítrofes à APAMLC, sobretudo, naquelas áreas que
se mantiveram à margem do processo de ocupação e urbanização, em um primeiro momento devido às
características de seu relevo íngreme (maciços do cristalino) e vegetação densa, para que em um
segundo momento estas áreas fossem consideradas áreas de preservação ambiental.
O grande diferencial do ecoturista em relação ao turista de sol e praia se refere ao caráter motivacional de
um e de outro para a prática do turismo, os elementos que lhes geram atratividade são distintos. A prática
do Ecoturismo é importante instrumento pelo qual se pode agregar valor aos ambientes naturais
conservados, e desta forma, paulatinamente promover uma mudança de paradigma em uma sociedade
habituada a enxergar os recursos naturais somente enquanto recursos para serem apropriados sob a
lógica econômica.
A seguir serão listados os principais atrativos da Baixada Santista para a prática do Ecoturismo.
Serra do Guararu
A APA Serra do Guararu conta com trilhas, cachoeiras, praias e riquíssimo patrimônio cultural. A atividade
tem sido incentivada pela Secretaria Municipal de Turismo ao criar as Rotas do Dragão. Os roteiros
envolvem passeios com duração de 3 a 9 horas divididos em níveis de dificuldade baixo, moderado e alto.
Para os passeios de nível de dificuldade alto, deve-se obrigatoriamente contratar monitores ambientais
treinados pela prefeitura municipal. Os passeios envolvem, entre outros, a Trilha da Prainha Branca, na
AME Ponta da Armação.
A Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN Tijucopava, com 40,63 ha, apresenta boa
infraestrutura voltada a trilhas, tirolesa, arvorismo, rapel, paredes de escalada e ponto de observação de
fauna e flora, administradas pelo Instituto Litoral Verde – ILV.
No Guarujá, ainda há trilhas localizadas a sudoeste da Ilha de Santo Amaro, mais especificamente no
Morro dos Limões ou Morro da Barra. De vegetação menos exuberante em relação a Serra do Guararu, as
trilhas de costeira do Morro do Limão possuem maior elemento de atratividade relacionado à
contemplação do mar, das embarcações na Baía do Porto de Santos, da orla marítima urbanizada da
cidade de Santos, e da recompensa de acessar praias isoladas como a Praia do Góes e do Congava.
O Parque Estadual Marinho da Laje de Santos foi criado em 27 de Setembro de 1993, através do Decreto
nº 37.537. É a ilha marítima mais distante da faixa litorânea na região da APMLC, distante 42 km da orla
de Santos. A laje faz parte do Parque Estadual Marinho, de área de 5.000 hectares e que inclui outros
parcéis próximos como o Parcel do Bandolim, das Âncoras, Brilhante, do Sul e Novo e os Rochedos
Calhaus.
Nesta área, em função da não proximidade de outras formações rochosas ou ilhas, concentra-se grande
número de peixes de passagem e recifais. Com profundidade que pode chegar a 40 (quarenta) metros em
alguns pontos do Parque e boa visibilidade, esta área é considerada um dos principais pontos de
mergulho subaquático do país, composta por onze pontos de mergulho que se diferenciam quanto à
profundidade (de dez a quarenta e cinco metros), ao relevo, as correntes, as espécies de fauna e flora
mais comumente avistadas e aos atrativos; a exemplo do Naufrágio da Moréia, um pesqueiro de ferro com
15 (quinze) metros de comprimento.
Sendo estas lajes e parcéis um conjunto de costões rochosos e formações coralíneas, distantes da costa,
sem a presença de praias arenosas, vegetação e qualquer infraestrutura urbana e turística; o uso turístico
que é feito desta área está estritamente relacionado ao mergulho subaquático. Mesmo com a maior
fiscalização do local, exercida até mesmo pelos próprios mergulhadores e operadoras, segundo a
percepção dos pescadores artesanais, apontadas no Diagnóstico Participativo (FUNDAÇÃO FLORESTAL,
2014), a pesca subaquática também acontece na Laje de Santos. Tal fato evidencia a urgência para que
se crie e efetive instrumentos eficazes de regulação do uso do espaço do que é um dos mais importantes
pontos de mergulho do país e consequentemente significativo atrativo turístico para a região.
São diversas as operadoras de mergulho credenciadas que atuam na Laje de Santos, que partem do
município de São Vicente, em uma viagem que leva cerca de uma hora e trinta minutos em embarcações
do tipo lancha de 40 (quarenta) pés em média. Além do valor do mergulho cobrado pelas operadoras, é
cobrado um ingresso para acesso ao Parque.
O PEXJ, localizado em São Vicente, é próximo a grandes centros urbanos de uso turístico intenso e
possui acesso asfaltado. De acordo com a Fundação Florestal, uma média de 69 (sessenta e nove)
pessoas por dia visitam o Parque durante a estação do verão compreendida entre os meses de Janeiro a
23
Março (FUNDAÇÃO FLORESTAL, s.d.). . As trilhas do Cortume e do Surfista são aquelas abertas à
visitação e monitoradas pelo órgão gestor.
A Ilha Queimada Grande é uma Área de Relevante Interesse Ecológico – ARIE, estabelecida conforme
Decreto nº 91.887 de 5 de Novembro de 1985, e está distante a 35 Km da costa a partir da praia de
Itanhaém, sendo o seu acesso feito exclusivamente por mar. A profundidade média no entorno é de 14
(quatorze) metros, tem fundo de pedras e areia, com destroços de navios e água com temperatura média
(superfície) de 18 a 28° C. Três parcéis estão localizados ao redor da Ilha Queimada Grande: Parcel do
João Ilhéu (Sul), Parcel do Sudeste (Sudeste) e Saco das Bananas (Sudoeste). É ZVS – Zona de Vida
Silvestre da APA Cananeia-Iguape-Peruíbe (Decreto Federal nº 90.347/ 1984) junto a outras ilhas.
A Ilha Queimada Grande é ponto para mergulhadores devido à ótima visibilidade da água em seu
entorno, bem como a possibilidade de ver os destroços dos navios ali naufragados. Várias atividades são
proibidas no local, pois está inserida em Unidades de Conservação, no entanto, de acordo com diversos
segmentos consultados na realização do Diagnóstico Participativo, a atividade de pesca amadora
embarcada e subaquática na ilha é frequente e tem prejudicado a realização do mergulho recreativo-
esportivo.
No município de Peruíbe se destacam três Unidades de Conservação, locais nos quais se configura a
prática do Ecoturismo: Parque Estadual Itinguçu e RDS Barra do Una (pertencentes ao Mosaico de
Unidades de Conservação Juréia-Itatins).
O Parque Estadual do Itinguçu abriga os diversos ecossistemas de Mata Atlântica como: restinga, mata de
encosta, manguezais, praias e costões rochosos, tendo como principais atrativos turísticos as praias, rios,
trilhas e cachoeiras que são encontrados nos núcleos do Arpoador e Itinguçu. Os núcleos Itinguçu e
Arpoador possuem fins de fiscalização, pesquisa científica e educação ambiental e contam com espaços
equipados com auditórios e alojamentos para receber pesquisadores.
Importante frisar que apesar de visitações e atividades de educação ambiental estar restrita a algumas
áreas e poder somente ocorrer mediante agendamento, a exemplo de um dos principais atrativos do
mosaico EEJI, a Cachoeira do Paraíso que possui o seu uso limitado a 270 pessoas/dia. Atualmente
ocorrem inúmeras práticas irregulares não autorizadas, incluindo a prática de camping. Estes usos para
fins turísticos têm provocado uma série de impactos, os quais serão tratados mais adiante.
Ilha do Ameixal
A Ilha do Ameixal é uma ilha fluvial localizada na foz do Rio Una do Prelado e que se caracteriza como
uma Área de Relevante Interesse Ecológico – ARIE, de 358,88 ha, criada pelo Decreto Federal nº 91.899
de 05 de Novembro de 1985. A prática do Ecoturismo se dá na ilha por turistas que se hospedam nos
campings localizados na Vila da Barra do Una. Como atrativo turístico é oferecido atualmente por uma
empresa de turismo receptivo que promove passeios de jipe pela ilha.
Na área da Baixada Santista a pesquisa científica ocorre em especial nas diversas unidades de
conservação, mediante autorizações específicas. Cada UC tem o registro das pesquisas – desenvolvidas
e em desenvolvimento por várias Universidades públicas e privadas, organizações governamentais e não
governamentais.
O Turismo de Base Comunitária ocorre ainda de maneira incipiente na Baixada Santista, quando
comparado ao turismo de sol e praia, náutico e outros. Ainda assim, tem-se alguns exemplos de turismo
que envolve mais diretamente a comunidade receptora, como na vila da Prainha Branca, na comunidade
Indígena Aldeia do Rio Silveiras na praia de Boracéia, e destaque para a comunidade caiçara da Ilha
Diana em Santos, muito embora estas estejam fora dos limites territoriais da APAMLC .
Dos atrativos da região, uma rica diversidade se refere ao turismo cultural de caráter étnico, histórico e
religioso, relacionados à existência de comunidades tradicionais indígenas e caiçaras, bem como, bens
materiais do patrimônio histórico que demonstram espacialmente como se deu e como se dá o processo
de ocupação do país e o papel das províncias costeiras.
AMEAÇAS E IMPACTOS
Os impactos oriundos da atividade turística possuem natureza e magnitude diversas na interação entre os
turistas, as comunidades e os meios receptores, e dependem da vulnerabilidade do meio e das pressões
desenvolvidas sobre ele. Na Baixada Santista foram inúmeros os impactos socioambientais advindos do
turismo de segunda-residência e com foco nos usos recreacionais de sol e praia, com significativa
supressão de vegetação de restinga, manguezais e floresta ombrófila densa de terras baixas, com
impactos imediatos na fauna e flora, bem como, na paisagem da região, que levaram à estagnação e ao
declínio de uma série de destinos turísticos da região. Mais e mais se aposta na adequação de
equipamentos urbanos à demanda turística, bem como, na promoção de outros usos turísticos possíveis,
a fim de provocar um rejuvenescimento turístico das localidades.
Quanto aos impactos ambientais associados ao turismo há a vertente positiva, com o crescimento do
turismo ecológico ou ecoturismo e que propicia a valorização de ambientes naturais, para além da
valorização econômica dos recursos naturais, conferindo-lhes sentido de pertencimento em relação à
função ecológica dos recursos naturais.
Impacto Descrição
Geração de Impacto positivo, de abrangência regional, sendo o Turismo uma das principais
emprego e renda economias para a Baixada Santista.
Impacto negativo, de abrangência regional e que promove a supervalorização de bens
Inflação, e serviços em toda a Baixada Santista, obrigando a população de baixa renda habitar
Especulação áreas distantes do centro e da orla marítima, o que desencadeia habitação subnormais
imobiliária e consequente supressão de vegetação nativa e poluição das águas pela ausência de
saneamento básico.
Impacto negativo, de abrangência regional para toda a Baixada Santista, que possui
Sazonalidade
no turismo de veraneio e de segunda-residência a sua principal demanda turística.
Impacto negativo, de abrangência regional para toda a Baixada Santista, com menor
influência no município de Santos e Guarujá, sobretudo, devido ao complexo portuário.
Substituição de
Caracteriza-se pelo fomento do Turismo em detrimento da diversidade econômica, o
importações
que torna a economia da região dependente e vulnerável a qualquer fator que
provoque a diminuição da demanda turística.
Impacto positivo, de abrangência pontual na Baixada Santista quando a atividade
turística se apresenta indutora de atividades econômicas tradicionais e consequente
Valorização valorização de costumes e crenças.
cultural
São exemplos deste impacto na Baixada Santista: o Turismo de Base Comunitária na
Ilha Diana e a visitação realizada junto a Aldeia Indígena do Rio Doce em Bertioga.
Vulgarização e
descaracterização Impacto negativo e de abrangência regional para a Baixada Santista
cultural
Ao se definir uma comunidade como caiçara se confere a ela especificidades, reconhecendo seu valor de
ancestralidade e tradicionalidade, conferindo-lhe expectativa de direitos e deveres, tanto no âmbito
jurídico, como no social. Segundo Diegues (2007), cultura caiçara é definida como “um conjunto de
valores, visões de mundo, práticas cognitivas e símbolos compartidos, que orientam os indivíduos em
suas relações com a natureza e com os outros membros da sociedade e que se expressam também em
produtos materiais (tipo de moradia, embarcação, instrumentos de trabalho) e não-materiais (linguagem,
música, dança, rituais religiosos)”.
Os caiçaras desenvolveram um modo de vida peculiar, cujas características remetem a uma ocupação
histórica de áreas de Floresta Atlântica Costeira e dos ambientes marinhos e estuarinos adjacentes, de
modo que suas atividades e hábitos estão intimamente vinculados a esse ecossistema e aos recursos que
oferecem (HANAZAKI & BEGOSSI, 2000). Os traços mais fortes da trajetória cultural caiçara foram a
sobrevivência baseada na agricultura itinerante, na pesca artesanal de subsistência, no extrativismo
vegetal e no artesanato, o conhecimento apurado sobre os ciclos naturais, a força da estrutura familiar e o
estabelecimento de práticas de ajuda mútua (ADAMS, 2000; DIEGUES, 2004).
No contexto da Área de Proteção Ambiental Marinha – APAMLC, considerando que a atividade pesqueira
não é exclusiva às populações caiçaras, torna-se necessário diferenciar os pescadores artesanais de
cultura tradicional caiçara no sentido de reforçar o grupo enquanto categoria política e garantir os direitos
de permanência das famílias e suas práticas de vida como parte da sociobiodiversidade protegida, e
conquistá-los como parceiros da conservação ambiental.
Esses Pescadores Artesanais Caiçaras de Cultura Tradicional encontram-se espalhados por todo litoral,
são filhos de famílias que vivem há várias gerações na beira da praia e guardam aspectos da cultura,
modo de vida e tradições caiçaras. Grupos que mantêm identidade com o mar, carregam conhecimentos
da natureza, compreendem e respeitam o ciclo de vida das espécies pesqueiras.
A pesca artesanal praticada pelos caiçaras é considerada uma atividade de baixo impacto, por utilizar
diferentes instrumentos e técnicas que se adaptam à época do ano, ao tipo de tempo e condições do mar;
e por selecionar os recursos pesqueiros a serem capturados, respeitando o ciclo de vida e de reprodução
das diferentes espécies. É uma pesca seletiva e diversificada que não faz pressão sobre os estoques
pesqueiros sobre os quais atua e que ainda, por meio dos cercos flutuantes, permite que os peixes ou
Por todos esses motivos o Pescador Artesanal Caiçara de Cultura Tradicional é foco deste documento e
será inserido nas diretrizes de gestão da unidade de conservação marinha como importante aliado na
proposição de ações para proteção do mar.
CARACTERIZAÇÃO GERAL
O cenário atual da RMBS é de intensificação dos processos econômicos, que competem por espaços e
com o modo de vida dos Pescadores Artesanais Caiçaras de Cultura Tradicional. O impacto sobre essas
comunidades reflete a própria dinâmica dos dois principais momentos vividos na região entre 1930 e 1950
(expansão da infraestrutura e indústrias) e 1970 a 1990 (boom imobiliário). Esses impactos ocorrem de
forma mais intensa naquelas comunidades que vivem próximas ao complexo portuário-industrial de
Santos, Cubatão, Guarujá, São Vicente e Praia Grande. Nas comunidades mais ao norte (Bertioga) e sul
(Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe), essa interferência é menos intensa sobre os pescadores-caiçaras, mas
estes também sofrem influência dos impactos gerados pelas cidades vizinhas.
Essas comunidades estão se tornando cada vez mais vulneráveis às transformações na dinâmica
regional, que possuem estreita relação com o aumento dos impactos ambientais e interferem de forma
direta nas relações de trabalho e em seu cotidiano. .Historicamente, a especulação imobiliária nos
territórios originalmente ocupados por populações tradicionais pode ser apontada como uma das principais
causadoras dessas transformações em todos os (dezessete) estados costeiros brasileiros. Nesse
processo de migração, comumente, são obrigadas a abrir mão do território de onde sempre tiraram a sua
subsistência, sendo muitas vezes direcionadas a servir de mão de obra barata ou a ocupar cargos de
subemprego nos segundo ou terceiro setores da economia. Essa cadeia de relações representa às
populações tradicionais um desafio à manutenção do estilo de vida e dos laços de identidades dessas
comunidades.
Não foi identificada, nos dados da Fundação Palmares, comunidade quilombola na área da APAMLC.
O quadro 57 a seguir, apresenta a localização por município e as categorias por grupos de Pescadores
Artesanais Caiçaras de Cultura Tradicional, distribuídos pela APAMLC.
Perequê
Góes
Comunidade isolada
Praia Branca
Rio do Meio
Área urbanizada
Sítio Conceiçãozinha
As principais Artes da Pesca utilizadas pelos pescadores artesanais são relativamente simples, uma vez
que a própria atividade não conta com um sofisticado arsenal tecnológico, comparado a outros tipos de
pesca (ex.: pesca industrial). A pesca artesanal é realizada muitas vezes de forma solitária ou com uma
pequena equipe de pesca ou com membros da família. Os barcos utilizados são geralmente pequenos, os
motores menos potentes e os materiais para fabricar as redes mais simples em relação ao da pesca
industrial. Os petrechos de pesca são a rede de espera, linhadas e redes de cerco. Devido à falta de
embarcações mais potentes e maiores, os ambientes explorados por esses pescadores são as áreas
costeiras, mais próximas ao continente; o pescado é vendido em bancas de peixe ou para atravessadores;
os espécimes menores e de menor valor comercial são consumidos, como forma de subsistência das
famílias.
Guarujá
Segundo Walm (2012), existem seis comunidades de pescadores-caiçaras. Estão espalhadas pelo
município, duas em áreas urbanizadas, duas em praias afastadas e duas em comunidades isoladas. O
afastamento espacial também reflete na falta de representação política dessas comunidades.
- Sítio Conceiçãozinha: No início do século XX o Município era formado por caiçaras que viviam nas
beiradas dos manguezais e das várzeas, dedicando-se à agricultura (plantação de banana). A partir dos
anos de 1960 o lugar começou a ser palco de uma crescente ocupação desordenada e de baixa renda,
devido à instalação do Iate Club e das empresas Dow Química, Cutrale, Cargill e Tecon.
- Rio do Meio: A relação histórica dessa comunidade com a pesca deve-se principalmente à geografia
local composta por diversos canais, braços de mar e manguezais.
O Rio do Meio (Figura 145), que também está fora do limite da APAMLC, conta com cerca de 50
pescadores regularizados organizados localmente na Associação de Pesca do Rio do Meio e,
regionalmente na ALPESC e Colônia de Pescadores Z-03 (Guarujá), sendo economicamente de base
rural (recolhe o CEI - Cadastro Específico do INSS). Tanto o embarque e o desembarque, quanto a
comercialização do pescado são feitas de modo individual.
As atividades relacionadas à pesca do camarão, inclusive a salga, já foi bastante significativa no Rio do
Meio, mas, atualmente, os pescadores locais buscam por outras atividades, muitas vezes sendo
subempregados em outros setores econômicos como a construção civil e setor de serviços.
Embora o desenvolvimento econômico local sofra com os impactos da dragagem do canal do Porto sobre
a oferta de pescado do estuário, não foram identificados localmente programas sociais ou ambientais.
- Santa Cruz dos Navegantes: O acesso local ao bairro - também conhecido como Pouca Farinha - se dá
por mar a partir de Santos, ou por terra a partir de Guarujá.
Quanto ao padrão de habitação, predominam as casas de alvenaria, palafitas e outras edificações mais
precárias nas regiões mais próximas ao estuário. Em sua vizinhança imediata está a praia do Góes
(Guarujá), e apenas as atividades pesqueiras aí desenvolvidas se sobrepõem ao território da unidade. Por
também recolher o CEI, o local é classificado como de base econômica rural.
O bairro conta com cerca de 300 pescadores artesanais, organizados socialmente nas instituições locais
incluindo a ALPESC (Associação Litorânea da Pesca) e a Colônia de Pescadores Z03 “Floriano Peixoto”,
onde desenvolvem as atividades pesqueiras de forma individual em todo processo.
- Prainha Branca: A Prainha Branca localiza-se na Serra do Guararu, na região denominada Rabo do
Dragão, extremo nordeste da Ilha de Santo Amaro. Pertence à APA Municipal Serra do Guararu, que
nesse trecho se sobrepõe à APA Marinha do Litoral Centro, da qual é uma AME- Área de Manejo
Especial. O acesso pode ser por terra (trilha; Figura 149) a partir da Estrada Parque (estrada Guarujá-
Bertioga), próximo à balsa de Bertioga, e por mar. com o uso de embarcações. Exclusivamente para os
moradores locais também é possível o acesso para carros às sextas-feiras, por uma estrada localizada na
propriedade do Sr. Evandro Mesquita.
Devido à importância que essa região representa para a gestão, seja pela presença de uma comunidade
tradicional no território da unidade, por seus ecossistemas ainda muito bem preservados, ou ainda pelas
necessidades latentes de ordenamento das atividades que lá ocorrem, será direcionado a seguir um
enfoque especial na descrição dessa comunidade.
Atualmente os traços da cultura tradicional caiçara na Prainha Branca estão ligados às famílias mais
antigas ainda existentes no local, de acordo com Plano de Manejo/PM Preliminar da APA Serra do
Guararu (2016), baseado no levantamento realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica (2004). A
chegada dessas famílias à Prainha Branca data do início do século XX, sendo seus primeiros ocupantes
os migrantes vindos da Ilha do Monte de Trigo, São Sebastião, e, também, da região de Picinguaba, em
Ubatuba.
A cultura caiçara típica, de acordo com CONDEPHAAT (1988), predominou até a década de 1970, e sua
base econômica valia-se da coleta de frutos e o trabalho coletivo nas roças era a base da cultura de
subsistência, que era complementada com carne de caça, como paca, cotia, porco-do-mato, veado e tatu,
caçadas com técnicas de armadilha.
A pesca era realizada tanto para venda quanto para subsistência, ainda com extração de moluscos
(camarão pitu, pescado na linha) e outros peixes coletados na Lagoa Grande e no Canal de Bertioga. Os
principais pescados eram tainha, cação, garoupa e pescada. A tainha era pescada de maneira coletiva
pela comunidade (ainda que houvesse a figura do dono da rede), enquanto as outras espécies eram
pescadas individualmente ou por núcleo familiar. Em relação às artes de pesca utilizadas, eram as
mesmas que se utilizava no litoral norte de SP, visto que muitos dos moradores antigos da Prainha Branca
Essas expertises têm referência nas famílias e são transmitidos de geração em geração. De acordo com o
diagnóstico do CONDEPHAAT (1988), apesar das modificações no estilo típico da arquitetura caiçara –
casa de pau-a-pique com cobertura de sapé a comunidade ainda preserva a característica da ocupação
do espaço, que respeita e se integra à natureza.
Um dos principais conflitos relaciona-se com a questão fundiária. De acordo com Mineral (2012), ao longo
dos anos ocorreram três ressignificações fundamentais na estrutura comunitária da Prainha Branca/Ponta
da Armação referentes ao território, ao turismo e aos valores culturais. Sabe-se que um mesmo grupo
identitário não demonstrará os mesmos traços culturais ao longo da sua história. Eles acabam se
adaptando às novas oportunidades sociais e novas interações com outras culturas/grupos sem, entretanto,
perderem sua identidade. Nesse sentido, os traços da cultura caiçara permanecem na identidade atual de
alguns moradores da Prainha Branca. Atualmente, a cultura caiçara está mais representada pelos
pescadores artesanais (Figura 150 e Figura 151). As atividades de pesca são feitas por poucos
pescadores artesanais, que utilizam rede de espera de emalhar e são filiados à colônia Z23 de Bertioga.
Figura 151 – Canoa feita artesanalmente por pescador. Fonte: Mineral Engenharia, 2012.
O trabalho ligado ao turismo também é uma das principais atividades desenvolvida pela comunidade
caiçara na Prainha Branca. Durante todo ano os moradores da Prainha Branca se dedicam a atividades
relacionadas ao turismo, como passeios de barco (travessia para Bertioga), trabalho em lanchonetes,
padarias etc. Existe uma incipiente rede de serviços com pequenos bares, restaurantes e pousadas.
Muitos alugam seus quintais para serem usados como camping, ou quartos para turistas. A comunidade
ainda resiste ao avanço da especulação imobiliária e à ocupação irregular, com colaboração de ONGs.
Acerca da organização política, há a Sociedade Amigos da Prainha Branca, relativamente bem articulada.
As interações estabelecidas entre a comunidade da Ponta da Armação/Prainha Branca com as instituições
(local, municipal, estadual e federal), diagnosticada por Mineral (2012) apontam 14 instituições com ações
na área: CONDEPHAAT, APA Marinha Litoral Centro/Fundação Florestal, SOS Mata Atlântica, Prefeitura
do Guarujá, Prefeitura de Bertioga, Secretaria do Patrimônio da União/SPU, Sabesp, Ministério da Pesca e
Aquicultura, Petrobras, Anatel, Ministério Público, Telefônica, Secretaria de Estado da Educação,
Sociedade Amigos da Prainha Branca. No passado foram executadas ações de parceria feitas com a
APAMLC para elaboração de Levantamento Antropológico dos moradores tradicionais e fiscalização na
área do Evandro Mesquita.
Bertioga
Bertioga tem grande parte do seu território dentro de UCs, como o Parque Estadual da Serra do Mar,
APAMLC e Parque Estadual Restinga de Bertioga. Atualmente o Município tem no turismo a base principal
de sua economia, o que favoreceu a especulação imobiliária voltada para construção de condomínios de
alto padrão, com objetivo de segunda moradia/casa de veraneio nas regiões mais próximas à orla. O perfil
para atividades turística da região, associado à construção de condomínios de veranistas, potencializou
também o turismo náutico, de pesca e ecológico na região.
Com relação à atividade pesqueira, Bertioga conta com uma Colônia de pescadores, a Z23, que funciona
como um sindicato para os pescadores artesanais que atuam no mar e em águas interiores (organizando
a parte burocrática). A principal atividade dos pescadores artesanais é a pesca no mar, com bote, baleeira
e canoas, realizadas de forma coletiva, geralmente familiar em algumas comunidades, com
comercialização feita na área central do Município, por meio de atravessadores. A pesca em Bertioga
divide-se da seguinte forma: predomínio de camarão na região central; peixe e caranguejo na região
Norte. No entanto, as dificuldades e impactos sofridos são iguais para os dois grupos, mesmo com
atividades diferentes. Guaratuba e Boracéia, pertencentes a Bertioga, foram identificadas no DP do PEA-
SP, realizado pela Walm, 2012, como comunidades de pescadores-caiçaras. No entanto, também existem
pescadores que se concentram no centro de Bertioga, mas que são moradores do bairro Vista Linda.
A grande maioria dos pescadores que atuam em Bertioga vieram de Santa Catarina/SC e Paraná/PR. As
artes de pesca por eles utilizadas são arrasto-duplo, emalhe e arrasto de praia (TERAMOTO, 2014). A
pesca é uma atividade ainda importante para a economia local, uma vez que abastece o mercado
municipal e a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo/CEAGESP, sendo também
uma importante forma de subsistência das comunidades pesqueiras. Poucos pescadores comercializam o
pescado diretamente para bares e restaurantes locais, visto que a comercialização é dependente da
relação com intermediários. Portanto, alguns pescadores comercializam o pescado na própria casa.
Segundo Teramoto (2014), em Bertioga a infraestrutura – embarque/desembarque - para os pescadores é
precária: existe apenas um píer, onde também está a bomba de combustível, que abastece os barcos.
De acordo com Teramoto (2014), os pescadores artesanais de Guaratuba que utilizam emalhe, fazem uso
de barcos de alumínio e guardam seus petrechos em casa. As espécies-alvo variam ao longo do ano, mas
em geral são: robalo, cação, tainha, sororoca, pescada, corvina e bagre. Na região de Guaratuba existem,
de acordo com Litoral Sustentável/Instituto Pólis (2012), nove famílias que vivem da coleta e venda de
caranguejos, ostras e mariscos. A tradição caiçara é representada através da Festa da Tainha, que
acontece no mês de julho, e Festival do Camarão na Moranga, que acontece no mês de agosto.
● Comunidade de Pescadores em área urbanizada
Em Boracéia também vivem os índios Guaranis da Reserva Indígena do Rio Silveira. A tradição caiçara é
representada através da Festa da Tainha, que acontece no mês de julho, do Festival do Camarão na
Moranga, que acontece no mês de agosto e do Festival Nacional de Cultura e Esporte Indígena, que
acontece no mês de abril.
Santos
Em Santos foram identificadas três comunidades de pescadores artesanais caiçara de cultura tradicional:
Ilha Diana, Monte Cabrão e Caruara, todas localizadas na área continental de Santos.
Monte Cabrão
Monte tem em sua vizinhança imediata a Rodovia Cônego Domenico Rangoni (Piaçaguera) e Rod.
Prestes Maia (Rio-Santos); o canal de Bertioga e os bairros mais próximos são Vicente de Carvalho
(Guarujá) e Conceiçãozinha (onde fica o Porto).
Apesar da origem da localidade ser caiçara, com aspecto, ainda hoje, rural, o bairro vem se urbanizando,
à medida que o processo de desenvolvimento industrial influencia a dinâmica das relações
socioeconômicas da população, sobretudo dos pescadores artesanais. A atividade pesqueira não é mais
predominante como no início da formação do bairro. No entanto, ainda é uma atividade importante,
juntamente ao comércio local de bananas.
O impacto das atividades industriais advindas de Santos e Guarujá vem redefinindo a identidade local. No
entanto, o traço de tradição caiçara ainda existe, por meio dos conhecimentos e história dos moradores
mais velhos. De acordo com Walm (2012) a representação identificada nos mais jovens é a busca por
inserção em outro contexto: o industrial.
Os cerca de 2000 pescadores locais, estão organizados socialmente entre a Capatazia de Monte Cabrão
da Colônia de Pescadores Z1-Santos; Associação Comunitária de Monte Cabrão; Associação dos
Bananeiros do Litoral Paulista e Sociedade de Melhoramentos de Monte Cabrão.
Caruara
A comunidade conta com aproximadamente 2000 moradores, tendo em sua vizinhança imediata o bairro
Iriri (Bertioga) e Rodovia Prestes Maia (Rio-Santos). De acordo com Walm (2012), apenas uma parcela
pequena da comunidade é constituída por caiçaras, sendo que a maioria dos moradores chegaram até o
local atraídos pelos menores preços das moradias e terrenos.
- Ilha Diana: Localizada na foz do Rio Diana, a comunidade de mesmo nome possui 155 moradores
distribuídos entre as 50 famílias do local, tendo em sua vizinhança imediata a Base Aérea da Aeronáutica.
Devido à sua relação com o Porto de Santos, e também por sofrer com os impactos ambientais e sociais
decorrentes de suas atividades na comunidades são desenvolvidos projetos de cunho social e ambiental
pela empresa Embraport, como contrapartida da construção do Cais desse empreendimento.
A maior parte dos habitantes (quase todos caiçaras) originam-se de cinco antigas famílias de pescadores.
Possui infraestrutura precária: pequeno comércio local, dois bares, uma policlínica (atendimento do
médico da família três vezes por semana) e uma escola de ensino fundamental. As demais demandas da
comunidade são atendidas em Santos. O transporte para Ilha Diana é feito por meio de uma barca da
Companhia de Engenharia de Tráfego/ CET (via Terminal República das Barcas). Atualmente vivem da
Não foram identificados núcleos de população caiçara tradicional e, assim como para a maioria dos
pescadores no litoral Centro, os indivíduos estão dispersos nos bairros de periferia do Município, não
havendo união em nenhum elo da cadeia produtiva do pescado. Os pescadores têm um único ponto de
encontro no Município, centralizado na conhecida Rua Japão, onde fica também a Colônia Z-4 André
Rebouças. A Colônia exerce uma relação parecida com um sindicato, que apoia pescadores em questões
burocráticas, oferecendo, eventualmente, alguns cursos em parceria com outras instituições (Instituto de
Pesca e ONGs ambientais) e administrando o pagamento do seguro defeso relativo à pesca do camarão.
Muitos pescadores porém não se dizem representados pela Colônia Z-4.
Praia Grande
Um grupo de pescadores artesanais vive da pesca na costa do município, não reconhecidos como
caiçaras de cultura tradicional (WALM 2012). Os pescadores profissionais estão espalhados pelos bairros
periféricos, entre o Parque Estadual da Serra do Mar e a rodovia. São grupos sem representação formal,
ainda que alguns estejam associados à Colônia Z-4 de São Vicente.
Um ponto que concentra pescadores um pouco mais organizadamente é o Canto do Forte, onde existe
embarque e desembarque e, depois, comercialização na conhecida Boutique de Peixe, construída pela
Prefeitura. Desde 1998 a ONG Instituto Biopesca realiza um projeto de monitoramento do esforço da
pesca e suas relações com golfinhos e tartarugas marinhas. A Praia Ocian é outro ponto que concentra
pescadores profissionais, e onde existe um ponto de embarque e desembarque, sendo o comércio
realizado no Mercado de Peixe, também construído pela Prefeitura. Atualmente, a atividade regrediu em
virtude da diminuição do pescado e de seu preço de comercialização reduzido e somente uma família de
pescadores trabalha no local, negociando com atravessadores, o que reduz ainda mais os ganhos com a
atividade.
Mongaguá
Itanhaém
Foram identificadas duas comunidades de cultura tradicional caiçara, mas também existem grupos de
pescadores artesanais espalhados pela orla com estilo de vida e traços de cultura mais urbanizados.
- Rio Acima: A comunidade vem sofrendo impactos com o turismo e a especulação imobiliária nas últimas
décadas, sobretudo após a construção da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega que atraiu mais população
para o Município, tanto de turistas como de moradores fixos.
Na comunidade Rio Acima a pesca é feita nos rios junto à costa e a venda é feita de forma direta ao
consumidor e atravessadores. A comunidade trabalha na retomada da Folia do Rio Acima, evento que
celebra o resgate da antiga Folia do Divino (que acontecia até a década de 1960). A intenção da
comunidade é, ao subir o Rio Itanhaém, fortalecer a fé dos devotos e o compromisso com a memória e do
povo caiçara.
- Praia dos Pescadores: A comunidade de pesca que usa a Praia dos Pescadores é composta por
aproximadamente 30 famílias, que vivem principalmente da extração de recursos marinhos e de água
doce. A representação local dos pescadores é feita pela Colônia Z13, no entanto, nem todos esses
282 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
trabalhadores são filiados e existem conflitos entre os grupos, o que dificulta a organização e dinamização
da atividade.
Peruíbe
Neste Município foram identificadas quatro comunidades de Pescadores Artesanais Caiçaras de Cultura
Tradicional. A APA Can
- Cachoeira das Antas: Essa comunidade está localizada no entorno da Estação Ecológica Juréia-Itatins e
conta com aproximadamente 400 moradores distribuídos nas 40 famílias locais. Vizinha imediata ao bairro
Perequê, desenvolve atividades de agricultura, pesca artesanal e extrativismo. Socialmente, são
representados pela organização local União dos Moradores da Juréia.
Quanta à sua infraestrutura, são observadas casas de alvenaria, esgoto tratado e descartado em fossa
séptica, acesso à energia elétrica, coleta de lixo, transporte e abastecimento de água da cachoeira. Não
existem escola e posto de saúde no local.
Seus moradores ainda conservam a identidade caiçara, cujas famílias vieram, em sua maior parte, da
Cachoeira do Guilherme, comunidade do interior da EE Juréia-Itatins. A pesca é feita no rio Guaraú, rio
Comprido e no mar. A atividade agrícola concentra-se no plantio de banana, cana de açúcar e mandioca,
e extrativismo de ostra, caranguejo e marisco para consumo e venda. Os meios de produção são coletivos
e executam venda direta. Os pescadores estão associados à Colônia Z05, do mesmo município e, como
alternativa de renda, fazem bicos na construção civil e empregos de diaristas.
-Guaraú: O bairro está localizado no entorno da Estação Ecológica Juréia-Itatins, na APA Cananeia-
Iguape-Peruíbe. Sua base econômica é voltada para o turismo e a pesca, atividades afeitas ao setor
hoteleiro, gastronômico e de prestação de serviços de monitoria ambiental em trilhas ecológicas .
A comunidade conta com aproximadamente 1600 moradores distribuídos entre as 400 famílias locais,
socialmente representados pela União dos Moradores da Juréia, pelo Grupo Ecológico do Guaraú e pela
Associação Amigos do Bairro do Guaraú. Os pescadores locais também são associados à Colônia de
Pesca Z05. No local também foram identificados Programas e Projetos Sociais comunitários realizados por
entidades locais, entre eles o Grupo Ecológico do Guaraú/GREG e a ONG Vida & Surf (ONG Vida e Surf,
2018).
A parcela tradicional da população local é formada por moradores que migraram do Vale do Ribeira e da
Estação Ecológica Juréia-Itatins, em busca da manutenção de sua identidade cultural por meio da pesca
familiar, da dança do fandango e na culinária típica. A pesca artesanal se dá no mar e o extrativismo de
ostra e mexilhão ocorrem no Rio Guaraú, onde a comercialização é feita por venda direta ao consumidor.
A agricultura local faz parte do Programa de Aquisição de Alimento/PAA do Ministério do Desenvolvimento
Agrário.
-Barra do Uma: A comunidade tradicional da Barra do Una está inserida na RDS da Barra do Una, uma
das unidades de conservação do Mosaico da Juréia-Itatins, onde vivem cerca de 120 moradores
pertencentes à alguma das 50 famílias locais. Sua atividade produtiva é baseada na pesca no rio do Una e
no mar, no extrativismo de ostra, marisco e caranguejo e no turismo com os passeios de barco e trilhas
ecológicas. A forma e os meios de produção são coletivos; a venda é feita de forma direta e para o
Programa Aquisição de Alimentos do Ministério de Desenvolvimento Agrário. Como alternativa de renda,
os moradores buscam trabalhos também na construção civil e em serviços domésticos, como diaristas e
caseiros.
Seus primeiros moradores ajudaram a construir a tradição local ligada à agricultura e pesca, que hoje se
reproduz por meio da cultura caiçara e de sua relação com a natureza, pela permanência das principais
famílias no local - Ribeiro e Prado-, assim como pelas festas religiosas, festa da tainha, festa caiçara, do
fandango e bailes de viola.
-Perequê: A comunidade começou a ser formada com a chegada de pessoas que passavam a temporada
no local e também por moradores vindos da Juréia, após a criação da Estação Ecológica Juréia-Itatins,
contando hoje com aproximadamente 200 famílias distribuídas entre 30 famílias. Também presente na
De maneira geral, a organização social e política das comunidades de pescadores artesanais de cultura
caiçara identificadas reflete a fragilidade desse grupo que, diante de tantas perdas, deixam também de ter
inserção e legitimidade nos processos políticos que afetam seu modo de vida. Existe falta de credibilidade
dos pescadores em relação às Colônias e à Federação de Pesca e, em muitos casos, ocorrem conflitos
internos entre as próprias associações de pescadores, fato bastante evidente em Santos, Guarujá e São
Vicente (WALM, 2012).
Existem diversas políticas e programas para a pesca artesanal, como: Centros Integrados da Pesca
Artesanal – CIPAR, Apoio à Organização Produtiva de Trabalhadoras da Pesca, Apoio a Pequenos
Empreendimentos na Pesca Artesanal, Apoio à Cadeia Produtiva – Fábricas de Gelo, Caminhões
Frigoríficos, Caminhões Feira; Cursos Técnicos Integrados em Pesca e Aquicultura; Apoio à Organização
de Fóruns de Gestão da Pesca e Capacitação de Pescadores (as) e Organizações do Setor (MPA,
2012b). No entanto, existe um descompasso entre a teoria e a prática nas políticas públicas voltadas para
o pescador na teoria e na prática, visto que os próprios pescadores desconhecem essas políticas ou, por
conta de tanta dificuldade burocrática, acabam desistindo de financiamentos ou outra forma de ajuda
institucional.
RELAÇÕES (HARMÔNICAS OU CONFLITUOSAS) COM OUTROS ATORES, COM A APAMLC E COM INSTITUIÇÕES
LOCAIS E REGIONAIS
De maneira abrangente, a relação entre os atores em questão é caracterizada por uma tensão latente,
devido à sensibilidade dos temas em questão, como tradicionalidade, reprodução cultural, ancestralidade,
progresso, mudanças culturais. Há uma oscilação entre momentos mais ou menos delicados. Entretanto,
observam-se problemas generalizados, tais como: falta de definição de áreas de atuação e de atribuições
de cada um dos atores, falta de continuidade nas ações devido à questões políticas, falta de
reconhecimento de saberes tradicionais em prol de decisões de cunho técnico. Boa parte desses
desencontros refere-se ao desconhecimento, por parte dos pescadores, das delimitações de atuação dos
órgãos no que tange à definição de políticas de legislação, fiscalização e gestão. Quando a temática a ser
discutida versa acerca de demandas concernentes ao planejamento e ordenamento ambiental que
ocasionam, muitas vezes, diminuição de áreas de pesca, ou restrições de uso ou ocupação, as relações
tornam-se mais conflituosas.
A equipe de gestão das APAs Marinhas tem papel fundamental no processo de envolvimento comunitário,
por meio da gestão participativa. No entanto, ainda existem formas desiguais de participação da cultura
caiçara em geral, mesmo com maior participação nos conselhos gestores das unidades de conservação.
Entende-se que o pescador, ainda que com baixa escolaridade, desconhecimento da legislação etc., tem
um saber extremamente especializado, que vai além do conhecimento acadêmico e técnico sobre o mar,
sendo esse saber, essa expertise, que o coloca como ator importante do processo de gestão da APAMLC.
A APAMLC é uma unidade de conservação de uso sustentável, que permite a conciliação de diversas
atividades. Faz interface com outras UCs por meio do território marinho, área comum e/ou de influência
direta de todas as UCs. São essas unidades de conservação:
- ESEC Tupiniquins
- PE Xixová- Japuí
- PE do Itingucú
- PE Restinga de Bertioga
- PE da Serra do Mar
- EE Juréia-Itatins
Esfera Federal
O Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro – PNGC foi instituído pela Lei Federal nº 7.661/1988,
visando à orientação da utilização racional dos recursos na Zona Costeira, de forma a contribuir para
elevar a qualidade da vida de sua população, e a proteção do seu patrimônio natural, histórico, étnico e
cultural (MMA, 2016a). O PNGC II apresenta como finalidade primordial o estabelecimento de normas
gerais visando à gestão ambiental da Zona Costeira do País através dos seguintes objetivos: promoção do
ordenamento do uso dos recursos naturais e da ocupação dos espaços costeiros, subsidiando e
otimizando a aplicação dos instrumentos de controle e de gestão; estabelecimento do processo de gestão,
O PNGC foi regulamentado pelo Decreto Federal nº 5.300/2004, pelo qual os Estados são responsáveis
pelo planejamento e execução de atividades de gerenciamento costeiro por meio da articulação política
com municípios e sociedade, sendo competência do Ministério do Meio Ambiente acompanhar e avaliar
permanentemente a implementação do plano, promover a articulação intersetorial e interinstitucional com
os órgãos e colegiados existentes em âmbito federal, estadual e municipal, entre outros. São instrumentos
para a gestão da Zona Costeira:
O Projeto de Gestão Integrada da Orla Marítima (Projeto Orla) é uma ação conjunta entre o Ministério do
Meio Ambiente/Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável (SEDR), e o Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão/ Secretaria do Patrimônio da União (SPU/MP) visando o
ordenamento dos espaços litorâneos sob domínio da União, aproximando as políticas públicas ambiental e
patrimonial, com ampla articulação entre as três esferas de governo e a sociedade (MMA, 2016c).
O Projeto busca responder a uma série de desafios como reflexo da fragilidade dos ecossistemas da orla,
do crescimento do uso e ocupação de forma desordenada e irregular, do aumento dos processos erosivos
e de fontes contaminantes. Além disto, o estabelecimento de critérios para destinação de usos de bens da
União, visando o uso adequado de áreas públicas, a existência de espaços estratégicos (como portos,
áreas militares) e de recursos naturais protegidos também se configuram em desafios para gestão da orla
brasileira.
Em consonância com a Política Nacional para os Recursos do Mar, aprovada pelo Decreto Federal
5.377/2005, e em harmonia com demais políticas nacionais e especialmente com o plano plurianual, o
Plano Setorial para os Recursos do Mar prevê conhecer e avaliar as potencialidades do mar, bem como
monitorar os recursos vivos e não vivos e os fenômenos oceanográficos e do clima das áreas marinhas
sob jurisdição e de interesse nacional. Atualmente, o plano encontra-se na sua nona versão (IX PSRM),
com vigência de 2016 a 2019 (MARINHA DO BRASIL, 2016).
Quadro 58 – .
REVIMAR A partir dos resultados obtidos pelo Programa REVIZEE, a ação tem por
(Avaliação, objetivo avaliar, monitorar e promover a conservação da biodiversidade
Monitoramento e marinha, com enfoque ecossistêmico, visando ao estabelecimento de bases
Conservação da científicas e ações integradas capazes de subsidiar políticas e ações de
O instrumento de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) reconhece o valor econômico da proteção de
ecossistemas e dos usos sustentáveis e promove um incentivo econômico aos provedores de serviços
ambientais, assim como cobra do usuário dos serviços seguindo os conceitos de protetor-recebedor e
usuário-pagador. O foco final das políticas de PSA deve ser a melhoria da qualidade de vida das
populações provedoras dos serviços ambientais ao reconhecer o valor de suas ações para o bem-estar da
sociedade. Em âmbito nacional, vem sendo discutido um projeto de lei que visa instituir uma Política
Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais, criar um programa nacional e um fundo federal
específico para sustentar a política (MMA, 2016f).
Esfera Estadual
Existem em vigor diversos instrumentos de política pública estadual relacionados com a Zona Costeira.
Em consonância com o PNGC, o Estado de São Paulo instituiu o Plano Estadual de Gerenciamento
Costeiro (PEGC), por meio da Lei Estadual nº 10.019, de 3 de julho de 1998, estabelecendo os objetivos,
diretrizes, metas e instrumentos para disciplinar e racionalizar a utilização dos recursos naturais da Zona
Costeira do Estado de São Paulo, bem como a tipologia e os usos permitidos nas Zonas Costeiras, as
atividades proibidas e as penalidades no caso de infrações (SMA/SP, 2016a). O Plano busca alternativas
para promover o desenvolvimento socioeconômico com a manutenção e/ou recuperação da qualidade dos
ecossistemas costeiros.
O artigo 9º da Lei Estadual nº 10.019/98 define os instrumentos necessários à gestão da Zona Costeira do
Estado de São Paulo: Zoneamento Ecológico–Econômico; Sistema de Informações ; Plano de Ação e
Gestão; Controle e Monitoramento.
A Lei ainda estabelece que o licenciamento de empreendimentos e a fiscalização ambiental deverão ser
realizados com base nas normas e critérios estabelecidos no Zoneamento Ecológico-Econômico e proíbe,
em toda a Zona Costeira, a comercialização de madeira bruta, a pesca de arrasto com utilização de
parelha até a isóbata de 23,6 metros e a utilização de agrotóxicos organoclorados na agricultura.
Entre outras definições, estabelece que “estrutura náutica: conjunto de um ou mais acessórios
organizadamente distribuídos por uma área determinada, podendo incluir o corpo d'água a esta adjacente,
em parte ou em seu todo, bem como seus acessos por terra ou por água, planejados para prestar serviços
de apoio às embarcações, à pesca e às demais atividades vinculadas à navegação’.
Pode ser Classe 1: estrutura de apoio que compreende píeres flutuantes ou não, com rampas de acesso
às embarcações, cuja implantação não implique aterro do corpo d'água, salvo os de cabeceira, nem
construção de quebra-ondas ou enrocamento; Classe 2: estrutura de apoio que compreende instalações
de galpões em terra para guarda de embarcações, serviços de manutenção de casco e reparos de motor,
abastecimento de combustíveis e troca de óleo em área seca, assim como aquela que necessite, para sua
implantação, aterro do corpo d'água, dragagem do leito do corpo d'água, construções de galpões sobre a
água, construção de quebra-ondas ou enrocamento destinado à proteção da própria estrutura contra as
ondas e correntezas; Classe 3: estrutura de apoio que compreende instalações de galpões em terra para
guarda de embarcações, estaleiros para barcos de esporte, lazer, recreio e turismo náutico e de pesca
artesanal, serviços de reparos de cascos, manutenções completas de motores, pinturas de qualquer tipo,
abastecimento de combustíveis e troca de óleo na água, dársenas, assim como aquela que necessite,
para sua implantação, aterro do corpo d'água, dragagem do leito do corpo d'água, construção de quebra-
288 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
onda destinado à proteção da própria estrutura contra as ondas e correntezas e abertura de canais para
implantação de dársenas.
Ainda, faixa entremarés: compreende a área entre a preamar de sizígia e baixa-mar de sizígia; e faixa
marítima: compreende a área que vai da baixamar de sizígia até a isóbata de 23,6m (vinte e três metros e
sessenta centímetros)
E a seguinte tipologia de zonas: Z-1 - zona que mantém os ecossistemas primitivos em pleno equilíbrio
ambiental, ocorrendo uma diversificada composição de espécies e uma organização funcional capazes de
manter, de forma sustentada, uma comunidade de organismos balanceada, integrada e adaptada,
podendo ocorrer atividades humanas de baixos efeitos impactantes; II - Z-2 - zona que apresenta
alterações na organização funcional dos ecossistemas primitivos, mas é capacitada para manter em
equilíbrio uma comunidade de organismos em graus variados de diversidade, mesmo com a ocorrência de
atividades humanas intermitentes ou de baixos impactos, podendo apresentar, em áreas terrestres,
assentamentos humanos dispersos e pouco populosos, com pouca integração entre si; III - Z-3 - zona que
apresenta os ecossistemas primitivos parcialmente modificados, com dificuldades de regeneração natural,
pela exploração, supressão ou substituição de algum de seus componentes, em razão da ocorrência de
áreas de assentamentos humanos com maior integração entre si; IV - Z-4 - zona que apresenta os
ecossistemas primitivos significativamente modificados pela supressão de componentes,
descaracterização dos substratos terrestres e marinhos, alteração das drenagens ou da hidrodinâmica,
bem como pela ocorrência, em áreas terrestres, de assentamentos rurais ou periurbanos descontínuos
interligados, necessitando de intervenções para sua regeneração parcial; V - Z-5 - zona que apresenta a
maior parte dos componentes dos ecossistemas primitivos degradada ou suprimida, com organização
funcional eliminada. Artigo 8º - O enquadramento nos diferentes tipos de zona, nos termos do artigo 7º
deste decreto, observa os termos do § 1º do artigo 13 da Lei nº 10.019, de 3 de julho de 1998, respeitando
a dinâmica de ocupação do território e as metas de desenvolvimento sócio-econômico e de proteção
ambiental, e considerando a diversidade e complexidade econômico-social do Setor da Baixada Santista,
assim como a necessidade de preservação de seus ativos ambientais. Parágrafo único - As metas a que
alude o "caput" deste artigo serão alcançadas por meio de planos de ação e gestão integrados e
compatibilizados com os planos diretores regionais e municipais e demais instrumentos da política urbana.
Artigo 9º - As zonas a que se refere o artigo 7º deste decreto foram subdivididas em 7 (sete) subzonas,
com amparo no § 2º do artigo 13 da Lei nº 10.019, de 3 de julho de 1998, assim definidas: I - Z1AEP -
Áreas Especialmente Protegidas - terrestre e marinha: áreas sob regime de estrita proteção e
administração autônoma definida em lei, consistentes em: a) Unidades de Conservação do grupo de
proteção integral a que alude o artigo 2º, inciso VI, da Lei federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000; b)
terras indígenas homologadas ou com processo demarcatório autorizado pelo órgão competente; c)
reservas particulares do Patrimônio Natural; II - Z2ME e Z3ME - Zonas Marinhas Especiais: zonas
marinhas sujeitas a restrições maiores do que aquelas incidentes sobre a zona da qual derivam, embora
não o suficiente para enquadramento em outra tipologia de zona;
III - Z4TE e Z5TE - Zonas Terrestres Especiais: zonas terrestres sujeitas a restrições maiores do que a
zona da qual derivam, embora não o suficiente para enquadramento em outra tipologia de zona; IV -
Z5TEP - Expansão Portuária: zona terrestre sujeita a restrição maior do que a zona da qual deriva,
embora não o suficiente para enquadramento em outra tipologia de zona; V - Z5MEP - Terrestre Marinha
Expansão Portuária: zona marinha sujeita a restrição maior do que a zona da qual deriva, embora não o
suficiente para enquadramento em outra tipologia de zona; Artigo 10 - O Zoneamento Ecológico-
Econômico do Setor da Baixada Santista está representado graficamente por mapa na escala 1:50.000,
tendo como base as cartas oficiais do Sistema Cartográfico Metropolitano da Baixada Santista, elaboradas
pela Agência Metropolitana da Baixada Santista - AGEM, relativas ao levantamento 2001/2002, mapa
esse que integra o presente decreto como Anexo único.
Artigo 52 - A Z1M é integrada, também, pela Subzona Áreas Especialmente Protegidas - Z1MAEP, que
abrange as Unidades de Conservação de proteção integral a que alude a Lei federal nº 9.985, de 18 de
julho de 2000. § 1º - No caso de criação de Unidade de Conservação Marinha da categoria a que se refere
o "caput" deste artigo, a respectiva área ficará automaticamente reclassificada como Z1MAEP. § 2º - No
caso de desafetação de áreas em Unidades de Conservação inseridas na Z1MAEP, o Grupo Setorial de
289 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
Coordenação da Baixada Santista deliberará sobre o reenquadramento dessas áreas, de acordo com os
parâmetros estabelecidos na Lei n° 10.019, de 3 de julho de 1998, encaminhando a proposta das
alterações que se mostrarem pertinentes no presente decreto e no seu anexo único. Artigo 53 - Os usos e
atividades permitidos nas Z1MAEP são aqueles previstos: I - na Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000; II -
no diploma de criação da Unidade de Conservação e respectivo Plano de Manejo.
Artigo 56 - Na Z2M são permitidos, além daqueles estabelecidos para a Z1M, os seguintes usos e
atividades: I - aquicultura; II - pesca artesanal; III - estruturas náuticas Classe 1. Parágrafo único - Não
será permitida a pesca artesanal em embarcações acima de 12 (doze) metros de comprimento. Artigo 57 -
Os planos e programas de gestão da Z2M terão as seguintes
Artigo 58 - A Z2M é integrada, também, pela Subzona Z2ME - Zona 2 Marinha Especial, cujas
características, diretrizes, usos e metas são os mesmos da Zona 2 Marinha. § 1º - Fica vedada na Z2ME a
pesca de arrasto motorizado e a implantação de estruturas náuticas Classe 1. § 2º - O limite da Z2ME
abrange uma faixa marítima de 800 (oitocentos) metros, a partir da linha de baixa-mar.
Artigo 62 - Na Z3M são permitidos, além daqueles estabelecidos para a Z1M e a Z2M, os seguintes usos e
atividades: I - pesca industrial; II - estruturas náuticas Classe 2; III - pesca artesanal em embarcações
acima de 12 (doze) metros de comprimento.
Artigo 64 - A Z3M é integrada, também, pela Subzona Z3ME - Zona 3 Marinha Especial, cujas
características, diretrizes, usos e metas são os mesmos da Zona 3 Marinha. § 1º - Fica vedada na Z3ME a
pesca de arrasto motorizado. § 2º - O limite da Z3ME abrange uma faixa marítima de 800 (oitocentos)
metros, a partir da linha de baixa-mar.
Artigo 67 - Na Z4M são permitidos, além dos usos e atividades estabelecidos para a Z1M, a Z2M e a Z3M,
a instalação de estruturas náuticas Classe 3.
Artigo 71 - Na Z5M são permitidos, além daqueles estabelecidos para a Z1M, a Z2M, a Z3M e a Z4M, os
seguintes usos e atividades: I - náuticas e aeroportuárias; II - estruturas portuárias.
Artigo 73 - A Z5M é integrada, também, pela Subzona Z5MEP - Zona 5 Marinha de Expansão Portuária.
Parágrafo único - Para todos os fins, inclusive licenciamento ambiental das atividades indicadas no artigo
76 deste decreto, a utilização de área classificada como Z5MEP fica condicionada ao cumprimento dos
requisitos previstos na legislação ambiental específica. Artigo 74 - Para enquadramento como Z5MEP, foi
considerada a característica de localização no interior do estuário, junto ao canal de navegação, que, por
sua peculiaridade geográfica e socioeconômica, apresenta interesse estratégico para o desenvolvimento e
expansão portuária. Artigo 75 - A gestão da Z5MEP observará, como diretriz, a compatibilização da
atividade portuária com: I - a funcionalidade dos ecossistemas; II - a conservação dos recursos naturais; III
- o manejo sustentável dos recursos naturais; IV - o controle da poluição; V - a manutenção da qualidade
das águas. Artigo 76 - Na Z5MEP, observado o disposto no artigo 3º do presente decreto, são permitidos,
além daqueles estabelecidos para a Z1M, os seguintes usos e atividades: I - empreendimentos portuários
e retroportuários, desde que atendida a legislação pertinente; II - pesca artesanal,vedado o arrasto
motorizado.
De acordo com o artigo 18 da Lei nº 7.663/91, que instituiu a Política Estadual de Recursos Hídricos no
Estado de São Paulo, o Plano Estadual de Recursos Hídricos – PERH deve ser elaborado com base nos
Planos das Bacias Hidrográficas, de modo a estabelecer diretrizes e critérios de gerenciamento em escala
estadual, sendo que o conteúdo a ser abordado nestes planos de bacia também é definido pela
supracitada lei (SIGRH, 2016a). O Projeto de Lei nº 192/2016, que dispõe sobre o referido Plano, deu
entrada na Assembleia Legislativa do Estado em 22 de março de 2016 em regime de urgência, porém
ainda não foi votado (SÃO PAULO, 2016).
O Relatório de Situação dos Recursos Hídricos é um instrumento de gestão previsto pela Lei Estadual
7.663/1991, e tem como função avaliar a eficácia do Plano Estadual de Recursos Hídricos e dos Planos de
Bacias Hidrográficas. Seu objetivo principal é dar subsídio às ações dos Poderes Executivo e Legislativo
de âmbito municipal, estadual e federal. O artigo 19 da mesma lei prevê como conteúdo mínimo do
Relatório de Situação uma análise sobre o planejamento, a qualidade, e a quantidade das águas.
A Lei Estadual 7.663/1991 define que os planos de bacias hidrográficas devem contemplar,
resumidamente: diretrizes gerais, a nível regional, capazes de orientar os planos diretores municipais;
metas de curto, médio e longo prazos para se atingir índices progressivos de recuperação, proteção e
conservação dos recursos hídricos da bacia; e programas de âmbito regional.
Atualmente o Plano de Bacia do Litoral Norte está em processo de revisão e prevê a atualização das
metas vigentes e a reorganização das prioridades de execução das ações, no qual serão consideradas as
orientações do Relatório de Situação dos Recursos Hídricos do Litoral Norte 2015 (SIGRH, 2016b).
Destaca-se como áreas prioritárias na disponibilidade x demanda: Bacia 17 - Rio São Francisco e Bacia
21 - Rio Maresias em São Sebastião, Bacia 30 - Rios Paquera e Cego em Ilhabela, Bacia 09 - Rios Escuro
e Comprido em Ubatuba, Bacia 12 - Rio Mococa em Caraguatatuba.
O Programa Município VerdeAzul – PMVA visa estimular e auxiliar as prefeituras paulistas na elaboração
e execução de suas políticas públicas estratégicas para o desenvolvimento sustentável do estado de São
Paulo. A participação do município no PMVA é um dos critérios de avaliação para a liberação de recursos
do Fundo Estadual de Controle da Poluição – FECOP. As ações propostas pelo PMVA compõem as dez
Diretivas norteadoras da agenda ambiental local, abrangendo temas estratégicos: Esgoto Tratado,
Resíduos Sólidos, Biodiversidade, Arborização Urbana, Educação Ambiental, Cidade Sustentável, Gestão
das Águas, Qualidade do Ar, Estrutura Ambiental e Conselho Ambiental. Ao final de cada ciclo anual,
publica o “Ranking Ambiental dos municípios paulistas”. Cananeia, Iguape e Ilha /comprida participam
(SMA/SP, 2016d).
Criada em 1996, a Região Metropolitana da Baixada Santista é integrada por nove municípios: Bertioga,
Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente. A região foi
responsável por, aproximadamente, 3,11% do Produto Interno Bruto (PIB) paulista em 2015.
Esfera Municipal
Planos Diretores
Neste item são apresentados os planos e programas existentes e específicos que poderão subsidiar
diretamente a elaboração do Plano de Manejo da APAMLC.
O Programa Global de Gerenciamento de Água de Lastro (GloBallast) em sua primeira fase (MMA,
2016h), foi uma iniciativa da Organização Marítima Internacional (IMO), contando com o apoio dos
Estados Membros e da indústria do transporte marítimo, e objetiva apoiar países em desenvolvimento no
trato do problema de água de lastro. O projeto, denominado originalmente Remoção de Barreiras para a
Implementação Efetiva do Controle da Água de Lastro e Medidas de Gerenciamento em Países em
Desenvolvimento, visa reduzir a transferência de espécies marinhas não nativas indesejáveis, que têm
como vetor a água de lastro dos navios. Tem como propósito ajudar os países em desenvolvimento a
implementar as medidas de caráter voluntário previstas na Resolução A.868 (20) - IMO Diretrizes para o
Controle e Gerenciamento da Água de Lastro dos Navios para Minimizar a Transferência de Organismos
Aquáticos Nocivos e Agentes Patogênicos.
Criado pela Portaria ICMBio Nº 19/2016, o Plano de Ação Nacional para dos Ambientes Coralíneos (PAN
Corais) contempla 52 espécies ameaçadas de extinção e tem objetivo geral de melhorar o estado de
conservação dos ambientes coralíneos por meio da redução dos impactos antrópicos, ampliação da
proteção e do conhecimento, com a promoção do uso sustentável e da justiça socioambiental. Ele é
composto por nove (9) objetivos específicos, com as suas respectivas ações, cuja previsão de
O Plano de Ação Nacional para a Conservação da Herpetofauna Ameaçada da Mata Atlântica da Região
Sudeste do Brasil (ICMBio, 2016c) tem como objetivo geral reduzir as ameaças sobre as espécies do PAN
por meio de ações e geração de conhecimento, em cinco anos, a contar da data da publicação desta
portaria no Diário Oficial da União - DOU. O plano é composto por sete objetivos específicos e 42 ações. A
coordenação caberá ao Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios - RAN, com
supervisão da Coordenação Geral de Manejo para Conservação.
● Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Tubarões e Raias Marinhos Ameaçados de
Extinção
Instituído pela Portaria ICMBio nº 125/2014, o Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Tubarões
e Raias Marinhos Ameaçados de Extinção tem como objetivo mitigar os impactos sobre os
elasmobrânquios marinhos ameaçados de extinção no Brasil e de seus ambientes, para fins de
conservação em curto prazo. Ele é composto por nove (9) objetivos específicos, com as suas respectivas
ações, cuja previsão de implementação está prevista em um prazo de cinco anos, com supervisão e
monitoria anual do processo de implementação (ICMBio, 2016d).
● Projeto TAMAR
Em 1980, foi criado o Projeto Tartaruga Marinha (hoje, Projeto TAMAR-ICMBio), um programa de
monitoramento das praias e registro das ocorrências, estabelecido nas principais áreas de reprodução das
cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil. A missão deste projeto é proteger as
tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, porém, tornou-se evidente que o trabalho não poderia ficar
restrito às tartarugas, pois uma das chaves para o sucesso desta missão seria o apoio ao
desenvolvimento das comunidades costeiras, de forma a oferecer alternativas econômicas que
amenizassem a questão social, reduzindo assim a pressão humana sobre as tartarugas marinhas
(TAMAR, 2016).
As atividades são organizadas a partir de três linhas de ação: conservação e pesquisa aplicada, educação
ambiental e desenvolvimento local sustentável.
O Plano de Ação Nacional para Conservação das Tartarugas Marinhas, instituído pela Portaria nº 135, de
23 de dezembro de 2010, tem como objetivo o aprimoramento de ações de conservação e pesquisa
direcionadas à recuperação e sobrevivência das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no
Brasil, em níveis saudáveis capazes de exercerem seus papéis ecológicos. O PAN é composto por oito
metas com 71 ações, cuja previsão de implementação está estabelecida em um prazo de cinco anos, com
validade até dezembro de 2015, com supervisão e monitoria anual do processo de implementação
(ICMBio, 2016e).
O Plano de Ação Nacional para a Conservação do Pequeno Cetáceo Toninha tem como objetivo evitar o
declínio populacional da Pontoporia blainvillei na sua área de ocorrência no Brasil. Ele é composto
por sete metas, com as suas respectivas ações, cuja previsão de implementação está prevista em um
prazo de cinco anos, com validade até setembro de 2015, com supervisão e monitoria anual do processo
de implementação (ICMBio, 2016f). O PAN Toninha foi aprovado pela Portaria ICMBio nº 91 de 27 de
agosto de 2010.
O Plano de Ação Nacional para Conservação dos Pequenos Cetáceos (ICMBio, 2016g), instituído pela
Portaria nº 86, de 27 de agosto de 2010, tem como objetivo reduzir o impacto antrópico e ampliar o
conhecimento sobre pequenos cetáceos no Brasil nos próximos cinco anos. O PAN é composto por sete
metas e 107 ações, cuja previsão de implementação está estabelecida em um prazo de cinco anos, com
validade até agosto de 2015, e com supervisão e monitoria anual do processo de implementação.
O Plano de Ação Nacional para Conservação dos Mamíferos Aquáticos Grandes Cetáceos e Pinípedes
(ICMBio, 2016h) tem como objetivo geral reduzir o impacto antrópico e ampliar o conhecimento sobre
Grandes Cetáceos e Pinípedes no Brasil, nos próximos dez anos.
O PAN abrange 16 espécies de mamíferos aquáticos, sendo nove espécies de Grandes Cetáceos, com 21
metas e 146 ações e sete espécies de pinípedes, com 14 metas e 87 ações, com previsão de
implementação até agosto de 2020, com supervisão e monitoria anual do processo de implementação.
Criado pela Portaria ICMBIO n° 43, de 29 de junho de 2011 e com atuação em todo território nacional, a
finalidade é otimizar o monitoramento e atendimento a encalhes e capturas em artes de pesca, bem como
o desenvolvimento de pesquisa e armazenamento de informações em banco de dados nacional sobre
mamíferos aquáticos, para viabilizar o intercâmbio de informações entre as instituições que trabalham com
mamíferos aquáticos no Brasil (REMAB, 2016).
A Lei estadual Nº 14.982, de 08 de abril de 2013, altera os limites da Estação Ecológica da Juréia-Itatins,
destinando parte marinha para as APAs marinhas do Litoral Centro (Peruíbe) e do Litoral Sul (Iguape),
área total de 14.960 ha (quatorze mil, novecentos e sessenta hectares), além de outras providências.
Foi instituído pelo Decreto Nº 53.528, de 8 de outubro de 2008 , quando da criação das APAs Marinhas,
considerando a necessidade de ordenar as atividades de conservação e desenvolvimento sustentável na
zona costeira e marinha do Estado, garantindo a integração da gestão e o equilíbrio ambiental. Não foi
regulamentado.
Em de fevereiro de 2016 foi publicada a Portaria ICMBIO n° 14 que aprova o Plano de Manejo da Área de
Proteção Ambiental de Cananéia-Iguape- Peruíbe/SP.
Esta APA foi criada pelo Decreto Federal nº 90.347, de 23 de outubro de 1984 e atualizada pelo Decreto
Federal nº 91.892 de 6 de novembro de 1985. Os objetivos do Plano são:
− Possibilitar às comunidades caiçaras o exercício de suas atividades, dentro dos padrões estabelecidos
historicamente;
− Proteger e preservar: os ecossistemas, desde os manguezais das faixas litorâneas, até as regiões de
campo, nos trechos de maiores altitudes; as espécies ameaçadas de extinção, as áreas de nidificação
de aves marinhas e de arribação; sítios arqueológicos; os remanescentes da floresta atlântica; a
qualidade de recursos hídricos (ICMBio, 2016a).
Constituem Zona de Vida Silvestre da APACIP (Decreto 90.347/1984) as ilhas oceânicas - Ilhas do Bom
Abrigo e Ilhote, ilha do Castilho; ilha Figueiras, situada entre as latitudes 25º20'50" e 25º22'00" Sul e as
longitudes 48º01'40" e 48º03'00" Oeste; ilha Cambriu, ilha Queimada Pequena, e a ilha Queimada Grande,
as quais são também abrangidas, parte pela APAs Marinhas do Litoral Sul e parte pela APAMLC.
Sobrepõe-se em parte à APA da Ilha Comprida e à ARIE do Guará. Seu zoneamento abrange a área
lagunar e terrestre, não atingindo as águas marinhas. Foi definida uma zona de sobreposição com outras
UCs, onde, preferencialmente, as diretrizes deverão ser discutidas pelos organismos responsáveis em
conjunto.
− A ESEC de Tupiniquins foi criada em 1986 (Decreto 9296) e teve seu Plano de Manejo publicado em
2008.
− http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-coservacao/esec_tupiniquins.pdf
− Abrange formações das APAs estaduais marinhas do Litoral Centro e do Litoral Sul, abrangendo os
municípios de Cananéia, Iguape, Peruíbe: Ilha de Peruíbe; Ilha Cambriú; Ilha do Castilho; Ilha
Queimada Pequena; Ilhote e Laje Noite Escura, assim como o entorno marinho de cada uma das
ilhas e da laje num raio de um quilômetro de extensão a partir da rebentação das águas nos
rochedos e nas praias.
Pesca amadora
Pesca subaquática
Extrativismo
Atividades portuárias
Atividades industriais
Todas as tipologias de uso foram identificadas pelos três segmentos (pesca artesanal, setor produtivo e
interesses difusos), o que indica a convergência de percepção dos usos do território que se mostrou
favorável nas discussões do Zoneamento e dos Programas de Gestão, já que os grupos reconhecem as
atividades que outros desenvolvem no mesmo espaço.
Pesca Amadora
Essa categoria contempla as modalidades embarcada e desembarcada, onde é praticada a pesca de vara,
linhada e, inclusive, arrasto e arrasto de praia, o que é irregular e acaba por gerar conflitos com a pesca
artesanal. As espécies citadas como alvo de pesca amadora foram: pescada, espada, bagre, anchova,
corvina, cação, sororoca, guaivira, prejereba, garoupa, robalo-flecha, robalo-peva, dourado, badejo,
baiacu, cioba, olho-de-cão e bicuda.
A pesca amadora ocorre principalmente ao redor de parcéis, ilhas e costões rochosos localizados entre o
Parcel do Una (APAMLS) e a Laje Pedro II (Itanhaém), com destaque para a AME Laje de Conceição e a
Ilha da Queimada Grande. Também foram mapeadas as baías e costões de Guarujá e Bertioga e a face
oeste da Ilha do Montão do Trigo (APAMLN). A atividade também está presente no interior dos canais de
São Vicente, Guarujá, Itapanhaú (Bertioga) e Itanhaém, municípios que concentram diversas estruturas de
apoio náutico às embarcações de pesca amadora. O estuário do rio Itanhaém também representa um
importante local para a prática de pesca amadora visando a captura de robalo.
Foram registrados diversos relatos sobre a prática da pesca de forma descontrolada, em locais proibidos,
e visando espécies ameaçadas, protegidas ou matrizes responsáveis pela manutenção dos estoques de
interesse para a pesca profissional. Ainda, regularmente ocorrem na região competições de pesca
amadora, embora sem os devidos controle ou fiscalização.
Pesca subaquática
A pesca subaquática é uma prática da pesca amadora, e menos frequentemente realizada por pescadores
artesanais, onde os mergulhadores, em apneia, utilizam arpões para capturar os peixes. Entre as
espécies-alvo estão a robalo, mero, caranha, miraguaia, lagosta, polvo, sargo - em lugares mais
profundos.
Observa-se grande interface com outros usos no território e sua área de ocorrência abrange a praia do
Extrativismo
O extrativismo é realizado pelos pescadores artesanais de forma complementar às outras modalidades de
pesca ou como atividade exclusiva, no caso dos extrativistas. A atividade pode ainda ser realizada por
outras pessoas em regime de subsistência. As espécies alvo são o mexilhão, siri, marisco, ostra,
caranguejo, guaiamum, berbigão, vôngole e corrupto (praia).
Embora se observe a prática dessa atividade ao longo de todos os costões, manguezais e praias da
APAMLC, algumas localidades parecem ser mais procuradas pelos extrativistas. A extração do mexilhão
pode ser feita nos costões rochosos de Guarujá, Peruíbe e Bertioga, enquanto os manguezais dos rios
Itanhaém, Itaguaré e Guaratuba (Bertioga) e da Barra do Una (Peruíbe) são preferencialmente utilizados
para a captura do caranguejo, incluindo ainda a ostra nesses dois últimos. Durante o verão, a captura tem
foco em caranguejo e siri. O puçá para captura de caranguejos do mangue e siri azul ocorre nos rios de
Barra do Una, Rio Guaraú e centro, em Peruíbe, rio Itanhaém e Rio Mongaguá, durante períodos de lua
nova e lua cheia.
Atividades industriais
O setor petrolífero ocupa uma posição de destaque entre as atividades industriais. Embora a exploração e
a produção de petróleo e gás sejam realizadas fora da área da APAMLC, o território da unidade é utilizado
pelo tráfego das embarcações de apoio às atividades na Bacia de Santos. Além do tráfego de
embarcações, o leito marinho dos setores Itaguaçu e Carijó da unidade é atravessado por um duto da
Petrobras que transporta gás e condensado da Plataforma de Merluza até o município de Praia Grande.
A atividade petrolífera apresenta riscos ao meio ambiente pelos potenciais acidentes envolvendo o
vazamento de petróleo, e até mesmo pela prospecção do material. Apesar de não ser realizada na área da
APAMLC, é importante evidenciar que a prospecção pode causar danos nos sistemas de orientação de
cardumes de peixes e da megafauna marinha, influenciando diretamente na proteção dos recursos
naturais da unidade.
Outra atividade que ocorre nas adjacências da APAMLC e que possui grande influência no território da
unidade são aquelas relacionadas ao polo industrial de Cubatão.
Atividades portuárias
O Porto de Santos é administrado pela CODESP e conta com diversos terminais marítimos e
retroportuários públicos e privados. Tanto o Canal de Santos quanto o Porto de Santos estão fora da
unidade, porém, suas atividades exercem influência em todo o território e precisam ser consideradas ao se
analisar a comutatividade e a sinergia entre os impactos ambientais, os quais possuem relação direta com
a manutenção dos serviços ecossistêmicos oferecidos pela unidade.
Entre as atividades portuárias geradoras de impactos estão a supressão dos manguezais, os recorrentes
acidentes ambientais, dragagem, navegação e a manutenção das embarcações nas áreas de fundeio. Os
usuários da APAMLC também relataram que há o lançamento de sacos de lixo e de esgoto sanitário dos
navios nas áreas de fundeio, o que é proibido por lei.
Tanto o modelo de expansão portuária quanto o modelo de expansão industrial atendem aos interesses
econômicos, mesmo que em detrimento dos interesses socioambientais. Ambos são ainda impulsionados
pela deficiência na implementação dos instrumentos ambientais já existentes, bem como pela ausência da
sociedade na construção de um modelo de desenvolvimento mais sustentável, evidenciando a importância
do envolvimento da unidade na construção de soluções para a minimização e/ou resolução desses
problemas junto ao Porto, às indústrias e aos órgãos licenciadores.
A pesca artesanal e a pesca amadora se destacam pelas maiores quantidades de interações. Também, há
expressiva quantidade de interações negativas entre pesca artesanal e pesca amadora e do primeiro com
pesca industrial.
Essas interações podem ser observadas na rede de interações da Figura 30, elaborada a partir da
sistematização e classificação de todas as atividades citadas e suas interações. A espessura das linhas
representa a intensidade existente entre interações, ou seja, quanto mais grossa, mais interações
presentes.
Embora não seja desenvolvida no território, a aquicultura também foi retratada devido à dificuldade de
licenciamento encontrada para o desenvolvimento da atividade nessa região, seja pela poluição do
ambiente ou por eventuais impactos que possa causar.
Nesse mapa foram agrupadas todas as modalidades de turismo, considerando que várias modalidades
foram citadas uma única vez, mas representam um grande grupo. Dentre essas modalidades ressalta-se:
banhistas, o turismo recreativo e turismo ecológico. Da mesma forma, as atividades de lazer que utilizam
embarcações foram consideradas dentro de uma única categoria, atividades náuticas, tais como moto
aquática e mergulho.
Interações positivas
As interações entre grupos ou entre usos foram qualificadas como positivas quando
beneficiaram pelo menos um dos usos ou grupos envolvidos, embora muitas vezes a
mesma atividade possa ter sido citada como negativa, dependendo das circunstâncias
em que ela ocorre (Figura 156).
A pesca amadora teve destaque entre os grupos envolvidos nas citações de interações positivas. Por esse
motivo, as interações positivas da pesca amadora foram qualificadas conforme a Figura 157, que indica
uma distribuição homogênea das citações, com destaque para as citações feitas pelos subsegmentos da
pesca artesanal, turismo e estruturas náuticas.
Figura 157– Interações positivas, Pesca Amadora. Fonte: Consórcio IDOM-Geotec, 2013.
As interações positivas identificadas pelo segmento da pesca artesanal referem-se à compra de isca
(camarão) pelos pescadores amadores diretamente dos pescadores artesanais. As interações positivas
com o turismo estão ligadas ao fato da pesca amadora promover o turismo e o lazer náutico na região; e
as interações positivas com as estruturas náuticas se devem ao apoio fornecido para as embarcações
usadas pelos pescadores amadores. Assim, a pesca amadora é considerada positiva quando visualizada
como mais uma forma de turismo local e, em parte, quando pensada como mais um setor de consumo do
pescado, no caso, o camarão utilizado como isca.
Dentre as citações feitas pelo próprio grupo da pesca amadora, destacam-se: a pesca amadora
desembarcada, a pesca artesanal, as estruturas de apoio náutico e os esportes náuticos.
Interações neutras
Muitas interações entre grupos e usos diversos foram destacadas apenas pelo fato de determinadas
atividades
coexistirem no mesmo espaço, sem que uma interfira de forma positiva ou negativa na outra.
Destacam-se, com mais interações neutras que os demais, pesca artesanal, pesca amadora e esportes
Figura 158– Interações neutras citadas durante o processo. Fonte: Consórcio IDOM-Geotec, 2013.
Interações negativas
Foram qualificadas como interações negativas as em que ao menos um dos usos ou grupos envolvidos se
sente prejudicado. Todas as situações em que os grupos mencionaram envolvimento em interações
negativas, seja unilateral ou reciprocamente também foram computadas, conforme a figura a seguir:
Figura 159–Interações negativas citadas durante o processo. Fonte: Consórcio IDOM-Geotec, 2013.
Nota-se um destaque para a pesca artesanal, o que pode ser consequência do enfoque metodológico
dado ao grupo (que compôs um segmento de trabalho) e da diversificação de uso do espaço apresentada,
com diversas artes de pesca e, portanto, diversas particularidades em relação a locais e espécies-alvo.
Isso significa que a pesca artesanal pode estar envolvida em diversas interações negativas nas quais se
sente agente prejudicado por outros agentes, mas, por outro lado, muitas vezes também pode ser agente
causador de prejuízos a outros.
Das demais interações 19% foram citações de outros segmentos sobre a pesca artesanal, e 76% foram
citações da pesca artesanal sobre outros segmentos. Nesse último caso, as interações foram qualificadas
e são mostradas na Figura 160.
As interações negativas com a pesca industrial referem-se principalmente aos conflitos em relação às
áreas utilizadas pelos grupos, com citação de acidentes por falta de integração e comunicação entre eles,
bem como pela prática dessa atividade em áreas proibidas pelas embarcações de traineiras e de arrasto
industrial. Essas interações também representam conflitos em relação aos recursos (pescados), visto que
a pesca industrial captura grande volume de pescado, afetando os estoques, e enfatizando a pesca de
camarão com grande impacto devido ao descarte de fauna acompanhante.
A pesca amadora também foi apontada como agente de interação negativa por outros grupos, como
mergulho, pois é praticada de maneira desordenada nos mesmos locais visitados por mergulhadores,
espantando peixes e capturando recursos que são alvos de observação, impedindo que a visitação seja
bem aproveitada. Por outro lado, a pesca amadora também considerou o lazer náutico no Canal de
Bertioga prejudicial à pesca de linha devido à velocidade das embarcações e poluição.
Já a interação negativa entre a pesca artesanal e atividades portuárias se dá, principalmente, pela
dragagem realizada pelo Porto de Santos, a lavagem dos porões e a troca de água de lastro que, segundo
os pescadores, prejudica os recursos pesqueiros e causa prejuízo à todos os grupos pesqueiros e às
atividades de lazer na área. A instalação do Porto de Santos é anterior à criação da APA, e interferiu na
delimitação dos limites da UC de maneira que não houvesse prejuízos às atividades portuárias.
Em relação a pesca artesanal e atividades náuticas as interações negativas se dão, por exemplo, pelo uso
de moto aquática e embarcações de lazer, que podem estragar as redes dos pescadores e espantar os
Diferentes segmentos, como pesca amadora e turismo náutico, identificaram interações negativas com a
pesca artesanal por ocorrer de maneira irregular e predatória, seja por ser praticada em período de defeso
ou por não respeitar os locais de proibição à prática, como bocas de rios por exemplo. Em adição às
demais, a pesca industrial considera que a pesca artesanal, por não poder usar os mesmos espaços e
recursos em áreas mais produtivas, muitas vezes tem “privilégios” ao ser tratada como tradicional. Além
disso, apresentam risco de acidentes, já que muitas vezes não sinalizam suas atividades, ficando à mercê
das embarcações de maior porte, que podem estragar suas redes. Houve relatos também da atuação de
embarcações não regularizadas ou categorizadas como artesanal quando tem autonomia e capacidade de
captura de industrial, conseguindo assim benefícios em isenção de taxas e outros subsídios. A pesca
artesanal também foi apontada como uma atividade predatória pelo turismo náutico, pelo conflito de redes
de pesca perdidas ou abandonadas (pesca fantasma) e também consideram que pescadores artesanais
jogam suas redes desrespeitando a presença de banhistas, oferecendo possibilidade de acidentes.
Por fim, a interação com a atividade industrial foi identificada por todos os grupos, embora não tenha se
alcançado a definição das áreas onde ela ocorre e as consequências reais da sua prática. Quanto às
atividades petrolíferas, sabe-se que afetam diretamente a qualidade ambiental da área, assim como
prejudicam o uso por outras atividades na área, causando poluição por óleo, ruídos e contaminação
biológica.
A identificação dos usos do território permitiu a visualização das sobreposições entre as diversas
atividades identificadas, que nem sempre representam conflitos, pois podem ocorrer em momentos
diferentes e em épocas diferentes do ano. A comparação entre essas sobreposições e as interações
negativas indicadas pelos diversos grupos ao longo do Diagnóstico Participativo permitiu identificar os
possíveis conflitos presentes no território.
Podemos observar que a maior parte das atividades ocorre nas mesmas áreas, bem próximo à costa, em
frente às praias, ao redor de ilhas e costões rochosos. O entorno da Ilha da Moela, por exemplo, é um dos
locais com maior sobreposição de uso, estando presentes as seguintes atividades no local: turismo, pesca
artesanal, pesca industrial e pesca subaquática. O mesmo é observado na Ilha da Queimada Grande.
Algumas das sobreposições identificadas ocorrem em locais ou condições com regras já estabelecidas
(por exemplo, atividades em UC de proteção integral de modo irregular). O relato desses problemas
demonstra uma dificuldade no cumprimento da legislação vigente e a necessidade de investimentos em
ações de educação dos atores envolvidos e com a atividade. O mesmo ocorre com a pesca amadora
quando praticada de forma desordenada, que, apesar de ter localização definida na Ilha da Queimada
Grande, não necessariamente interage com outras atividades pelo uso do território, mas sim, necessita de
regras bem estabelecidas para um ordenamento e fiscalização atuante.
As questões com o espaço envolvem, principalmente, disputas da pesca artesanal com a pesca industrial,
com a pesca amadora e com o turismo. Uma vez que se referem às atividades com um todo, esses
conflitos não necessariamente ocorrem em um local determinado. No entanto, alguns grupos apontaram
conflitos que podem se tornar problemas por competição de espaço, considerando que maior parte das
atividades ocorre nas mesmas áreas, bem próximo à costa, em frente às praias, ao redor de ilhas e
costões rochosos.
O conflito entre a pesca amadora e a pesca artesanal foi mencionado pelo Grupo de Poder Público e por
alguns pescadores. A disputa é um conflito direto por área – os pescadores artesanais informam que os
amadores utilizam as mesmas áreas, atrapalhando a atividade. Ocorre principalmente na beira dos
costões, onde há pesca amadora de arremesso e pode haver problemas com redes de emalhe. Porém,
por não ser praticada com tanta intensidade durante todo o ano a atividade não consiste em um grande
conflito.
Já a pesca amadora embarcada pode caracterizar um conflito maior com a pesca artesanal de emalhe,
pois é ao redor de ilhas e costões que são colocadas as redes. Nesse caso, há uma reclamação clara por
parte dos pescadores pelo desrespeito às bóias sinalizadoras das redes. Por outro lado, os pescadores
amadores consideram que o problema é exatamente a falta de sinalização da localização das redes,
especialmente ao redor das ilhas a partir de um quilômetro de raio da ESEC dos Tupiniquins, PEMLS e
PEXJ, e nos manguezais.
O conflito pode acontecer também entre grupos do mesmo segmento, como entre os pescadores
artesanais de arrasto e emalhe. Nesse caso, existe a sobreposição dessas duas artes de pesca,
principalmente ao redor das ilhas e nas áreas adjacentes às praias, desde os 800 m de distância a partir
da costa estabelecidos pelo ZEE da Baixada Santista até os 12 m de profundidade. Mais uma vez o
conflito se caracteriza pela impossibilidade de ocorrerem ao mesmo tempo no espaço e por causa da
sinalização das redes de emalhe, que podem ser arrastadas pelos barcos camaroeiros.
Entre pesca artesanal e pesca industrial, a disputa se baseia na falta de comunicação, que gera acidentes,
e com as grandes redes da pesca industrial que atrapalham a passagem das embarcações da pesca
artesanal. A pesca artesanal tem conflito tanto com o emalhe quanto com o arrasto industrial. No caso do
arrasto ocorre desde a linha da costa até o limite da pesca artesanal, na isóbata de 15m. Na costa esse
conflito é maior com embarcações de tamanho intermediário que não são rastreadas pelo PREPS e
pescam antes do limite de 800 m de distância da costa. Deve-se considerar que os pescadores artesanais
relataram conflitos com a pesca de arrasto industrial de camarão-sete-barbas, mas a área apresentada no
mapa representa o arrasto de camarão rosa, já que não havia nenhum pescador de camarão-sete-barbas
na oficina da pesca industrial.
Na maior parte das citações, as disputas por recurso envolvem disputas da pesca artesanal com a pesca
industrial e a pesca amadora, sendo que as atividades portuárias foram expressivamente citadas, mas
representam conflitos com impacto nos recursos naturais e não necessariamente disputa direta por
recursos.
Como já mencionado, a disputa com a pesca industrial se deve principalmente à pesca do camarão, com
consequente redução do estoque pesqueiro devido a grandes quantidades de fauna acompanhante
descartada e expressiva quantidade de recursos capturados. Como o grupo da pesca industrial não
detalhou a fauna acompanhante da sua atividade, não é possível identificar as principais espécies em
disputa nesses dois grupos.
A disputa com a pesca amadora foi justificada pelo embate direto acerca do recurso, com citação da pesca
de arrasto de praia pelos pescadores artesanais. Avaliando as espécies apontadas como alvo na pesca
artesanal e na pesca amadora, pode-se inferir que a disputa por recursos abrange principalmente as
espécies: pescada, bagre, anchova, corvina, cação, sororoca, guaivira, garoupa, robalo-flecha, dourado e
badejo.
A disputa com atividades portuárias se deve à poluição, especialmente a dragagem, tendo consequências
no estoque pesqueiro.
Para a melhor avaliação e conhecimento dos recursos em disputa na APAMLC, foi elaborada uma matriz
com todas as espécies citadas como alvo e acompanhante, pelos diferentes grupos e de acordo com as
artes de pesca utilizadas. As espécies-alvo foram valoradas com valor dois (2) e, as acompanhantes, com
um (1). A valoração permitiu classificar as espécies em uma escala de 1 a 16, definindo as classes de 1 a
5 como disputa leve, de 6 a 10 como disputa moderada e de 11 a 16 como disputa intensa. Assim, as
espécies citadas ao longo do Diagnóstico Participativo foram classificadas de acordo com a disputa por
recursos, conforme Quadro 60.
Pescada 16
Corvina 14 Intensa
Robalo 13
Cação, tainha 10
Bagre 9
Moderada
Guaivira 8
Anchova, dourado 6
Betara, xaréu 5
Os resultados observados apontam para as espécies pescada, corvina e robalo como as mais disputadas
e que, portanto, merecem uma maior atenção na elaboração do PM da APAMLC. No entanto, essa
avaliação está baseada apenas nas informações coletadas durante as oficinas de Diagnóstico
Participativo, e nem todos os grupos forneceram informações completas sobre a exploração dos recursos.
Assim, há necessidade de um maior acompanhamento da atividade pesqueira para uma avaliação mais
técnica das espécies que, de fato, são mais exploradas na APAMLC. Deve-se também considerar os
estoques de cada espécie para o direcionamento das ações de manejo.
Com base na percepção dos usuários do território da APAMLC foram abordados os seguintes assuntos:
áreas de relevância ambiental, áreas degradadas ou impactadas e áreas vulneráveis. Nem todos os
grupos identificaram áreas nas três categorias, sendo feita uma síntese analítica a seguir.
As ‘Áreas de relevância ambiental’ foram consideradas como aquelas que merecem uma maior atenção
em relação à conservação e, portanto, devem ser destacadas nas discussões do Zoneamento e PM.
A Quadro 61 mostra alguns pontos específicos considerados de relevância ambiental, que em são, em
geral, as ilhas, rios e manguezais.
Local Município
Estuários APAMLC
Rios APAMLC
Ilhas APAMLC
Manguezais APAMLC
Parcéis APAMLC
Para os pescadores de arrasto artesanal, os manguezais são as áreas mais importantes, pois deles
dependem várias espécies com interesse pesqueiro,inclusive o camarão-branco, fauna acompanhante de
interesse econômico, que usa a área como berçário. Os pesquisadores consideraram manguezais de
Santos e Cubatão importantes por concentrar espécies de aves importantes e ressaltaram que as áreas
de manguezal incluídas no decreto de criação da APAMLC devem ser mais bem definidas, enquanto
outras não incluídas devem ser consideradas na possibilidade de estender os limites da APAMLC.
Sobre os rios, canais e estuário, a relevância apontada se deu pela grande concentração de peixes. O
Grupo Emalhe ressaltou a importância do Canal de Bertioga, que ainda apresenta regiões preservadas.
As ilhas foram apontadas como de relevância ambiental pelos pescadores artesanais, porque são pontos
de descanso e local para realização da pesca de arrasto, de modo que sua importância para esse grupo
se deve ao uso. Já para os pesquisadores, as ilhas são locais prioritários para conservação por suas
características ambientais e por serem, inclusive, áreas de descanso de tartarugas. Nesse sentido, os
pescadores sugeriram que a ilha da Queimada Grande seja considerada uma categoria de UC mais
restritiva, com proteção integral. Consideram também que a Laje da Conceição deveria estar na categoria
de Refúgio de Vida Silvestre, incluindo o entorno marinho (1 milha de raio), por ser utilizada por muitas
aves migratórias, como trinta-réis e outras espécies, para alimentação, descanso e reprodução.
Os apontamentos acima indicam que os grupos visualizam a interação ambiental existente entre os
diversos biomas, inclusive de áreas não pertencentes à APAMLC, fato que deve ser mais bem discutido.
Em geral, por se tratar de uma região relativamente urbanizada e industrializada, a maioria dos impactos
Baixada Santista é decorrente da contaminação gerada pela grande ocupação das áreas terrestres
adjacentes à APAMLC.
A Quadro 62 apresenta as principais áreas apontadas como degradadas ou impactadas. Essas áreas
devem ser avaliadas em sua relevância socioambiental para posterior planejamento específico que
objetive sua recuperação, quando possível.
Local Município
GERAIS -
Estuários APAMLC
Manguezais APAMLC
ESPECIFICADOS -
Dentre as áreas apontadas como degradadas, destacam-se os manguezais e os rios aqui apontados
como: Arredores do Porto de Santos, Canal/Barra de Bertioga e Estuário de Santos. Os manguezais e
rios, em geral, foram também apontados como áreas de relevância ambiental, o que indicou a importância
de planejar sua recuperação no âmbito do Plano de Manejo, mesmo que a maior parte desses ambientes
não estejam dentro dos limites da APAMLC.
A área estuarina de Santos, Cubatão e São Vicente (fora da área da UC) é diretamente afetada pelos
impactos das atividades do Porto de Santos, do Polo Industrial de Cubatão, das ocupações por marinas e
residenciais, bem como pelo lixão desativado da Alemoa. Esses fatores são juntos responsáveis tanto pela
ocupação das áreas de florestas quanto pela poluição difusa por óleo, esgoto e componentes químicos da
Em Bertioga, o Canal do Rio Itapanhaú é considerado um dos principais pontos de atenção na região,
devido à poluição difusa proveniente de um antigo lixão na região que ainda libera chorume. Esses
impactos podem estar relacionados à diminuição de diversas espécies, como o martim-pescador, o guará
e o linguado.
· o Rio Preto, em Peruíbe, que recebe lançamento direto de água tratada da SABESP e, segundo
eles, foi possível observar que houve uma redução do número de peixes pescados, principalmente do
camarão;
· o Rio Mongaguá, que sofre com os impactos da pedreira que existe no local;
No que diz respeito à atuação das dragas no Ponto de Santos, os sedimentos depositados no Polígono de
Disposição Oceânica podem ser transportados pelas correntes marinhas em direção às Praia do Sangava,
Guaiuba, Ilha da Moela, Ilha das Palmas, Praia de Pernambuco e Perequê, no Guarujá, Praia Grande,
Peruíbe e Bertioga. Nesses locais também já foram registradas a captura de espécimes com alterações
morfológicas, além do desaparecimento de camarão e mariscos. O transporte desse sedimento pode
ainda estar relacionado ao assoreamento das praias de Santa Cruz dos Navegantes, Sangava, Góes e
Rio do Meio (Guarujá), ambas fora da área da unidade.
Em resumo, os dados indicam que a degradação tem como principal origem as atividades do setor
portuário, apontadas como impactante, e a poluição oriunda de diversas fontes.
Áreas vulneráveis
As áreas consideradas vulneráveis foram definidas como aquelas que necessitam de atenção para
conservação e principalmente de planejamento de uso (Quadro 63).
Local Município
GERAIS
Estuários APAMLC
Ilhas APAMLC
Manguezais APAMLC
Parcéis APAMLC
Rios APAMLC
Lajes APAMLC
ESPECIFICADOS
Dentre as áreas apontadas como vulneráveis os destaques foram as ilhas, citadas especificamente ou de
forma genérica, que também foram destacadas como áreas de relevância ambiental, ressaltando a
importância da abordagem delas nas discussões do Zoneamento e PM.
Problemas apontados
Em menores quantidades estão os conflitos (12%), pontos de atenção (7%), e tensões (4%) (Figura 162),
representando os problemas de abrangência interna. Dessa forma, é possível perceber que a maior parte
dos desafios para a manutenção da qualidade da APAMLC é de abrangência externa, e, portanto suas
ações em relação a esses problemas não são diretas.
Figura 162– Classificação dos problemas citados. Fonte: Consórcio IDOM-Geotec, 2013.
Além disso, as citações foram divididas em temas, de acordo com o quê cada problema representava,
com destaque para recursos naturais, que apareceu na maioria das categorias e em grande quantidade na
categoria vetores de pressão, a mais expressiva. Novamente, percebe-se que a maior parte das questões
que impactam os recursos naturais no território da APAMLC tem origem fora da APAMLC.
1 0 5 40 46
Para uma melhor análise e entendimento dos problemas citados, o tema recursos naturais (da categoria
vetores de pressão) foi detalhado, resultando na divisão dos problemas sobre recursos ambientais de
acordo com o vetor de pressão responsável. De acordo com a classificação, os principais vetores sobre
recursos naturais foram a atividade portuária (60%), a poluição difusa (15%), saneamento insuficiente
(7%), atividade petrolífera (7%), expansão urbana (5%) e atividades náuticas e extração direta de recursos
naturais (3% cada) (Figura 163).
As atividades portuárias se destacam devido à grande quantidade de impactos que causam no ambiente
físico e nas espécies biológicas, muitas utilizadas como recursos pesqueiros, onde o Porto foi considerado
o principal problema com influência na APAMLC. Apesar de não ter relação direta com a gestão da
unidade, a localização do Porto de Santos e a prática de suas atividades podem causar os impactos mais
percebidos pela população, que incluem a degradação dos manguezais pela supressão de vegetação,
redução dos recursos pesqueiros, além da poluição causada pela dragagem. Por sua vez, esses
problemas se refletem em em impactos sociais relacionados às atividades de turismo e pesca.
A dragagem foi considerada o problema mais grave da área, por ser responsável por remover o fundo do
canal de Santos, contaminado por décadas pelo polo industrial de Cubatão, e dispor os sedimentos em
área oceânica muito próxima ao continente, gerando uma dispersão de poluentes químicos para vários
locais e a contaminação de espécies. Para a pesca em geral essa possível contaminação afeta a
produtividade, e consequentemente reduz a renda gerada, enquanto para o segmento turístico de lazer,
esportes e pesca amadora, os atrativos são reduzidos.
O tráfego intenso de navios na região também se destaca por causar impactos físicos pelas ondas
geradas pela velocidade e fluxo das embarcações, como erosão e assoreamento de outras praias. O
tráfego também aumenta a chance de acidentes de navegação e de colocar em risco tanto as tripulações
de embarcações quanto a qualidade ambiental. As embarcações que aguardam nas áreas de fundeio para
ancorar no Porto também representam problemas, pois necessitam limpar porões, cascos e trocar a água
de lastro em locais não permitidos, não existindo fiscalização adequada das normas. Essa prática
Outros problemas decorrentes das atividades portuárias são o aumento de esgoto sanitário gerado na
área litorânea e o despejo de lixo que, segundo alguns grupos, é feito diretamente no mar por alguns
navios.
A poluição difusa, especialmente a de rios e manguezais por fontes diversas, bem como o descarte
indevido de lixo. A poluição proveniente de esgotos mal tratados, emissários ou falta de saneamento
básico está diretamente relacionada à ocupação irregular, mas também se refere à falta de capacidade
dos municípios coletar e tratar adequadamente os esgotos e resíduos, relacionando diretamente aos
assuntos referentes ao saneamento insuficiente.
A expansão urbana leva ao aumento de lixo e esgoto, bem como a pressão sobre o uso de recursos
hídricos e territoriais. Assim, as ocupações irregulares citadas que são derivadas da expansão urbana são
de diversos tipos, como marinas, moradias e indústrias, e ocorrem em APP, sendo responsáveis pela
remoção e fragmentação de manguezais e pelos consequentes impactos na manutenção biológica e
produtividade pesqueira. Também contribuem com a poluição dos canais por esgotos e lixo, problema
também pontuado por todos os grupos.
Além disso, seguido das ocupações irregulares, o problema causado pelo lixo relaciona-se ao turismo em
massa e a própria pesca amadora nas suas variáveis. O modelo de turismo praticado representa um dos
maiores responsáveis pelo problema, pois desconsidera a capacidade das cidades suportarem os usos
dos recursos e acontece em massa, com grande aumento populacional em um período curto.
Apesar de não ocorrer diretamente na área, as atividades de produção e exploração de petróleo e gás
oferecem riscos de acidentes durante as atividades, de vazamentos de óleo - inclusive pelas embarcações
de apoio- e possíveis impactos no cotidiano da população, bem como na qualidade dos recursos
ambientais.
E finalmente, os problemas que estão diretamente relacionados aos recursos naturais se referem à
retirada de areia de praia para eventos, que pode causar desequilíbrio físico e biológico nas áreas onde
ocorre, e também ao descarte de grande quantidade de peixes.
No território também é observada a prática da pesca ilegal, seja em áreas de UC de proteção integral, com
petrechos proibidos e em períodos proibidos. Outro problema dessa atividades são os petrechos de pesca
abandonados ou perdidos, que causam prejuízos ambientais. Inclui-se aí também a prática de atividades
não ordenadas, como a pesca amadora mapeada, que representa pressão desconhecida sobre os
recursos pesqueiros.
A pesca industrial de todas as categorias foi considerada um conflito, pois influencia negativamente o
ambiente e, consequentemente, a pesca artesanal. Isso se dá devido ao fato de a atividade ser praticada
muitas vezes de maneira irregular (com petrechos proibidos, em locais inadequados ou em períodos de
defeso), pois o poder de captura é muito maior que a da artesanal, as embarcações possuem autonomia
para passar muito tempo no mar, utilizam equipamentos de suporte para localização de peixes e
navegação, tem grande capacidade de armazenamento e, portanto, capturam grandes quantidades de
pescado, independente da espécie-alvo, inviabilizando a reposição de estoques e o aproveitamento pela
pesca artesanal. Ainda são responsáveis por um grande descarte de espécies não aproveitadas e restos
de pescado poluem as áreas mais próximas das praias.
A pesca subaquática foi considerada um ponto crítico pela maneira como é feita, com apoio de cilindro. A
prática de pesca subaquática com sustentação é proibida pela Resolução SMA 69/2009, mas não há
fiscalização suficiente. Então, a prática é seletiva e torna-se predatória por capturar as matrizes das
espécies de interesse comercial com muita facilidade e em grande quantidade, bem como espécies
ameaçadas de extinção e proibidas para a pesca, como o mero.
As tensões são pouco representativas em quantidade e se caracterizam por questões que já acontecem e
geram incômodos, tais como a presença de espécies invasoras, oriundas de água de lastro, com destaque
para a espécie Isognomon bicolor, e o tráfego de veículos de limpeza nas praias, principalmente de Praia
Grande, fator este que representa questões de saneamento insuficientes, bem como falta de cuidado com
o meio ambiente por parte da população em geral.
Outros problemas que não puderam ser categorizados, e que fogem do nível de governança da APAMLC
também merecem ser levados em consideração, como a deficiência de boas práticas na cadeia produtiva
do pescado que, ao longo do tempo, gera impactos nos estoques de recursos pesqueiros e nas próprias
comunidades que deixam de ter meios econômicos; a quantidade insuficiente de fábricas de gelo e a falta
de valorização da cultura tradicional da pesca artesanal e do pescador propriamente dito.
Assim, pode-se perceber que a expressiva citação de impactos nos recursos naturais como um problema
latente na APAMLC demonstra a consciência dos grupos trabalhados no Diagnóstico Participativo de que
suas atividades e usos dependem de um ambiente saudável, e mostra que eles têm um entendimento
sobre o que é uma APA e qual a função do PM, objeto final das discussões realizadas.
Potencialidades
A Figura 164 apresenta a categorização das potencialidades da unidade, tendo em destaque os temas de
turismo e recursos naturais, que juntos representaram mais da metade das citações.
● Gestão
Os apontamentos sobre gestão surgiram ora como problemas e desafios, ora como propostas e
recomendações, sendo apresentados neste item de acordo com essa classificação.
Problemas e desafios
Na Figura 165 estão representados os desafios da gestão da APAMLC, organizados por tema para
melhor análise.
Fiscalização foi um tema que despontou entre os problemas ligados à gestão da APAMLC, com a maioria
das citações. Destacaram-se comentários sobre a irregularidade da pesca em áreas proibidas ou por
utilização de petrechos e equipamentos fora dos padrões previstos legalmente. Além disso, também deve
ser considerada a fiscalização deficiente, pela falta de infraestrutura e recursos humanos, e a fiscalização
abusiva.
· estudos: falta de estudos, conhecimento e informação sobre capacidade de suporte, pesca, pescador
e impactos do turismo;
· falta de articulação: pouca integração entre os diferentes órgãos envolvidos com a APA e questões
relacionadas à falta de governança metropolitana;
Propostas e recomendações
A partir das propostas e recomendações e também das potencialidades foram levantados
diversos pontos sobre a gestão da APAMLC, estando aqui organizados por tema (Figura 166).
A articulação foi o tema com maior destaque nas propostas ligadas à gestão da APAMLC. Junto com
estudos e participação comunitária, somou a maioria das citações. Em relação à articulação, destacaram-
se registros de comentários que sugeriam articulação entre ações e projetos e também entre instituições
envolvidas com a gestão e fiscalização da pesca, bem como articulação entre diversos órgãos para uma
visão regional na gestão da UC.
Sobre o tema estudos, houve sugestões como o aprofundamento e divulgação dos projetos e estudos e
também um maior conhecimento sobre as questões sociais, econômicas e ambientais do local e das
comunidades tradicionais e seus usos.
Quanto à participação comunitária, foram feitas propostas para a inclusão da comunidade, mais
especificamente da comunidade pesqueira, nas ações de gestão da APAMLC e das UC em geral, por
meio de consultas e divulgação das informações a esse público.
Toda essa avaliação aponta para a importância do processo participativo não apenas na construção do
PM da APAMLC, como também na sua gestão, e indica previamente a necessidade de um plano de
comunicação abrangente para divulgação do PM da APAMLC quando estiver concluído.
Lacunas de conhecimento
Quadro 65 -
Serviços
Definir e trabalhar com serviços ambientais
ambientais
Biodiversidade
Levantamento/ mapeamento e monitoramento de biodiversidade e
habitats
Propostas e recomendações
Quanto ao PM, as propostas apontaram para a busca de estratégias para proteger e beneficiar
pescadores e também para o processo de elaboração do PM, indicando a ampliação do processo
participativo (inclusão de novos atores) e a devolutiva dos resultados. As propostas para o tema de pesca
se referiam à necessidade de garantia da extensão pesqueira integrada, monitoramento das
embarcações, melhoria da logística e armazenamento do pescado e valorização da atividade.
Sobre o tema planejamento urbano, as propostas e recomendações versavam sobre o gerenciamento das
fontes poluentes, mais especificamente o descarte indevido de esgoto e lixo, que atinge os manguezais e,
consequentemente, a APAMLC.
Esses pontos e temas destacados nas propostas e recomendações corroboram com aqueles indicados
nos problemas e, muitas vezes, representam a busca de soluções para os problemas apontados.
Nem todos estão diretamente relacionados à APAMLC e seus limites de atuação, mas representam
fatores de influência relevantes e ressaltam novamente a importância da abordar esses aspectos ao longo
das discussões para o Zoneamento e elaboração do PM, sinalizando a importância de uma maior
articulação entre a APAMLC com ações e organizações envolvidas com a gestão da pesca e dos recursos
naturais.
· defeso: apoiar a qualificação e requalificação profissional durante o defeso e criar dois períodos
anuais para defeso do camarão-sete-barbas.;
No que tange aos usos do território, o Diagnóstico Participativo forneceu subsídios por
meio da caracterização e identificação geográfica do uso feito pelos diversos grupos
trabalhados (mapa de sobreposição de usos, Anexo 3).
Critérios para o zoneamento da APAMLC serão definidos ao longo das oficinas com essa finalidade, mas,
considerando os principais resultados do Diagnóstico Participativo, os objetivos devem considerar os
seguintes direcionamentos:
· manter a integridade de atrativos naturais, protegendo ilhas, parcéis, lajes, manguezais e rios, da
APAMLC e do entorno imediato;
· ordenar o uso e a ocupação na APA, a fim de reduzir conflitos nas áreas de maior sobreposição de uso,
como áreas de praias, onde são desenvolvidas, principalmente, atividades como turismo recreativo e
esportes náuticos, e áreas costeiras de baixas profundidades acessadas por usuários de todas as
atividades;
Dessa forma, foi possível realizar considerações a respeito dos aspectos mais relevantes destacados ao
longo do Diagnóstico Participativo.
Os manguezais e toda a área estuarina, bem como rios e canais, são considerados as áreas mais
importantes, pois deles dependem várias espécies com interesse pesqueiro. Essas áreas inseridas na
APAMLC tem grande potencial para serem utilizadas como zona de conservação mais restritiva. No
entanto, deve-se destacar que esse ecossistema é utilizado por comunidades pesqueiras de baixa
mobilidade ou por indivíduos que praticam extrativismo como fonte de renda, e pesca amadora. Então, é
necessário definir estratégias de conciliação desses usos, através do controle de acesso, definição de
limites de captura e uso de petrechos adequados.
Muitas espécies exploradas nesses locais possuem períodos de defeso estabelecidos para proteção de
indivíduos em fase reprodutiva, então as ações de controle nesse sentido devem ser fortalecidas para que
o habitat continue cumprindo seu papel de berçário e crescimento. O mesmo se dá para espécies de
grande utilização econômica na área marinha da APA que apresentam forte dependência dos canais
estuarinos e manguezais para manterem sua população viável.
Esses habitats estão vulneráveis a impactos físicos pela ocupação de seu território por infraestruturas
náuticas, residências irregulares, que causam supressão de vegetação e aterram sua superfície. Além
disso, representam ecossistemas de transição entre o território terrestre e o território marinho, e recebem
assim efluentes de diversos tipos, industriais ou residenciais, de maneira crônica, responsáveis pela
poluição difusa por compostos orgânicos e metais, que podem causar a alteração da qualidade no
território marinho e afetar outras atividades que ocorrem na APAMLC.
Os manguezais e canais apresentam alta sensibilidade ao óleo, mas são ainda passagem de
embarcações pesqueiras e de lazer, que podem contaminar através de vazamentos crônicos, ou
atividades de manutenção nas infraestruturas de apoio, consequentemente afetando a fauna e diminuindo
a qualidade dos recursos pesqueiros.
Nesse sentido houve destaque para locais específicos, tais como o Rio Campininha em Itanhaém; Rio
Preto e Rio Una, em Peruíbe, Rio Mongaguá , Rio Guaratuba e Rio Vermelho, em Bertioga.
Dessa forma, essas áreas de manguezal, estuário, rios e canais vulneráveis devem ser incluídas em
zonas de recuperação, de modo que sejam adotadas medidas de controle e monitoramento das áreas
com ocupações irregulares e das fontes de poluição, bem como o não licenciamento de novos
empreendimentos nesses locais, projetos específicos de recomposição de áreas desmatadas, e apoio na
implantação de sistema de saneamento em locais onde esse ainda é inexistente, ou de melhorias nos
sistemas atuais.
Deve-se lembrar ainda que esses ecossistemas já possuem legislação específica restritiva no que se
refere à ocupação e desmatamento, e atualmente são consideradas área de preservação permanente. Da
mesma forma, há diversos instrumentos governamentais de monitoramento e controle da qualidade dos
despejos lançados. Portanto, devem ser locais de direcionamento das ações de fiscalização, incluindo
estratégias diferentes para cada caso.
Embora não inserido no território da APAMLC, o complexo estuarino de Santos e Cubatão, incluindo o
manguezal, foram considerados importantes por formarem o maior representante desse habitat na região,
e alto potencial de produtividade biológica por espécies pesqueiras e concentração de aves, portanto de
grande importância para a manutenção ecológica e econômica na sua área adjacente, já inserida nesta
UC.
Nele estão inseridos o Polo Industrial de Cubatão e o Porto de Santos, responsáveis pelo alto grau de
ocupação, degradação e contaminação do local. Sabe-se que juntas, essas atividades, caracterizam a
Assim, é necessário estabelecer estratégias integradas para conservação e recuperação desse habitat, de
modo que os serviços ambientais da APAMLC sejam garantidos, incluindo a análise de viabilidade da
inserção desse habitat no território da APA através da extensão dos limites estabelecidos no decreto de
criação da unidade e ações mais direcionadas deverão ser discutidas em momentos posteriores.
Outro destaque para o zoneamento é a composição insular da região. As ilhas foram identificadas como
locais de grande importância da conservação das mais variadas espécies de tartarugas, mamíferos, aves,
além de recursos de uso econômico, tais como peixes alvos de grande disputa e camarões. No entanto,
essas ilhas foram identificadas também pela sua importância de uso, uma vez que apresentam grande
variedade de atividades ao seu redor.
São locais importantes para pescadores para utilização como abrigos e descanso entre as atividades
pesqueiras, mas também foram apontadas como áreas importantes para a captura em si por pescadores
de arrasto artesanal. As atividades de pesca amadora ocorrem nesses locais, onde são encontrados
maiores exemplares de espécies demersais de interesse. E da mesma forma, as atividades de turismo
náutico e mergulho se concentram nessas áreas devido aos atrativos paisagísticos.
Algumas dessas ilhas estão inseridas em UC de proteção integral e compõe a Estação Ecológica dos
Tupiniquins (Ilha de Peruíbe e Queimada Pequena), com restrição total de atividades no raio de 1km ao
redor das ilhas. Portanto, o zoneamento nessas ilhas não poderá ser alterado. Dessa forma, pode-se
apenas estabelecer estratégias de integração dessas ilhas com outras áreas e ações que visem aumentar
os potenciais ganhos ambientais da preservação desses locais.
No caso das ilhas e parcéis inseridos no Parque Estadual Marinho da Laje de Santos, as atividades de
turismo já estão regulamentadas e as atividades de exploração direta de recursos são proibidas.
Atualmente, a pesca em todo o Setor Itaguaçu é proibida, e essa área poderá ser considerada zona
especial de amortecimento ao redor do PEMLS para as atividades que ocorrem em locais mais distantes.
No entanto, essas medidas em vigor devem ser monitoradas ao longo do tempo para avaliar a
possibilidade de rodízios entre períodos de exclusão total de exploração e períodos de uso controlado.
Em relação às outras ilhas, parcéis e lajes não inseridas em UC de proteção integral, a importância
ambiental e as sobreposições de atividades ficam ainda mais latentes. De acordo com os apontamentos
do DP, o zoneamento deve priorizar a conservação mais específica em áreas definidas na Ilha da
Queimada Grande e entorno, assim como Laje da Conceição e Ilha Piaçaguera, em Itanhaém. Nesse
sentido, a Ilha da Queimada Grande teve ainda mais destaque devido à alta demanda de uso que
apresentou, e à prática de pesca amadora desordenada.
Assim, esses locais devem possuir regramentos específicos, com adoção de medidas de ordenamento
para cada tipo de atividade em cada um desses locais, de acordo com estudos de capacidade de suporte
do ambiente.
Ressalta-se que não apenas as atividades de pesca profissional devem ser ordenadas, mas também as
atividades de pesca amadora, especialmente a subaquática praticada nesses locais, e as atividades de
turismo e mergulho.
Deve-se avaliar ainda a possibilidade de rodízio de áreas de restrição e uso entre todas as outras ilhas,
parcéis e lajes, de modo que a atividade pesqueira artesanal não fique sem locais para atuação e uso
como abrigo, e ao mesmo tempo permita que haja reposição dos estoques nos locais. Entre essas ilhas
destacam-se a Ilha do Guaraú (Peruíbe), Ilha do Farol (Itanhaém), São Lourenço (Bertioga), e Ilhas Rasa,
Cabrinhas, Guarás, Moela e Arvoredo (Guarujá).
Em relação à Ilha da Moela, inserida em AME, destaca-se o fato de ter sido apontada como área
importante de concentração de toninhas. Porém, o seu entorno é um dos locais com maior sobreposição
326 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
de uso pelo turismo, pesca artesanal, industrial e subaquática. Além disso, a Ilha da Moela está localizada
mais próxima à costa e ao canal do Porto de Santos tornando-a sujeita a poluição por esgotos residenciais
e por atividades portuárias. Por isso, todo seu entorno deve ser considerado área de atenção especial,
com objetivo de reduzir o despejo de contaminantes por fontes poluidoras, assim como monitoramento
permanente da qualidade ambiental, além de ser inserida nas áreas de períodos intercalados de
fechamento, com atenção especial ao ordenamento da pesca de emalhe para evitar a captura acidental
dos golfinhos.
Em relação aos costões rochosos, a importância ecológica pela presença de espécies ocorre de maneira
parecida com as ilhas. São locais de abundância de peixes, mas também de descanso e alimentação de
tartarugas e golfinhos. Da mesma forma que as ilhas, apresentam grande sobreposição de atividades,
como pesca artesanal, industrial, extrativismo, pesca amadora desembarcada, embarcada e subaquática,
turismo e esportes náuticos.
Dentre todos os costões da área, apenas o Parque Estadual Xixová-Japuí possui ordenamento específico
de restrição à exploração direta dos recursos. Em todos os outros costões as atividades devem
ordenamentos da mesma maneira como as ilhas, com definição de horários de atuação para evitar
conflitos entre usuários, e condições de conduta adequada e regramento específico para garantir que os
recursos não sejam explorados de maneira predatória.
Nesse sentido, destaca-se a região da AME Ponta da Armação, onde localiza-se a UC municipal de uso
sustentável (Serra do Guararu, no Guarujá), que contribui para a integração do ambiente terrestre e
marinho, e a existência de uma comunidade tradicional, que deve ser priorizada no ordenamento do
território, de maneira que sua atividade seja baseada em práticas de baixo impacto ambiental. O mesmo
deve ser considerado na região de Barra do Una (Peruíbe), em que a comunidade está inserida em UC de
proteção integral, sem alternativas de desenvolvimento econômico e subsistência. Portanto, o zoneamento
deve avaliar a possibilidade de essas áreas serem consideradas zona de uso especial por comunidades
tradicionais. Além disso, deve-se avaliar tecnicamente, se as comunidades pesqueiras artesanais de
emalhe do município de Peruíbe podem seguir ordenamento menos restritivo quanto à distância de
atuação nas proximidades dos costões rochosos, visto que alegam haver muitas UC restritivas na área
que inviabilizam o sustento da atividade nas áreas que estão liberadas para uso atualmente.
A região costeira de baixa profundidade foi destacada por sua importância na manutenção de populações
de diversas espécies. Assim como o manguezal, foram citadas como áreas de uso durante parte
reprodutiva e de crescimento no ciclo de vida de elasmobrânquios, e espécies de interesse comercial,
como camarões.
Entretanto, é possível observar no mapa de sobreposição de usos, que junto com as praias, são os locais
mais utilizados por todos os tipos de atividades que ocorrem na APAMLC. Isso ocorre tanto pela
proximidade da costa, no caso das atividades de lazer por banhistas, esportistas, e turistas, como pela alta
quantidade de biomassa, no caso das atividades extrativas, caracterizando uma zona de uso intensivo,
sujeitos a determinação de horários e locais específicos.
As atividades de lazer praticadas por banhistas, esportistas e turistas estão concentradas próximas às
praias, onde ocorre também a maior parte das atividades pesqueiras, mas representam atividade de
grande importância econômica para toda a região. Assim, o zoneamento deve considerar regras
específicas para a prática de atividades pesqueiras durante períodos de alta temporada e finais de
semana, tendo prioridade de uso ao longo dos outros dias.
Nas regiões de interface da área costeira e da praia, as atividades relacionadas à pesca amadora deverão
seguir os ordenamentos gerais estabelecidos pelas outras normativas existentes, e ainda ser contemplada
por um plano específico de ordenamento, que vise a prática com conduta adequada e em horários
estabelecidos para não prejudicar outras atividades de lazer e a pesca artesanal praticadas nas praias,
como arrasto de praia, tarrafa e emalhe. Em relação às atividades extrativistas com fins econômicos, a
pesca artesanal tem destaque nos Costões.
A pesca de emalhe ocorre desde a praia até os 20 m de profundidade durante a maior parte do ano, sendo
a área entre 4 e 10 m a mais importante para uso e a pesca artesanal de arrasto ocorre até os 15 m de
profundidade, portanto, utiliza preferencialmente as mesmas áreas que o emalhe.
Nesse caso, muitos problemas poderiam ser evitados se as redes de emalhe fossem sinalizadas
adequadamente e os barcos de arrasto respeitassem a sinalização por boias. Portanto, além do
cumprimento das regras de segurança já existentes, o zoneamento deve considerar essa zona de uso
prioritário para a pesca de baixa mobilidade, novamente com avaliação das possibilidades de
estabelecimento de regras específicas de horário e locais para cada arte, atuando em rodízios, para evitar
que ocorram nos mesmos períodos e locais simultaneamente.
Além disso, para a pesca artesanal que utiliza embarcações, o ordenamento estabelecido pelo
Zoneamento Ecológico-Econômico da Baixada Santista já delimita que o arrasto motorizado não deverá
ocorrer antes dos 800m de distância na praia, e considerando que a área de uso preferencial do emalhe é
a partir dos 4 m de profundidade, pode-se avaliar a delimitação de área onde essa não será permitida,
durante os períodos de uso pelo turismo.
Salienta-se que o ordenamento dessas atividades deve considerar práticas que visem à diminuição dos
impactos por cada arte, por exemplo, a captura acidental por redes de emalhe e destruição de fundo
marinho e descarte de espécies pelo arrasto, respeitando a capacidade de suporte do ambiente e o uso de
petrechos adequados.
A pesca industrial não foi identificada pelo seu grupo nessas áreas de atuação da pesca artesanal de
emalhe e arrasto. De acordo com o que foi levantado durante o Diagnóstico Participativo, a pesca
industrial na região é representada pelas Parelhas, que atuam entre 23,6 e 60 m de profundidade, e o
arrasto de camarão rosa entre 25 e 120 m de profundidade.
Isso pode ter ocorrido por causa das regras de atuação estabelecidas pelo Zoneamento Ecológico-
Econômico da Baixada Santista para embarcações de grande porte e maior potência de motor, mas,
atividades de pesca industrial foram apontadas diversas vezes ocorrendo nesses lugares restritos à
atuação da pesca artesanal, inclusive de arrasto de camarão-sete-barbas, não diagnosticado pelos
próprios praticantes.
Nesse caso, especificamente, o zoneamento poderá reiterar as regras já estabelecidas pelo ZEE, ou
avaliar a possibilidade de alteração desses limites. Mas, considerando o tamanho das embarcações,
potência de motor e autonomia das embarcações de pesca industrial, as zonas costeiras até
aproximadamente 10 m de profundidade devem ser ordenadas priorizando a atuação da pesca artesanal.
Porém, foi levantado durante o Diagnóstico Participativo que nessa área há um conflito de uso entre
embarcações de tamanho intermediário, com capacidade de captura industrial, que não são incluídos pelo
sistema de monitoramento e controle por rastreamento através de satélites. Para essas embarcações, é
possível analisar a possibilidade de não atuação na zona de uso pela pesca artesanal de baixa
mobilidade, e o estabelecimento de condições específicas para a atuação a partir dos 10 m de
profundidade.
Novamente, destaca-se que as atividades de fiscalização tanto nessas áreas utilizadas como nos pontos
de desembarque de cada atividade localizados, em Santos, Guarujá, São Vicente e Bertioga, devem ser
fortalecidos.
Finalmente, considerando a existência do Porto de Santos, a importância econômica que tem, e as áreas
em que as influências urbanas são muito evidentes, como os locais dos emissários e duto da indústria de
petróleo e gás, o zoneamento deve considerar todas as regiões de influência direta dessas atuações como
zona especial de atenção, com adoção de medidas permanentes controle e monitoramento, visando a
redução de impactos e a implantação de alternativas menos degradantes em suas atividades.
Devido aos problemas ambientais decorrentes das atividades de manutenção de embarcações, que hoje
acontecem nas áreas de fundeio, e da dragagem do canal, é necessário que as áreas dessas atividades
sejam delimitadas em outros locais alternativos, com menor influência na APAMLC e em seus recursos
naturais ecológicos e de importância econômica, e esse zoneamento deverá ser considerado em novos
processos de licenciamento de atividades portuárias e industriais.
Os locais já considerados impactados por esses fatores, como Praia do Sangava, Guaiuba, Ilha da Moela,
Ilha das Palmas, Praia de Pernambuco e Perequê, no Guarujá, e região costeira e praias de Praia Grande,
Peruíbe e Bertioga, devem ser considerados como zonas especiais de atenção e também recuperação.
Serão elaborados três programas de gestão como parte do Plano de Manejo: Programa de
Sustentabilidade Gerencial; Programa de Sustentabilidade Ambiental; e Programa de Sustentabilidade
Socioeconômica. Os programas de gestão também serão construídos em duas oficinas participativas
sucessivas.
A definição dos Programas de Gestão da APAMLC deverá considerar os aspectos socioambientais da UC,
com foco nos problemas e potencialidades observados na área e também nas lacunas de conhecimento
identificadas. Parte dessas informações foi trabalhada no Diagnóstico Participativo e podem subsidiar o
desenho de Programas de Gestão. No entanto, é essencial a observância da avaliação técnica sobre as
características socioambientais da APAMLC e seus principais problemas.
O trabalho conjunto realizado nas seis oficinas realizadas priorizou claramente uma série de desafios na
gestão, apontados de forma recorrente pelos participantes.
O primeiro destes grandes desafios está relacionado à compatibilização dos objetivos de desenvolvimento
sustentável da APAM do Litoral Centro - preservar a biodiversidade e garantir o uso racional dos recursos
- com as atividades realizadas no Porto de Santos. Tais atividades, de grande relevância para a economia
da região, têm evidentes impactos no entorno socioambiental. Segundo diferentes usuários do território
329 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
abrangido pela APAMLC, esses impactos tem incidência dentro dos limites da UC. Algumas das atividades
indicadas nas oficinas como causadores destes impactos são a dragagem do canal de entrada ao porto,
trânsito de embarcações, ocupação de manguezais, áreas de fundeio, poluição derivada da atividade
portuária e invasão por espécies exóticas.
São necessárias, portanto, estratégias e ações específicas para minimizar os efeitos das atividades do
Porto de Santos na abrangência da APAMLC. Nas dinâmicas desenvolvidas nas oficinas foram
identificados os diferentes agentes que deverão ter participação nestas gestões.
Outros dos principais problemas prioritários à gestão é a degradação de rios e manguezais e a poluição
que afeta a APAMLC em geral, principalmente seus recursos pesqueiros. Estes problemas têm origem no
entorno geográfico fora do âmbito da Unidade de Conservação, mas há lugar na gestão da mesma para
contribuir, na medida do possível, na contenção e reversão desta situação. Foi proposta por diferentes
grupos a incorporação de novas áreas de manguezal como parte da APAMLC, o que permitiria
desenvolver no futuro programas focados na pesquisa, descontaminação e proteção integral do
manguezal, citado por um dos participantes das oficinas de setor da pesca artesanal como “Útero de vida
marinha”.
Outra das prioridades a serem consideradas nos programas de gestão, considerando o número de vezes
que o assunto foi trazido nas conversas, é a fiscalização. Em algumas reuniões foi indicada a existência
de um grande número de restrições normativas no território - especialmente em relação à pratica de pesca
profissional, sendo que por enquanto não foram implementados os recursos necessários para garantir o
cumprimento de tais restrições. Às vezes, o simples desconhecimento e complexidade das normas e a
variedade de agentes fiscalizadores produz problemas para garantir o cumprimento das mesmas.
Percebe-se a necessidade de contribuir à melhora da fiscalização na APAMLC. A Unidade de
Conservação não é responsável pela totalidade dos aspectos que envolvem esta disciplina, mas pode
constituir-se em um fórum adequado de comunicação entre agentes fiscalizadores e os usuários do
território, bem como seguir desenvolvendo campanhas informativas, etc. A participação nas oficinas pelos
pescadores artesanais, industriais e amadores foram especialmente ricas em propostas neste sentido.
Neste sentido, um dos eixos principais a serem desenvolvidos na etapa de Programas de Gestão é a
criação e consolidação de um sistema de monitoramento ecológico e socioeconômico, com um duplo
objetivo: melhorar o conhecimento da APAMLC e poder dar seguimento à evolução do desenvolvimento
sustentável no território de maneira adaptativa. Os participantes das oficinas, antecipando critérios básicos
na gestão, sugeriram algumas atividades de monitoramento que podem ser interessantes para contribuir
com os objetivos anteriormente indicados. Assim, foi indicada repetidamente a necessidade de ter dados
relativos à qualidade de águas e sedimentos nos limites do Setor Guaíbe e do Setor Carijó. Outro
apontamento foi o desenvolvimento de um monitoramento específico da restrição total à pesca no Setor
Itaguaçú.
A contribuição do setor da pesquisa foi fundamental nas oficinas participativas. Foram apontadas nestas
reuniões importantes subsídios para o Zoneamento da APAMLC, e levantados diferentes problemas e
potencialidades que serão resgatados neste capítulo como subsídios para os Programas de Gestão. Por
outro lado, outros segmentos, especialmente os pescadores, demandam informação e diálogo com os
pesquisadores para conhecer melhor a área da qual dependem economicamente, por outro lado, podem
aportar informações importantes a partir do seu conhecimento diário do entorno marinho. Neste sentido,
foram registradas interessantes discussões, relativas, por exemplo, aos critérios seguidos para o
estabelecimento do defeso para determinadas espécies de interesse comercial. Toda esta argumentação
leva à consideração de um futuro programa de trabalho dentro da APAMLC focado na gestão da pesquisa.
Como parte deste programa, a Unidade de Conservação poderá estabelecer, coordenar e divulgar as
linhas de trabalho mais relevantes.
330 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
Em relação aos usos do território, um dos principais ganhos do processo participativo em andamento foi o
envolvimento ativo dos diferentes agentes socioeconômicos. Pescadores, agentes turísticos, indústria e
porto aportaram informações de grande relevância e apontaram ideias e fatos de atividades em
andamento que deverão ser considerados na elaboração dos Programas de Gestão.
O turismo foi valorado em forma positiva por praticamente a todos os grupos, sendo indicados conflitos
pontuais na hora de compartilhar o espaço com outras atividades. Tal e como vem realizando desde a sua
criação, a APAMLC deve contribuir no estabelecimento de um ambiente de convivência com um turismo
responsável e sustentável, desenvolvendo ações especificamente focadas em evitar eventuais impactos
ou conflitos com o resto de atividades na região. Os próprios participantes do setor identificaram ações
voluntárias que já estão sendo realizadas, podendo a APAMLC divulgar tais exemplos de boa gestão.
Dessa maneira, uma avaliação conjunta dos pontos acima citados permite indicar para a gestão da APA
os programas mencionados que foram inferidos a partir da avaliação das questões apontadas pelos
diferentes grupos durante as oficinas, principalmente durante a identificação de problemas e
potencialidades.
Quadro 66 -
Programas de gestão
Gerencial
· Divulgar a legislação ambiental relacionada à APAMLC e seus usos, bem como o PM, após sua conclusão,
principalmente para o público usuário.
· Ampliar a participação do setor pesqueiro na gestão da APA, no intuito de tê-lo com parceiro.
· Garantir que a fiscalização esteja presente no interior dos canais de São Vicente, Guarujá e Itapanhaú,
onde ocorre grande parte das saídas de embarcações com foco em pesca amadora.
Ambiental
Socioeconômico
Com relação à dinâmica sedimentar da linha de costa, evidenciam-se ameaças naturais relacionadas ao
transporte litorâneo à morfologia da praia e suscetibilidade às ondas, ao aporte natural de sedimentos, à
fisiografia costeira e às alterações climáticas. Dois tipos de ambientes suscetíveis às ações erosivas e
deposicionais são evidenciados: os arcos praiais e as desembocaduras de rios (associados a barras,
planícies de maré e manguezais). O setor Carijó possui praias longas, enquanto que boa parte do setor
Guaíbe apresenta arcos praiais de extensões reduzidas, com presença de pontões rochosos nas
extremidades. Quanto à qualidade de água e sedimento, a ameaça natural se limita às desembocaduras
dos rios e canais (setores Guaíbe e Carijó) que podem carrear sedimentos e águas com propriedades
diferentes daquelas encontradas no meio marinho.
A dispersão de poluentes nas águas da APAMLC está intimamente ligada aos regimes meteorológico e
oceanográfico da região. O Setor Itaguaçu apresenta indícios de poluição, provavelmente carreada por
correntes marinhas ou lançada por embarcações nas rotas de navegação. A região sofre ainda com a
cobertura deficiente da rede coletora de esgotos em áreas onde, muitas vezes, por conta da ocupação
irregular, são realizados lançamentos clandestinos em cursos d’água que deságuam no oceano. Em
momentos de precipitação, a vazão dos rios aumenta, transportando de maneira ainda mais eficiente
estes contaminantes para o ambiente marinho.
Os principais fatores que influenciam as chuvas na região são a Zona de Convergência do Atlântico Sul
(ZCAS), que provoca chuvas intensas locais, por diversos dias, principalmente durante o verão, sem
alterar o regime de correntes na região costeira e a passagem de frentes frias, responsáveis por chuvas e
intensificam as correntes costeiras, favorecendo a dispersão dos poluentes. O período de maior ocorrência
de praias impróprias quanto à balneabilidade ocorre justamente durante o verão, com grande fluxo de
turistas. Época do ano em que os poluentes em cursos d'água são carreados mais eficientemente para o
mar e o regime regular de correntes não propicia a dispersão, agravando o cenário.
A poluição associada ao intenso tráfego marinho na região, principalmente por navios de grande porte,
deve ser destacada. Somada aos riscos de ocorrência de acidentes, a poluição efetivamente gerada pelas
embarcações é significativa. Outro agravante com relação às embarcações é a questão da água oleosa
(tanque de SLOP), oriundas de lavagem e da casa de máquinas, que devem ser tratadas antes do
lançamento. Outra ameaça é a dispersão de espécies potencialmente tóxicas e introdução de espécies
exóticas invasoras através da água de lastro por navios.
Na Prainha Branca, localizada na AME Ponta da Armação, desenvolvem-se atividades tradicionais como a
pesca de pequena escala, compatível com a preservação e conservação local. Também atividades
relacionadas ao turismo desordenado, especulação imobiliária e ausência de saneamento básico, estes
interagem negativamente com o ambiente marinho, embarque e desembarque, e atividade pesqueira de
turistas, o que pode ameaçar a qualidade ambiental desse local. Assim, esta área deve ser priorizada no
ordenamento do território, de maneira que as atividade no local sejam baseadas em práticas de baixo
impacto ambiental.
A presença das embarcações e de petrechos de pesca (redes, linhas, anzóis, etc) evidenciam uma
pressão constante, mesmo em áreas legalmente protegidas. A pesca ilegal exerce forte ameaça à
conservação da fauna íctica. Áreas protegidas, como as Ilhas da ESEC Tupiniquins e as AMEs da Laje da
Conceição, Ilha da Moela e Ponta da Armação, sofrem com esta ameaça. Equipamentos perdidos ou
abandonados por pescadores nos oceanos também são responsáveis pela morte de diversas espécies da
fauna marinha, através da pesca fantasma.
Por outro lado, ameaças à atividade pesqueira são a reduzida oferta de peixe em função da falta de
saneamento no município, as dragagens do porto, a destruição dos manguezais, o descarte irregular de
resíduos sólidos, a falta de subsídios à pesca, legislações obsoletas e a descontinuidade da cultura
caiçara em atividade pesqueira nas gerações mais recentes.
Ressalta-se que diversas empresas, terminais químicos, estaleiros e refinarias presentes na área do porto
que, apesar de fora do perímetro da UC, causam impacto direto na comunidade de pescadores artesanais
da Ilha Diana, e em toda a região da APAMLC, com diminuição dos estoques pesqueiros, contaminação
de espécies e degradação de manguezais como os de Santos, Guarujá, Bertioga e Cubatão, fortemente
impactados por atividades portuárias.
● ESTADO DE CONSERVAÇÃO
A APAMLC é historicamente a porção do litoral paulista que mais sofreu com os impactos provocados pela
intensa colonização, ocupação desordenada, destruição dos ecossistemas de Mata Atlântica e manguezal,
implantação do Porto de Santos e do Polo Industrial de Cubatão, com forte atividade portuária, turística,
industrial e pesqueira, o que resultou em degradação ambiental perceptível em toda a sua extensão. O
Diagnóstico do Meio Físico Terrestre apontou áreas com alta prioridade de conservação como alguns rios
de Santos, Cubatão, Guarujá e Praia Grande, visto que os rios de Peruíbe e Itanhaém estão mais
conservados. O entorno imediato da APAMLC, intensamente urbanizado, acarreta inúmeros problemas
relativos à poluição e contaminação, que acabam afetando direta e indiretamente áreas pertencentes à
Unidade de Conservação. A seguir, é feita uma síntese do estado de conservação ou degradação indicado
pelos temas para cada habitat, zona ou localidade da área de estudo da APAMLC.
- Ambientes costeiros: são apontados como mais degradados os biótopos de restingas arenosas,
matas de baixadas úmidas e alagados, e manguezais. Boa parte do litoral perdeu sua cobertura
original, inicialmente com a ocupação portuária e industrial, seguida da imobiliária com a
construção residencial e de apoio ao turismo, além da introdução de espécies exóticas, muitas
com capacidade invasiva. Daí a importância de áreas protegidas de Mata Atlântica para a
conservação de diversos grupos de médio e grande portes da herpetofauna e mastofauna.
- Ambientes insulares: das 10 ilhas ou ilhotas para as quais foi possível estimar o status de
integridade ecológica, somente a Ilha das Gaivotas foi caracterizada como área conservada.
Entretanto, as medidas de gestão adotadas na APAMLC, bem como os regramentos legais de
restrição à pesca vigentes, certamente têm contribuído para a manutenção da ictiofauna em boa
condição de integridade ecológica. A área que compreende a AME Ponta da Armação, no Setor
Guaíbe, deve ser considerada como Área Prioritária para Restauração, medida essa também
defendida no Diagnóstico Participativo e corroborada pelos dados levantados pelo Diagnóstico
336 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
Técnico. Para o grupo das aves, as Ilhas costeiras, com destaque para a Laje da Conceição e
Laje de Santos e o Ilhote das Gaivotas, são locais de reprodução do trinta-réis-real, que merecem
atenção especial para que sejam evitados distúrbios nos sítios reprodutivos resultantes da ação
de turistas e pescadores.
- Costões rochosos: apesar das ameaças evidenciadas, apresentam ainda ambientes
relativamente bem preservados, com elevada complexidade biológica, especialmente nos
ambientes insulares e em áreas menos urbanizadas.
- Praias: determinadas praias apresentam problemas crônicos de balneabilidade, principalmente as
localizadas na porção central da APAMLC. As únicas praias que apresentam regularmente bom
índice de balneabilidade são as praias de Bertioga, Guarujá (com exceção da praia do Perequê) e
de Itanhaém. De modo geral, observa-se que as praias mais afastadas dos centros urbanos estão
mais preservadas. É o caso da prainha Branca (Guarujá), praia de Camburi (Guarujá), praia do
Caramborê (Peruíbe) e a praia de Guaratuba (Bertioga). Além das praias arenosas de Taniguá e
restinga associada, em Peruíbe, Piaçaguera, em Itanhaém e Itaguaré, em Bertioga, que
constituem importantes áreas de descanso para aves limícolas em rotas migratórias.
- Manguezais: apesar de parte estar degradada ou ter sido aterrada para ocupação urbana e
industrial, 40% da área original ainda está em bom estado de conservação, sendo a maior parte
localizada na região de Bertioga. As áreas de restinga em Itanhaém e, principalmente, Bertioga
apresentam os remanescentes em melhor estado de conservação. Juntos, esses municípios
respondem por cerca de 60 % da vegetação de restinga da Baixada Santista. Os Manguezais de
Santos, Guarujá, Bertioga e Cubatão são destacados no Diagnóstico Técnico como as maiores
áreas de concentração de espécies migratórias do país, com presença de espécies endêmicas
como o guará e o figurinha-do-mangue, ameaçadas de extinção por conta da pressão sobre os
manguezais.
Áreas Críticas:
- AME Ponta da Armação, no Setor Guaíbe, foi considerada como Área Prioritária para
Restauração.
4. ZONEAMENTO
3.2. DO ZONEAMENTO
O Zoneamento da Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral Centro (APAMLC) é composto por 05
(cinco) zonas e poderá ser constituído por até 06 (seis) áreas sobrepostas às zonas, sendo:
ZONAS
ÁREAS
Quadro 67 – .
DIMENSÕES
Ambiente Terrestre
Ambiente Porção
Faixa de praia /
Marinho Manguezal (e
Terrestre da
Área insular Costão
rios)
AME Ponta
ZONA Rochoso
da Armação
Ár
Ár Áre
Exten ea
Área Porcenta ea Porcenta Porcenta a Porcenta Porcenta
são
(ha) gem (%) (ha gem (%) gem (%) gem (%) gem (%)
(Km) (ha
) (ha)
)
PROTEÇÃO 6.645,8
ESPECIAL 1,46 16,34 12,14 19,44 9,15 881,06 32,78 0,00 0,00
0
(ZPE)
PROTEÇÃO DA
50.839,
GEOBIODIVER 11,20 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
SIDADE 75
(ZPGBio)
USOS DE 142.799 118,2 1.806, 527,5
BAIXA ESCALA ,00 31,46 87,86 102,79 48,39 67,22 100,00
2 95 0
(ZUBE)
USO 87.808,
EXTENSIVO 19,35 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
49
(ZUEX)
USO 165.765
INTENSIVO 36,53 0,00 0,00 42,45 42,45 0,00 0,00 0,00 0,00
,97
(ZUI)
453.859 134,5 527,5
TOTAL 100,00 100 100,00 100,00 100,00 100,00
,02 6 0
Tabela 1: Relação da dimensão das zonas da APAM do Litoral Centro, por ambiente. Os trechos de faixa de praia e de
costão rochoso foram calculados em sua extensão, pois sua representação no zoneamento corresponde a um
traçado linear.
a. Entende-se por Zona o ambiente delimitado com base em critérios socioambientais e no grau de
intervenção previsto, que estabelece objetivos, diretrizes e normas próprias.
b. Entende-se por Área de Interesse o ambiente destinado à implantação dos programas e projetos
prioritários à gestão da UC e tem caráter flexível, instituindo regramentos específicos em
conformidade com o objetivo e as características das zonas.
c. Entende-se como ambiente terrestre: Na faixa de Praia - o espaço arenoso entre a zona de surfe e
(i) a duna frontal ou (ii) início de vegetação de restinga ou (iii) estruturas construídas pelo homem;
Na área insular – a porção emersa das ilhas, ilhotas e lajes, exceto seus costões rochosos e
praias; No Costão Rochoso – a área formada por rochas situado na transição entre os meios
d. Entende-se como ambiente marinho todo espaço não contemplado nos ambientes terrestres até
os limites da APA.
I. As normas estabelecidas neste plano se aplicam sem prejuízo da legislação vigente incidente
sobre o território, incluindo normas específicas da Marinha do Brasil;
II. As normas gerais se aplicam sem prejuízo das normas específicas de cada zona, exceto para a
Zona de Proteção Especial, sem prejuízo das normas específicas de cada zona;
III. Os procedimentos e aplicação para obtenção de ciência, anuência e autorizações especiais para
exercício de atividades não licenciáveis descritas neste Plano de Manejo serão regulamentados
pelo órgão gestor no prazo de até 180 dias;
Descrição: Na porção terrestre abrange aproximadamente 16,34 hectares (12,14% do ambiente terrestre)
e na faixa entre-marés abrange aproximadamente 19,43 km, correspondendo no Setor Guaíbe as áreas
de manguezais do Rio Guaratuba, Rio Itaguaré e trechos do Itapanhaú localizadas no Parque Estadual da
Restinga de Bertioga e no Setor Carijó a Zona entre-marés do Parque Estadual do Itinguçu.
Na porção marinha abrange aproximadamente 6.645,80 hectares (1,46% do ambiente marinho)
correspondendo no Setor Itaguaçu ao Parque Estadual Marinho da Laje de Santos e no Setor Carijó, ao
raio de 1 km da Ilha da Queimada Pequena, Ilha de Peruíbe, Ilhote e Laje Noite Escura pertencentes à
Estação Ecológica dos Tupiniquins, a área de 481 ha pertencente à unidade Refúgio de Vida Silvestre das
Ilhas do Abrigo e Guararitama e a faixa de 250m de área Marinha do Parque Estadual Xixová Japuí.
Normas:
Aplicam-se à ZPE, no ambiente marinho, as seguintes normas:
I. Aquelas previstas no diploma de criação do Parque Estadual Xixová Japuí (Decreto Estadual nº
37.536 de 1993) e no respectivo Plano de Manejo e nos demais dispositivos legais da UC.
Objetivo: Proteger os ambientes de alta relevância para conservação dos atributos da UC.
Atividades permitidas:
I. Turismo de mínima intensidade (Anexo II);
II. Tráfego de embarcações;
III. Pesquisa científica e educação ambiental;
IV. Proteção, fiscalização e monitoramento;
V. Instalação de estruturas náuticas.
Normas:
Aplicam-se à ZPGBio, no ambiente marinho, as seguintes normas:
I. O tráfego de embarcações e a manobra de aproximação deverão ser realizados em velocidade
compatível com a proteção dos atributos desta zona;
II. Ficam proibidos (as):
a) Todas as modalidades de pesca;
b) O acionamento de bomba de porão das embarcações exceto no caso de salvaguarda da vida
humana;
c) Fundeio de navios;
Descrição: Na porção terrestre abrange 118,22 hectares (87,86 do ambiente terrestre) a faixa de praia de
102,79 km e toda área de ocorrência de costão rochoso, inserida nos setores Guaíbe e Carijó, Apenas no
setor carijó, está distribuída em toda a extensão da Área de Manejo Especial (AME) da Ponta da Armação
segundo o critério de turismo de baixo impacto; na faixa de praia não urbanizada de Itaguaré em Bertioga;
nas áreas de Manguezais do Canal de Bertioga e rio Itapanhaú até os limites com o Parque Estadual da
Restinga de Bertioga, no município de Bertioga; na faixa de praia não urbanizada de Taniguá também
conhecida como praia Deserta, situada no município de Peruíbe; as áreas de manguezais do rio Itanhaém,
no município de Itanhaém, e as porções dos rios Preto e Branco, adjacentes aos manguezais da APA que
estão no município de Peruíbe.
Na porção marinha abrange 142.799,00 hectares (31,46% do ambiente marinho) e corresponde às regiões
de ocorrência de atividades de uso de baixa escala com o predomínio da pesca artesanal de menor
mobilidade e porte, compreendendo, a faixa entre a linha de costa e as 5 (cinco) milhas náuticas. Esta
faixa sobrepõe a Zona 2 Marinha (Z2M) e subzona Zona 2 Marinha Especial (Z2ME) (Subseção II, artigos
54 à 58 do Decreto Estadual Nº 58.996, de 25 de março de 2013) do Gerenciamento Costeiro e abrange
ilhas, lajes e parcéis;
No setor Guaíbe abrange a AME Ilha da Moela e no setor Carijó compreende ao raio de 3 Km ao redor da
Ilha da Queimada Grande; ao raio de 1 km ao redor da ZPE da ESEC dos Tupiniquins Ilha da Queimada
Pequena; a porção marinha da AME Laje da Conceição; e ao redor dos parcéis Pedro II e parcel dos Reis.
Atividades permitidas:
Todas as atividades permitidas na ZPGBio acrescidas das seguintes:
I. Pesca profissional artesanal em embarcações de pequeno porte e desembarcada;
II. Pesca amadora;
III. Turismo de baixa intensidade (Anexos II);
IV. Extrativismo;
V. Instalação de estruturas náuticas;
VI. Aquicultura de pequeno porte;
VII. Tráfego de balsa.
Normas:
Aplicam-se à ZUBE, no ambiente marinho, as seguintes normas:
II. Fica condicionado a ciência do órgão gestor a realização de eventos de baixa escala e torneios de
modalidades esportivas.
i. Em caso de realização em território de comunidades tradicionais o Órgão Gestor
deverá dar ciência às mesmas;
II. Os empreendimentos que possam gerar impacto nos manguezais deverão apresentar,
minimamente, no âmbito do processo de licenciamento ambiental, monitoramento dos recursos
pesqueiros que utilizem o local, ainda que em parte do seu ciclo de vida e a apresentação de
medidas que garantam a salvaguarda ambiental.
24 O Artigo 6º da Instrução Normativa Interministerial MPA/MMA nº 12/2012 proíbe a pesca de emalhe por embarcações motorizadas até o
limite de 01 (uma) milha náutica. No entanto, há um processo de negociação com os órgãos responsáveis para o ajuste da norma, visando a
liberação da pesca motorizada esta norma fica condicionada assim que publicada a regulamentação da mesma.
25 Esta normativa está condicionada às questões relacionadas nas Normas específicas da ZUBE, ambiente marinho, item a.
26 Esta normativa está condicionada além da regulamentação da INI Nº 12/2012 e ao Item III das normas gerais.
IV. Fica proibida a aquicultura com espécies exóticas com potencial de bioinvasão, exceto o mexilhão
Perna perna (Linnaeus, 1758).
Objetivo: Compatibilizar os diferentes usos existentes nestes ambientes, minimizando impactos negativos
sobre os recursos naturais.
Atividades permitidas:
Todas as atividades permitidas na ZUBE acrescidas das seguintes:
I. Pesca profissional embarcada por embarcações maiores que a zona anterior;
II. Turismo de média intensidade (Anexo II);
III. Aquicultura de médio porte.
Normas:
Aplicam-se à ZUEx, no ambiente marinho, as seguintes normas:
I. Fica proibida a pesca de arrasto com a utilização de sistema de parelhas independente da
arqueação bruta;
IV. Fica proibida a aquicultura com espécies exóticas com potencial de bioinvasão, exceto o mexilhão
Perna perna (Linnaeus, 1758).
Objetivo: Possibilitar o uso intensivo dos recursos naturais, em consonância com a conservação dos
atributos da UC.
Atividades permitidas:
Todas as atividades permitidas na ZUEx acrescidas das seguintes:
I. Aquicultura de grande porte;
II. Turismo de alta intensidade (Anexos II);
III. Pesca profissional por embarcação de qualquer porte maior do que a zona anterior;
IV. Instalação de estruturas náuticas.
Normas:
Aplicam-se à ZUI, no ambiente marinho, as seguintes normas:
I. Fica permitida a pesca de arrasto com a utilização de sistema de parelhas independente da
arqueação bruta.
IV. Fica proibida a aquicultura com espécies exóticas com potencial de bioinvasão, exceto o mexilhão
Perna perna (Linnaeus, 1758).
Condições Fáticas de Existência da Área: Presença de ambientes frágeis ou de alta biodiversidade e/ou
de especial importância para deslocamento, reprodução de espécies endêmicas, migratórias e/ou
ameaçadas de extinção.
Normas:
I. O ordenamento das atividades deverá ser feito no âmbito dos Programas de Gestão,
considerando as seguintes medidas:
a) Prever o monitoramento do atributo que motivou a criação da Área;
b) Adotar medidas de compatibilização de atividades desenvolvidas na Área com a conservação,
tais como:
i. Controle de acesso e velocidade;
Normas:
I. As atividades de recuperação deverão seguir as diretrizes do Programa de Manejo e Recuperação
que estabelecerá um Plano de Recuperação Ambiental (PRA) considerando as seguintes
diretrizes:
a) Definição das ações de recuperação e respectivos métodos e procedimentos para sua
realização;
b) Adotar medidas de compatibilização de atividades desenvolvidas às necessidades decorrentes
dos processos de recuperação, tais como:
i. Controle de velocidade, quando couber;
ii. Monitoramento e controle de pontos de poluição;
iii. Sinalização das Áreas;
iv. Suspensão temporária de acesso às Áreas, quando couber.
Condições Fáticas de Existência da Área: Presença de ambientes com sítios arqueológicos, geossítios,
patrimônio histórico-cultural e/ou ocorrência de manifestações culturais tradicionais.
Normas:
I. O ordenamento das atividades de turismo deverá se dar no âmbito do Programa de Uso Público
que estabelecerá um Plano de Ordenamento Turístico (POT) considerando as seguintes diretrizes:
a. Adotar medidas de compatibilização de atividades desenvolvidas nesta Área com seus
objetivos, tais como:
i. Definir atividades compatíveis e respectivos procedimentos para sua realização;
ii. Prever Sistema de Gestão de Risco e Contingência e o limite aceitável de uso;
iii. Avaliar a pertinência de implantar estruturas náuticas;
iv. Estimular preferencialmente o turismo de base comunitária.
II. Fica proibida a degradação ou descaracterização dos atributos protegidos pela AIHC.
Normas:
I. O ordenamento das atividades de pesca deverá ser dar no âmbito dos Programas de Gestão,
considerando as seguintes diretrizes:
a. Suspender a pesca de acordo com o recurso pesqueiro ou modalidade;
b. Definir frequência de duração da suspensão;
c. Prever o monitoramento dos recursos que motivaram a criação da Área.
Normas:
I. O ordenamento das atividades de turismo deverá se dar no âmbito do Programa de Uso Público
que estabelecerá um Plano de Ordenamento Turístico (POT) considerando as seguintes diretrizes:
a. Definir atividades compatíveis e respectivos procedimentos para sua realização;
b. Prever Sistema de Gestão de Risco e Contingência e o limite aceitável de uso;
c. Avaliar a pertinência de implantar estruturas náuticas;
d. Estimular preferencialmente o turismo de base comunitária.
II. Nas AIT inserida na ZUBE, o fundeio de embarcações somente será permitido onde tiver poitas,
sendo proibida a utilização de ancoras, salvo, em coordenadas acordadas com o orgão gestor ou
apontadas no Plano de Ordenamento Turístico.
Objetivo: Proteger a pesca artesanal de baixa mobilidade, de modo a promover a segurança alimentar, a
manutenção da cultura caiçara e o território pesqueiro.
Condições Fáticas de Existência da Área: Presença de ambientes próximos a comunidades locais, por
elas indicados e utilizados historicamente, onde praticam a pesca artesanal de baixa mobilidade com
disponibilidade restrita ao recurso pesqueiro.
Normas:
I. O ordenamento das atividades de pesca deverá ser feito no âmbito do Programa de
Desenvolvimento Sustentável em conjunto com as comunidades locais que indicaram as
respectivas Áreas, considerando as seguintes medidas:
a. Prever o auto monitoramento da captura incidental da fauna não alvo da pesca;
b. Adotar medidas de compatibilização de atividades desenvolvidas com a pesca de baixa
mobilidade, tais como:
349 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
i. Compatibilização dos métodos de pesca com a pesca de baixa mobilidade;
ii. Compatibilização dos demais usos com a pesca de baixa mobilidade;
iii. Sinalização das Áreas;
iv. Em casos de incompatibilidade com outras atividades, privilegiar sempre a pesca
de baixa mobilidade.
III. As comunidades beneficiárias desta Área deverão participar dos programas de monitoramento
pesqueiro.
- ANEXO I – GLOSSÁRIO -
● Atributos: elementos sociais ou ambientais que justificam a criação da APA (Ex.: elementos do meio
biótico: fauna e flora; elementos do meio abiótico: as águas, o leito marinho, feições geológicas como
praias, ilhas e costões; e elementos socioculturais: cultura caiçara, pesca artesanal, extrativismo e
outros).
● Erosão Praial (Fonte: SOUZA, C.R. de G.; SOUZA FILHO, P.W.M.; ESTEVES, SL.; VITAL, H.;
DILLENBURG, S.R.; PATCHINEELAM, S.M. & ADDAD, J.E. 2005. Praias Arenosas e Erosão Costeira.
In: C.R. de G. Souza et al. (eds.). Quaternário do Brasil. Holos, Editora, Ribeirão Preto (SP). p. 130-
152. (ISBN: 85-86699-47-0): processo sedimentar natural em qualquer praia, entretanto, passa a ser
problemática quando o processo severo e crônico é ao longo de toda a praia ou em partes dela,
quando o fenômeno recebe a denominação de erosão praial ou costeira. As causas podem estar
associadas a processos naturais, ou decorrentes de intervenções antrópicas na zona costeira. Nessas
condições, o balanço sedimentar do sistema praial se torna negativo e a praia começa a apresentar
vários sintomas, também conhecidos como indicadores de erosão costeira.
● Praias (Fonte: SOUZA, C.R. de G.; SOUZA FILHO, P.W.M.; ESTEVES, SL.; VITAL, H.;
DILLENBURG, S.R.; PATCHINEELAM, S.M. & ADDAD, J.E. 2005. Praias Arenosas e Erosão
Costeira. In: C.R. de G. Souza et al. (eds.). Quaternário do Brasil. Holos, Editora, Ribeirão Preto
(SP). p. 130-152. (ISBN: 85-86699-47-0): são depósitos de material inconsolidado, como areia e
cascalho, formados na interface entre a terra e o mar, retrabalhados por processos atuais
associados a ondas, marés, ventos e correntes geradas por esses três agentes. São ambientes
muito dinâmicos e sensíveis, que suportam múltiplas funções, entre elas: proteção costeira para
os ecossistemas adjacentes e as atividades urbanas, recreação, turismo, e habitat para várias
espécies animais e vegetais.
● Praia em risco Alto de Erosão (Celia Regina de Gouveia Souza Instituto Geológico-SMA/SP e
Programa de Pós-Graduação em Geografia Física-FFLCH/USP): A classificação de risco é
dividida em 5 classes, desde risco muito alto até muito baixo. Praias em risco Alto de Erosão são
aquelas com 10 a 11 indicadores abaixo de 41% de distribuição; 7 a 9 indicadores entre 41-60%;
ou 4 a 6 indicadores com distribuição superior a 60% do arco praial.
● Praias em risco Muito Alto de Erosão (Celia Regina de Gouveia Souza Instituto Geológico-
SMA/SP e Programa de Pós-Graduação em Geografia Física-FFLCH/USP): A classificação de
risco é dividida em 5 classes, desde risco muito alto até muito baixo. Praias em risco Muito Alto de
Erosão são aquelas acima de 7 indicadores de erosão costeira em mais de 60% da distribuição
espacial da praia. E praias com acima de 10 indicadores de erosão costeira em 41 à 60% da
distribuição espacial da praia.
● Praia não urbanizada (Cf. Art. 26 do Decreto Federal Nº 5.300/2004): aquela em que o ambiente
terrestre adjacente à faixa de praia apresenta baixíssima ocupação humana, paisagens com alto
grau de originalidade natural e baixo potencial de poluição.
● Praia em processo de urbanização (Cf. Art. 26 do Decreto Federal Nº 5.300/2004): aquela em que
o ambiente terrestre adjacente à faixa de praia apresenta baixo a médio adensamento de
construções e população residente, com indícios de ocupação recente, paisagens parcialmente
modificadas pela atividade humana e médio potencial de poluição.
● Praia com urbanização consolidada (Cf. Art. 26 do Decreto Federal Nº 5.300/2004): aquela em
que o ambiente terrestre adjacente à faixa de praia apresenta ambiente adjacente apresenta médio
a alto adensamento de construções e população residente, paisagens modificadas pela atividade
humana, multiplicidade de usos e alto potencial de poluição sanitária, estética e visual.
● Espécie doméstica: animal ou planta que ao longo dos anos tiveram suas características físicas e
comportamentais alteradas passando a se distinguir das espécies que se originaram; utilizadas pelo
homem para produção, consumo ou companhia. Exemplos: animais domésticos como os cães, os
gatos, os cavalos e os porcos e plantas como árvores frutíferas, plantas ornamentais e /ou medicinais.
● Granulitos (Winge,M. et. al. 2001 - 2018 . Glossário Geológico Ilustrado.) O granulito é uma classe de
rochas metamórficas formada em condições de fácies granulito, ou seja, condições de metamorfismo
de alta temperatura e pressão intermediária a alta. Por conta das condições de formação, alta
temperatura, os granulitos são tidos como formados em profundidade na crosta terrestre.
● Isóbata (Cf. Art 4º do Decreto Estadual Nº 58.996/2013): linha que une pontos de igual profundidade;
● Limite aceitável de uso: referência numérica a ser adotada considerando o número máximo de
pessoas que podem visitar uma área sem degradar as qualidades essenciais dos recursos naturais, e a
adoção de conduta responsável para a visitação.
● Ortognaisses (Winge,M. et. al. 2001 - 2018 . Glossário Geológico Ilustrado) Prefixo usado para indicar
rochas metamórficas de origem seguramente ígnea, seja plutônica, hipabissal ou vulcânica.
● Pesca (Cf. Seção I, Art. 8º, Lei nº 11.959/2009 e Art. 2º da Instrução Normativa Interministerial
MPA/MMA nº 10/2011): toda operação, ação ou ato tendente a extrair, colher, apanhar, apreender ou
capturar recursos pesqueiros.
● Pesca amadora e/ou esportiva (Cf. Seção I, Art. 8º, Lei nº 11.959/2009 e Art. 2º da Instrução
Normativa Interministerial MPA/MMA nº 10/2011): aquela praticada por pessoa física que, licenciada
pela autoridade competente, pesca sem fins econômicos, tendo como finalidade o lazer ou o esporte,
sendo vedada a comercialização do recurso pesqueiro capturado.
● Pesca científica (Cf. Seção I, Art. 8º, Lei nº 11.959/2009 e Art. 2º da Instrução Normativa
Interministerial MPA/MMA nº 10/2011): aquela praticada por pessoa física ou jurídica, com a finalidade
de pesquisa científica
● Pesca Profissional Artesanal (Cf. Seção I, Art. 8º, Lei nº 11.959/2009 e Art. 2º da Instrução Normativa
Interministerial MPA/MMA nº 10/2011): aquela praticada diretamente por pescador profissional, de
forma autônoma ou em regime de economia familiar, com meios de produção próprios ou mediante
contrato de parceria, desembarcado, podendo utilizar embarcações com Arqueação Bruta (AB) menor
ou igual a 20.
● Pesca Artesanal de Pequeno Porte (proposta): pesca artesanal desembarcada ou praticada por
embarcações até 20 AB e/ou 12 metros de comprimento;
● Pesca Artesanal de Baixa Mobilidade (proposta): pesca artesanal praticada por embarcações
limitadas ao pequeno porte, cujos parâmetros específicos serão estabelecidos no âmbito do
Programa de Desenvolvimento Sustentável;
● Pesca Profissional Industrial (Cf. Seção I, Art. 8º, Lei Federal Nº 11.959/2009 e Art. 2º da Instrução
Normativa Interministerial MPA/MMA Nº 10/2011): aquela praticada por pessoa física ou jurídica,
envolvendo pescadores profissionais, empregados ou em regime de parceria por cotas-partes,
utilizando embarcações com qualquer Arqueação Bruta (AB), com finalidade comercial.
● Plano de Manejo de Unidade de Conservação: (Cf. Lei Federal Nº 9.985/2000) documento técnico
mediante o qual, com fundamento nos objetivos de gerais de uma Unidade de Conservação, se
estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos
naturais.
● Recursos naturais (Cf. Art 4º do Decreto Estadual Nº 58.996/2013): quaisquer materiais fornecidos
pelo ambiente natural utilizado pelo ser humano, tais como combustíveis, madeira, carvão e recursos
minerais.
● Ruído excessivo (com base na Resolução CONAMA Nº 01/1990 e adaptado da Norma NBR-10.151
da ABNT para área mista com vocação recreacional): emissão de ruídos em decorrência de qualquer
atividade (comercial, industrial, social ou recreativa, inclusive de propaganda política) prejudiciais à
● Ecoturismo: atividade turística que utiliza de forma sustentável o patrimônio natural e cultural,
sensibilizando quanto às questões ambientais e incentivando a conservação.
● Turismo de Base Comunitária: atividade cuja distribuição dos benefícios resultantes das
atividades ecoturísticas contemplam, principalmente, as comunidades receptivas, de modo a
torná-las protagonistas do processo de desenvolvimento da região.
● Radioamadorismo (com base Art. 3º da Resolução ANATEL nº 449/2006): atividade sem fins
lucrativos, com caráter de hobby, regulamentada pela ANATEL, que exige dos seus praticantes
autorização prévia através de exames de ingresso na atividade.
Obrigações da concessionária:
I. I. Encaminhar ao órgão gestor da UC a agenda anual de manutenção, incluindo impactos previstos
das atividades de manutenção e respectivas medidas mitigadoras aprovadas pelo órgão licenciador;
II. II. Encaminhar ao órgão gestor para conhecimento cópia dos Estudos de Análise de Risco (EAR),
Programa de Gerenciamento de Risco (PGR) e planos de emergência: Plano de Atendimento e
Emergência (PAE) e Plano de Emergência Individual (PEI), quando couber, aprovados pelo órgão
licenciador;
III. III. Comunicar imediatamente a ocorrência de incidentes/acidentes na unidade, ou as que possam vir
causar impacto.
Descrição:
Na Porção Terrestre: abrange aproximadamente xxx hectares da UC (xxx% da área total) correspondente
a área de praia com balanço sedimentar do sistema praial negativo podendo apresentar vários sintomas,
também conhecidos como indicadores de erosão costeira. Para as Áreas de Interesse Recuperação (AIR)
foram selecionadas as praias classificadas como alto e muito alto risco de erosão considerando o Mapa de
Risco à Erosão Costeira do Estado de São Paulo publicado pelo Instituto Geológico Estado de São Paulo
e Universidade de São Paulo, XVI Congresso ABEAQUA, 2017.
- Setor Guaíbe:
.Guaratuba em Bertioga (Latitude inicial 23°45'54.58"S e Longitude inicial 45°53'55.97"; Latitude final
23°46'50.95"S e Longitude final 45°58'0.80"O);
.Enseada (Latitude inicial 23°59'48.62"S e Longitude inicial 46°12'25.67"O; Latitude final 23°59'27.06"S e
Longitude final 46°14'29.62"O); Perequê (Latitude inicial 23°55'29.42"S e Longitude inicial 46°10'46.06"O;
Latitude final 23°56'21.05"S e Longitude final 46°10'18.59"O); Pitangueiras (Latitude inicial
23°59'25.30"S e Longitude inicial 46°14'28.03"O; Latitude final 23°59'38.62"S e Longitude final
46°14'52.12"O) em Guarujá.
.Itaguaré (Latitude inicial 23°46'56.03"S e Longitude inicial 45°58'11.32"O; Latitude final 23°47'44.99"S e
Longitude final 45°59'34.12"O) e São Lourenço (Latitude inicial 23°47'53.74"S e Longitude inicial 46°
0'11.56"O; Latitude final 23°49'3.90"S e Longitude final 46° 2'23.42"O) em Bertioga;
.Pernambuco/Mar Casado (Latitude inicial 23°57'35.71"S e Longitude inicial 46°10'44.76"O; Latitude final
23°58'44.98"S e Longitude final 46°11'7.08"O) e Astúrias (Latitude inicial 23°59'38.94"S e Longitude
inicial 46°14'52.30"O; Latitude final 23°59'46.07"S e Longitude final 46°15'22.28"O) em Guarujá.
- Setor Carijó:
.Praias de Itanhaém (Latitude inicial 24° 8'37.21"S e Longitude inicial 46°42'41.58"O; Latitude final
24°15'10.19"S e Longitude final 46°53'52.58"O);
.Praias de Mongaguá (Latitude inicial 24° 5'22.13"S e Longitude inicial 46°36'22.39"O; Latitude final 24°
8'38.54"S e Longitude final 46°42'34.60"O
.Algumas praias de Peruíbe (Latitude inicial 24°15'10.12"S e Longitude inicial 46°53'59.96"O; Latitude final
24°20'7.37"S e Longitude final 47°0'7.60"O); e Guaraú também em Peruíbe (Latitude inicial
24°22'26.47"S e Longitude inicial 47° 0'53.64"O; Latitude final 24°23'19.07"S e Longitude final 47°
0'36.22"O).
b) Manguezais
Na Porção Terrestre: abrange aproximadamente xxx hectares da UC (xxx% da área total) correspondente
aos:
-Manguezal do rio Itapanhaú, em trecho não sobreposto ao PERB, que apresenta níveis elevados de
contaminação por metais pesados (Chumbo (Pb), Cádmio (Cd), Cobre (Cu), Mercúrio (Hg)).
Na Porção Terrestre: abrange aproximadamente 26.6 hectares da UC (0,0058% da área total) numa
altitude de 100 metros e corresponde a porção entremarés e emersa da AME Ilha da Moela. De
concessão da marinha, a ilha está situada a aproximadamente 2,5 Km da costa, no Guarujá e é ponto de
referência para os navegantes que se dirigem ao Porto de Santos. A Ilha apresenta status de integridade
ecológica crítica ou degrada fortemente perturbada. e com ocorrência de bioinvasão, predominantemente
por Isognomon bicolor, em diversos setores da Ilha.
Descrição:
a) Geossítios
- Setor Carijó:
- Setor Guaíbe:
.Guarujá: Relações de contato da Ponta das Galhetas, Latitude 24° 0'48.69"S e Longitude 46°15'47.81"O
cujos principais aspectos geológico é a formação de Ortognaisses e migmatitos do Complexo Costeiro
exibindo complexas relações de contato inrusivo entre os litotipos.
.Bertioga: Milonitos da Praia de São Lourenço, Latitude 23°49'15.54"S e Longitude 46° 2'11.85"O cujos
principais aspectos geológico é o Afloramento composto por dois tipos litológicos principais: ortognaisse
porfirítico e ortognaisse fino, que mostram relações de contato e deformação importantes para o
entendimento da história geológica da região.
27 Garcia, M. G. M.; Del Lama, E. A.; Martins, L.; Mazoca, C. E. M.; Bourotte, C. Inventory and assessment of geosites to stimulate regional
sustainable management: the northern coast of the state of São Paulo, Brazil. Anais da Acad. Bras. de Ciências (no prelo).
359 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
formação em região entre-marés). Sistemas de juntas ortogonais de provável origem tectônica. A origem
da falésia ocorreu supostamente no máximo da transgressão holocênica, ocorridas há 5.600 anos A.P.
b) Patrimônios históricos
Na Porção Terrestre: abrange aproximadamente 2 pontos localizado no extremo norte da Ilha de Santo
Amaro correspondentes aos Patrimônios históricos na AME Ponta da Armação, Guarujá ambas tombadas
pelo CONDEPHAAT como Patrimônio Histórico e Cultural e também pelo município por meio da Lei
Municipal Nº 2.625/98 que criou o Parque Arqueológico São Felipe nas área públicas livres de
aforamentos, dentro dos seguintes limites: o Canal de Bertioga ao norte, o mar aberto a leste, o Morro da
Armação e o espigão da Serra ao sul, e a divisa do terreno das ruínas da Armação, a oeste. Os
patrimônios considerados na AIHC são:
.Ermida de Santo Antônio de Guaíbe localizada nas coordenadas Latitude 23°51'35.36"S e Longitude 46°
8'9.98"O cuja construção utilizou pedras com sambaquis e óleo de baleia com conchas. Acredita-se que
esta seja uma das primeiras igrejas do Brasil, construída por volta de 1560, por José Adorno, e seria
usada por jesuítas, em especial São José de Anchieta, para catequizar indígenas.
.Fortaleza de São Felipe. Localizada nas coordenadas Latitude 23°51'24.84"S e Longitude 46° 7'37.99"O
cuja construção é datada de 1552, para proteção do canal de Bertioga. Pouco existe da grande fortaleza
de pedra, construída pelo capitão-mor Brás Cubas, hoje em ruínas, em frente ao Forte São João.
Apenas resistiram ao tempo as muralhas de granito, uma guarita, que marca o ângulo sul, e um poço
interno. Do século XVII ao XIX, o forte foi a sede do Real Contrato da Armação das Baleias, construída em
1748, onde eram recolhidos todos os apetrechos utilizados para a captura e processamento do óleo
extraído do mamífero, utilizado para iluminação e construção.
Descrição:
Na Porção Terrestre: abrange aproximadamente xxx hectares da UC (xxx% da área total) correspondente
a AME Ponta da Armação, no trecho correspondente à orla da Comunidade da Prainha Branca e sua
respectiva faixa de Praia (Latitude inicial 23°51'44.78"S e Longitude inicial 46° 7'50.25"O; Latitude final
23°52'15.86"S e Longitude final 46° 8'13.05"O) ; Praia Preta (Latitude inicial 23°52'27.74"S e Longitude
inicial 46° 8'22.98"O; Latitude final 23°52'31.54"S e Longitude final 46° 8'23.22"O) e Praia Camburi
(Latitude inicial 23°52'47.81"S e Longitude inicial 46° 8'27.20"O; Latitude final 23°52'58.82"S e Longitude
final 46° 8'25.24"O) que apresenta características paisagísticas relevantes e com necessidade de
ordenamento do turismo.
Na Porção Marinha: abrange aproximadamente xxx hectares da UC (xxx% da área total) correspondente
ao redor da Ilha da Queimada Grande que se inicia no vértice 01 nas coordenadas geográficas
24°28'17.40" latitude S e 46°40'57.25" longitude O, vértice 02 nas coordenadas geográficas 24°28'18.19"
latitude S e 46°39'59.15" longitude O, vértice 03 nas coordenadas geográficas 24°29'48.62" latitude S e
46°39'59.44" longitude O, vértice 04 nas coordenadas 24°29'47.98" latitude S e 46°40'57.29" longitude O.
A área corresponde à área com ambientes com características paisagísticas relevantes com o
reconhecimento pela comunidade científica de um Recife de Coral mais ao Sul do Atlântico e que
demanda necessidade de ordenamento do turismo.
Descrição:
Porção Marinha: Abrange aproximadamente xxx hectares da UC (xxx% da área total) e corresponde à
ZUBE do município de Peruíbe, iniciando na linha de costa até a 5 mn. A área apresenta grande restrição
da pesca artesanal considerando a existência de diversas unidades de conservação com consequente
limitação de uso na região e do seu entorno imediato além das demais restrições impostas pelas
legislações pesqueiras vigentes.
Na porção terrestre:
- Setor Guaíbe:
- Setor Carijó:
● faixa de praia não urbanizada de Taniguá também conhecida como praia Deserta em Peruíbe:
Latitude inicial 24°16'21.01"S e Longitude inicial 46°55'52.18"O e na Latitude final 24°15'11.27"S e
Longitude final 46°53'58.38"O
Na porção marinha:
- Setor Guaíbe:
- Setor Carijó:
● ao redor do Parcel Pedro II: quando se inicia no vértice 01 nas coordenadas geográficas
24°15'16.06" latitude S e 46°33'12.38" longitude O, no vértice 02 nas coordenadas geográficas
24°15'16.42" latitude S e 46°31'45.30" longitude O, no vértice 03 nas coordenadas geográficas
24°16'31.98" latitude S e 46°31'45.48" longitude O, e no vértice 04 nas coordenadas geográficas
24°16'51.73" latitude S e 46°33'11.84" longitude O.
Na porção terrestre:
-Setor Carijó:
-Setor Guaíbe:
.Perequê: Latitude inicial 23°56'19.93"S e Longitude inicial 46°10'43.46"O e na Latitude final 23°55'48.58"S
e Longitude final 46°10'51.36"O;
.São Pedro: Latitude inicial 23°54'52.00"S e Longitude inicial 46°10'7.76"O e na Latitude final
23°54'22.77"S e Longitude final 46° 9'34.67"O;
.Iporanga: Latitude inicial 23°54'22.03"S e Longitude inicial 46° 9'5.37"O e na Latitude final 23°54'15.28"S
e Longitude final 46° 9'8.69"O;
.Conchas: Latitude inicial 23°54'28.60"S e Longitude inicial 46° 9'20.40"O e Latitude final 23°54'24.29"S e
Longitude final 46° 9'24.63"O;
.Taguaiba ou Pinheiro: Latitude inicial 23°53'52.83"S e Longitude inicial 46° 9'5.99"O e Latitude final
23°53'38.29"S e Longitude final 46° 8'55.47"O;
.Éden: Latitude inicial 23°59'14.73"S e Longitude inicial 46°11'9.77"O e Latitude final 23°59'13.28"S e
Longitude final 46°11'11.41"O;
.Enseada: Latitude inicial 23°49'41.47"S e Longitude inicial 46° 6'15.20"O e na Latitude final 23°49'5.06"S
e Longitude final 46° 4'53.05"O;
No Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral Centro foram estabelecidos seis
Programas de Gestão, sendo: (1) Manejo e Recuperação; (2) Uso Público; (3) Interação Socioambiental;
(4) Proteção e Fiscalização; (5) Pesquisa e Monitoramento e (6) Desenvolvimento Sustentável. Os
Programas de Gestão serão executados no prazo de até cinco anos e foram estruturados em uma Matriz
Lógica a fim de facilitar o entendimento da sequência estabelecida: (i) Objetivo Geral e (ii) Objetivo
Estratégico, (iii) Ações, (iv) Atividades, (v) Classificação das Atividades, (vi) Responsabilidades e
Parcerias, e (vii) Cronograma.
O Objetivo Geral representa o estado ou condição ideal, altamente desejável, nos quais são abordados os
atributos naturais e culturais, as funções ecológicas que a UC desempenha e o seu papel perante a
sociedade; são objetivos não quantificáveis e abrangentes, que orientam a gestão em escala macro. O
Objetivo Estratégico é a declaração expressa do que se pretende atingir quanto ao tema do programa na
UC ao fim do período de implementação do Plano de Manejo. As Ações são os resultados esperados
necessários, que juntos e conquistados, atingem os objetivos estratégicos; são compostas pelas
Atividades, que explicitam taticamente os caminhos que a gestão deve percorrer. Cada atividade possui
uma Classificação, que a categoriza em temas operacionais pré-estabelecidos; Responsabilidades e
Parcerias, que indica quem ou quais instituições devem cumpri-la; e um Cronograma anual para o período
de cinco anos de implementação do Programa.
Visando subsidiar a fase de implementação do Plano de Manejo, bem como monitorar e avaliar os
desdobramentos das atividades e o alcance dos objetivos, ou seja, a qualidade do programa foram
lançadas como mecanismo as Metas, que expressam de forma explícita e mensurável os resultados
previstos e desejáveis; os Indicadores, instrumentos de mensuração associados a cada meta e utilizados
para indicar o seu alcance; e os Condicionantes, que trazem pressupostos e premissas sem as quais a
conquista das metas, e portanto a execução do Programa, fica impossibilitada.
OBJETIVO DO PROGRAMA: Assegurar a conservação da diversidade biológica e as funções dos ecossistemas (aquáticos ou terrestres), por meio de ações de recuperação ambiental e manejo sustentável dos recursos naturais.
A3. Aprimoramento do
Apoiar Parque Estadual Restinga de Bertioga (PERB) nas ações de gestão Fundação Florestal, Prefeituras,
monitoramento ambiental
comum: a) Regulamentar a extração de recursos naturais pesqueiros tradicional, Articulação CONDEPHAAT, Universidades e
realizado na UC buscando a 3.2
respeitada as normas do Plano de Manejo do PERB, com base no estudo das Interinstitucional Institutos de pesquisas, Instittuto
avaliação da integridade do
espécies. geologico
ambiente
Realizar pelo menos 05 ações conjuntas com as UC Número de ações conjuntas com as outras UCs, estabelecimento de competências
M3.
sobrepostas e limítrofes à APA de cada UC, regulamentos estebelecidos em conjunto com o PERB
Número de fóruns com presença da APA, número de termos de cooperação
Fortalecer a presença da APA em 04 instâncias/fóruns técnica assinados com municipios, número de reuniões do conselho gestor,
M4.
decisórios de ordenamento territorial normativas/planos de gestão elaboradas com participação da APA, número de
voluntários e projetos desenvolvidos.
CLASSIFICAÇÃO DAS CRONOGRAMA (ANOS)
DIRETRIZES AÇÕES RESPONSABILIDADES E PARCERIAS
AÇÕES 1 2 3 4 5
Criar calendário e agenda de temas prioritários para
Operacionalidade de Fundação Florestal Colônias de Pescadores, prefeituras
1.1. encontros de diálogos com pescadores profissionais e
gestão e Órgãos fiscalizadores
amadores.
Buscar parceria com trabalhos relacionados ao Patrimônio Geológico, tais como o GeoHereditas, que é Núcleo de Apoio à Pesquisa em Patrimônio Geológico e Geoturismo
2 Pesquisa Meio Físico Geral cujos objetivos são fomentar e promover atividades de pesquisa, de debate e de extensão nas áreas de Patrimônio Geológico, Geoturismo, Geoconservação e Educação
Ambiental, tendo como alicerces a pesquisa geológica básica, a divulgação das Geociências e o benefício das comunidades envolvidas.
3 Pesquisa Meio Físico Geral Conhecimento da hidrodinâmica das massas de águas na unidade.
Organização e sistematização de dados do meio físico, tais como mapeamentos de erosão (continental e costeira), processos de assoreamento de rios, além dos
4 Pesquisa Meio Físico Geral
mapeamentos de áreas de riscos já existentes em órgãos como Instituto Geológico (IG/SMA), Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
5 Pesquisa Meio Físico Geral As perdas socioambientais decorrentes dos efeitos da elevação do nível mar com os consequentes eventos de inundação pelas marés (estruturas físicas, praias, etc)
Abordar melhor os impactos das construções de marinas, píeres e outras edificações em manguezais. Essas edificações resultam em desmatamentos deixando o solo
6 Pesquisa Meio Físico Geral
vulnerável à erosão.
7 Pesquisa Meio Físico Geral Impactos decorrentes de empreendimentos que tem parte das instalações ou mesmo impactos indiretos estritamente relacionados ao meio físico terrestre.
9 Pesquisa Meio Físico Geral Impactos físico (e ecológicos) da retirada de areia das praias que são mencionadas para os municípios de Peruíbe e Mongaguá.
Monitoramento para avaliação das relações diretas de causalidade entre eventos climáticos de larga escala (e.g. El Niño e La Niña) e variações regionais de parâmetros
10 Pesquisa Meio Físico Geral
oceanográficos.
Qualidade de água e sedimento, tendo sido identificada escassez de dados em regiões fora da área abrangida pelo monitoramento sistematizado que vem sendo executado
11 Pesquisa Meio Físico Geral
pela CETESB. Monitoramento principalmente na porção centronorte do setor Guaíbe, na Ilha de Santo Amaro
12 Pesquisa Meio Físico Geral Indicação de fontes difusas ou remotas de contaminação no município de Guarujá
Conhecimento da real capacidade de suporte das regiões de botafora. Não se dispõe de um monitoramento constante dessas áreas, tanto para qualidade de água quanto
13 Pesquisa Meio Físico Geral
para a qualidade do sedimento.
Estudos relacionados à ecologia, estrutura e função da comunidade no ecossistema praia, avaliação e quantificação de perturbações e impactos antrópicos sobre este
14 Pesquisa Meio Físico Praia
ecossistema, limitando a capacidade de gestão da APAMLC nestes aspectos (como diagnóstico, recuperação e proteção do ecossistema).
Monitoramento de espécies chave do ecossistema Praia, seja pela sua abundância ou pelas suas características fisiológicas e/ou ecológicas, pode ser fundamental para o
15 Pesquisa Meio Físico Praia
conhecimento da qualidade ambiental de uma determinada área.
O monitoramento de encalhes de mamíferos marinhos e tartarugas, inclusive com a possibilidade de reabilitação dos indivíduos vivos, como vem sendo feito pelo Programa
17 Pesquisa Meio Físico Praia
de Monitoramento de Praias (PETROBRAS), poderá identificar as causas desses eventos e apontar soluções para sua redução.
18 Pesquisa Meio Físico Praia Monitoramento da chegada de lixo nas praias poderá subsidiar políticas públicas e ações educativas para a melhora do saneamento ambiental da área da APAMLC.
Estudos detalhados sobre a capacidade de suporte das praias da APAMLC quanto aos efeitos dos principais impactos na fisiografia, dinâmica, diversidade biológica e
19 Pesquisa Meio Físico Praia
também sobre o uso socioeconômico das praias, especialmente o turismo.
Incentivo às pesquisas que visem um melhor planejamento da gestão costeira. Existe atualmente pouca informação relacionada à gestão de riscos e sua interação com o
20 Pesquisa Meio Físico Praia
meio biótico.
21 Pesquisa Meio Biótico Plâncton Desenvolver metodologias rápidas e de baixo custo para avaliação de patógenos não associados à contaminação fecal
22 Pesquisa Meio Biótico Plâncton Problemática da raspagem de casco que ocorre ilegalmente nas redondezas da APAMLC e a dispersão larval planctônica de espécies exóticas.
23 Pesquisa Meio Biótico Plâncton Estudos de fitoplâncton, principalmente com relação às biotoxinas de microalgas potencialmente tóxicas no estado de SP.
Estudos básicos sobre as FANs como indicadoras no monitoramento, visando um melhor entendimento da dinâmica desses organismos, de modo a organizar e planejar
24 Pesquisa Meio Biótico Plâncton
melhores planos de ação, controle e mitigação.
Estudos sobre o ciclo de vida de espécies meroplâncton e sobre a distribuição das diferentes fases desse ciclo nos ambientes aquáticos, em especial, estudos sobre
26 Pesquisa Meio Biótico Plâncton
distribuição e sobre a influência das mudanças climáticas na dinâmica de retenção/dispersão das larvas planctônicas.
Estudos com ictioplâncton, a influência de processos oceanográficos sobre o desenvolvimento larval, distribuição, abundância, composição da dieta e períodos preferenciais
27 Pesquisa Meio Biótico Plâncton
de desova de espécies de peixes.
Estudos relacionados a período, local e intensidade de desova de peixes, índices de agregação e deslocamentos de núcleos de massa não são produzidos, pois não há
28 Pesquisa Meio Biótico Plâncton
identificação dos ovos.
Estudos sobre o ictioplâncton de algumas famílias que englobam espéciesalvo, como Balistidae (peixeporco), Centropomidae (robalo), Eleotridae, Gobiidae, (emborés),
Mugilidae (tainha), Monochantidae (porquinho), Merlucidae (merluza), Lobotidae (prejerebas), Lophidae (peixesapo), Lutjanidae (vermelho), Pomatomidae (anchova),
29 Pesquisa Meio Biótico Plâncton
Serranidae, Scaridae, (peixepapagaio), Sparidae (pargo), Stromateidae (gordinho), entre outros. No caso de Lobotidae, por exemplo, apesar de os adultos serem importantes
recursos na região da APAMLC, não foram observados ovos e larvas na região.
Estudos sobre Coral sol, Tubastraea tagusensis, principalmente os pontos de presença da espécie exótica na APAMLC, por exemplo, a ESEC dos Tupinambás e PEMLS.
30 Pesquisa Meio Biótico Bentos
Apresentar a importância de se monitorar as áreas de costão rochoso, ilhas e parceis da APAMLC para se identificar pontos com potencial invasor.
31 Pesquisa Meio Biótico Bentos Estudo sobre a produção secundária de espécies bênticas no infralitoral e plataforma continental da APAMLC .
32 Pesquisa Meio Biótico Bentos Dados relativos ao tamanho das populações de espécies bentônicas de interesse econômico ou ecológico.
34 Pesquisa Meio Biótico Bentos Monitoramento periódico da fauna bentônica, considerando as variações temporais e causas associadas;
35 Pesquisa Meio Biótico Bentos Monitoramento do nível de contaminantes nos sedimentos da APAMLC;
36 Pesquisa Meio Biótico Bentos Fiscalização de atividades turísticas e/ou industriais potencialmente danosas à fauna bentônica;
37 Pesquisa Meio Biótico Bentos Criação de indicadores eficientes para o monitoramento das ações prioritárias;
38 Pesquisa Meio Biótico Bentos Incorporação da atividade de pesca artesanal como parceira na conservação da biodiversidade;
41 Pesquisa Meio Biótico Bentos Maior participação das populações locais e comunidade científica nas avaliações e planos de manejo;
42 Pesquisa Meio Físico Restinga Levantamentos para caracterizar o estrato arbustivo herbáceo das formações florestais, quanto a sua estrutura, diversidade, dinâmica e regeneração.
Pesquisas visando conhecer os atributos fisiológicos e ecológicos das espécies envolvidas no processo de regeneração natural da restinga, para compreender como este
43 Pesquisa Meio Físico Restinga
ocorre e subsidiar intervenções de restauração
Realização de pesquisas visando compreender esses ecótonos, áreas de transição, entre a restinga e a floresta ombrófila (informações florísticas e fitossociológicas, padrões
44 Pesquisa Meio Físico Restinga
da composição, fatores condicionantes, etc.).
Levantamento dos impactos na vegetação de restinga situada no interior da unidade, há a necessidade de realização de estudos que visam diagnosticar a capacidade
46 Pesquisa Meio Físico Restinga suporte do meio natural das trilhas e demais roteiros turísticos da área de recreação na AME da Ponta da Armação para assim subsidiar o ordenamento da atividade de
ecoturismo na região.
Implantação de medidas de fiscalização e programas de monitoramento da cobertura vegetal da Baixada Santista e na AME Ponta da Armação considerando os
47 Pesquisa Meio Físico Restinga
disciplinamentos de usos que visam ordenar o ecoturismo na região.
Programas de monitoramento que possibilitem dimensionar os impactos causados pelas atividades antrópicas sobre o ecossistema costões e permitam gerar cenários futuros
48 Pesquisa Meio Físico Costões
de riscos ambientais e socioeconômicos.
49 Pesquisa Meio Físico Costões Estudos específicos sobre organismos exóticos nos costões rochosos da APAMLC
Continuidade de estudos descritivos e experimentais biológicos e fisiológicos dos organismos em costões rochosos, a fim de se conhecer a capacidade suporte destes
50 Pesquisa Meio Físico Costões
ambientes aos impactos ambientais.
Estudos do impacto ambiental causado por navegações e ancoragens próximas a costões rochosos da APAMLC, o que seria de extrema importância devido ao crescente
51 Pesquisa Meio Físico Costões
número de embarcações na área principalmente devido às atividades portuárias e ao turismo.
52 Pesquisa Meio Físico Costões Acompanhar e fazer gestão para que os princípios legais relacionados ao controle de água de lastro estejam sendo efetivamente seguidos.
53 Pesquisa Meio Físico Costões Desenvolver programas integrados e multidisciplinares de pesquisa visando analisar a estrutura e dinâmica das comunidades bentônicas dos costões rochosos.
Desenvolver estudos para estimar a capacidade de suporte dos costões rochosos em atividades extrativistas, além de outras atividades como a navegação, o fundeio, a
54 Pesquisa Meio Físico Costões
maricultura, o despejo de efluentes, etc.
Estudos de viabilidade para a criação de áreas de proteção integral nos costões rochosos, garantindo assim áreas de berçário de espécies ameaçadas e de interesse
56 Pesquisa Meio Físico Costões
econômico.
57 Pesquisa Meio Físico Manguezal Pesquisas nos manguezais junto aos rios Itapanhaú, Guaratuba e Itaguaré
Monitoramento periódico de manguezais com parcelas permanentes permite a caracterização do ecossistema (como dominância de espécies e desenvolvimento estrutural) e
58 Pesquisa Meio Físico Manguezal
da dinâmica espaçotemporal, assim como identificar os tensores atuantes no local.
Estabelecer protocolo de monitoramento detalhando a metodologia, frequência, intensidade, unidade de medida e padrões de amostragem, a localização das parcelas,
59 Pesquisa Meio Físico Manguezal
quando se fazer as expedições, e quando se deve cessar o monitoramento, assim como as necessidades administrativas e financeiras.
60 Pesquisa Meio Físico Manguezal Pesquisas e projetos relacionadas à viabilização de restauração de manguezais.
A avaliação do estoque de carbono nos manguezais conservados e alterados no sistema costeiro poderá auxiliar a avaliar o estado de conservação dos manguezais na
61 Pesquisa Meio Físico Manguezal
APAMLC e seu entorno e sua contribuição na mitigação das mudanças climáticas.
62 Pesquisa Meio Físico Manguezal Estudos sobre os produtos e serviços ecossistêmicos fornecidos pelos manguezais
Floresta
63 Pesquisa Meio Físico Caracterização da vegetação no que se refere à classificação da formação e dos estágios sucessionais da floresta das florestas ombrófilas de formações insulares
Ombrófila
Floresta
65 Pesquisa Meio Físico Pesquisas que envolvam o levantamento florístico da Floresta Ombrófila Densa nas ilhas.
Ombrófila
Herpetofauna
66 Pesquisa Meio Biótico Estudos sobre outras etapas do ciclo de vida, que nao seja os primeiros estágios, com o intuito de obter o completo entendimento da biologia destes répteis.
marinha
Herpetofauna
67 Pesquisa Meio Biótico Monitoramento sistemático quanto à distribuição, utilização de habitat, marcação e recaptura de tartarugas marinhas vem sendo conduzido na região.
marinha
Herpetofauna
68 Pesquisa Meio Biótico Estudos sobre relações parasíticas em tartarugas marinhas
marinha
Herpetofauna Estudos de índices de captura incidental pela pesca visando realizar análises mais detalhadas sobre o impacto causado e a elaboração de planos de ação para a diminuição
69 Pesquisa Meio Biótico
marinha de tais índices.
Herpetofauna
70 Pesquisa Meio Biótico Intensificar os estudos sobre a ocorrência e distribuição de espécies da herpetofauna no litoral centro;
terrestre
Herpetofauna Identificar, quantificar e mapear a presença de espécies domésticas e exóticas invasoras da fauna e flora que representam potencial perigo para as espécies da herpetofauna
71 Pesquisa Meio Biótico
terrestre local;
Herpetofauna Identificar e dimensionar os impactos causados pela visitação pública sobre as populações da herpetofauna, com atenção para as espécies alvo e as espécies chave
73 Pesquisa Meio Biótico
terrestre identificadas no plano de manejo.
Estudos para suprir a falta de conhecimento sobre a ecologia da avifauna em ilhas costeiras, nos manguezais, restingas, costões e praias da APAMLC. Isso vale também
74 Pesquisa Meio Biótico Avifauna
para as espécies neríticas/oceânicas (Procellariiformes) cuja presença na APAMLC se dá basicamente mais distante da costa.
75 Pesquisa Meio Biótico Ictiofauna Estudos sobre aspectos ecológicos como ocorrência e abundância de elasmobrânquios (Chondrichtyes) para a APAMLC.
Estudos sobre biologia reprodutiva das famílias Centropomidae, Serranidae, Sparidae e Scaridae, pois possuem representantes que apresentam reversão sexual,
característica essa que as torna especialmente vulneráveis. Essas espécies hermafroditas sucessivas são especialmente sensíveis às pressões antrópicas já que a depleção
76 Pesquisa Meio Biótico Ictiofauna
de indivíduos reflete fortemente no sucesso reprodutivo e consequentemente na reposição da população. No entanto estas espécies são fortemente pressionadas pela pesca,
sem que se conheça efetivamente sua estabilidade e dinâmica populacional e muito menos sua capacidade de suporte.
77 Pesquisa Meio Biótico Ictiofauna Desconhecimento sobre os reais impactos causados nas populações de peixes pela atividade sísmica (ruídos causam impactos sonoros e mortandade);
78 Pesquisa Meio Biótico Ictiofauna Compreender a efetividade da UC na proteção da biota, por exemplo na dinâmica de dispersão de organismos marinhos;
79 Pesquisa Meio Biótico Ictiofauna Recuperação dos dados históricos para avaliar o estoque atual;
80 Pesquisa Meio Biótico Ictiofauna Informações de espécies de interesse ecológico (não comerciais);
83 Pesquisa Meio Biótico Ictiofauna Avaliar a efetividade da área de exclusão de pesca do setor Itaguaçu para a manutenção dos estoques.
Conhecimento dos encalhes e das causas de mortalidade que acometem a mastofauna, bem como os principais fatores de impacto sobre as populações naturais, não é
Mastofauna
84 Pesquisa Meio Biótico possível traçar planos de conservação para as diferentes espécies deste grupo animal. Além disso, a identificação das causas de mortalidade, considerando sua
marinha
quantificação e monitoramento, fazem partes de projetos prioritários inseridos nos planos de ação para os mamíferos aquáticos em águas brasileiras.
Mastofauna Distribuição destes animais em áreas degradadas e fatores de ameaça, tais como a poluição ambiental, as pressões antrópicas e as patogenias emergentes, estão afetando
85 Pesquisa Meio Biótico
marinha não só a ocorrência, mas também etapas essenciais do ciclo de vida, como a reprodução destes animais.
Mastofauna
86 Pesquisa Meio Biótico Pesquisas relacionadas às suas fontes alimentares e às modificações comportamentais frente às ameaças locais, como o turismo e a pesca.
marinha
Mastofauna
87 Pesquisa Meio Biótico Estudos a respeito das áreas de concentração da mastofauna marinha na APAMLC e no restante do litoral de SP.
marinha
Mastofauna
88 Pesquisa Meio Biótico Levantamento dos principais impactos sobre as populações
marinha
Mastofauna Levantamentos e estudos faunísticos são muito escassos para a Serra do Guararu, a serra como um todo poderia ser considerada uma lacuna de conhecimento no que ser
89 Pesquisa Meio Biótico
terrestre refere ao conhecimento da fauna.
Mastofauna As principais necessidades de pesquisa para os mamíferos ameaçados devem focar nas metodologias de estimativa populacional, conservação de hábitat e uso sustentável
90 Pesquisa Meio Biótico
terrestre como especificado pelos Planos de Ação Nacional descritos.
Pesquisa do Meio Publicação de dados quantitativos e qualitativos atualizados sobre a estrutura náutica (estruturas de apoio e frota de embarcações) dos municípios que compõem a Baixada
92 Turismo
Socioeconomico Santista, bem como, da região;
Pesquisa do Meio
93 Turismo Informação sobre os roteiros náuticos recreativoesportivos, sobretudo, nos municípios ao sul de Santos.
Socioeconomico
Pesquisa do Meio
94 Turismo Estudos de capacidade de carga para destinações e atrativos turísticos;
Socioeconomico
Pesquisa do Meio
95 Turismo Caracterização e monitoramento da atividade náutica recreativoesportiva;
Socioeconomico
Pesquisa do Meio
96 Turismo Inventário de comunidades tradicionais da Baixada Santista;
Socioeconomico
Pesquisa do Meio
97 Turismo Indicadores e Avaliação de Impactos Ambientais – AIA e que compreenda a multiplicidade de usos turísticos da Baixada Santista.
Socioeconomico
Pesquisa do Meio Comunidades Pesquisas sobre os Pescadores Artesanais Caiçaras de Cultura Tradicional na APAMLC; referências sobre o cotidiano, transformações de cunho socioeconômico, territorial
98
Socioeconomico Tradicionais e cultural, bem como registro de projetos e programas desenvolvidos na e com essa comunidade.
Pesquisa do Meio Comunidades Identificação da sazonalidade dos recursos marinhos explorados para planejar em conjunto com pescadores artesanais a diversificação e ordenamento temporal das
102
Socioeconomico Tradicionais atividades de pesca no PM.
Pesquisa do Meio Comunidades Caracterização da atividade da pesca artesanal de baixo impacto para identificar diversidade e sazonalidade das espécies pescadas e respectivos equipamentos de pesca,
104
Socioeconomico Tradicionais de modo a estabelecer, em conjunto com pescadores, regras para ordenamento e sustentabilidade da atividade pesqueira em áreas de manejo especial.
Pesquisa do Meio Comunidades Elaboração de inventário da realidade cultural das comunidades pesquisadas. Pesquisas com registros audiovisuais e trabalho de campo de viés etnográfico seriam
108
Socioeconômico Tradicionais relevantes para conhecer a presença e limites dos traços de cultura caiçara.
Incentivar estudos que visam melhorar o conhecimento da hidrodinâmica das massas de água da unidade.
Aproximar das instituições de pesquisa e monitoramento pesqueiro de maneira a desenhar ações integradas no que tange a proteção desses recursos.
Incentivar estudos que avaliem a interação da pesca emalhe nas áreas de berçario de elasmobranquios em Itanhaém de maneira à subsidiar possíveis ajustes nas normas ou
petrechos de pesca
111 Pesquisa Meio Biótico Geral
ALMEIDA, F. F. M. D. System of continental rifts bordering Santos Basin, Brazil. Anais da Academia
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Obrigações da concessionária:
I. Disponibilizar plantas contendo a localização do empreendimento e da área de
servidão/domínio;
II. Acordar com o órgão gestor a agenda dos serviços de manutenção da área de
servidão/domínio e dos empreendimentos;
III. Acordar com o órgão gestor as práticas de manutenção a serem adotadas, de forma a
minimizar os impactos no ambiente;
V. Elaborar um Plano de Contingência, aprovado pelo órgão gestor, o qual deverá contemplar
a adoção de ações preventivas, mitigadoras e compensatórias, no caso de acidentes;
Descrição:
Na Porção Terrestre: abrange aproximadamente xxx hectares da UC (xxx% da área total) correspondente
a área de praia com balanço sedimentar do sistema praial negativo podendo apresentar vários sintomas,
também conhecidos como indicadores de erosão costeira. Para as Áreas de Interesse Recuperação (AIR)
foram selecionadas as praias classificadas como alto e muito alto risco de erosão considerando o Mapa de
Risco à Erosão Costeira do Estado de São Paulo publicado pelo Instituto Geológico Estado de São Paulo
e Universidade de São Paulo, XVI Congresso ABEAQUA, 2017.
- Setor Guaíbe:
.Guaratuba em Bertioga (Latitude inicial 23°45'54.58"S e Longitude inicial 45°53'55.97"; Latitude final
23°46'50.95"S e Longitude final 45°58'0.80"O);
.Enseada (Latitude inicial 23°59'48.62"S e Longitude inicial 46°12'25.67"O; Latitude final 23°59'27.06"S e
Longitude final 46°14'29.62"O); Perequê (Latitude inicial 23°55'29.42"S e Longitude inicial 46°10'46.06"O;
Latitude final 23°56'21.05"S e Longitude final 46°10'18.59"O); Pitangueiras (Latitude inicial
23°59'25.30"S e Longitude inicial 46°14'28.03"O; Latitude final 23°59'38.62"S e Longitude final
46°14'52.12"O) em Guarujá.
.Pernambuco/Mar Casado (Latitude inicial 23°57'35.71"S e Longitude inicial 46°10'44.76"O; Latitude final
23°58'44.98"S e Longitude final 46°11'7.08"O) e Astúrias (Latitude inicial 23°59'38.94"S e Longitude
inicial 46°14'52.30"O; Latitude final 23°59'46.07"S e Longitude final 46°15'22.28"O) em Guarujá.
- Setor Carijó:
.Praias de Itanhaém (Latitude inicial 24° 8'37.21"S e Longitude inicial 46°42'41.58"O; Latitude final
24°15'10.19"S e Longitude final 46°53'52.58"O);
.Praias de Mongaguá (Latitude inicial 24° 5'22.13"S e Longitude inicial 46°36'22.39"O; Latitude final 24°
8'38.54"S e Longitude final 46°42'34.60"O
.Algumas praias de Peruíbe (Latitude inicial 24°15'10.12"S e Longitude inicial 46°53'59.96"O; Latitude final
24°20'7.37"S e Longitude final 47°0'7.60"O); e Guaraú também em Peruíbe (Latitude inicial
24°22'26.47"S e Longitude inicial 47° 0'53.64"O; Latitude final 24°23'19.07"S e Longitude final 47°
0'36.22"O).
b) Manguezais
Na Porção Terrestre: abrange aproximadamente xxx hectares da UC (xxx% da área total) correspondente
aos:
-Manguezal do canal de Bertioga em Bertioga, cujo bosque da área de borda, limítrofe ao rio, está
degradado por processo erosivo associado às ondas que atingem as margens do manguezal em razão da
alta velocidade com que trafegam as embarcações;
-Manguezal do rio Itapanhaú, em trecho não sobreposto ao PERB, que apresenta níveis elevados de
contaminação por metais pesados (Chumbo (Pb), Cádmio (Cd), Cobre (Cu), Mercúrio (Hg)).
Na Porção Terrestre: abrange aproximadamente 26.6 hectares da UC (0,0058% da área total) numa
altitude de 100 metros e corresponde a porção entremarés e emersa da AME Ilha da Moela. De
concessão da marinha, a ilha está situada a aproximadamente 2,5 Km da costa, no Guarujá e é ponto de
referência para os navegantes que se dirigem ao Porto de Santos. A Ilha apresenta status de integridade
ecológica crítica ou degrada fortemente perturbada. e com ocorrência de bioinvasão, predominantemente
por Isognomon bicolor, em diversos setores da Ilha.
Descrição:
a) Geossítios
- Setor Carijó:
- Setor Guaíbe:
.Guarujá: Relações de contato da Ponta das Galhetas, Latitude 24° 0'48.69"S e Longitude 46°15'47.81"O
cujos principais aspectos geológico é a formação de Ortognaisses e migmatitos do Complexo Costeiro
exibindo complexas relações de contato inrusivo entre os litotipos.
.Bertioga: Milonitos da Praia de São Lourenço, Latitude 23°49'15.54"S e Longitude 46° 2'11.85"O cujos
principais aspectos geológico é o Afloramento composto por dois tipos litológicos principais: ortognaisse
porfirítico e ortognaisse fino, que mostram relações de contato e deformação importantes para o
entendimento da história geológica da região.
b) Patrimônios históricos
Na Porção Terrestre: abrange aproximadamente 2 pontos localizado no extremo norte da Ilha de Santo
Amaro correspondentes aos Patrimônios históricos na AME Ponta da Armação, Guarujá ambas tombadas
pelo CONDEPHAAT como Patrimônio Histórico e Cultural e também pelo município por meio da Lei
Municipal Nº 2.625/98 que criou o Parque Arqueológico São Felipe nas área públicas livres de
aforamentos, dentro dos seguintes limites: o Canal de Bertioga ao norte, o mar aberto a leste, o Morro da
Armação e o espigão da Serra ao sul, e a divisa do terreno das ruínas da Armação, a oeste. Os
patrimônios considerados na AIHC são:
.Ermida de Santo Antônio de Guaíbe localizada nas coordenadas Latitude 23°51'35.36"S e Longitude 46°
8'9.98"O cuja construção utilizou pedras com sambaquis e óleo de baleia com conchas. Acredita-se que
esta seja uma das primeiras igrejas do Brasil, construída por volta de 1560, por José Adorno, e seria
usada por jesuítas, em especial São José de Anchieta, para catequizar indígenas.
.Fortaleza de São Felipe. Localizada nas coordenadas Latitude 23°51'24.84"S e Longitude 46° 7'37.99"O
cuja construção é datada de 1552, para proteção do canal de Bertioga. Pouco existe da grande fortaleza
de pedra, construída pelo capitão-mor Brás Cubas, hoje em ruínas, em frente ao Forte São João.
Apenas resistiram ao tempo as muralhas de granito, uma guarita, que marca o ângulo sul, e um poço
interno. Do século XVII ao XIX, o forte foi a sede do Real Contrato da Armação das Baleias, construída em
28 Garcia, M. G. M.; Del Lama, E. A.; Martins, L.; Mazoca, C. E. M.; Bourotte, C. Inventory and assessment of geosites to stimulate regional
sustainable management: the northern coast of the state of São Paulo, Brazil. Anais da Acad. Bras. de Ciências (no prelo).
518 APA MARINHA DO LITORAL CENTRO – PLANO DE MANEJO - VERSÃO EXECUTIVA
1748, onde eram recolhidos todos os apetrechos utilizados para a captura e processamento do óleo
extraído do mamífero, utilizado para iluminação e construção.
Descrição:
Na Porção Terrestre: abrange aproximadamente xxx hectares da UC (xxx% da área total) correspondente
a AME Ponta da Armação, no trecho correspondente à orla da Comunidade da Prainha Branca e sua
respectiva faixa de Praia (Latitude inicial 23°51'44.78"S e Longitude inicial 46° 7'50.25"O; Latitude final
23°52'15.86"S e Longitude final 46° 8'13.05"O) ; Praia Preta (Latitude inicial 23°52'27.74"S e Longitude
inicial 46° 8'22.98"O; Latitude final 23°52'31.54"S e Longitude final 46° 8'23.22"O) e Praia Camburi
(Latitude inicial 23°52'47.81"S e Longitude inicial 46° 8'27.20"O; Latitude final 23°52'58.82"S e Longitude
final 46° 8'25.24"O) que apresenta características paisagísticas relevantes e com necessidade de
ordenamento do turismo.
Na Porção Marinha: abrange aproximadamente xxx hectares da UC (xxx% da área total) correspondente
ao redor da Ilha da Queimada Grande que se inicia no vértice 01 nas coordenadas geográficas
24°28'17.40" latitude S e 46°40'57.25" longitude O, vértice 02 nas coordenadas geográficas 24°28'18.19"
latitude S e 46°39'59.15" longitude O, vértice 03 nas coordenadas geográficas 24°29'48.62" latitude S e
46°39'59.44" longitude O, vértice 04 nas coordenadas 24°29'47.98" latitude S e 46°40'57.29" longitude O.
A área corresponde à área com ambientes com características paisagísticas relevantes com o
reconhecimento pela comunidade científica de um Recife de Coral mais ao Sul do Atlântico e que
demanda necessidade de ordenamento do turismo.
Descrição:
Porção Marinha: Abrange aproximadamente xxx hectares da UC (xxx% da área total) e corresponde à
ZUBE do município de Peruíbe, iniciando na linha de costa até a 5 mn. A área apresenta grande restrição
da pesca artesanal considerando a existência de diversas unidades de conservação com consequente
limitação de uso na região e do seu entorno imediato além das demais restrições impostas pelas
legislações pesqueiras vigentes.
Na porção terrestre:
- Setor Carijó:
● faixa de praia não urbanizada de Taniguá também conhecida como praia Deserta em Peruíbe:
Latitude inicial 24°16'21.01"S e Longitude inicial 46°55'52.18"O e na Latitude final 24°15'11.27"S e
Longitude final 46°53'58.38"O
Na porção marinha:
- Setor Guaíbe:
- Setor Carijó:
● ao redor do Parcel Pedro II: quando se inicia no vértice 01 nas coordenadas geográficas
24°15'16.06" latitude S e 46°33'12.38" longitude O, no vértice 02 nas coordenadas geográficas
24°15'16.42" latitude S e 46°31'45.30" longitude O, no vértice 03 nas coordenadas geográficas
24°16'31.98" latitude S e 46°31'45.48" longitude O, e no vértice 04 nas coordenadas geográficas
24°16'51.73" latitude S e 46°33'11.84" longitude O.
● ao redor do parcel dos Reis: cujo polígono se inicia no vértice 01 nas coordenadas geográficas
24°20'0.46" latitude S e 46°37'7.72" longitude O, no vértice 02 nas coordenadas geográficas
24°20'0.89" latitude S e 46°35'40.63" longitude O, no vértice 03 nas coordenadas geográficas
24°21'16.42" latitude S e 46°35'40.85" longitude O, no vértice 04 nas coordenadas geográficas
24°21'16.34" latitude S e 46°37'7.28" longitude O.
Na porção terrestre:
-Setor Carijó:
-Setor Guaíbe:
.São Pedro: Latitude inicial 23°54'52.00"S e Longitude inicial 46°10'7.76"O e na Latitude final
23°54'22.77"S e Longitude final 46° 9'34.67"O;
.Iporanga: Latitude inicial 23°54'22.03"S e Longitude inicial 46° 9'5.37"O e na Latitude final 23°54'15.28"S
e Longitude final 46° 9'8.69"O;
.Conchas: Latitude inicial 23°54'28.60"S e Longitude inicial 46° 9'20.40"O e Latitude final 23°54'24.29"S e
Longitude final 46° 9'24.63"O;
.Taguaiba ou Pinheiro: Latitude inicial 23°53'52.83"S e Longitude inicial 46° 9'5.99"O e Latitude final
23°53'38.29"S e Longitude final 46° 8'55.47"O;
.Éden: Latitude inicial 23°59'14.73"S e Longitude inicial 46°11'9.77"O e Latitude final 23°59'13.28"S e
Longitude final 46°11'11.41"O;
.Enseada: Latitude inicial 23°49'41.47"S e Longitude inicial 46° 6'15.20"O e na Latitude final 23°49'5.06"S
e Longitude final 46° 4'53.05"O;